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ESSE DOCUMENTO É SOBRE SANEAMENTO BÁSICO
Tipologia: Resumos
1 / 14
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Não perca as partes importantes!
Dennys Duarte Santos RA: 52220284
Ingrid da Silva Santos RA: 52218647
Luiz Augusto Pereira Victor RA: 52119409
Rodrigo Pagano Batista RA: 52321252
Suzan de Oliveira RA: 52321488
Thaisa Dias Durvalo do Nascimento RA: 52217504
Figura 2 - BAIRRO JARDIM RIO BRANCO
como o método racional para cálculo de vazões e o dimensionamento de dispositivos como bocas
de lobo, sarjetas e ramais. Este estudo tem como objetivo final oferecer uma proposta técnica
viável, realista e condizente com o contexto urbano de São Vicente, contribuindo para o
planejamento sustentável da drenagem urbana em áreas críticas de expansão.
O presente projeto de drenagem urbana foi desenvolvido com o objetivo de propor soluções
técnicas para o escoamento adequado das águas pluviais em uma área de aproximadamente 1 km²
no bairro Jardim Rio Branco, localizado no município de São Vicente/SP. A metodologia adotada
envolveu a delimitação da área de estudo, análise topográfica da superfície urbana, simulação da
Figura 3 - TOPOGRAFIA DO BAIRRO COM COTAS DE NIVEL
altimetria com base em declividades médias observadas, e o posterior dimensionamento dos
dispositivos de microdrenagem.
Após o levantamento topográfico da área de estudo, foi possível identificar as cotas de nível
predominantes, evidenciando o comportamento altimétrico do terreno. A cota mais elevada
encontra-se nas proximidades da Rua João Chancharulo, com altitudes variando entre 9 e 10 metros.
Já o ponto de menor altitude localiza-se nas imediações da Rua Luiz Ferreira Morgado, configurando-
se como o principal destino natural do escoamento superficial.
Essa diferença de cotas define uma declividade predominante no sentido norte-sul, influenciando
diretamente na distribuição e dimensionamento dos dispositivos de drenagem. As informações
obtidas foram fundamentais para o traçado das direções de fluxo das águas pluviais e para a
organização das sub-bacias de contribuição.
Figura 5 - SUB-BACIA DELIMITADA
Para o dimensionamento das vazões de escoamento, a área de estudo foi dividida em sub-bacias de
contribuição, com base nas direções de escoamento definidas no mapa topográfico. Cada sub-bacia
foi delimitada considerando os limites naturais do terreno e a infraestrutura urbana existente, de
forma a identificar os trechos que convergem para um mesmo ponto de coleta (boca de lobo ou
sarjeta).
A delimitação das sub-bacias permitiu estimar os parâmetros geométricos necessários para os
cálculos hidráulicos, como o comprimento do percurso de escoamento superficial (L) e a diferença
de cota (H). Esses parâmetros foram posteriormente utilizados para a determinação do tempo de
concentração de cada bacia.
Na imagem a seguir, está representada uma sub-bacia de contribuição urbana delimitada em
vermelho, dentro da área de estudo situada no bairro Jardim Rio Branco, em São Vicente/SP. Essa
sub-bacia corresponde a um conjunto de quadras que convergem o escoamento superficial para um
mesmo ponto de coleta, conforme indicado pelas setas pretas de direção de fluxo.
O percurso principal de escoamento (LLL) foi estimado em 350 metros , considerando o trajeto da
água desde o ponto mais elevado da sub-bacia até o ponto mais baixo. Já a diferença altimétrica
(HHH) entre essas duas extremidades foi determinada em 5,5 metros , com base nas cotas de nível
observadas no levantamento topográfico da região.
A malha viária foi mantida conforme a estrutura original do bairro, respeitando a geometria urbana
real, o traçado das ruas e a disposição dos lotes. A definição da sub-bacia e a identificação do
percurso de escoamento foram fundamentais para a aplicação da fórmula empírica de Kirpich,
utilizada posteriormente para o cálculo do tempo de concentração.
Com a sub-bacia delimitada e os parâmetros geométricos identificados, foi possível aplicar a
fórmula empírica de Kirpich , amplamente utilizada para áreas urbanizadas com trajetos definidos
de escoamento superficial. Essa fórmula permite estimar o tempo de concentração (Tc) , que
corresponde ao intervalo necessário para que toda a bacia contribua com vazão no ponto de saída.
A equação é dada por:
Tc = 0,0078. L
0,
/H
0,
Onde:
Tc é o tempo de concentração, em minutos;
L é o comprimento do percurso principal de escoamento superficial (m);
H é a diferença de cota entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo da sub-bacia (m).
Os valores de LLL e HHH foram extraídos diretamente do traçado real do bairro, conforme
demonstrado na imagem anterior, garantindo uma aproximação fiel à realidade local.
A seguir, com base no tempo de concentração estimado, será possível aplicar a curva IDF da cidade
de São Vicente para determinar a intensidade da chuva (I) e, posteriormente, calcular a vazão de
projeto (Q) por meio da fórmula racional.
Após a estimativa do tempo de concentração, o passo seguinte consiste na determinação
da intensidade de precipitação (I) correspondente, utilizando-se a Curva IDF (Intensidade x
Duração x Frequência) do município de São Vicente/SP. Essa curva permite relacionar o
tempo de concentração com a intensidade da chuva esperada para um determinado tempo
de retorno (T), conforme os parâmetros pluviométricos locais.
A equação da curva IDF adotada foi:
I = α
(t + b)
c
Onde:
O posicionamento das bocas de lobo foi realizado com base nas direções de escoamento definidas
anteriormente, observando os pontos de maior confluência e extensão das ruas. Para ruas com
declividade constante, foi adotado um espaçamento médio de 100 metros entre dispositivos ,
conforme recomendações técnicas da literatura e das normas ABNT.
Os dispositivos de captação foram representados no mapa por símbolos quadrados na cor laranja ,
destacando os pontos onde o escoamento superficial será interceptado. A escolha dos locais
considerou também a interseção com sarjetas e grelhas, otimizando a coleta das águas pluviais e
prevenindo a formação de bolsões de acúmulo.
O projeto de drenagem foi representado graficamente em formato técnico, respeitando o traçado
urbano da área estudada, com a distribuição dos dispositivos de captação ao longo das vias, em
especial nas interseções e trechos com maior concentração de fluxo. As bocas de lobo ,
representadas por símbolos quadrados laranjas , foram posicionadas a intervalos regulares,
respeitando o critério de espaçamento médio de 100 metros e considerando a capacidade de
escoamento de cada trecho.
Todo o desenvolvimento gráfico e a organização das informações foram realizados por meio de
ferramentas computacionais, utilizando software de representação vetorial e modelagem urbana.
As diretrizes técnicas foram baseadas principalmente nas normas ABNT NBR 9649:1986 (Projeto de
Drenagem Urbana) e NBR 12224:1992 (Projeto de Redes de Drenagem Pluvial Urbana) , além de
literatura técnica complementar especializada em hidrologia urbana.
Com isso, estabelece-se a base para a análise dos resultados obtidos, discutidos na próxima seção.
Com base na sub-bacia de contribuição demarcada e nos dados extraídos da topografia
local, foi possível aplicar a fórmula empírica de Kirpich para estimar o tempo de
concentração ( Tc ). Utilizando os valores L = 350 m e H = 5,5 m, obteve-se:
Tc = 0,0078. 350
0,
0,
≈ 6,75 minutos
Com o Tc definido, aplicou-se a equação da curva IDF da cidade de São Vicente,
considerando um tempo de retorno de 10 anos. Os parâmetros da curva são:
I = 1078 = 1078 ≈ 78,12 mm/h
(t + 15)
0,
0,
A partir disso, foi possível calcular a vazão de projeto (Q) para a sub-bacia em análise, assumindo:
Área de contribuição: A=1,5 ha;
Coeficiente de escoamento: C=0,
Esse valor representa a vazão de pico esperada durante um evento crítico de precipitação,
e serviu como base para o dimensionamento das bocas de lobo, distribuídas a cada 100
metros ao longo das vias de maior contribuição. Cada boca de lobo foi considerada capaz
de captar cerca de 30 L/s , o que justifica a necessidade de ao menos 4 bocas por sub-
bacia com essas características.
As imagens elaboradas mostram a disposição estratégica dos dispositivos, alinhados às
direções de escoamento e às áreas de maior captação. A representação visual e os
cálculos integrados demonstram que o sistema proposto atende às demandas de
drenagem da área estudada, minimizando os riscos de alagamento e otimizando a
infraestrutura urbana existente.
Fórmula de Manning para seção triangular ou retangular
Dados necessários: largura, declividade longitudinal da rua, rugosidade (n), profundidade
estimada da lâmina
Utilizaremos a fórmula de Manning para sarjetas triangulares :
Q = 0,375. Z.
i.y
8/
n
Parâmetros típicos:
n = 0,016 (concreto acabado)
Z = 0,5 (talude 1:2 — padrão urbano)
i = 0,01 (declividade de 1%)
y=0,12 m (profundidade da lâmina)
8/
0,00396 m
3
/s = 3,96 L/s
i = 0,005 (0,5%)
Tentativa com D = 0,40m:
R = 0,10m - V = 1. 0,
2/
1/
1,11m/s
A = π. 0,
2
≈ 0,126 m
2
3
/s
Um tubo com diâmetro de 400 mm (DN 400) atende confortavelmente à vazão projetada.
O presente estudo permitiu compreender e aplicar, de forma integrada, os principais
fundamentos da drenagem urbana em uma área crítica da cidade de São Vicente, delimitada
entre a Rua João Chancharulo e a Rua José Fernandes, no bairro Jardim Rio Branco. Através
da análise topográfica detalhada, foi possível identificar as cotas de nível predominantes e
definir com precisão as direções de escoamento, fundamentais para o correto delineamento
das sub-bacias de contribuição.
Com base em métodos consagrados da hidrologia, como a fórmula de Kirpich e a equação
racional, os cálculos de tempo de concentração, intensidade de chuva e vazão de pico foram
desenvolvidos de maneira consistente, respeitando parâmetros regionais e normativos.
Esses valores serviram como base para o dimensionamento dos dispositivos de captação e
condução, como sarjetas, bocas de lobo e galerias pluviais, que foram definidos segundo
critérios técnicos de eficiência, segurança e viabilidade urbana.
A aplicação da curva IDF local e a verificação da capacidade dos dispositivos mostraram que,
mesmo em uma malha urbana relativamente regular, há variações críticas na declividade e
no escoamento, exigindo atenção redobrada nos pontos de confluência e nas quadras
centrais. A adoção de espaçamentos estratégicos entre os elementos de drenagem,
associada ao uso de dispositivos com dimensões compatíveis com a vazão de projeto,
demonstrou ser eficaz para mitigar riscos de alagamentos e sobrecargas no sistema.
Além disso, a inserção de um quadro resumo com os dados hidráulicos fundamentais reforça
o compromisso com a clareza e a precisão técnica no desenvolvimento do projeto. A
representação gráfica das soluções propostas, respeitando a estrutura urbana real,
comprova a aplicabilidade prática e a relevância do estudo para futuras intervenções em
infraestrutura pluvial na região.
Dessa forma, conclui-se que o projeto proposto é não apenas tecnicamente viável, mas
também estrategicamente eficiente, evidenciando a importância do planejamento de
drenagem urbana com base em critérios científicos e dados reais. O conhecimento aplicado
neste trabalho é essencial para a construção de cidades mais resilientes e preparadas para
os desafios impostos pelas mudanças climáticas e pelo crescimento urbano desordenado.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9649:1986 – Projeto de Drenagem
Urbana. Rio de Janeiro: ABNT, 1986.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12224:1992 – Projeto de Redes de
Drenagem Pluvial Urbana. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7188:2013 – Cálculo de Vazões de
Projeto em Sistemas de Drenagem Urbana. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
TUCCI, C. E. M. Drenagem Urbana. 4. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.
PORTO, R. L. L.; TUCCI, C. E. M.; BARROS, M. T. L. Manual de Drenagem Urbana. Brasília:
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MOTA, Sérgio. Hidrologia Aplicada. 2. ed. São Paulo: EdUSP, 2003.
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PONCE, V. M. Hydrologic and Hydraulic Modeling Support with HEC-HMS and HEC-RAS. San
Diego State University, 2000.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE. Curvas IDF – Boletim Pluviométrico Regional.
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