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Educação na Antiguidade Tardia: Pais e Eruditos Pré-Grego-Romanos, Notas de estudo de Literatura

Este texto discute o papel importante da antiguidade tardia na compreensão da nossa civilização e cultura ocidental, particularmente no que tange à cristianização e formação mental. Ele aborda a atitude dos primeiros cristãos em relação ao saber secular e a literatura clássica, utilizando como referência as obras de autores como santo agostinho e jerônimo.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Copacabana
Copacabana 🇧🇷

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Saber
e
Educação
na Antigüidade Tardia: os Padres monásticos e
eclesiásticos diante da cultura greco-romana
Knowledge and Education in the Late Antiquity: the Monastic Fathers
and Ecclesiastics before of Greek-Roman culture
Ronaldo Amaral
Resumo: A Antiguidade Tardia é certamente um dos períodos mais
importantes para a compreensão de nossa civilização e sua cultura. Berço do
cristianismo e daquilo que viria a ser a civilização cristã ocidental, para nos
restringirmos ao mundo latino, é neste período que surge e toma corpo, senão
propriamente nossas estruturas materiais, em grande medida nossas estruturas
mentais, uma vez que devemos ao cristianismo e sua principal corrente de
pensamento desta época, a Patrística, o essencial não de nosso credo
religioso, mas mesmo da gênese de nosso modo e razão de pensamento. A
cultura cristã, por sua vez, fora devedora de outras tradições religiosas e
culturais, a partir das quais se edificou ao incorporá-las. Este processo deu-se,
sobretudo, nesse período que nos ocupa e por meio de muitos daqueles que
viriam a ser conhecidos como padres da Igreja.
Abstract: The Late Antiquity is certainly one of the most important periods
for the understanding of our civilization and its culture. Cradle of the
Christianity and of that that would come to be the western Christian
civilization, for we restrict ourselves to the Latin world, it is in this period that
appears and it takes body, or else properly our material structures, in our great
measure mental structures, once we owed to the Christianity and its main
current of thought of this time, the Patristic, the essential not only of our
religious credo, but even of the genesis in our way and thought reason. The
Christian culture, for its time, had been indebted of another religious and
cultural tradition, being built to the incorporation of that another tradition.
This process was developed above all in this period that occupies us and by
means of many of those that would come to be known as priests of the
Church.
Palavras-chave: Cristianismo – Cultura – Antiguidade Tardia
Keywords: Christianity – Culture – Late Antiquity
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Saber e Educação na Antigüidade Tardia: os Padres monásticos e eclesiásticos diante da cultura greco-romana Knowledge and Education in the Late Antiquity: the Monastic Fathers and Ecclesiastics before of Greek-Roman culture Ronaldo Amaral

Resumo: A Antiguidade Tardia é certamente um dos períodos mais importantes para a compreensão de nossa civilização e sua cultura. Berço do cristianismo e daquilo que viria a ser a civilização cristã ocidental, para nos restringirmos ao mundo latino, é neste período que surge e toma corpo, senão propriamente nossas estruturas materiais, em grande medida nossas estruturas mentais, uma vez que devemos ao cristianismo e sua principal corrente de pensamento desta época, a Patrística, o essencial não só de nosso credo religioso, mas mesmo da gênese de nosso modo e razão de pensamento. A cultura cristã, por sua vez, fora devedora de outras tradições religiosas e culturais, a partir das quais se edificou ao incorporá-las. Este processo deu-se, sobretudo, nesse período que nos ocupa e por meio de muitos daqueles que viriam a ser conhecidos como padres da Igreja.

Abstract: The Late Antiquity is certainly one of the most important periods for the understanding of our civilization and its culture. Cradle of the Christianity and of that that would come to be the western Christian civilization, for we restrict ourselves to the Latin world, it is in this period that appears and it takes body, or else properly our material structures, in our great measure mental structures, once we owed to the Christianity and its main current of thought of this time, the Patristic, the essential not only of our religious credo, but even of the genesis in our way and thought reason. The Christian culture, for its time, had been indebted of another religious and cultural tradition, being built to the incorporation of that another tradition. This process was developed above all in this period that occupies us and by means of many of those that would come to be known as priests of the Church.

Palavras-chave: Cristianismo – Cultura – Antiguidade Tardia

Keywords: Christianity – Culture – Late Antiquity

A educação e a cultura laica na Idade Média La educación y la cultura laica en la Edad Media The educacion and secular culture in the Middle Ages Jun-Dez 2006/ISSN 1676-

A Antigüidade Tardia, como é sabido, esteve marcada por um espírito alicerçado em um forte ideal ascético e escatológico, que fundamentou em grande medida o ideário e as condutas dos primitivos cristãos. Partindo desta observação, poderemos entender a relação desconcertante, quando não antagônica, entre muitos dos primeiros padres da Igreja, e o saber secular, a cultura produzida e praticada pelo século.

A literatura patrística da Antigüidade Tardia ou por alguns de seus exemplares, tanto do Oriente quanto do Ocidente, demonstrou correntemente uma substancial resistência às expressões culturais mais refinadas de seu tempo, ou seja, ao saber erudito, ao espírito investigativo, filosófico, e às letras. O ideal cristão primitivo como sucessor e herdeiro do ideal evangélico deveria relegar a um segundo plano, quando não negar de todo, o saber do “mundo”, que, como as práticas sociais – família, sexo, cargos e dignidades – ligariam demasiadamente o homem ao temporal e o desviariam de seu objetivo maior: a vida celeste, que deveria ser conquistada ainda neste mundo, ainda que fosse tão somente pela negação deste último para estar plenamente a espreita do mundo que havia de vir.

Assim, afirmaria Paulo em sua Primeira Epístola ao Coríntios , que ele próprio não utilizaria recursos oratórios e nem da sabedoria erudita para falar de Cristo, pois Na realidade, é aos maduros na fé que falamos de uma sabedoria que não foi dada por este mundo, nem pelas autoridades passageiras deste mundo. Ensinamos uma coisa misteriosa e escondida: a sabedoria de Deus, aquela que ele projetou desde o princípio do mundo para nos levar a sua glória [...] Quanto a nós, não recebemos o espírito do mundo, mas o espírito que vem de Deus, para conhecermos os dons que vem da graça de Deus. Para falar destes dons, não usamos a linguagem ensinada pela sabedoria humana, mas a linguagem que o espírito ensina, falando de realidades espirituais em termos espirituais [...]. (1Cor. 2 6-8, 12-13)

Percebe-se que a recusa aos estudos e ao saber secular seria estrita, pois o verdadeiro conhecimento parecia residir precisamente em sua antítese, na ignorância completa, que abria caminho e deixava lugar para o espírito humano se ocupar da sabedoria do espírito de Deus.

As obras patrísticas, inspiradas sobretudo na literatura bíblica e particularmente em Paulo, seriam ainda produzidas em ambientes tomados pela cultura helenística, tanto no Oriente com a língua grega, quanto no Ocidente e em suas regiões mais continentais com a língua e tradições

A educação e a cultura laica na Idade Média La educación y la cultura laica en la Edad Media The educacion and secular culture in the Middle Ages Jun-Dez 2006/ISSN 1676-

Todavia, o cristianismo em um momento preciso e fundamental conquistara a história e nesta se inserira, pois seu próprio Deus se encarnara e legara uma tradição, uma prática a ser vivenciada. Agora, a matéria consistirá na única característica que fará o cristão asceta dignar-se a lidar com especulações literárias, já que estas diziam respeito ao sagrado, ao espiritual, e isto era, convém lembrarmos, admissível e praticável por aqueles ascetas mais instruídos ou abertos a uma interpretação menos literal do texto bíblico. O saber lhes seria, portanto, um meio e não um fim, como vinha sendo até então, ainda que sob outras perspectivas, para a filosofia e as especulações humanísticas.

A Vita Antonii de Atanásio de Alexandria será o documento mais nítido deste ideal de recusa ao saber profano, uma vez que demonstrara com contundência as atitudes e mesmo as teorias desta recusa ao saber secular por parte dos primeiros monges, que, como veremos, teriam a partir de então sua atenção voltada quase totalmente aos textos sagrados do cristianismo, que no mais deveriam ser lidos como escritos revelados e reveladores de uma verdade absoluta acerca de Deus e de sua criação, portanto desprovida de críticas e atitudes investigativas.

Assim, segundo Atanásio, o solitário Antão desconheceria todo saber profano e seus representantes, os filósofos, provando em certa ocasião seu hagiografado, deviam reconhecer que a sabedoria das “coisas de Deus”, conquistada pelo solitário, estaria acima daquele saber que representavam, a cultura greco-romana, e a postura crítica e filosófica diante do mundo e mesmo da divindade. Antão receberia no monte onde residia a visita de dois filósofos que viriam interrogá-lo acerca de sua sabedoria, e embora o tenha “vencido”, ao convencê-los de seu poder sobrenatural, receberia novas visitas de tantos outros filósofos.

Outros, como estes (os filósofos), acercaram-se do monte exterior, com a intenção de mofar-se daquele que não tinha letras. E Antão lhes disse: Diz- me, que é anterior, o entendimento ou as letras? Quem é a causa de quem? A inteligência das letras, ou as letras da inteligência? Eles contestaram que o espírito era anterior, e que dele procede a sabedoria. E Antão replicou: ‘o que tem um espírito são não necessita estudar’ Ante estas palavras, eles e muitos outros estiveram atônitos e partiram assombrados de encontrar tanta sabedoria em um homem sem estudos. Seus modos estavam libertos de toda rusticidade, como seria de esperar em quem havia vivido e envelhecido nas montanhas. Era muito associável e agradável em seu trato. Suas palavras

A educação e a cultura laica na Idade Média La educación y la cultura laica en la Edad Media The educacion and secular culture in the Middle Ages Jun-Dez 2006/ISSN 1676-

tinham o sabor do divino; sempre era fonte de gozo e nunca de discórdias, para os visitantes. (ATANÁSIO DE ALEXANDRIA, 1988: 73).

O asceta de Belém São Jerônimo, em epístola enviada a Eustóquia, uma de suas discípulas, nos indicaria um pensamento e uma concepção de igual temor e abandono à cultura secular. O lugar dado a partir de agora à literatura cristã bíblica e patrística deveria ser único e exclusivo na leitura e educação do cristão, e do monge em particular. Jerônimo que havia se desvencilhado dos bens e do convívio com o “mundo” não conseguiria, no entanto, se desapegar de sua biblioteca que conteria um grande número de obras clássicas. Levada consigo ao deserto, passaria a ocupar-lhe demasiadamente o tempo com as leituras dos autores clássicos que possuía.

Deste modo, o anacoreta de Belém desprezaria os autores cristãos que lhe pareceriam pouco cultos e dedicaria parte de seu tempo à leitura daquela tradição estranha e anterior ao cristianismo, em lugar da total dedicação às leituras e aos exercícios espirituais exigida pela vida acética e solitária. Esta conduta de Jerônimo seria seriamente repreendida por Deus, que exigiria de seu seguidor uma dedicação exclusiva às obras que somente a Ele e a sua história respeitassem, uma vez que, sofrendo de uma grave enfermidade, a Ele seria conduzido para que fosse castigado e orientado para uma existência mais estritamente cristã, o que lhe custaria o desapego total de sua cultura e erudição clássica, sem, é claro, que isto tenha se realizado real e efetivamente.

[...] De repente, fui arrebatado em espírito e arrastado diante do tribunal do Juiz. A luz ambiente era tão deslumbrante que, prostrado em terra, não ousava levantar os olhos. Interrogado sobre minha condição, respondi. ‘sou cristão’; mas, o que presidia disse: ‘Mentes, és cicerioniano e não cristão; onde esta teu tesouro, aí esta teu coração’(Mt 6,2) [...] (JERÔNIMO, 1993: Epístola 25)

Jerônimo seria açoitado e, novamente diante do Juiz, arrepender-se-ia de seu apego aos livros e autores profanos.

[...] Quanto a mim, vendo-me em situação tão crítica, estava disposto a prometer ainda mais. Por isso comecei a jurar em nome de Deus: ‘Senhor, dizia eu, se algum dia possuir obras profanas ou as ler, é como se te negasse’ Ao fazer este juramento, fui posto em liberdade e voltei a terra [...] possa eu jamais sofrer semelhante interrogatório! Ao despertar estava com os ombros machucados, e sentia a dor das feridas. Desde então, li os livros divinos com mais afinco do que lera outrora as obras dos mortais. (JERÔNIMO, 1993: Epístola 25)

A educação e a cultura laica na Idade Média La educación y la cultura laica en la Edad Media The educacion and secular culture in the Middle Ages Jun-Dez 2006/ISSN 1676-

Pois tal como os egípcios não só possuíam ídolos e grandes cargas que o povo de Israel não podia senão detestar e evitar, também possuíam vasilhas e adornos de ouro e prata e vestimentas que o povo que saia do Egito reivindicou como destinados ao melhor uso, não levados pela sua própria decisão, senão por mandato divino, assim as doutrinas dos gentios não só contém criações inventadas e perniciosas e alforjas carregadas de esforço inútil, coisas todas que nós que saímos da sociedade dos gentios, sob a guia de Cristo, devemos não aceitar e evitar, senão também matérias dignas de aprendizagem adequadas para acender as verdades da fé e certas normas morais muito úteis e também que se encontram certas verdades sobre o culto de Deus. O cristão deve tomá-las com o justo fim de predicar o evangelho (AGOSTINHO DE HIPONA, 1969: 408).

Para predicar a verdade contida na literatura cristã, sobretudo a bíblica, poder- se-ia usar as doutrinas dos pagãos, sendo tal postura apenas permissível, caso preparassem para o entendimento daquela. Assistiríamos assim uma reorientação do saber antigo, greco-romano, para adequá-lo as verdades da fé cristã. Utilizar-se-iam obras clássicas desde que cristianizadas, desprovidas de seu sentido primitivo, original em sua essência, passando então a justificar as idéias cristãs, ou para servi-las de instrumento para seu bom entendimento e propagação – por exemplo por meio do trivium e do quadrivium – ajudando em sua escrita, seu bem falar e seu entendimento.

As obras clássicas fragmentadas e assim desprovidas de seu conteúdo e sentido mais amplo, rechaçadas pelo seu valor literário, estabelecedor de sua cultura, de suas tradições e crenças, virão a assistir o seu uso a partir de então para o conhecimento da língua latina, da história romana ou da geografia, das artes liberais ou mesmo de muitas de suas idéias, mas desde que ganhassem um sentido colaborador com o cristianismo.

São Jerônimo, que havia sido repreendido e castigado por Deus pelo uso dos autores pagãos, como vimos, e recomendava veementemente a seus leitores que também não os lessem, em outra ocasião professara abertamente sua consulta, chegando mesmo a justificar a sua utilização.

A respeito do que me perguntas no final da carta, porque em minhas obras ponho às vezes, exemplos da literatura profana e mancho a candura da Igreja com as imundícias dos gentis, aqui tens minha resposta em poucos palavras: nunca haverias perguntado isto se a ti mesmo não o dominara Túlio totalmente, se leras as Escrituras Santas e, deixando de lado a Volcacio, consultaras com assiduidade os intérpretes das mesmas.

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Porque quem não sabe que nos rolos de Moisés e dos profetas há coisas tomadas dos livros dos gentis, e que Salomão colocou algumas questões aos filósofos de Tiro e lhe respondeu a outras. Daí que, no exórdio dos Provérbios, nos admoesta ele mesmo a que entendamos os decursos ou discursos??? da prudência e os artifícios das palavras, a parábola e a linguagem obscura, os ditos dos sábios e seus enigmas, coisas que pertencem propriamente aos dialéticos e aos filósofos. O mesmo apóstolo Paulo, em carta a Tito, se aproveitou do verso do poeta Epiménides [...]. (JERÔNIMO, 1993: Epístola 70)

Esta nova visão e prática da “cultura” inaugurada pelo cristianismo primitivo não se restringiram ao Oriente. Constituindo-se parte formadora e caracterizadora do ideal religioso cristão nascente, a atitude diante do despojar ou reorientar a cultura profana em função do conhecimento do sagrado cristão disseminou-se por praticamente todas as manifestações da religião e religiosidade cristã ocidental, a que acrescentamos aqui a Gália e a Hispânia. Quanto a esta região temos que sublimar a eminente figura de Isidoro de Sevilha.

O grande número da produção literária de Isidoro de Sevilha e, sobretudo, a multiplicidade de temas e questões que tratara, pois não apenas se restringira à teologia ou às demais questões relacionadas à Igreja e à fé cristã, mas buscara entender e dar a entender temas ligados à filosofia, literatura, história, cosmografia, medicina, física, ciências naturais, poesia, entre outros, nos indicariam que sua formação e trabalho intelectual compreendiam uma substancial bagagem literária clássica. A atitude do bispo de Sevilha em relação ao saber clássico seguirá assim aquela tendência já observada nos Padres anteriores, ora rechaçando-o categoricamente, ora aproveitando-o quando a autoridade daqueles convinham à fé cristã.

Escolas filosóficas clássicas, como o estoicismo e o neoplatonismo, por suas naturezas mesmas, seriam as mais absorvidas pela teologia cristã. Isidoro, todavia, e talvez como um traço singular frente a outros padres bem mais “conservadores” da nova ordem, não deixaria em algumas ocasiões de se referir positivamente aos pensadores antigos e fazer uso deles por eles mesmos. (SEBASTÍAN, 1982: 92)

O saber e a cultura promovida por Isidoro de Sevilha no Reino visigodo o colocaria em um preeminente papel, não só de intelectual, mas também de educador e, tanto do clero – regular e secular, quanto dos laicos (DOMINGUEZ DE VAL, 1970: 8). As Etimologias demonstram-nos esta sua

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anteriormente, provê-las, dos “erros”, dos “demônios”, ao cristianizá-la. Feito isto, poder-se-ia realizar um uso seguro, preciso e conveniente com a nova fé e seus alicerces que se inaugurariam. Aqui, o próprio se inseriria com competência e autoridade singulares.

Assim, o cristianismo que inauguraria uma nova época criaria um novo modo de ler as obras daquela anterior, modo este conduzido e arrazoado pela mais eminente mentora destes novos tempos – a Igreja – que se auto impôs a condição de porta-voz desta nova tradição cultural – o cristianismo.

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Fontes e bibliografia

AGUSTÍN DE HIPONA. Obras completas de San Agustín. XV: Escritos bíblicos (1.º): La doctrina cristiana. Comentario al Génesis en réplica a los maniqueos. Comentario literal al Gênesis. Edición bilingüe preparada por Balbino Martín Pérez. Madrid: BAC, 1969. ATÁNASIO Vida de Antonio. Tradução, introdução e notas por A. Ballano. Zamora: Ediciones Monte Casino, 1988. JERÔNIMO. Epistolário. Ed. bilingüe (Latim-Espanhol) introdução e notas por Juan Bautista Valero. Madrid: BAC, 1993. Epistola a Eustoquia. ISIDORO DE SEVILHA. Etymologiarum. Edición bilíngüe (latim-espanhol) de J. º Reta e M. A. M. Casquero, com introdución de Manuel C. Díaz e Díaz. Madrid: BAC, 2004. ISIDORO DE SEVILHA. Regula Monachorum. Edición bilingüe (latim- espanhol) de J. Campos e I. Roca. Santo Padres Españoles .Madrid: BAC, 1971, v. 2, p. 92-125. ISIDORO DE SEVILHA_. El libro 2º e 3º de las Sentencias_. Introdução e tradução D. Juan Oteo Uruñela. Sevilla: Apostolado Mariano, 1991. Vulgata. Edición de A. Colunga e L. Turrado. Madrid BAC, 1985. COLOMBÁS, Gárcía. O Monacato Primitivo .Madrid: BAC, 1974. 2v. COLOMBÁS, Gárcia. La Tradición Benedictina. T. I Las Raíces. Zamora: Ediciones Monte Casino, 1989. DOMINGUEZ DEL VAL, Urcisino. Características de la Patrística Hispna en el siglo VII. In: La Patrologia Toledano Visigoda. XXVIII Semana Española de Teologia. Toledo 25 -29 de septiembre, 1967. Madrid: CSIC, 1970. QUILES, I. San Isidoro de Sevilla. Biografia, escritos, doctrina. Col. Austral, 527.Madrid: Espasa-Calpe, 1965. MERINO, Carmen Codoñer. El mundo cultural de Isidoro de Sevilha In: Isidoro Doctor Hispaniae. Sevilla, León, Cartagena: Ministerio de educación e deporte, Universidade de Sevilla, 2002. SEBASTIAN, F.- Javier Lonzano. San Isidoro y la filosofia clasica. León: Isodoriana, 1982.