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Guias e Dicas
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Recomendações para Prevenção e Tratamento de Ruptura Prematura de Membranas (RPM), Notas de estudo de Diagnóstico

Recomendações baseadas em evidências científicas consistentes e de boa qualidade para avaliar, diagnosticar e tratar rpm em diferentes etapas de gestação. Ele aborda a importância da história da paciente, exames específicos e tratamentos como corticóides, antibióticos e tocolisis. Além disso, o documento define o que é rpm, seus sintomas e diagnósticos, e fornece informações sobre a importância de avaliar a idade gestacional e sinais de infecção.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Garrincha
Garrincha 🇧🇷

4.1

(47)

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Hospital Sofia Feldman
Guia de Práticas Clínicas
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RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS
1a Edição: julho/2003
2a Edição: julho/2005
3a Edição: setembro/2008
Data prevista para a próxima revisão: setembro/2010
SUMÁRIO DE RECOMENDAÇÕES
Recomendações baseadas em evidências científicas consistentes e de
boa qualidade (Categoria A):
A combinação da história da paciente, teste de nitrazina e cristalização
devem ser utilizados para avaliar a paciente com RPM. Dois achados
positivos dois tem uma acurácia de 93%.
A avaliação e tratamento de vaginose bacteriana não são efetivos para a
prevenção da RPMPT.
As evidências atuais não apóiam o uso de um PBF < 7 como preditor de
infecção intra-amniótica.
As evidências atuais não apóiam o uso de doppler da artéria umbilical para
determinar infecção intra-amniótica.
O uso de antibióticos prolonga o período de latência e melhora os
resultados perinatais em pacientes com RPM sob manejo conservador até
34 semanas de gestação. A eritromicina parece ser o antibiótico de
escolha.
Corticóides antenatais devem ser administrados para gestantes com RPM
antes de 34 semanas de gestação para reduzir síndrome de angústia
respiratória, hemorragia intraventricular, enterocolite necrotizante e morte
neonatal.
Pacientes com RPM 34 semanas terão menos corioamnionite e infecção
neonatal e menor permanência hospitalar com a indução imediata do parto
O manejo domiciliar de RPMPT pode ser oferecido para aquelas pacientes
que possuírem critérios para tal.
O exame cervical digital não deve ser realizado em pacientes com RPM
que não estiverem em trabalho de parto e nas quais a indução não for
planejada de imediato.
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Hospital Sofia Feldman

Guia de Práticas Clínicas 1

RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS

1 a^ Edição: julho/ 2 a^ Edição: julho/ 3 a^ Edição: setembro/ Data prevista para a próxima revisão: setembro/20 10

SUMÁRIO DE RECOMENDAÇÕES

Recomendações baseadas em evidências científicas consistentes e de

boa qualidade (Categoria A):

 A combinação da história da paciente, teste de nitrazina e cristalização devem ser utilizados para avaliar a paciente com RPM. Dois achados positivos dois tem uma acurácia de 93%.  A avaliação e tratamento de vaginose bacteriana não são efetivos para a prevenção da RPMPT.  As evidências atuais não apóiam o uso de um PBF < 7 como preditor de infecção intra-amniótica.  As evidências atuais não apóiam o uso de doppler da artéria umbilical para determinar infecção intra-amniótica.  O uso de antibióticos prolonga o período de latência e melhora os resultados perinatais em pacientes com RPM sob manejo conservador até 34 semanas de gestação. A eritromicina parece ser o antibiótico de escolha.  Corticóides antenatais devem ser administrados para gestantes com RPM antes de 3 4 semanas de gestação para reduzir síndrome de angústia respiratória, hemorragia intraventricular, enterocolite necrotizante e morte neonatal.  Pacientes com RPM ≥ 34 semanas terão menos corioamnionite e infecção neonatal e menor permanência hospitalar com a indução imediata do parto  O manejo domiciliar de RPMPT pode ser oferecido para aquelas pacientes que possuírem critérios para tal.  O exame cervical digital não deve ser realizado em pacientes com RPM que não estiverem em trabalho de parto e nas quais a indução não for planejada de imediato.

2 Ruptura prematura de Membranas  Pacientes com RPM antes de 32 semanas de gestação devem ser manejadas de maneira conservadora se não existirem contra-indicações maternas e fetais.

Recomendações baseadas em evidências limitadas ou inconsistentes

(Categoria B)

 A tocólise de manutenção ou reinibição do trabalho de parto prematuro não é recomendada para pacientes com RPMPT maior que 28 semanas ou com marcadores precoces de infecção intra-amniótica.  É razoável deixar uma cerclagem no local até que a paciente tenha recebido antibióticos e obtido benefício da terapia com corticóide.  O US pode ser utilizado para avaliar o risco fetal de hipoplasia pulmonar letal.

Recomendações baseadas principalmente em consenso e opiniões de

especialistas (Categoria C)

 O tabagismo e sangramento vaginal estão associados com risco aumentado de RPM  Os corticóides podem ser utilizados para pacientes entre 32 e 34 semanas se a maturidade pulmonar fetal não puder ser avaliada.  A tocólise pode ser utilizada em pacientes com RPMPT para permitir a administração de corticóides e antibióticos.  O intervalo da cardiotocografia basal para o manejo conservador da RPMPT pode ser diária ou até duas vezes por semana dependendo da preferência do assistente e nível de conforto.  O PBF diário é recomendado para pacientes com ILA menor que 5 cm em pacientes sob manejo conservador.  O PBF é recomendado duas vezes por semana para pacientes com ILA > 5 cm em pacientes sob manejo conservador.  Pacientes com RPMPT complicada com pré-eclâmpsia podem estar em risco aumentado para descolamento prematuro de placenta.  Em pacientes com RPM entre 32 e 34 semanas a conduta conservadora pode ser adotada dependendo das condições de assistência neonatal DEFINIÇÃO

4 Ruptura prematura de Membranas dentro da cavidade amniótica guiado por ultra-som e observação de tingimento de um forro ou tampão vaginal confirma o diagnóstico.  Deve ser feito o diagnóstico diferencial com emissão involuntária de urina ou outras eliminações vaginais como leucorréias, muco, etc.  A ultra-sonografia é método auxiliar importante, não definitivo. À redução do volume do líquido amniótico, soma-se avaliação da idade gestacional, parâmetro básico na tomada de conduta. AVALIAR  Temperatura axilar e pulso materno  Dinâmica uterina  Altura uterina  Estado fetal (ausculta com Pinard, Sonar, etc.)  Exame especular: A inspeção visual pode ser utilizada para avaliar o colo.  Evitar a realização de toque vaginal, exceto nas gestações a termo, em pacientes com parto iminente ou quando se planeja a indução imediata.  Se houver sangramento vaginal avaliar possibilidade de placenta prévia e/ou descolamento de placenta. EXAMES LABORATORIAIS  Hemograma completo  Urina rotina, gram de urina, urocultura  Pesquisa para estreptococo do grupo B em swab anal e vaginal quando houver disponibilidade para tal.  Ultrassonografia TRATAMENTO/CONDUTA

Hospital Sofia Feldman Guia de Práticas Clínicas 5 Aconselhamento sobre Morbidade/Mortalidade Relacionadas à Idade Gestacional  Toda mulher com diagnóstico de RPM e sua família devem receber aconselhamento sobre a morbidade e mortalidade associadas à idade gestacional e sobre a eficácia limitada do tratamento. A conduta em relação à RPM dependerá da idade gestacional em que a mesma ocorrer. Entre 22 e 24 semanas: individualização da conduta Nesta faixa de idade gestacional o prognóstico perinatal é bastante ruim além dos riscos maternos associados tais como corioamnionite, sepsis e até óbito. Diante disso pode-se oferecer à mulher e sua família a opção de interrupção da gestação. Caso a mulher opte por uma conduta expectante, tal fato deverá ser registrado no prontuário, realizar internação no momento do diagnóstico, com hiperhidratação por 48-72 horas e reavaliação do ILA. A partir de então rediscutir periodicamente e o acompanhamento poderá ser realizado a nível ambulatorial, se não houver evidências de infecção ou sangramento vaginal, conforme a seguir:  Avaliação de sinais de infecção e de começo do trabalho de parto: o Febre o Hemograma duas vezes por semana o Presença de contrações uterinas  Avaliação do estado fetal o Biometria fetal a cada 15 dias o Percepção de movimentos fetais pela mãe o Ausculta de batimentos cardio-fetais duas vezes por semana

Hospital Sofia Feldman Guia de Práticas Clínicas 7 o Evitar toques vaginais, exceto diante da presença de contrações uterinas fortes ou quando se planeja a indução imediata do parto. o Realizar exame especular quando necessário para avaliar as condições cervicais e eliminação de líquido amniótico.  Hemograma duas vezes por semana.  Avaliação do estado fetal: o Ausculta de batimentos cardio-fetais duas a três vezes ao dia. o Contagem de movimentos fetais pela mãe duas vezes ao dia (após almoço e jantar). o Cardiotocografia basal diária ou no mínimo duas vezes por semana. o Perfil biofísico fetal diário para pacientes com ILA < 5 cm e duas vezes por semana para pacientes com ILA > 5 cm.  Hidratação oral (3 a 4 L/dia).  Antibioticoterapia: o Eritromicina 250 mg VO de 6 em 6 horas por 10 dias ou até o parto  Corticoterapia: o Betametasona 12 mg IM de 24 em 24 h ou de 12 em 12 h (dose acelerada) X 2 doses OU o Dexametasona 6 mg IM de 12 em 12 h X 4 doses o Indicações:  IG ≥ 24 e ≤ 34 semanas.

8 Ruptura prematura de Membranas o Contra-indicações:  Evidências de infecção e/ou parto iminente.  A tocólise curta pode ser considerada diante de trabalho de parto até o efeito máximo do corticóide. Além de 34 semanas Para as mulheres que apresentam RPM com gravidez de idade gestacional maior ou igual a 34 semanas independentemente da paridade e amadurecimento cervical:  Interrupção imediata da gestação mediante a indução do trabalho de parto.  Em relação ao método de indução, a escolha dependerá do estado de amadurecimento cervical. Se houver condições cervicais favoráveis utilizar ocitocina. No caso de colo desfavorável utilizar método de amadurecimento cervical. Critérios para interupção da gestação  Gestação até 23 e além de 34 semanas.  Trabalho de parto espontâneo.  Sinais de comprometimento fetal.  Sinais de infecção: o hipertermia ≥ 37,8^0 C e pelo menos dois dos seguintes sinais: útero doloroso, odor vaginal desagradável, leucocitose > 15. células/ml, taquicardia materna > 100 bpm, taquicardia fetal > 160 bpm). Via e condições de assistência ao parto

10 Ruptura prematura de Membranas  Nas pacientes que não estiverem em uso de antibióticos no momento da interrupção, realizar profilaxia para sepsis neonatal pelo estreptococo do grupo B conforme já detalhado na seção de trabalho de parto prematuro.

Hospital Sofia Feldman Guia de Práticas Clínicas 11 A L G O R I T M O P A R A O M A N E J O D A R U P T U R A P R E M A T U R A D E M E M B R A N A S DIAGNÓSTICO História e LA visível pelo orifício cervical ou na vagina, teste de nitrazina, teste de cristalização AVALIAÇÃO 1 – US para IG, avaliação de crescimento, posição e ILA 2 – Hemograma, urina rotina, gram de urina, urocultura 3 – Monitoração do estado fetal e trabalho de parto Corioamnionite clínica, descolamento de placenta, morte fetal, trabalho de parto avançado SIM PARTO Profilaxia para EGB Antibióticos de amplo espectro se corioamnionite NÃO e < 34 s. < 24 s. 24 – 33:6 s. NÃO e ≥ 34 s. Discutir com paciente e familiares Manejo ambulatorial (ver texto) Indução do parto, esvaziamento e curetagem Manejo conservador 1 – Repouso relativo 2 – Corticóides 3 – Antibióticos 4 – Tocólise de curta duração se necessária 5 – Avaliação seriada para amnionite, trabalho de parto, DPP, bem-estar e crescimento fetal Parto se amnionite ou comprometimento fetal ou 34 semanas. 1 – CTG estimulada c/ ocitocina se preocupação c/ estado fetal. 2 – Indução ou cesariana (ver texto) 3 – Profilaxia para EGB se não estiver em uso de atb. 4 – Antibióticos de amplo espectro se suspeita de amnionite.