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Neste artigo, apresenta-se o que é caloria, ... caloria, rótulos, alimentos industrializados ... definição da caloria é 4,184 J.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 21, MAIO 2005
A seção “Química e sociedade” apresenta artigos que focalizam diferentes inter-relações entre Ciência e sociedade, procurando analisar o potencial e as limitações da Ciência na tentativa de compreender e solucionar problemas sociais. Neste número a seção apresenta dois artigos.
Recebido em 11/6/03, aceito em 16/2/
Os rótulos e a unidade caloria
oje, há uma convicção de que a Ciência que ensinamos deve servir para que nossas alunas e alunos se transformem em mulheres e homens capazes de exercerem uma cidadania cada vez mais crítica. Sabemos que uma das possibilidades para isto é fazermos um ensino cada vez menos asséptico, ou muito mais enchar- cado na realidade (Chassot, 2001). Há assuntos que usual- mente se transves- tem como científicos para ganhar legitimi- dade. Isto ocorre em situações tão triviais como aquela na qual um jornal, ao noticiar o resultado final do concurso de Miss Brasil 2003, dizia que “as me- didas das candidatas foram tiradas cientificamente por um médico” (Fo- lha de S. Paulo, 2003). Há situações em que a imagem da Ciência é trazida para validar como científicas certas ações. Podemos
Attico Chassot, Luciana Dornelles Venquiaruto e Rogério Marcos Dallago
O texto busca facilitar a leitura e a compreensão de rótulos em relação à unidade caloria, instigando o consumidor a uma análise crítica do que é oferecido para o consumo. Assim, procura-se estudar e investigar a questão calórica dos alimentos, uma vez que os rótulos de inúmeros produtos alimentícios são confusos quanto à unidade caloria, apresentando, às vezes, dados contraditórios. Neste artigo, apresenta-se o que é caloria, incluindo considerações referentes a termos, que, freqüentemente, são empregados erroneamente por grande parte da industria alimentícia.
caloria, rótulos, alimentos industrializados
exemplificar aqui com as propagan- das de sabões, onde moléculas inteli- gentes, personificando o Bem, inva- dem as profundezas labirínticas de um tecido para capturar a sujeira, representando o Mal. Nessa eterna e dicotômica luta, evi- dentemente vence sempre o Bem. Bar- thes (2001), ao expli- car como se cons- troem os mitos, usa o exemplo dos sapo- náceos e dos deter- gentes (ibidem p. 29), quando se san- tificou o Omo ®^ em seu duelo - sempre vencedor - contra a sujeira, ou de como esta deve ser retirada da profundi- dade, até porque o sabão maravilho- so é aquele que arranca a sujeira de seus esconderijos mais secretos (ibi- dem, p. 58). Há outras situações, e é uma des- tas que este texto quer ilustrar, em que a Ciência é invocada de maneira equi- vocada, sem que necessariamente
haja má-fé. A situação da rotulagem nutricional, em relação à unidade ca- loria, parece ser um bom exemplo para mostrar a maneira enganosa de como se dá viés científico. Os consu- midores são informados erroneamen- te, mesmo que tabelas, percentuais e fórmulas químicas esotéricas tra- gam uma aparente confiabilidade à informação.
Rotulagem nutricional é toda des- crição destinada a informar ao con- sumidor as propriedades nutricionais de um alimento (produto). Em 21 de março de 2001, foi ho- mologada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a Reso- lução RDC n. 40, destinada à Regula- mentação sobre Rotulagem Nutricio- nal Obrigatória de Alimentos e Bebi- das Enlatadas. A referida resolução tem como principal objetivo padronizar a decla- ração nutricional dos alimentos, ofe- recendo assim ao consumidor possi- bilidades de escolha a partir dessas informações, as quais devem ser legí- veis e de fácil interpretação. Nesse sentido, a ANVISA recomenda que os valores calóricos dos alimentos sejam
A Ciência é muitas vezes invocada de maneira equivocada nas propagandas, e os consumidores recebem informações erradas, mesmo que tabelas, percentuais e fórmulas químicas esotéricas tragam uma aparente confiabilidade à informação
expressos nos rótulos em quilocalo- rias 1 - kcal (mesmo esta não sendo uma unidade do SI, que é o sistema legal de nosso país), bem como que sejam declarados em percentuais (%) de valores diários. Recomenda-se, er- roneamente, empregar para essa finalidade uma dieta base de 2500 ca- lorias, quando deveria constar a re- comendação de 2500 kcal (Resolu- ção RDC n. 40, Anexo, itens 4.1 e 4.2, p. 5). No entanto, o que se observa são rótulos confusos, com diferentes pa- drões unitários (kcal, cal e Cal). Muitos desses rótulos contêm informações contraditórias em relação à literatura, referentes ao termo “caloria”. Essas contradições parecem induzidas pela própria resolução da ANVISA, na qual se constatam equívocos 2. Este texto pretende e quer propor- cionar informações consideradas relevantes, permitindo a correta inter- pretação dos rótulos, no que se refere à caloria, uma vez que nestes a ex- pressão usualmente traz informações contraditórias, como veremos a se- guir.
Para os químicos, como também para os biólogos, físicos e nutricio- nistas, caloria é a unidade ainda utili- zada para medida da energia. A caloria ( cal ) foi originalmente definida como a quantidade de ener- gia (transferida ao aquecer) necessá- ria para elevar a temperatura de um grama (1,0 g) de água líquida pura em um grau Celsius (1,0 °C), mais precisamente de 14,5 °C para 15,5 °C (Russel, 1994; Kotz e Treichel Jr., 2002), deixando implícito que o calor específico da água era exatamente 1 cal/(°C g). Termoquimicamente, a definição da caloria é 4,184 J. Quando queimamos um combus- tível (carvão, gasolina, gás de cozi- nha...) há, além de formação de gás carbônico e de vapor de água, libera- ção de energia, sendo sua quantida- de expressa em calorias ou, usual- mente, em kcal (1000 calorias). Assim como os combustíveis, os alimentos que consumimos liberam energia durante sua queima (oxidação) no organismo (metabolismo), cuja quan-
tidade é expressa em calorias. Nesse sentido, podemos nos referir à caloria como sendo a energia que um ali- mento (sólido ou líquido) possui acu- mulada, a qual é liberada durante a sua queima no organismo. Como a quantidade de energia envolvida no metabolismo dos gêne- ros alimentícios é muito alta, a quilo- caloria (kcal), equivalente a 1000 cal, comumente é utilizada para expressar os valores calóricos dos alimentos, que também podem ser expressos em Calorias ( Cal ) (Kotz e Treichel Jr., 2002). É importante ressaltar que esse termo Caloria, quando referido nos rótulos, é a chamada “Caloria die- tética - Cal ”, com C maiúsculo, uma unidade equivalente à quilocaloria ( kcal ) (Kotz e Treichel Jr., 2002 e Mahan e Arlin, 1995). De acordo com a literatura, (Mahan e Arlin, 1995), uma conven- ção popular permite a designação de “Caloria”, com a letra C maiúscula, para representar a quilocaloria. Portanto: 1 kcal = 1000 cal = 1 Cal No entanto, assim como a caloria, esta unidade (Cal) não é reconhecida pelo Sistema Internacional de Uni- dades (SI). Por ser uma convenção popular, esperar-se-ia que o termo “ Cal ” fosse amplamente conhecido. No entanto, o que observamos é que essa unida- de - terminologia - (Cal) é praticamen- te desconhecida e/ou interpretada de forma incorreta, até mesmo pelos es- pecialistas da área de nutrição, fazen- do com que grande parte da popula- ção interprete Caloria como sendo ca- loria , ou vice-versa, o que sabemos que é incorreto, porque 1 Cal equiva-
le, por uma tradição de uso inadequa- do, a 1000 cal. Isto explica por que, ao lermos os rótulos dos produtos, verificamos que a maioria se refere aos valores nutri- cionais dos alimentos em quilocaloria (kcal), como recomenda a ANVISA; porém, erroneamente, no mesmo ró- tulo expressa que esses valores estão referidos a uma dieta diária de 2500 calorias (cal), como erroneamente recomenda a ANVISA. Assim, em um mesmo rótulo, encontramos dados contraditórios (Figura 1). Desta maneira, temos: um cereal apresenta expresso em seu rótulo um valor calórico por porção (40 g) equi- valente a 140 kcal, o qual é referido a uma dieta de 2500 calorias. Isto seria impossível, pois, se 40 gramas desse produto equivalem a 140 kcal, ou seja, 140 000 calorias, como seria possível que a dieta diária fosse de 2500 cal? Neste caso, ao consumirmos uma porção do cereal, estaríamos consu- mindo mais alimento que o necessá- rio para o mantimento do organismo por um dia; mais precisamente, o sufi- ciente para 56 dias (140 000 cal / 2500 cal/dia = 56 dias). Informações desse tipo são roti- neiramente divulgadas, sem o menor
Figura 1: Valor calórico em kcal vs. dieta- base em calorias.
Figura 2: Valor calórico da dieta-base expresso em kcal e calorias. Produtos idênticos, produzidos pela mesma empresa.
Abstract: Checking Over Labels: Understanding the Unit Calorie – The text aims at facilitating the reading and understanding of labels with regard to the unit calorie, prompting the consumer to a critical analysis of what is offered for consumption. Thus, the study and investigation of the caloric question related to foods is pursued, since the labels of many eating products are confused regarding the unit calorie, sometimes presenting contradictory data. In this paper, the unit calorie is presented, including considerations on terms that frequently are erroneously used by a large part of the food industry. Keywords: calorie, labels, processed food
BARTHES, R. Mitologias. Trad. R. Buongermino e P. Souza. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. CHASSOT, A. Alfabetização científica. 2ª ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2001. Folha de S. Paulo , 3/5/03, p. 5. KOTZ, J.C. e TREICHEL Jr., P. Química e reações químicas. 4ª ed. Trad. J.A.P. Bonapace e O.E. Barcia. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2002. LOPES, A.R.C. Conhecimento esco-
lar: Ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1999. MAHAN, L.K. e ARLIN, M.T. Alimentos, nutrição e dietoterapia. Trad. A.M. Peroco et al. São Paulo: Editora Roca, 1995. RUSSEL, J.B. Química Geral. Trad. M. Guekezian et al. São Paulo: Makron Books, 1994. v. 1
OLIVEIRA, R.J. e SANTOS, J.M. A ener- gia e a Química. Química Nova na Escola ,
n. 8, p. 19-22, 1998. Na Internet: http://www.anvisa.gov.br/rotulo http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/ 40_01rdc.htm http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/ 39_01rdc.htm http://www.chemkeys.com/bra/ag/ uec_7/sidu_4/ued_2/ued_2.htm http://www.chemkeys.com/bra/ag/ uec_7/sidu_4/prefix_5/prefix_5.htm
A atmosfera terrestre oferece ao leitor uma visão ampla e integrada da importância da atmosfera para a vida e o planeta Terra. O livro, escrito por Mario Tolentino (falecido em maio de 2004) e Romeu C. Rocha-Filho e Roberto Ribeiro da Silva, atuantes de longa data na área do ensino de Química, nos apresenta a atmosfera de um ponto de vista multidisciplinar, suscitando a oportu- nidade de que sejam tecidas relações (supradisciplinares) e, assim, se constitua uma rede de conhecimen- tos sobre o tema. O livro é composto por oito capí- tulos, iniciando pela apresentação da origem, estrutura e composição da atmosfera terrestre e comparando-a com a de outros planetas. O conheci- mento sobre a composição é apro- fundado, sendo abordados nos dois próximos capítulos os gases raros, na perspectiva de sua descoberta e do desenvolvimento da Ciência, e o gás carbônico, desde as fontes, passan- do pelos consumidores, até seu efeito no ambiente pela interação com a água das chuvas. São apresentados também outros componentes presen- tes na atmosfera, originados por ações antrópicas e não antrópicas (compostos de enxofre e de nitrogê- nio, hidrocarbonetos, óxidos de car- bono e ozônio), e discutidas altera- ções ambientais. São, por fim, trata-
dos os usos que o homem foi dando aos gases atmosféricos. Conhecer a composição, suas alterações e o uso da atmosfera nos possibilita tecer al- guns nós nessa rede de conhecimen- tos, mas ainda não é suficiente. Os autores nos permitem outras rela- ções, apresentando a atmosfera sob a óptica das massas de ar frias, quen- tes, secas e úmidas, cujos movimen- tos e encontros são responsáveis pelo clima e por fenômenos meteo- rológicos. Para completar esse qua- dro, são discutidas as propriedades de compressibilidade e a resistência ao avanço de corpos que se deslocam na atmosfera, con- feridas ao ar por seu compor- tamento como um fluido. São abordados conhecimentos sobre a geração e propagação do som, bem como sobre as forças que possibilitam o vôo natural, dos pássaros, e artifi- cial, das máquinas voadoras inventadas pelo homem. Ao longo do texto, são discutidas propostas de soluções e algu- mas alternativas para os pro- blemas ambientais apresen- tados. Os conceitos são aborda- dos de forma não aprofundada, em linguagem de fácil compre- ensão, o que permite sua utili- zação no Ensino Médio. Não se pode deixar de mencionar que o livro não traz
uma bibliografia geral para atender aqueles leitores que queiram saber mais. Também não apresenta ao lon- go dos capítulos referências bibliográ- ficas, que poderiam direcionar o leitor que tivesse interesse em se apro- fundar em alguns dos temas tratados. (Maria Eunice R. Marcondes - IQ/USP)
A atmosfera terrestre. Mario Tolen- tino, Romeu C. Rocha-Filho e Roberto Ribeiro da Silva. São Paulo: Editora Moderna, 2004. 160 p. ISBN 85-16- 04140-9.