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Riscos ambientais, proteção e conservação ECOLOGIA E ANALISES AMBIENTAIS
Tipologia: Esquemas
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Não perca as partes importantes!
Riscos ambientais, proteção
e conservação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a necessidade do desenvolvimento sustentável para evitar o colapso ambiental. Identificar as estratégias para garantir a proteção e a conservação ambiental. Determinar como o analista ambiental pode auxiliar na conservação e na proteção do meio-ambiente.
Introdução
Ao longo das últimas décadas, o ser humano tem explorado os recursos naturais de forma desenfreada, visando o crescimento e desenvolvimento econômico sem se preocupar com as gerações futuras. Essa relação desar- mônica e insustentável com o meio ambiente vem ficando cada dia mais perceptível pelos diferentes impactos ambientais que se revelam cotidiana- mente, provocando destruição dos ecossistemas e redução da biodiversidade. Neste capítulo, você vai ampliar seus conhecimentos sobre os impac- tos ambientais que trazem riscos à perda de biodiversidade e à saúde humana. Além disso, vai compreender como o desenvolvimento susten- tável é um importante aliado para evitar os riscos ambientais.
1 Impactos ambientais e desenvolvimento sustentável
A ecologia é o ramo da biologia que estuda as diferentes relações dos seres vivos entre si e com o ambiente que habitam (BEGON; TOWSEND; HAR- PER, 2007). O ser humano está incluído nos estudos ecológicos, em especial por sua capacidade de interferir positiva ou negativamente nos ecossistemas.
I — a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II — as atividades sociais e econômicas; III — a biota; IV — as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V — a qualidade dos recursos ambientais.
As ações humanas estão diretamente relacionadas a diferentes catástrofes ambientais que influenciam na perda de diversidade e muitas vezes também de vidas humanas. É o caso, por exemplo, do desastre ambiental que ocorreu em 2019 na cidade de Brumadinho (MG). O rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, fez com que um mar de lama destruísse parte da companhia mineradora e casas de região (Figura 2). Essa foi a segunda vez que uma mineradora se viu envolvida em um grave desastre ambiental no país; não muito antes, em 2015, ocorreu o maior desastre am- biental da história do Brasil na cidade de Mariana (MG), pelo rompimento da Barragem do Fundão, controlada pela Samarco Mineração.
Figura 2. Desastre ambiental em Brumadinho (MG), provocado pelo rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em 2019. Fonte: Christyam de Lima/Shutterstock.com.
Em 2019, outro grande desastre ambiental também desolou o país: o va- zamento de óleo no litoral da região Nordeste do Brasil (Figura 3). A origem do acidente segue desconhecida e afetou cerca de 1.004 localidades, além de ter trazidos altos riscos à saúde da população local e dos voluntários que recolhiam o material, muitas vezes sem o equipamento adequado.
Figura 3. Menino auxilia na remoção de óleo na praia de Cabo de Santo Agostinho (PE), após o vazamento de óleo em 2019 que afetou boa parte da costa brasileira. Fonte: Menino... (2019, documento on-line).
A ecologia é uma ciência ainda em construção (CAIN; BOWMAN; HA- CKER, 2011). Por isso, é importante que conceitos ecológicos sejam abordados desde a educação infantil. Além do mais, é fundamental que ações ambientais sejam baseadas princípios ecológicos (BEGON; TOWSEND; HARPER, 2007). Para evitar os impactos ambientais, é necessário adotar uma mentalidade que promova uma aliança harmoniosa entre o crescimento econômico e a preserva- ção do meio ambiente. Nesse contexto, surge o conceito de desenvolvimento sustentável. A organização World Wide Fund for Nature (WWF, [2020?], documento on-line ) afirma que:
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capaci- dade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
O consumo desenfreado e crescente que tem ocorrido nas últimas décadas se tornou insustentável, pois tem levado ao colapso ambiental e ao esgotamento de recursos fundamentais para a vida humana. As atividades antrópicas afetam os ecossistemas principalmente pela destruição dos habitats das espécies, o que leva a um rápido declínio da biodiversidade em escala global (SADAVA et al ., 2020). Isso impacta diretamente a fauna e a flora que habitam os ecossiste-
Alguns acidentes ambientais atingem uma escala de devastação imensurável. Foi o caso, por exemplo, do navio petroleiro Exxon Valdez. Em março de 1989, esse navio colidiu contra o recife Bligh, na costa do Alasca, provocando o derramamento de cerca de 42 mil m^3 de petróleo bruto no mar. Meses após o derramamento, as manchas de óleo continuavam a se espalhar pelo oceano até chegar a diferentes praias da costa. Esse desastre ambiental afetou gravemente a vida de milhares de seres vivos marinhos e transformou completamente o ecossistema. Segundo dados da revista de divulgação científica Scientific American (PLATT, 2014), foram necessários 25 anos para que lontras que viviam na região se recuperassem do impacto causado pelo acidente (Figura 4). Cientistas ainda acompanham e pesquisam as consequências desse acidente ambiental, que é considerado um dos maiores derramamentos de óleos da história norte-americana.
Figura 4. Pesquisadores estudam uma espécie de lontra (Enhydra lutris kenyoni) que vive na enseada Prince William, no Alasca. Membros da espécie foram vítimas do desastre ambiental provocado pelo derramamento de óleo pelo navio petroleiro Exxon Valdez, em 1989. Fonte: Platt (2014, documento on-line).
2 Conservar para preservar
Preservação e conservação são dois conceitos fundamentais para o trabalho do analista ambiental, especialmente quando voltado à criação de consciência ambiental. Embora esses termos sejam muitas vezes usados como sinônimos, existe uma diferença significativa entre eles (Figura 5). Usamos o termo pre- servar quando o objetivo é manter a natureza intocável, por meio de práticas
que ajudam na manutenção das características intrínsecas de determinado ambiente. Já o conceito de conservar está relacionado ao manejo sustentável de determinado ambiente, ficando permitido o uso sustentável dos recursos naturais. Portanto, é fundamental conservar para preservar, e simples atitudes cotidianas estão relacionadas a essa premissa. Uma delas é a substituição de modelos de lâmpadas menos eficientes, para auxiliar na economia de energia. Além disso, economizar água é uma prática bastante simples e de grande impacto na conservação e preservação dos ecossistemas.
Figura 5. Diferença entre preservação e conservação. Fonte: Ecolmeia (2016, documento on-line).
São necessárias diferentes estratégias para garantir a preservação e a conservação dos ecossistemas. Uma das práticas mais conhecidas é a criação de Unidades de Conservação ( UCs ), que podem ter como objetivo ou o uso sustentável dos recursos naturais disponíveis ou a preservação integral da área protegida. Esses dois tipos de UCs são classificados, respectivamente, como Unidades de Uso Sustentável e Unidades de Proteção Integral. No Brasil, temos
de manejo sustentável de ecossistemas. Para isso, é necessário criar uma população ecologicamente consciente, pois a maioria das pessoas não entende como as atividades antrópicas afetam o meio ambiente, e tampouco percebe o valor a longo prazo da conservação (SADAVA et al ., 2020). Para garantir que essas estratégias sejam criadas e fiscalizadas, é fundamen- tal estimular e financiar estudos científicos que contribuam para a preservação e conservação dos ecossistemas, bem como garantir o funcionamento e cobrar decisões de órgãos públicos de regulação e monitoramento do meio ambiente. Dentre esses órgãos, podemos destacar o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), o Conama, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama, Figura 7) e o Instituto Chico Mendes.
Figura 7. Agentes de fiscalização do Ibama inspecionam local de exploração de madeira na região da Amazônia. Fonte: IBAMA (2018, documento on-line).
Os estudos ambientais desenvolvidos em meio acadêmico por instituições públicas e privadas são de grande auxílio para o analista ambiental e outros profissionais que atuam na preservação dos diferentes biomas brasileiros. Por isso, é muito importante
3 Os desafios do analista ambiental para garantir a proteção do meio ambiente
O analista ambiental atua na linha de frente para proteger os ecossistemas e, portanto, possui um papel fundamental no combate ao colapso ambiental. Esse profissional está relacionado a gestão, proteção, monitoramento e fiscalização dos recursos naturais, além de contribuir para a educação ambiental da sociedade via práticas que divulgam e conscientizam sobre os impactos ambientais. Essas diferentes atuações do analista ambiental estão profundamente relacionadas ao licenciamento ambiental, que é definido pelo MMA como um procedimento no qual órgãos ambientais autorizam e acompanham a implementação e operação de atividades que exploram recursos naturais ou que sejam potencialmente poluidoras. Esse procedimento ocorre em etapas, que consistem na obtenção de três tipos de licença: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). O conjunto desses três documentos é necessário para permitir o início das atividades do empreendimento. O analista ambiental faz parte desses processos, pois atua para atestar a viabilidade da atividade a ser exercida, além de cumprir o papel de monitorar e fiscalizar a implementação de ações posteriores do empreendimento para garantir a conservação e proteção do ambiente. Além disso, juntamente com instituições públicas e privadas, o analista ambiental transmite conhecimento para criar consciência ecológica junto à população por meio de práticas de educação ambiental, como previsto pela Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, que por sua vez orienta o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA). Diferentes técnicas e metodologias ecológicas podem ser usadas para auxiliar o trabalho do analista ambiental, como sensoriamento remoto, sistema de informações geográficas (SIG), técnicas de marcação e recaptura e análises genéticas, moleculares e de bioinformática (CAIN; BOWMAN; HACKER, 2011). O sensoriamento remoto e o SIG são metodologias bastante conectadas, que consistem no uso de equipamentos e tecnologias para estudar o espaço
contar com o apoio dessas instituições, que por meio de editais e chamadas públicas permitem aos profissionais o envio de projetos que serão posteriormente avaliados e podem ou não ser aprovados. São exemplos de órgãos de fomento e instituições que financiam e contribuem para projetos de conservação do meio ambiente: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Instituto Serrapilheira, Instituto Chico Mendes e Fundação Grupo Boticário, dentre muitos outros.
A educação ambiental visa criar consciência ambiental e auxiliar na preservação do meio ambiente. Os dois livros citados a seguir trazem importantes conceitos e debates sobre esse tema: Educação ambiental (SATO; CARVALHO, 2008) e Educação ambiental (RUSCHEINSKY, 2012).
BEGON, M.; TOWSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
BRASIL. Sistema Nacional de Informações Florestais. Unidades de Conservação do Brasil. Bra- sil, [2018]. Disponível em: http://snif.florestal.gov.br/pt-br/dados-complementares/212- -sistema-nacional-de-unidades-de-conservacao-mapas. Acesso em: 18 jun. 2020.
BUCKLEY, N. Thousands of Australian students will march in the school climate strike this Friday: here's how to join them. In: BROADSHEET, 17 set. 2019. Disponível em: https:// www.broadsheet.com.au/national/city-file/article/school-climate-strikes-take-place- -nationwide-friday. Acesso em: 18 jun. 2020.
CAIN, M.; BOWMAN, W.; HACKER, S. Ecologia. Porto Alegre: Artmed, 2011.
ECOLMEIA. Qual a diferença entre preservar e conservar? [S. l.], 2016. Disponível em: https:// ecolmeia.org.br/qual-a-diferenca-entre-preservar-e-conservar/. Acesso em: 18 jun. 2020.
FOCOS de incêndios na Amazônia aumentam 30% em 2019. In: CATRACA Livre, 22 jan. 2020. Disponível em: https://catracalivre.com.br/cidadania/focos-de-incendios- -na-amazonia-aumentam-30-em-2019/. Acesso em: 18 jun. 2020.
IBAMA. Terra Indígena Tenharim do Igarapé Preto, Amazonas. In: FLICKR, 22 maio 2018. Dis- ponível em: https://www.flickr.com/photos/ibamagov/41737918074. Acesso em: 18 jun. 2020.
LEITE, J. R. M.; BELLO FILHO, N. de B. Direito ambiental contemporâneo. Barueri, SP: Manole, 2004.
MENINO coberto de óleo traduz em imagem a tragédia do litoral nordestino. In: UOL, 25 out. 2019. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/ redacao/2019/10/25/menino-coberto-de-oleo-traduz-em-imagem-a-tragedia-do- -litoral-nordestino.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 18 jun. 2020.
PLATT, J. R. 25 years after Exxon Valdez Spill, sea otters recovered in Alaska's Prince William sound. In: SCIENTIFIC American, 5 mar. 2014. Disponível em: https://blogs.scien- tificamerican.com/extinction-countdown/25-years-after-exxon-valdez-spill-sea-otters- -recovered-in-alaskae28099s-prince-william-sound/?utm_source=newsletter&utm_ medium=email&utm_campaign=earth&utm_content=link&utm_term=2020-03- 25_from-archive. Acesso em: 18 jun. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
ROSA, A. H.; FRACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. (org.). Meio ambiente e sustentabilidade. Porto Alegre: Bookman, 2012.
RUSCHEINSKY, A. (org.). Educação ambiental: abordagens múltiplas. 2. ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da Biologia. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. v. 2.
SATO, M.; CARVALHO, I. Educação ambiental: pesquisa e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2008.
WWF. O que é desenvolvimento sustentável? Brasil, [2020?]. Disponível em: https://www. wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel. Acesso em: 18 jun. 2020.
BARRAGEM da Vale se rompe em Brumadinho, MG. G1, 25 jan. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/01/25/bombeiros-e-defesa-civil- -sao-mobilizados-para-chamada-de-rompimento-de-barragem-em-brumadinho-na- -grande-bh.ghtml. Acesso em: 18 jun. 2020.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. O que é licenciamento ambiental? Brasília, DF, [2020?]. Disponível em: http://pnla.mma.gov.br/o-que-e-licenciamento-ambiental. Acesso em: 18 jun. 2020.
CINCO meses após manchas de óleo surgirem no litoral, governo não sabe qual é a origem da poluição. G1, 28 jan. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/ desastre-ambiental-petroleo-praias/noticia/2020/01/28/cinco-meses-apos-manchas- -de-oleo-surgirem-no-litoral-governo-nao-sabe-qual-e-a-origem-da-poluicao.ghtml. Acesso em: 18 jun. 2020.
ELLER, J. Focos de queimadas na Amazônia crescem 30% em 2019. O Globo, 8 jan.
FIELD, B. R.; FIELD, M. K. Introdução à economia do meio ambiente. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.