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Revista do Ancião - IASD 7, Manuais, Projetos, Pesquisas de Teologia

Revista do Ancião da igreja adventista do sétimo dia.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2023
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Compartilhado em 15/06/2023

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3o Trimestre 2023 – R$ 11,30
REUNIÕES BEM
PLANEJADAS
Mulher
Ministério da empatia
Finanças
Orçamento da família
Testemunho
Vocação missionária
46910 – Revista do Ancionato
Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F.C. Q.
24/5/2023 9:55 Custos
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o^3 Trimestre 2023 – R$ 11,

REUNIÕES BEM

PLANEJADAS

Mulher

Ministério da empatia

Finanças

Orçamento da família

Testemunho

Vocação missionária

SUMÁRIO

JUL | AGO | SET

8

Comissão Diretiva da Igreja

Cuidados necessários

2023

24

32

3

4

15

22

12

28

31

35

Saudações à igreja de Roma

Uma igreja diversifi cada

Perguntas e respostas

Posicionamento da igreja

a respeito da criança

Editorial

É possível um reavivamento?

Mulher evangelista

Paixão pela missão

Entrevista

Assistência à igreja em

tempos difíceis

Correio para uma carta de Paulo

Zelo pela fé dos crentes

Atenção especial

O amor de Deus é inclusivo

Recursos

Leituras que edificam

Planejamento necessário

Controle financeiro da família

Escreva para a Revista do Ancionato

Sua participação é imprescindível

17 Esboços de sermões

Faça bom uso desse recurso e alimente sua igreja ampliando cada esboço com comentários e ilustrações

Foto: Cedida pela entrevistada

4 jul l ago l set 2023

É psicóloga clínica com pós-graduação em terapia familiar e faz atendimento a casais e a famílias e atendimentos individuais a adolescentes, jovens, adultos e idosos. Atua na igreja como anciã e líder dos ministérios de Mordomia Cristã e Família. Além disso, Rosemari tem plantado igrejas a partir de pequenos grupos. Foi o caso da igreja de Porto de Itajaí, em Itajaí, SC, em que atua. É casada com Sérgio Renato Sandri. O casal tem dois filhos: Cintia, casada com Fernando; e Gustavo, casado com Karin; e são avós de Martina, que nasceu em março deste ano, filha de Cintia e Fernando. Gentilmente ela nos concedeu esta entrevista que, com certeza, será uma inspiração para o ancionato da igreja.

1. Fale sobre sua formação acadêmica e a influência dela em suas atividades como anciã de igreja. Minha profissão de psicóloga foi um sonho da adolescência que só pude realizar aos 45 anos. Amo muito minha profissão e sou muito dedicada à vida profissional. Como psicóloga clínica, meu dia a dia é no consultório atendendo às pessoas. Por ser muito conhecida em minha cidade, tenho uma agenda bem ocupada. Mesmo assim, sempre consigo conciliar meu tempo com as atividades da igreja, que envolve reu- niões administrativas com os departamentos, traba- lhos voluntários e os cultos. Como psicóloga, consigo me aproximar das pessoas para prestar-lhes acolhi- mento, ouvi-las em suas necessidades e ajudá-las mais diretamente por meio do conhecimento científi- co da psicologia. Vejo a psicologia como um meio para contribuir positivamente no desenvolvimento saudá- vel da igreja. Nesse contexto, prego e falo sobre temas

relacionados à área da saúde mental e emocional pa- ra a igreja ou em reuniões de Pequenos Grupos.

2. Como você concilia sua profissão e assistência à sua família com as atividades da igreja? Essa tarefa não é tão simples. Às vezes tenho que fa- zer escolhas, pois sempre quero dar conta de todas es- sas questões, e existe o fator tempo para cada atuação. Entendo que sou uma líder da igreja. Portando, quer no trabalho, na família ou na igreja, sou a mesma pes- soa, mas com papéis diferentes. Minha família é o maior presente de Deus e, sem ela, creio que eu não seria a pessoa que sou hoje, pois ela sempre me apoia nos pro- jetos em que me envolvo, principalmente nos projetos da igreja. Para mim, família e igreja estão entrelaçadas. Quando recebi o chamado para ser líder de pe- queno grupo, depois diretora de congregação e de- pois anciã, entendi que o chamado era primeiro para eu pastorear e liderar minha família. Isso também

ASSISTÊNCIA À IGREJA

EM TEMPOS DIFÍCEIS

ENTREVISTA

Remari Maesi Sandri

Revista do Ancionato 5

envolve minha vida pessoal. Entendi que minha famí- lia precisava ver em mim uma verdadeira cristã; en- tendi que o primeiro e maior trabalho missionário era com minha família.

3. Que contribuições as mulheres podem oferecer na liderança da igreja como anciãs? As mulheres têm talentos, dons e habilidades. Por isso, independentemente de exercer o ancionato, to- da mulher deve atuar no serviço do Senhor. Com a inclusão das mulheres no ancionato da igreja, elas pas- saram a exercer uma função de maior abrangência, in- fluência e responsabilidade. Nesse contexto, entendo que, sendo nomeada pela igreja, a mulher deve aten- der ao chamado e contribuir com sua influência para o progresso da igreja. Ellen White escreveu: “O Senhor tem uma obra para as mulheres, assim como tem pa- ra os homens. Elas podem ocupar seus lugares em Sua obra nesta crise, e Ele realizará algo por intermédio de- las. Se estiverem imbuídas com o senso do dever e tra- balharem sob a influência do Espírito Santo, terão a exata presença de espírito requerida para este tempo. O Salvador refletirá sobre essas abnegadas mulheres a luz da Sua face, e lhes dará poder que excede o dos homens. Elas podem fazer nas famílias uma obra que os homens não podem fazer, obra que alcança o ínti- mo da vida. Podem se aproximar do coração daqueles a quem os homens não podem alcançar. Seu trabalho é necessário” ( Beneficência Social , 2023, p. 98). 4. Que tipo de capacitação ou treinamento o pastor deveria dar às mulheres que compõem o ancionato de uma igreja? Na minha igreja, o pastor tem nos apoiado gran- demente no exercício de nossas funções. Ele está sempre junto e nos orienta sobre como melhor servir ao Senhor e Sua Igreja. Entre nós, anciãos, não exis- te diferença na capacitação que nos é oferecida. O treinamento é o mesmo. Há consenso entre nós: en- tendemos que existem situações na igreja nas quais não se recomenda a atuação de uma anciã. Por outro lado, também há situações nas quais se recomenda que uma mulher esteja à frente. Para mim, esse con- senso é um modelo a ser seguido. 5. Como a igreja pode ajudar pessoas com doenças psicossomáticas? Os membros da igreja não são imunes às doenças psicossomáticas. Nesse contexto, a igreja pode atuar

de forma positiva sendo acolhedora, compreensiva e amorosa, proporcionando um ambiente seguro para quem sofre com questões emocionais. Os irmãos têm estresse, sentem angústia, medo, insegurança, e mui- tos têm crises de pânico. A igreja vive essa realidade, e isso não significa falta de fé. Então, quando a igreja tem essa postura, ela cria uma atmosfera terapêutica e motiva as pessoas a se ajudarem e, dependendo do caso, a buscar ajuda profissional.

Creio que a igreja deveria ler mais os livros do Espírito de Profecia sobre família.

6. A crise familiar é real em nossos dias. Como a igreja deve lidar com isso? A situação atual das famílias requer uma atenção muito especial, e a igreja precisa de uma liderança pre- parada, bem treinada para enfrentar esses desafios. Segundo David O. McKay (1873-1970), norte-ameri- cano, “nenhum sucesso na vida compensa o fracas- so no lar”. Concordo com essa afirmação e creio que a igreja deveria ler mais os livros do Espírito de Pro- fecia sobre família ( O Lar Adventista , Fundamentos do Lar Cristão , Fundamentos da Educação Cristã , Mensagens aos Jovens , Orientação da Criança e outros excelentes livros). Temos a TV Novo Tempo, com excelentes pro- gramas na área de Aconselhamento Familiar. Algo que deve ser monitorado é o acesso descontrolado às re- des sociais. Pelo uso inadequado, as redes sociais têm prejudicado muitos lares. Outro ponto importante é o culto familiar, que é fundamental para que marido e mulher, pais e filhos, fortaleçam o vínculo espiritual na família. O lar é o lugar ideal para aprendermos a amar uns aos outros e ao nosso Deus, e, quando a família está fundamentada na Palavra de Deus, ela se torna uma unidade forte para enfrentar os desafios da vida. A igreja tem o dever de acompanhar os membros nes- sa árdua tarefa. 7. Estudos mostram índices altos de suicídio, e a igreja não está imune a isso. De que forma os psicólogos adventistas poderiam ajudar os membros da igreja? Falar sobre suicídio é uma urgência. Devemos falar, pesquisar e estudar o assunto a fim de poder ajudar as

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8 jul l ago l set 2023

COMISSÃO

DIRETIVA DA

IGREJA

s anciãos devem trabalhar ativamente em harmonia com as orientações do pastor da igreja. É de necessidade imprescindível que eles tenham conhecimento dos princípios espirituais da administração eclesiástica que envolvem os pro- cedimentos específicos orientados pela igreja. Com relação à Comissão Diretiva da Igreja, o seu presiden- te “é o pastor designado pela Associação. Se o pastor preferir não desempenhar essa função ou estiver im- possibilitado de estar presente, poderá fazer arranjos para que um ancião seja o presidente” ( Manual da Igre- ja , 2022, p. 142). Para presidir uma reunião dessa Comissão, é ne- cessário conhecer quais são as atribuições e res- ponsabilidades pertinentes a ela, bem como seus propósitos na administração da igreja local.

CAPA

O

Princípios, dicas e orientações que dão vida às reuniões administrativas

ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES A Igreja Adventista do Sétimo Dia, na igreja local e em suas instâncias administrativas, é dirigida por co- missões. “Toda igreja deve ter uma comissão atuante cujos membros tenham sido eleitos em uma reunião administrativa ( Manual da Igreja , 2022, p. 140). Seu planejamento de projetos, metas, eventos e progra- mas espirituais passa pelas comissões, que, por sua vez, estudam e analisam a viabilidade de execução de tais projetos. Ao ser solicitado pelo pastor (presidente da Co- missão) para presidir a reunião da Comissão, o ancião ou anciã deve ter em mente o papel dessa Comissão perante a igreja. Lamentavelmente, em muitos luga- res, a Comissão Diretiva da Igreja é vista como um tri- bunal, em que as pessoas são julgadas e expostas

10 jul l ago l set 2023

Dessa declaração, pode-se extrair alguns elemen- tos que expressam ordem e decência no administrar a igreja local:

  1. A reunião deve ser agendada. Isso indica uma or- dem nos assuntos a ser discutidos.
  2. Reunião mensal. De preferência, no mesmo dia e horário. Isso aponta para a periodicidade das reuniões ordinárias da Comissão.
  3. Anunciada no culto de sábado. Isso indica o mo- mento oportuno para sua convocação, salvo em situ- ações extraordinárias.
  4. Importância. Os membros devem se sentir moti- vados a participar da reunião.
  5. Estabelecimento de quórum. Isso aponta para o critério de funcionamento da reunião.

FUNCIONAMENTO Quem preside a reunião da Comissão Diretiva da Igreja deve fazê-lo seguindo as seguintes orientações:

1. Antes da reunião ◼ Consultar o Manual da Igreja e o livro Regras de Or- dem (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2019), para conhecer os procedimentos da igreja. Definir, em conjunto com o pastor distrital, o crono- grama anual das reuniões da Comissão Diretiva da Igreja. Deve se reunir pelo menos uma vez por mês. É importante incluir uma reunião de capacitação. Organizar a agenda da reunião, com a ajuda do secretário da igreja, deixando para a parte inicial dela os assuntos mais relevantes (missão) e os mais complexos. Evitar agendas com muitos itens ou com poucos itens demais e pouco urgentes. Examinar a agenda da reunião com o pastor dis- trital e o ancionato, dedicando tempo à oração e delegação de tarefas. Convocar para a reunião os membros da Comis- são da igreja. Se necessário, em função de algum item específico, alguém mais pode ser convida- do para ser ouvido sobre o assunto em que es- tá envolvido. Fazer a convocação para a reunião com ante- cedência, usando todos os meios possíveis de comunicação. Enviar, com antecedência, a agenda e os mate- riais adicionais para os membros da Comissão. Inspecionar a sala para a reunião (cadeiras, ilumi- nação, ventilação, equipamento de projeção e de som, etc.).

PROPÓSITOS PRINCIPAIS Antes de ascender ao Céu, Cristo ordenou a Seus discípulos: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês” (Mt 28:19, 20). O discipulado é a coluna da missão da igreja. O evange- lismo busca fazer discípulos, e isso inclui todos os po- vos e etnias (Mt 28:18-20; At 1:8; Ap 14:6-12). Portanto, um dos propósitos da Comissão Diretiva da Igreja é: Fazer discípulos – “A missão da Igreja é fazer discípu- los de Jesus Cristo, que vivam como Suas testemunhas amáveis e proclamem a todos os povos o evangelho eterno das três mensagens angélicas em preparação para Seu breve retorno. O propósito da Igreja como corpo de Cristo é intencionalmente fazer discípu- los para que estes continuem em um relacionamen- to ativo e frutífero com Cristo e Sua Igreja” ( Manual da Igreja , 2022, p. 141). Outro propósito da Comissão Diretiva da Igreja é: Administrar e cumprir a missão – Assim como uma moeda tem dois lados, podemos dizer que a Comis- são Diretiva da Igreja tem o lado administrativo e o lado missionário. São dois aspectos que demandam atenção e cuidado da liderança da igreja local. Como coordenadores, os anciãos podem mobilizar a igreja no planejamento e execução de suas atividades, ten- do em vista o cumprimento da missão.

REUNIÕES Uma comissão que atua fundamentada nos prin- cípios espirituais e no contexto de suas responsabili- dades e atribuições tem o respeito de sua assembleia, que é a igreja local. Essa atuação começa com suas reuniões. “Porque o trabalho da comissão é vital pa- ra a vida, saúde e crescimento da igreja, recomenda- se que ela se reúna pelo menos uma vez por mês, com reuniões mais frequentes caso for necessário. É bom agendar a reunião mensal para a mesma sema- na e o mesmo dia de cada mês. A reunião da comissão deve ser anunciada no culto regular de sábado e to- dos os membros devem ser incentivados a compare- cer. Cada igreja deve, em uma reunião administrativa, determinar o número de membros da Comissão Dire- tiva da Igreja que devem estar presentes para consti- tuir um quórum dessa comissão. Onde for permitido pela lei local, membros da comissão poderão partici- par das reuniões de forma virtual ou por tecnologia se- melhante” ( Manual da Igreja , 2022, p. 142).

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Fotos: Divulgação DSA

Revista do Ancionato 11

Evaldino Ramos Secretário associado da Divisão Sul-Americana

Edward Heidinger Secretário executivo da Divisão Sul-Americana

2. Durante a reunião ◼ Chegar com antecedência e conferir se tudo está pronto. Além disso, dedicar um tempo à oração. Começar e terminar a reunião, sempre que pos- sível, no tempo programado. Certificar-se, já no início da reunião, de que todos os membros tenham recebido a agenda. Verificar com o secretário se há quórum para co- meçar a reunião. Fazer uma breve reflexão bíblica e uma oração, buscando a presença de Deus na reunião e Sua direção. Cuidar para que o ambiente da reunião seja sem- pre um lugar seguro para falar (equidade e neu- tralidade do presidente, respeito, cortesia, sigilo). Dinamizar a reunião considerando que os itens mais complexos da agenda necessitam de mais tempo para serem discutidos. Oferecer informação relevante para cada item e fazer uma exposição do assunto sempre conec- tando-o com a missão da igreja. Promover o diálogo (fazer perguntas), respeitan- do as regras de ordem, mantendo a discussão em seu devido contexto e evitando o monopó- lio por parte de um componente da Comissão. Certificar-se de que foi dada a todos os compo- nentes a oportunidade de falar.

a) Passos no processo de votação. O secretário expõe a cada item da agenda e fin- da com a expressão: PROPONHO. O presidente pede APOIO para que o assunto se- ja discutido. O presidente pergunta se há OBSERVAÇÕES. O presidente coloca o assunto em VOTAÇÃO. O presidente finaliza a votação declarando que o assunto está VOTADO.

b) Atitude correta após votação O presidente deve lembrar aos componentes da Comissão que, se antes da votação havia ideias e pontos de vista diferentes, após a votação de- ve haver harmonia de propósito, tendo em vista a prosperidade da igreja.

3. Depois da reunião ◼ Cuidar que a ata da reunião seja devidamente preparada e reflita fielmente os votos e reco- mendações da Comissão.

Definir quais itens votados serão apresentados como relatório à igreja e as pessoas envolvidas, e quais farão parte da agenda da reunião regular ou administrativa da igreja. Acompanhar a execução das decisões tomadas na reunião.

CONCLUSÃO Fundamentado na Bíblia e nos escritos do Espíri- to de Profecia, o Manual da Igreja é o livro-texto que orienta aqueles que presidem as comissões. Uma das atribuições do ancionato, na igreja local, é presidir a comissão da igreja, quando delegado pelo pastor dis- trital (presidente oficial da Comissão Diretiva da Igre- ja). Ellen White escreveu: “Os que assistem a reuniões de comissão devem lembrar-se de que ali se reúnem com Deus, que lhes deu sua tarefa. Reúnam-se com reverência e coração consagrado. Estão reunidos pa- ra estudar questões importantes relacionadas à cau- sa do Senhor. Em todos os detalhes, seus atos devem mostrar que desejam conhecer Sua vontade no que se refere aos planos a ser delineados para o avanço da obra de Deus. Não percam nenhum momento com conversas sem importância, pois os negócios do Se- nhor devem ser efetuados de modo eficiente e perfei- to” ( Testemunhos Para a Igreja , 2021, v. 7, p. 207). Esperamos que essas orientações sejam uma bên- ção para o ancionato da igreja. Que esse ministério na igreja local seja instrumento nas mãos de Deus para fortalecer a igreja em seu crescimento espiritual e no cumprimento da missão.

A mulher que andava curvada foi chamada por Jesus de “filha de Abraão” (Lc 13:16). A mulher com um fluxo de sangue ouviu as doces pa- lavras do Salvador: “Filha, a sua fé salvou você. Vá em paz e fique livre desse mal” (Mc 5:34). Outra mulher – desta vez estrangeira –, além de ter sua filha curada, ouviu este elogio por parte de Jesus: “Mulher, que grande fé você tem! Que seja feito como você quer” (Mt 15:28). Observe que, embo- ra Deus tenha feito os seres huma- nos semelhantes uns aos outros, não os fez iguais. Cada pessoa ganhou do Criador características peculiares e Dele recebe um tratamento perso- nalizado. Em Seu ministério, Cristo

demonstrou que está interessado na salvação de cada indivíduo. Ellen White escreveu: “Cada pessoa é tão perfeitamente conhecida por Jesus como se ela fosse a única por quem o Salvador morreu.” 2

A SAMARITANA Em João 4:1 lemos a respeito de uma pequena divergência entre Jesus e os fariseus. Para evitar dificuldades precoces em Seu ministério, Ele de- cidiu retornar para a Galileia. Porém, não deixou de lado Sua missão. A Bí- blia diz: “Era-Lhe necessário passar pela região da Samaria” (Jo 4:4). Jesus sabia que, no meio do percurso, uma mulher precisava de Sua ajuda. Em pleno calor do meio-dia, can- sado da viagem, Cristo sentou-Se junto ao poço de Jacó, em Sicar. En- quanto isso, Seus discípulos foram à cidade para comprar alimentos. Em- bora não fosse costume alguém se aproximar do poço naquela hora do dia, o relato informa: “Veio uma mu- lher samaritana tirar água” (v. 7). As- sim, a samaritana se encontrou pela primeira vez com Jesus, em plena luz do dia. Viu-O cansado e sedento. Numa situação como essa, o si- lêncio era a regra. Mas Jesus rompeu o protocolo e a quietude com a frase: “Dê-me um pouco de água” (v. 7). Ele considerou ser essa uma excelente oportunidade para estabelecer um diálogo. Além do mais, a samaritana era a única pessoa naquele momen- to que poderia tirar água do poço pa- ra saciar Sua sede. O pedido de Jesus surpreendeu a mulher. Afinal, era proibido que um judeu pedisse água a um samarita- no ou lhe devesse um favor – ainda mais se fosse uma mulher. Assim, a resposta da samaritana revelou sua estranheza: “Como, sendo o se- nhor um judeu, pede água a mim, que sou mulher samaritana?” (v. 9).

É como se ela quisesse lembrar Jesus: “Você não percebe que judeus e sa- maritanos não se relacionam, e que homens e mulheres não falam uns com os outros em público?” A samaritana tinha razão. Um rabi judeu nunca teria iniciado uma con- versa em um lugar público com uma mulher e muito menos teria bebido água no copo de um samaritano. Is- so não era social nem politicamente correto. Mas Jesus sabia que a sama- ritana tinha passado por vários rela- cionamentos turbulentos e precisava de Sua ajuda. Ele sabia que havia uma ferida aberta no coração dela que na- da nem ninguém conseguia curar. Antes mesmo de a samaritana aparecer, Cristo conhecia a razão pe- la qual ela havia ido ao poço em plena luz do dia. A dor das relações rompi- das a transformou em uma marginali- zada, inclusive entre as mulheres. Ela sofria o abuso daqueles que deviam ajudá-la em suas dores e angústias. A samaritana era bem conhecida em sua aldeia, mas não era respeitada ou amada como gostaria. A conversa de Jesus revela que Ele deu valor àquela mulher, algo que ela nunca havia recebido dos homens com quem tinha convivido. Na lei ju- daica, um homem podia se divorciar de sua esposa se ela o desagradasse (Dt 24:1). Os judeus sustentavam que uma mulher podia receber uma carta de divórcio duas ou até três vezes. Só o marido podia conceder uma certi- dão de divórcio. A esposa não tinha recursos próprios. Se a lei dos samaritanos era igual a essa, então a mulher samaritana não só sentiu a rejeição de um re- lacionamento após o outro, mas foi marginalizada socialmente. É pro- vável que alguma dessas relações rompidas a tivesse marcado profun- damente, mas, em sua solidão, bus- cava preencher novamente o vazio

Revista do Ancionato 13

do coração por meio de relaciona- mentos. Talvez a razão de não estar casada com o homem com quem vi- via naquele momento era porque tinha ultrapassado seu limite de di- vórcios legais. Não sabemos. Só sa- bemos que ela sentia desprezo. Jesus, então, encontrou aquela mu- lher em seu momento de dor e ex- pressou grande compaixão. Cristo também valorizou o intelec- to da samaritana. Ele levou as pergun- tas dela a sério. A samaritana propôs tratar uma questão religiosa que se- parava os samaritanos dos judeus (v. 21-26). Se sua pergunta fosse uma distração na conversa, certamente Je- sus teria insistido em continuar com o assunto anterior. Mas, não! O que a samaritana perguntava era relevante. Além disso, provavelmente era o fru- to de uma busca para aliviar sua dor. Ela buscava Deus. Cristo não a ques- tionou em sua busca, simplesmente colocou diante dela um caminho me- lhor para seguir. Quando a samaritana entendeu o que Jesus havia lhe revelado, perce- beu algo muito importante. Observe a progressão de sua compreensão: primeiro tratou Jesus como um ju- deu; depois como Alguém maior que “nosso pai Jacó”; então O considerou um profeta e, finalmente, o Messias. Ela disse: “Eu sei que virá o Messias, chamado Cristo. Quando Ele vier, nos anunciará todas as coisas” (v. 25). Jesus valorizou essa mulher ao revelar-lhe Sua identidade como o Messias. Essa foi a única ocasião an- tes de Seu julgamento em que Ele declarou especificamente que era o Messias. E o fez a essa mulher, uma pessoa que havia sido desprezada pela sociedade. Jesus valorizou a samaritana dando- lhe respostas. Não expressou palavras de condenação, mas trouxe-lhe pala- vras de afirmação. É claro que Jesus

não minimizou a verdade, mas a co- municou de tal maneira que mostrou respeito pela mulher como uma por- tadora da imagem de Deus. Jesus revelou à mulher o que ela buscava. O Mestre das emoções mostrou o caminho para a restau- ração quando disse que Deus é Es- pírito, ou seja, o Único que dá vida. Aqueles que O adoram devem fazê- lo “em espírito e em verdade” (v. 24), ou seja, devem permitir que o Espíri- to de Deus habite neles para ter vida. Em seu entusiasmo, a samarita- na deixou o cântaro de lado e voltou correndo para a cidade a fim de in- formar aos seus amigos e vizinhos a descoberta de sua vida: “Venham comigo e vejam um homem que me disse tudo o que eu já fiz. Não seria Ele, por acaso, o Cristo?” (v. 29). Jesus disse realmente tudo o que ela havia feito? Nos poucos versículos da história, pouco se diz sobre sua biografia. Cristo foi o primeiro a re- conhecer essa dor, a identificar sua grande necessidade e a preenchê-la com “água da vida”. A motivação da vida da samaritana, de tudo o que ti- nha feito, era acabar com sua intensa dor e a necessidade de se sentir per- doada, valorizada e amada. A mulher desprezada de Samaria se tornou a evangelista de Samaria. Quem acreditaria numa história co- mo essa? Muitos em Samaria acredi- taram (v. 39).

ATENÇÃO ESPIRITUAL A samaritana respondeu posi- tivamente à aproximação de Jesus. O Mestre demonstrou em Seu minis- tério como devemos tratar as pes- soas que vivem em dor e opressão social. Ele as aceitou e as valorizou, abrindo a porta para a restauração física, emocional e espiritual. O encontro de Jesus com a sama- ritana é um modelo a ser seguido.

Nele vemos a importância do conta- to pessoal no processo de evangeli- zação. Um aspecto essencial nessa abordagem é entender que as pesso- as, em maior ou menor grau, enfren- tam algum tipo de dor. Não podemos comunicar a teoria do evangelho e, ao mesmo tempo, ignorar o sofri- mento das pessoas. Se Jesus tivesse dado apenas uma aula teórica à sa- maritana, certamente o resultado te- ria sido bem diferente. Em vez disso, Ele demonstrou sensibilidade combi- nada com o ensino da verdade. Portanto, em cada evangelismo pessoal, precisamos valorizar, em pri- meiro lugar, a pessoa. Mesmo com suas dificuldades sociais e espirituais, cada indivíduo foi criado à imagem de Deus e precisa da Água da vida. Jesus é o Único que pode saciar os anseios mais profundos do coração. Todos aqueles que O aceitam são transfor- mados em uma fonte de graça que leva vida e esperança para muitas “samaritanas” ao redor. E agora, você pode imaginar o resto da história da mulher samaritana? Você a imagina indo de cidade em cidade para contar seu testemunho? E como ficou seu relacionamento? Certamente, Jesus preencheu cada parte do seu cora- ção e devolveu sentido à sua existên- cia. Seu testemunho alcançou muitas vidas e até hoje comove corações. Es- sa mesma transformação também pode ser experimentada por você. Basta ter um encontro com Jesus.

Referências (^1) Ellen G. White, Ministério Pastoral (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2015), p. 284. (^2) Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2021), p. 386. Artigo publicado originalmente na revista Ministério (maio-junho 2023), p. 18-20.

14 jul l ago l set 2023

Silvia C. Scholtus Conferencista e escritora Foto cedida pela autora

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Revista do Ancionato 17

E S BO ÇO DE SERMÃO OS ELEITOS^ EFÉSIOS 1:4, 5

INTRODUÇÃO:

1. O que podemos fazer para ser eleitos de
Deus? Quais promessas? A primeira coi-
sa que devemos entender é que para ser
eleito por Deus não tem pré-campanha
e muito menos campanha. Não é o que
prometemos fazer que nos dará o “direi-
to” de sermos eleitos.
2. Como seres pecadores, nada temos a
oferecer a Deus. Paulo afirmou: “Porque
eu sei que em mim, isto é, na minha car-
ne, não habita bem nenhum” (Rm 7:18).
3. Até nossa “justiça” é comparada a trapo
da imundícia (Is 64:6).
4. Nesse processo de eleição, Deus é o que
toma a iniciativa. Nesse contexto, tudo
vem do trono de Sua graça e misericór-
dia (Ef 2:4, 5).

I. ATO DA ELEIÇÃO DE

DEUS

1. Ler Efésios 1:4 e 5
2. O texto diz que Deus nos predestinou
para a salvação.
3. Paulo não está falando de uma perspec-
tiva calvinista. Ou seja, o pensamento de
Paulo não é o mesmo de Calvino (teólo-
go francês [1509-1564]. Ele afirmava que
Deus determinava quem seria salvo e
quem se perderia).
4. Em nenhuma parte da Bíblia se encontra
uma predestinação para a perdição.
5. Ao contrário, Deus deseja que todos se-
jam salvos (2Pe 3:9). Por isso, Ele já nos es-
colheu para a salvação. “É em Cristo que
a escolha pode ser feita, pois toda a vi-
da espiritual está centrada Nele. Aqueles
que vão a Cristo são escolhidos para ser
salvos, assim como alguém que se jun-
ta a um coral é escolhido para cantar. Por
esta razão, não há uma escolha arbitrária.
Deus tem um propósito de salvar a todos
os que pela fé aceitam a Cristo como seu
Redentor” (Comentário Bíblico Adventista
do Sétimo Dia, v. 6, p. 1106).
6. Portanto, somos objetos da graça divina.
Como cristãos, não podemos perder isso
de vista. Em se tratando de salvação (elei-
ção), Deus tomou a inciativa, e Ele o fez
por meio de Cristo.

II. GENEROSIDADE DIVINA

NA ELEIÇÃO

1. Ler Filipenses 4:
2. Deus nos escolheu para nos abençoar.
3. O homem, com seus esforços, consegue po-
pularidade e bens materiais, porém jamais
alcançará, por si mesmo, a paz espiritual.
4. Esta, somente Cristo pode dar. Ele mes-
mo disse: “Deixo com vocês a paz, a mi-
nha paz lhes dou; não lhes dou a paz co-
mo o mundo a dá” (Jo 14:27).
5. Ilustração: Foi realizado um concurso de
pintura com o objetivo de premiar o qua-
dro que melhor representasse a paz. Três
finalistas ficaram empatados.
a) O primeiro retratava uma imensa pasta-
gem com lindas flores e borboletas que
voavam acariciadas por uma brisa suave.
b) O segundo retratava pássaros a voar sob
nuvens brancas como a neve em meio
ao azul do céu.
c) O terceiro foi o escolhido. Em sua pintura,
ele mostrava um grande rochedo sendo
açoitado pela violência das ondas do mar
em meio a uma tempestade estrondosa,
com muitos relâmpagos.
Os pintores não escolhidos ficaram in-
dignados e questionaram a comissão
pela escolha.
  • Como este quadro tão violento pode
representar a paz?
O juiz, com grande serenidade no olhar,
perguntou:
  • Vocês repararam que em meio à vio-
lência das ondas e em meio à tempes-
tade havia, em uma das fendas do ro-
chedo, um passarinho com seus filhotes
dormindo tranquilamente?
6. Só a verdadeira paz que vem do Senhor
pode aliviar o cansado. Esse é o ato gene-
roso de Deus ao nos eleger para a salvação.

III. PROPÓSITO DA ELEIÇÃO

1. Ler 1 Tessalonicenses 4:7 e Hebreus 12:
2. Deus nos escolheu e chamou para ser san-
tos. A palavra grega para santo é hagios ,
que significa “fundamentalmente ‘separa-
do’ [...]. Em seu significado moral e espiritu-
al, separado do pecado e, portanto, consa-
grado a Deus” (Dicionário Vine, 2010, p. 970).
3. Algo que é separado ou diferente do co-
mum. Ou seja, o homem santo é “dife-
rente” do homem comum. No texto de
Efésios 1:4, Deus é santo porque é diferen-
te do homem em sua natureza. Seguindo
essa linha de pensamento, o cristão não é
uma pessoa comum. O propósito da elei-
ção de Deus é tornar o indivíduo “santo”.
Deus quer que você seja alguém separa-
do ou diferente. Portanto, pense diferen-
te do mundo; tenha atitudes diferentes;
vista-se de modo diferente; tenha hábi-
tos diferentes. Você é um eleito de Deus.
Separado para ser sal e luz (Mt 5:14-16).
4. Mesmo sendo eleitos, podemos aposta-
tar (Hb 6:4-8).
5. Por essa razão, o apóstolo Paulo decla-
rou: “Mas esmurro o meu corpo e o redu-
zo à escravidão, para que, tendo pregado
a outros, não venha eu mesmo a ser des-
qualificado” (1Co 9:27).
6. É pelo mesmo motivo que Cristo dis-
se que somente os que perseverarem
até o fim serão salvos (Mt 10:22; 24:13;
Mc 13:13). Portanto, embora o homem
seja completamente incapaz de salvar-se
a si mesmo, ele pode escolher um eleito
de Deus para a salvação.
a) Ellen White escreveu: “A verdadeira santi-
ficação é uma inteira conformidade com
a vontade de Deus. [...] Contínua enquan-
to durar a vida” (Santificação , 2022, p. 6, 7).

CONCLUSÃO

1. Deus quer nos dar a certeza da salvação
(Rm 8:31, 32).
2. No entanto, teremos essa convicção ape-
nas quando pararmos de olhar para nós
mesmos e nossos esforços (por melhores
que sejam).
3. É imprescindível que nos concentremos
no que Jesus fez por nós.
4. Deus nos oferece o presente da elei-
ção para a salvação. Você é um eleito
de Deus; um escolhido por Deus desde
a fundação do mundo. Você aceita essa
dádiva divina?

Otávio Antônio da Silva Pastor em Queimadas, PB

Revista do Ancionato 19

E S BO ÇO DE SERMÃO ÁRVORE DE PAZ^ SALMO 1

Anderson Bezerra Graduado em Teologia e mestre em Interpretação Bíblica

INTRODUÇÃO

1. Para expressar ideias ou sentimentos de
maneira mais vívida, costumamos empre-
gar figuras de linguagem na comunica-
ção. Por exemplo, alguém pode dizer que
uma traição foi como uma facada em seu
coração, ou que o despertar de uma pai-
xão é como ter borboletas no estômago.
2. Que imagens vêm à sua mente quando
você pensa em vitalidade, longevidade
ou vida eterna? Se essa pergunta fosse
feita a alguém dos tempos bíblicos, po-
deríamos nos surpreender ao ouvir como
resposta “uma árvore”. Além de serem
fonte de alimento e abrigo, o tempo de
vida de uma árvore pode facilmente ul-
trapassar o de um ser humano. As man-
gueiras, por exemplo, podem passar de
100 anos. Outras espécies, como carva-
lhos e sequoias, duram muito mais.
3. A Bíblia compara a vida do justo com a
de uma árvore, também com um cami-
nho que se percorre. Descubra o que essas
imagens nos ensinam sobre uma vida com
Deus em um mundo cheio de pecado.

I. O CAMINHO DA VIDA

PLENA

1. Ler Salmo 1:1-6.
2. Deus abençoa aquele que se desvia do
mal e mantém os pensamentos constan-
temente voltados para a Lei do Senhor. Ele
anda no caminho para a vida demarcado
pelos mandamentos de Deus. Ele é quem
recebe a graça de ser chamado de “justo”
em contraste com os “perversos”, “pecado-
res” e “zombadores” (ver Sl 1:1, 4, 6, NVT).
3. Enquanto os perversos são comparados
à palha seca levada pelo vento, o jus-
to é descrito como uma árvore frutífe-
ra junto ao rio. Os detalhes da descrição
apontam para mais do que uma árvore
comum. Esta é a árvore da vida que “dá
seu fruto no tempo certo” e cujas “folhas
nunca murcham” (Sl 1:3; Ap 22:1, 2). Essa
imagem impactante combina as ideias
de vitalidade, eternidade, força, poder e
abundância.
4. Embora a vida daquele que obedece aos
mandamentos de Deus tenha sido descrita
com uma imagem tão forte de vitória no
Salmo 1, a leitura dos Salmos seguintes de-
safia a ideia de que o justo leva uma vida
triunfante. Os Salmos 3 a 7 foram escritos
por Davi. Ele é exemplo de alguém que an-
dava no caminho dos justos. Contudo, em
contraste com o Salmo 1, vemos em Davi
nesses Salmos o retrato da fraqueza.

II. O CAMINHO DOS

FRACOS

1. Davi tinha a bênção de Deus, mas enfren-
tou a oposição dos perversos. Ele foi per-
seguido e vivenciou sofrimentos. Ele viu
inimigos surgirem de todos os lados, in-
cluindo seu próprio filho Absalão (Sl 3:1);
sofreu ataques de caluniadores (Sl 4:2) e
mentirosos (Sl 5:9); passou por momentos
terríveis de angústia, tristeza e exaustão
(Sl 6:3, 6, 7); também se sentiu desampa-
rado e clamou por socorro (Sl 7:1, 2).
2. É marcante o contraste entre a imagem
expressa no Salmo 1 e aquela exempli-
ficada na experiência de Davi nesses tre-
chos dos Salmos 3 a 7. Em lugar de vida
plena e força, vemos sofrimento e fra-
queza. Por vezes, Davi se assemelha mais
à palha seca e sem vida do que a uma ár-
vore cheia de vigor (Sl 6:2). Mas o Salmo
8 completa a cena e nos ajuda a entender
o quadro completo.
3. Ler Salmo 8:1, 2
4. O poder e a majestade de Deus são anun-
ciados ao mundo pela boca dos seres mais
frágeis: crianças de peito. Como bebês que
ainda nem falam podem declarar a gló-
ria de Deus? Mais uma vez, é empregada
no texto uma imagem forte para expres-
sar que o Deus todo-poderoso escolheu
aqueles que são fracos para demonstrar,
por meio deles, Sua força e poder.
5. Apesar de não demonstrar nenhum si-
nal de honra aos olhos humanos, Davi
foi escolhido por Deus para ser o rei de
Israel. Por muito tempo, ele vagou como
fugitivo por cavernas e lugares desertos.
Mas o que o tornava apto a ser um re-
presentante de Deus para o Seu povo era
seu coração alinhado à vontade de Deus.
Enquanto ele permanecesse assim, isso
o qualificaria para ser um rei justo dian-
te do Senhor. Assim, Deus poderia usá-
lo como instrumento para manifestar a
Sua glória.

III. O CAMINHO DA

COMUNHÃO

1. Ler Salmo 1:
2. Aqui descobrimos o segredo que faz to-
da a diferença. Deus conhece o caminho
dos justos. Isso significa que Ee está pre-
sente a cada passo que damos ao longo
do caminho. Ele anda conosco.
3. Apesar de todo sofrimento, Davi também
sentiu a presença de Deus ao longo de sua
jornada pelo caminho dos justos. Em to-
do o texto (Salmos 3 a 7), podemos ob-
servar outros aspectos da experiência de
Davi com Deus. Ele experimentou paz, se-
gurança e proteção divina (Sl 3:5, 6); teve
momentos de alegria e descanso (Sl 4:7, 8);
obteve resposta à oração (Sl 6:9) e louvou
a Deus pelo livramento (Sl 7:17).
4. Neste mundo, o andar no caminho de
Deus e o fazer a Sua vontade podem
nos trazer sofrimentos (Jo 16:33), mas é
andando por esse caminho que pode-
remos conhecer mais e melhor a Deus.
Veremos Seu amor infinito trazendo con-
solo e descanso em meio à dor.

CONCLUSÃO

1. Deus nos convida a andar no caminho
dos justos e deseja que sejamos Seus
instrumentos para revelar Sua glória ao
mundo.
2. Deus conhece o caminho e estará ao
nosso lado a cada passo para nos guiar,
confortar e proteger.
3. Deus espera que lancemos nossas raí-
zes sobre Sua Palavra, que é fonte de vi-
da. Assim, seremos como a árvore “plan-
tada junto a correntes de águas” (Sl 1:3).
Ele nos dará Sua força para permanecer-
mos inabaláveis. Sob a mais terrível tem-
pestade, seremos como árvores de paz.
20 jul l ago l set 2023

E S BO ÇO DE SERMÃO O PODER DO AMOR^ GÊNESIS 25:27, 28

INTRODUÇÃO

1. Quem ama se entrega, dedica tempo e
é fiel. “O amor tudo sofre, tudo crê, tu-
do espera, tudo suporta” (1Co 13:7). “Nós
amamos porque Ele nos amou primeiro”
(1Jo 4:19).
2. Na história de Isaque, descobrimos como
a vida é afetada pelo que se ama mais.
3. Quem ou o quê amamos mais?

O PODER DO AMOR

OBEDIENTE

1. Abraão se dispôs a entregar seu único fi-
lho, Isaque, que amava (Gn 22:2).
a) Abraão amava a Deus e estava dispos-
to a obedecer-Lhe (Gn 26:5). Isaque, por
sua vez, confiou em seu pai (Gn 22:5-10).
A obediência é uma resposta ao amor
por meio da confiança.
b) O diálogo entre Deus e Abraão (“‘Abraão!’
Este lhe respondeu: ‘Eis-me aqui!’” [Gn 22:1])
tem a mesma estrutura do diálogo entre
Isaque e Abraão (“‘Meu pai!’ Abraão respon-
deu: ‘Eis-me aqui, meu filho!’” [Gn 22:7]).
A confiança desenvolve-se com intimidade.
Sendo próximos de Deus, responderemos:
“Eis-me aqui!”, e Lhe obedeceremos.
2. Outro exemplo de confiança em Deus e
obediência a Ele foi o processo de esco-
lha de uma esposa para Isaque. Abraão
encarregou seu servo de identificar uma
moça que atendia aos critérios de Deus
e buscá-la para casar-se com seu filho
(Gn 24:2-4). Deus foi reconhecido em ca-
da passo dessa história.
a) Abraão reconheceu que “o SENHOR, Deus
do céu” havia dirigido sua vida (v. 7).
b) O servo de Abraão orou para que Deus
lhe mostrasse quem era a noiva escolhida
(v. 12). Ao ser atendido, ele reconheceu:
“O SENHOR me guiou” (v. 27); “o SENHOR tem
abençoado muito o meu senhor” (v. 35);
“seja essa a mulher que o SENHOR designou
para o filho do meu senhor” (v. 44).
c) Labão, o irmão de Rebeca, a noiva esco-
lhida, também reconheceu: “Isto procede
do SENHOR” (v. 50).
d) O servo retornou dizendo: “O SENHOR me
tem levado a bom termo na jornada”
(v. 56).
3. O casamento de Isaque e Rebeca de-
monstra que o amor amadurece (v. 67).
As alegrias e decepções provam o amor.
a) Um dos desafios que provou o amor de
Isaque por Rebeca foi o fato de ela ser
estéril. Na cultura bíblica, a mulher in-
fértil era desprezada e frustrada. Porém
“Isaque orou ao SENHOR por sua mulher,
porque ela era estéril. O SENHOR ouviu as
orações dele” (Gn 25:21).
b) Enquanto Abraão falhou, pactuando com
sua esposa para ter um filho com sua serva,
Isaque decidiu buscar a Deus em oração.
c) O amor a Deus é poderoso para impulsio-
nar você a uma vida de obediência.

O PODER DO AMOR

EQUIVOCADO

1. Isaque se refugiou em terra estrangeira
(Gn 26:1). Ele temeu que algo aconteces-
se a ele e a sua esposa.
a) Quem ama algo ou alguém está disposto
a fazer de tudo para proteger quem ama
ou o que ama. Isaque amava Rebeca e pre-
ocupou-se com a possibilidade de perdê-
la. Esse amor substituiu sua confiança em
Deus. “Ele tinha medo de dizer: ‘é minha
mulher’, porque pensava assim: ‘Os ho-
mens do lugar me matarão por causa de
Rebeca, porque ela é muito bonita’” (v. 7).
b) O amor dirige nossas escolhas em favor do
que mais desejamos. Podemos dizer que
amamos algo ou alguém, mas sempre va-
mos optar por um amor que seja maior.
2. “Isaque amava Esaú” (v. 28).
a) Por amor ao seu filho, Isaque contrariou
o desígnio do Senhor, que indicara que
seu outro filho, Jacó, seria abençoado
(Gn 25:23). Ele pediu a Esaú: “Faça uma
comida saborosa, como eu aprecio, e tra-
ga para mim, para que eu coma e aben-
çoe você antes que eu morra” (Gn 27:4).
b) Um amor equivocado é capaz de supri-
mir a obediência a Deus.
3. Examine sua consciência: O quê você
ama mais do que a Deus?
a) Muitas vezes, Deus é substituído por algo
ou alguém e justificamos: “Deus entende”.
b) No entanto, “enganoso é o coração, mais
do que todas as coisas, e desesperada-
mente corrupto. Quem poderá enten-
dê-lo? Eu, o SENHOR, sondo o coração. Eu
provo os pensamentos, para dar a cada
um segundo os seus caminhos, segundo
o fruto das suas ações” (Jr 17:9, 10).
c) Permita que o Senhor sonde seu coração.
Verifique se Ele é prioridade em sua vida.

O PODER DO AMOR

RESTAURADOR

1. Apesar do desejo de Isaque de abenço-
ar Esaú em vez de Jacó, este último enga-
na o pai e é abençoado em lugar de seu
irmão. Após descobrir que havia dado a
bênção a Jacó, “Isaque estremeceu, sen-
tindo uma violenta comoção” (Gn 27:33).
a) Muito mais do que o engano de Jacó,
Isaque percebeu o erro que cometera em
deixar de confiar que Deus está no contro-
le da história. O fato de Isaque resistir em
dar outra bênção a Esaú (v. 33-40) e, logo
em seguida, abençoar novamente Jacó
(Gn 28:1), leva-nos a esta conclusão.
b) O Senhor permite que nossos planos se-
jam frustrados para nos trazer de volta
a Ele. Deus permite provações para que
compreendamos Seus designíos e alcan-
cemos a maturidade.
2. Leia Lamentações 3:22, 23.
a) Quando o amor a pessoas ou a coisas é
maior do que o amor a Deus, falhamos.
Mas o amor de Deus por nós oferece no-
vas oportunidades de acertar.
b) Deus dá oportunidades para um reco-
meço, é preciso aproveitá-las.

CONCLUSÃO

1. Leia 1 João 2:15-17.
a) O amor às coisas do mundo satisfaz nos-
sas vontades.
b) O amor a Deus permite satisfazer a von-
tade de Deus em nossa vida.
2. Leia Tiago 1:12.
a) Deus nos testará como testou Abraão,
Isaque e Jacó.
b) Ele deseja ser prioridade em nossa vida, e
nós precisamos ser aprovados.

Natanael Oliveira dos Santos Pastor em Nanuque, MG