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Guias e Dicas
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Inflamação, Cicatrização e Reparo Tecidual: Mecanismos e Processos, Resumos de Patologia

Uma visão abrangente dos mecanismos de inflamação, cicatrização e reparo tecidual. explora os processos celulares e moleculares envolvidos, desde a resposta inicial à agressão até a remodelação da matriz extracelular. são detalhados os diferentes tipos de inflamação, os mediadores químicos, as células envolvidas e as etapas do reparo, incluindo a formação de tecido de granulação e a cicatrização. o texto também aborda complicações da cicatrização, como queloides e contraturas.

Tipologia: Resumos

2025

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Patologia
Alterações circulatórias (capítulo 9)
Hiperemia
É o aumento da quantidade de sangue no interior dos
vasos em tecido ou órgão. O volume de sangue na
microcirculação (pequenos vasos como arteríolas,
vênulas e capilares) pode aumentar por três
mecanismos principais:
Hiperemia ativa: fluxo aumentado por vaso dilatação.
O tecido fica mais avermelhado.
Tipos:
o Localizada: início de inflamações (rubor e calor no
local da lesão);
o Generalizada: durante exercícios físicos, ocorre
vasodilatação sistêmica para melhorar a
oxigenação muscular;
Causas:
o Neurogênica: estímulos do sistema nervoso que
causam vasodilatação (ex: rubor facial por
emoções ou exercícios).
o Metabólica: substâncias produzidas no
metabolismo como ADP e adenosina que dilatam
os vasos (ex: exercício).
o Inflamatória: mediadores inflamatórios
vasodilatadores aumentam o fluxo no local da
inflamação.
Consequências:
A hiperemia neurogênica e metabólica somem
rapidamente, já na inflamação, rapidamente se associa
à hiperemia passiva, formando hiperemia mista.
Hiperemia passiva (congestão): acúmulo de sangue,
pois a drenagem está prejudicada
Tipos:
o Localizada: obstrução em uma veia ou alteração
local que dificulta a drenagem venosa. (ex:
Trombose venosa profunda, compressão de veias
por tumores, cicatrizes ou massas, aumento da
viscosidade sanguínea)
o Sistêmica: redução do retorno venoso sistêmico ou
pulmonar, ocorre devido falência do coração em
bombear o sangue adequadamente, dificultando o
retorno venoso de todo o corpo. (ex: insuficiência
cardíaca)
Hemorragia
Saída de sangue dos vasos ou coração para o meio
externo, interstício (diapedese) ou cavidades pré-
formadas. Podem ser internas ou externas.
Tipos:
o Petéquias: áreas pequenas, 3mm, múltiplas;
o Púrpura: lesão superficial um pouco maior do que
as petéquias, 1cm, múltipla, plana;
o Equimose: o roxo;
Púrpuras
Petéquias
Equimose
o Hematoma: o sangue se acumula e forma uma
tumoração;
o Hemorragias em cavidades pré-formadas são
denominadas de acordo com a localização.
Hemotórax, hemoperitônio, hemopericárdio ou
hematocele.
Consequências: depende da quantidade sanguínea
o Pequenas, mas contínuas: espoliação de ferro e,
consequentemente, anemia;
o Perdas volumosas de sangue: anemia aguda e, nos
casos mais graves, choque hipovolêmico.
Hemorragia nos ventrículos cerebrais ou hemorragia
no tecido nervoso encefálico aumenta a pressão
intracraniana e pode levar ao óbito, até mesmo
pequenos volumes
Hemostasia
É a parada ou a cessação de um sangramento.
Tipos: Hemostasia espontânea feita naturalmente ou
artificialmente (p. ex., ligadura ou cauterização de
vasos lesados).
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Patologia

Alterações circulatórias (capítulo 9)

Hiperemia É o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos em tecido ou órgão. O volume de sangue na microcirculação (pequenos vasos como arteríolas, vênulas e capilares) pode aumentar por três mecanismos principais : Hiperemia ativa: fluxo aumentado por vaso dilatação. O tecido fica mais avermelhado. Tipos: o Localizada: início de inflamações (rubor e calor no local da lesão); o Generalizada: durante exercícios físicos, ocorre vasodilatação sistêmica para melhorar a oxigenação muscular; Causas: o Neurogênica: estímulos do sistema nervoso que causam vasodilatação (ex: rubor facial por emoções ou exercícios). o Metabólica: substâncias produzidas no metabolismo como ADP e adenosina que dilatam os vasos (ex: exercício). o Inflamatória: mediadores inflamatórios vasodilatadores aumentam o fluxo no local da inflamação. Consequências: A hiperemia neurogênica e metabólica somem rapidamente, já na inflamação, rapidamente se associa à hiperemia passiva, formando hiperemia mista. Hiperemia passiva (congestão): acúmulo de sangue, pois a drenagem está prejudicada Tipos: o Localizada: obstrução em uma veia ou alteração local que dificulta a drenagem venosa. (ex: Trombose venosa profunda, compressão de veias por tumores, cicatrizes ou massas, aumento da viscosidade sanguínea) o Sistêmica: redução do retorno venoso sistêmico ou pulmonar, ocorre devido falência do coração em bombear o sangue adequadamente, dificultando o retorno venoso de todo o corpo. (ex: insuficiência cardíaca) Hemorragia Saída de sangue dos vasos ou coração para o meio externo, interstício (diapedese) ou cavidades pré- formadas. Podem ser internas ou externas. Tipos: o Petéquias: áreas pequenas, 3mm, múltiplas; o Púrpura: lesão superficial um pouco maior do que as petéquias, 1cm, múltipla, plana; o Equimose: o roxo; Púrpuras Petéquias Equimose o Hematoma: o sangue se acumula e forma uma tumoração; o Hemorragias em cavidades pré-formadas são denominadas de acordo com a localização. Hemotórax, hemoperitônio, hemopericárdio ou hematocele. Consequências: depende da quantidade sanguínea o Pequenas, mas contínuas: espoliação de ferro e, consequentemente, anemia; o Perdas volumosas de sangue: anemia aguda e, nos casos mais graves, choque hipovolêmico. Hemorragia nos ventrículos cerebrais ou hemorragia no tecido nervoso encefálico aumenta a pressão intracraniana e pode levar ao óbito, até mesmo pequenos volumes Hemostasia É a parada ou a cessação de um sangramento. Tipos: Hemostasia espontânea feita naturalmente ou artificialmente (p. ex., ligadura ou cauterização de vasos lesados).

Trombose Solidificação do sangue. É uma massa sólida que fica presa onde se originou, pode se formar no coração e vasos. O sangue precisa de fluidez para transportar oxigênio e nutrientes, para isso deve haver um equilíbrio do sistema de coagulação e anticoagulante e fibrinolítico. Há três fatores que favorecem a formação do trombo:

  1. Lesão Endotelial;
  2. Alterações no fluxo sanguíneo (estase);
  3. Hipercoagulabilidade Quando um vaso sofre uma lesão ele vai passar pelo processo da cascata:
  4. Lesão no vaso sanguíneo → começa o processo de coagulação.
  5. Tromboplastina (substância das plaquetas e tecidos) ativa a protrombina (produzida no fígado com ajuda da vitamina K).
  6. Com a ajuda do cálcio e outros fatores plasmáticos, a protrombina vira trombina.
  7. A trombina transforma o fibrinogênio (proteína solúvel do plasma) em fibrina (proteína insolúvel).
  8. A fibrina forma uma rede que prende hemácias e plaquetas, criando um coágulo para fechar o vazamento. Quando o trombo obstruí toda passagem é chamado de trombo oclusivo – ou parcialmente – trombo mural. O trombo pode ser vermelho – geralmente venoso, formado principalmente por hemácias – , branco – geralmente arterial, formado principalmente por fibrina e plaquetas – ou misto – mais frequente. Embolia É a obstrução de um vaso sanguíneo ou linfático por um corpo sólido, líquido ou gasoso intravascular que não se mistura com o sangue ou a linfa. O corpo que circula no vaso é denominado êmbolo. Tipos: o Embolia sólida: correspondem a fragmentos de trombos ou de tecidos. Quando se originam de trombos em câmaras cardíacas esquerdas ou em artérias sistêmicas, os êmbolos podem obstruir vasos em qualquer território e causar isquemia. Se oriundos do coração direito ou de veias da grande circulação, provocam obstrução das artérias pulmonares; o Embolia gasosa: bolhas de gás no sangue circulante que obstruem o fluxo sanguíneo. Um ex é a síndrome de descompressão que ocorre com mergulhadores de profundidades, outras causas são: traumas, ventilação mecânica, desconexão acidental de cateteres em veias profundas. As manifestações clínicas principais da embolia gasosa são relacionadas com o sistema nervoso central: paralisias, paresias e quadros diversos de isquemia cerebral são as mais importantes. o Embolia por líquidos: mais comuns são a de líquido amniótico e a gordurosa. o Embolia de líquido amniótico, causada pela entrada de líquido amniótico nas veias uterinas durante o trabalho de parto, por ação das contrações. o Embolia gordurosa, corre em injeções oleosas, trauma com fraturas (esmagamento da medula óssea ou tecido adiposo), lise hepática em esteatose grave. o Embolia por silicone: causada por injeção estética intramuscular de silicone líquido ou ruptura de próteses com vazamento. Isquemia Redução ou a falta de fluxo sanguíneo para um órgão ou território do organismo. Com isquemia, portanto, surge hipóxia ou anóxia. Na grande maioria das vezes, isquemia é causada por obstrução total ou parcial de artérias, veias ou capilares. As causas de obstrução podem estar na luz do vaso ou fora dela, está por compressão da parede vascular. Infarto É uma área localizada de necrose isquêmica, por interrupção do fluxo sanguíneo arterial ou venoso. Tipos: O infarto branco ocorre quando há obstrução arterial em regiões do corpo com circulação terminal ou com poucas anastomoses vasculares. Nesses casos, a falta de suprimento sanguíneo alternativo leva à isquemia grave, resultando em necrose tecidual sem reperfusão sanguínea posterior. A área infartada adquire coloração clara, esbranquiçada ou amarelada, devido à ausência de hemorragia local. Esse tipo de infarto é típico de órgãos compactos como o coração, o encéfalo, os rins e o baço. O infarto vermelho ocorre quando há hemorragia na área de necrose isquêmica. Ele pode ser causado tanto

cininas. Esses agentes promovem a dilatação vascular e aumentam a permeabilidade dos capilares, permitindo que o líquido plasmático extravase para o interstício. Resultando em edema localizado chamado tumefação.

  1. Bloqueio da circulação linfática: Quando não há a drenagem necessária leva ao acúmulo no tecido, gerando ao linfedema. Um exemplo é a filariose, causada pelo parasita Wuchereria bancrofti , que invade e inflama os vasos linfáticos, obstruindo-os e provocando linfedema crônico, conhecido como elefantíase.
  2. Aumento da pressão osmótica intersticial e retenção hidrossalina: Em condições como insuficiência cardíaca, a perfusão renal é diminuída, ativando o sistema renina- angiotensina-aldosterona. Esse mecanismo visa restaurar a pressão arterial, mas leva à retenção de sódio e água, com consequente aumento do volume sanguíneo (hipervolemia) e formação de edema. Além disso, a liberação de hormônio antidiurético (ADH), em resposta à queda de pressão detectada por barorreceptores, intensifica ainda mais a retenção de água. Choque Distúrbio hemodinâmico caracterizado pela incapacidade do sistema circulatório de manter a pressão arterial em nível suficiente para garantir a perfusão sanguínea ao organismo, o que resulta em hipóxia generalizada. A manutenção da pressão arterial e da pressão de perfusão tecidual depende de três componentes:
  3. Bomba cardíaca, que impulsiona o sangue nos vasos;
  4. Volume de sangue circulante;
  5. Compartimento vascular. Motivos: o Falência da bomba cardíaca ou enchimento do ventrículo esquerdo (choque cardiogênico); o Redução da volemia (choque hipovolêmico); o Aumento do compartimento vascular (choque distributivo) Desidratação É um distúrbio eletrolítico, é a perda excessiva de água corporal, isso compromete os líquidos do organismo. Ela ocorre por diferentes mecanismos, como diminuição de ingestão de água ou aumento das perdas hídricas. Causas mais comuns: o Diminuição da ingestão de líquidos, como ocorre em indivíduos em estado de coma; o Perdas aumentadas pela pele, como em grandes queimaduras; o Perdas gastrointestinais, por meio de diarreias crônicas e vômitos; o Perdas urinárias aumentadas, como nas poliúrias do diabete insípido. A perda de água do compartimento extracelular reduz o volume circulante e pode levar a choque circulatório, com queda da perfusão tecidual e risco de falência de múltiplos órgãos. Para compensar, ocorre uma redistribuição osmótica: água e eletrólitos são mobilizados do compartimento intracelular para o intersticial, agravando o desequilíbrio hidroeletrolítico. Se não tratada adequadamente, a desidratação severa pode evoluir para morte somática.

Inflamação (capítulo 4 )

Inflamação é uma reação dos tecidos a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. É uma resposta de origem infecciosa (bactéria e vírus) ou não infecciosa (traumas, subs. químicas...) O processo inflamatório é regulado, envolve mediadores pró-inflamatórios, que ativam e amplificam a reação, e mediadores anti-inflamatórios ou pró-resolução, que controlam e encerram o processo. Esse equilíbrio é crucial, pois uma inflamação excessiva ou prolongada pode causar danos teciduais. O ciclo da inflamação inicia-se com o reconhecimento da agressão por células do sistema imune, o que leva à liberação de mediadores químicos. Esses mediadores promovem a vasodilatação, o aumento da permeabilidade vascular e a quimiotaxia — migração de leucócitos para o local da lesão. Essas células imunes têm a função de neutralizar o agente agressor. Após o controle da agressão, o organismo ativa mecanismos de resolução da inflamação e de reparação tecidual, que podem ocorrer por regeneração ou cicatrização, dependendo do tipo e extensão da lesão. Mecanismo de defesa: O organismo possui dois mecanismos básicos de defesa: (1) barreiras mecânicas e químicas no

revestimento do corpo e de suas cavidades (pele e mucosas); (2) resposta imunitária. Pele e mucosa São as primeiras barreiras de defesa do organismo contra agentes externos. A pele apresenta uma barreira física, o ept estratificado e queratinizado. Além disso, possui mecanismo químicos, como a secreção de aldeídos microbicidas, peptídeos antimicrobianos. No componente imunológico, destacam-se as células de Langerhans (dendríticas) no epitélio e os linfócitos T na derme, que reconhecem antígenos e iniciam respostas imunes. As mucosas possuem secreções protetoras lisozima, defensinas, catelicidinas e a imunoglobulina A (IgA), que neutraliza microrganismos. O muco, principal secreção das mucosas, forma uma camada viscosa que aglutina bactérias e facilita sua eliminação. Um importante componente imunológico das mucosas é o tecido linfoide associado a mucosas (MALT). Ele é especialmente desenvolvido em regiões como: orofaringe, íleo, apêndice cecal, trato respiratório... Resposta imune Primeiro mecanismo de defesa do organismo. Tem esse nome porque seus receptores são herdados, sem a necessidade de adaptação ou exposição prévia ao agente agressor. Características: o Imediata; o Inespecífica; o Sem memória; o Desde o nascimento. Receptores de Reconhecimento de Padrões - PRRs A resposta reconhece por meio dos PRRs, que identificam moléculas associadas ao patógenos (PAMS) ou danos celulares (DAMPS). Os PRRs estão localizados no citoplasma ou membranas, como macrófagos, neutrófilos e células dendríticas. Relação com a resposta adaptativa Apesar de ser inespecífica, a inata atua junto com a adaptativa. A inflamação é uma resposta inata e prepara o meio para a adaptativa. A resposta adaptativa, por sua vez, é específica e dependente de antígenos. Seus receptores são gerados por rearranjos genéticos somáticos, formando um repertório praticamente ilimitado capaz de reconhecer epítopos únicos de cada antígeno. PAMPs São estruturas presentes apenas nos microrganismos. Essas são: o LPS – reconhecido por TLR o Peptidoglicano e ácido lipoteicoico - (TLR2) o Flagelina (TLR5) DAMPs São moléculas do próprio organismo liberadas em situação de dano DAMPs de origem intracelular  HMGB1: proteína nuclear pró-inflamatória, reconhecida por RAGE e TLRs.  Histonas: pró-inflamatórias ou citotóxicas, atuam em TLR2.  ATP: pró-inflamatória via receptores purinérgicos.  ADP e adenosina: efeitos anti-inflamatórios.  Defensinas e catelicidinas: ativam TLR2 e FPR2, efeitos microbicidas e pró-inflamatórios. DAMPs relacionados a proteólise  Proteases como trombina e plasmina ativam PARs (protease-activated receptors), desencadeando dor e inflamação. DAMPs da matriz extracelular  Fragmentos de: o Ácido hialurônico o Fibronectina, fibrinogênio

  • Ativam TLRs e contribuem para o início da inflamação. Componentes Celulares da Imunidade Inata Os componentes celulares são representados por: (1) células circulantes: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos, linfócitos, NK, NKT e células linfoides da imunidade inata [ILC, innate lymphoid cells] e células dendríticas; (2) células imunitárias residentes em tecidos (macrófagos residentes, mastócitos); (3) outras células, como epitélios, endotélio, fibroblastos, células da glia, osteócitos, condrócitos, células musculares e terminações nervosas aferentes. Células com funções específicas na resposta inata Leucócitos (glóbulos brancos):

 Amiloide beta  Ácido hialurônico  Sílica  Asbesto  Alumínio o Padrões exógenos:  Flagelina  DNA bacteriano  RNA viral Função e Relevância Patológica  Uma vez ativado, o inflamasoma promove a ativação da caspase-1, que cliva as formas inativas de IL- 1 β e IL-18, tornando-as ativas.  A liberação dessas citocinas promove: o Atração de neutrófilos o Febre o Potencial destruição tecidual  Está implicado em várias doenças inflamatórias crônicas, como: o Aterosclerose (pela ativação por cristais de colesterol) o Alzheimer (pela ativação por amiloide beta) o Doenças autoimunes e inflamatórias Citocinas Inflamatórias Definição As citocinas inflamatórias são proteínas sinalizadoras produzidas principalmente por células imunes (como macrófagos, células dendríticas e linfócitos) durante a resposta imune inata e adaptativa. Elas coordenam a inflamação, recrutando e ativando células de defesa. Principais Citocinas Inflamatórias IL- 1 α e IL- 1 β o Produzidas em resposta à infecção ou dano tecidual. o Induzem a produção de defensinas (peptídeos antimicrobianos). o Participam da ativação endotelial, febre e atração de leucócitos. IL-1 (Interleucina-1) o Duas formas: IL- 1 α (ativa ainda intracelularmente) e IL- 1 β (ativada após clivagem pela caspase-1). o Funções:  Indução de febre (atua no hipotálamo)  Estímulo à produção hepática de proteínas de fase aguda  Aumento da expressão de moléculas de adesão em células endoteliais  Estímulo à quimiotaxia de leucócitos TNF-α (Fator de Necrose Tumoral Alfa) o Produzido por macrófagos e células T. o Promove:  Aumento da permeabilidade vascular  Choque séptico (em níveis elevados)  Ativação de neutrófilos e macrófagos IL- 6 o Atua em conjunto com IL-1 e TNF-α. o Estimula a síntese de proteínas de fase aguda no fígado (como PCR). IL-8 (CXCL8) o Quimiocina importante na quimiotaxia de neutrófilos. Interferons (IFN-α e IFN-β) o Produzidos em resposta a vírus. o Ativam células NK e induzem estado antiviral.

Reparo tecidual (capítulo 8 )

Controle da proliferação celular O organismo depende do equilíbrio para produção de novas células (mitose) e a eliminação (apoptose). Tipos de células:

  1. Lábeis: estão sempre se dividindo. Encontradas em tecidos com renovação constante (pele, mucosas).
  1. Estáveis (quiescentes) : normalmente estão em repouso (G0), mas podem voltar a se dividir quando necessário (fígado, rins).
  2. Não divisores : já estão totalmente diferenciadas e não se dividem mais. Só aumentam de tamanho ou mudam sua função (neurônios, miocárdio). Proliferação celular: Mitose (fase M): é o momento em que a célula se divide em duas. Interfase: é o intervalo entre duas divisões e está dividida em:  G1: a célula cresce.  S: o DNA é replicado.  G2: a célula se prepara para dividir de novo. Controle do ciclo celular: a) Sinais externos  Principalmente os fatores de crescimento (FC).  Esses sinais chegam do ambiente extracelular e estimulam ou inibem a proliferação. b) Sinais internos  Moléculas que promovem ou bloqueiam a divisão celular, como: o Ciclinas e CDKs (cyclin-dependent kinases) → promovem a progressão do ciclo. o Moléculas guardiãs do genoma → reconhecem lesões no DNA e bloqueiam o ciclo para reparo ou indução de apoptose. Como as células decidem se vão se dividir? Existem pontos de checagem (checkpoints) no ciclo celular:  G1/S: a célula só entra na fase de síntese (replicação do DNA) se estiver tudo certo.  G2/M: só entra em mitose se o DNA tiver sido replicado corretamente. Se algo estiver errado (como DNA danificado), o ciclo é interrompido para que a célula tente reparar. Se o dano for irreparável, a célula é levada à morte por apoptose. Como funcionam ciclinas e CDKs?  Ciclinas: proteínas que aparecem e desaparecem ciclicamente durante o ciclo.  CDKs: enzimas que precisam se ligar a ciclinas para se ativarem.  O complexo ciclina-CDK é o motor que faz a célula passar de uma fase à outra.  Esse complexo é inibido por proteínas chamadas CDKIs, divididas em dois grupos: o INK4 (p15, p16, p18, p19) o Cip/Kip (p21, p27, p57) Esses inibidores bloqueiam a atividade das CDKs e impedem a célula de continuar se dividindo. Receptores Celulares e Fatores de Crescimento: integração entre sinal e resposta Receptores celulares (RTKs - Receptor Tirosina Quinase)  São sensores localizados na membrana plasmática. Quando se ligam a fatores de crescimento (FCs), sofrem autofosforilação, o que ativa vias intracelulares complexas.  Essas vias alteram a expressão gênica no núcleo, ativando genes relacionados à proliferação, diferenciação, migração ou apoptose. Principais vias ativadas:  RAS–RAF–MAPK: estimula entrada no ciclo celular (G1 → S).  PI3K–AKT–mTOR: promove sobrevivência celular, crescimento e metabolismo.  JAK–STAT: atua em proliferação e resposta imune. Relevância patológica:  Em câncer, mutações nos receptores (ex: HER em câncer de mama) ou nas vias downstream resultam em proliferação celular descontrolada, mesmo sem estímulo de FC. Fatores de Crescimento (FCs): moléculas-chave no reparo e na proliferação Cada FC atua sobre tipos celulares específicos e ativa vias de sinalização distintas:

o Macrófagos substituem neutrófilos → liberam citocinas (IL-1, TNF) e fatores de crescimento (TGF- β, PDGF). o Início da angiogênese e recrutamento de fibroblastos.

  1. Proliferação (dias 3 – 7): o Formação de tecido de granulação: fibroblastos + vasos capilares novos. o Ativação de fibroblastos para produção de colágeno tipo III. o Reepitelização: queratinócitos migram e cobrem a ferida.
  2. Maturação (a partir da 2ª semana): o Remodelação da MEC. o Substituição do colágeno tipo III por tipo I. o Apoptose dos capilares desnecessários (regressão da angiogênese). o Ação dos miofibroblastos → contração da ferida. Cicatrização por 1ª vs. 2ª intenção Característica 1ª intenção 2ª intenção Tamanho da ferida Pequeno, bordas aproximadas Grande perda tecidual Inflamação Moderada Intensa Tecido de granulação Pouco Abundante Reepitelização Rápida Lenta Contração da ferida Mínima Intensa (miofibroblastos) Tempo de cura Curto Longo Cicatriz Fina Espessa, irregular Complicações da cicatrização (explicadas com base no mecanismo)  Deiscência: falha na união da ferida → ruptura (por infecção, tensão, colágeno deficiente).  Ulceração: necrose ou falha vascular impede a cicatrização (ex: em diabéticos).  Cicatriz hipertrófica: excesso de colágeno, dentro dos limites da ferida.  Queloide: excesso de colágeno além dos limites da ferida, pode invadir tecidos saudáveis.  Contratura: retração exagerada da cicatriz → deformidades funcionais (ex: mão em garra em queimaduras).