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Leishmaniose Tegumentar e Visceral: Aspectos Clínicos, Diagnóstico e Tratamento, Notas de estudo de Parasitologia

Uma visão abrangente da leishmaniose tegumentar e visceral, cobrindo aspectos clínicos, diagnósticos e de tratamento. discute as diferentes formas da doença, os agentes etiológicos, os vetores, os mecanismos de transmissão e as estratégias de diagnóstico e tratamento. O texto detalha o ciclo de vida do parasita e os mecanismos de resistência, fornecendo informações valiosas para estudantes de medicina e áreas afins.

Tipologia: Notas de estudo

2025

À venda por 24/04/2025

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gabrielcouraa_ 🇧🇷

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@Medlife_Coura
A leishmaniose Tegumentar é uma
doença infecciosa não contagiosa
causada por protozoários do
gênero
Leishmania
, transmitidos
pela picada de fêmeas de
flebotomíneos, popularmente
conhecidos como “mosquito-palha”.
Endêmica em várias regiões das
Américas, especialmente no Brasil, a
LTA representa um importante
problema de saúde pública,
afetando predominantemente
populações rurais e periurbanas.
Clinicamente, a doença se
manifesta principalmente sob duas
formas: a cutânea, com lesões
ulceradas na pele, e a
mucocutânea, mais grave, com
comprometimento das mucosas
nasasais, orais e faríngeas. A
evolução depende tanto da
espécie de leishmania quanta da
resposta imunológica do
hospedeiro.
A LTA é considerada uma
zoonose, com diversos animais
silvestres e domésticos atuando
como reservatórios. O diagnóstico
precoce e o tratamento adequado
são fundamentais para evitar
complicações e sequelas
permanentes.
A Leishmaniose Tegumentar é
causada por protozoários do
gênero Leishmania, pertencentes à
família Trypanosomatidae. No Brasil,
as principais espécies envolvidas
são:
Leishmania (Viannia) braziliensis
forma mais comum, frequentemente
associada às formas
mucocutâneas.
• Leishmania (Viannia) guyanensis
• Leishmania (Viannia) naiffi
• Leishmania (Viannia) lainsoni
Leishmania (Leishmania)
amazonensis
Essas espécies apresentam
tropismo preferencial pela pele e
mucosas, sendo responsáveis pelas
manifestações clínicas cutâneas e
mucocutâneas da doença. A
transmissão ocorre por meio da
picada e flebotomíneos infectados,
principalmente dos gêneros
Lutzomyia (nas Américas), com
destaque para Lutzomyia Whitmani,
L. Intermedia e L. Wellcomei.
Silvestre: Área de vegetação
primária, zoonose de animais que
podem acometer o ser humano.
• Ocupacional e Lazer: Exploração
desordenada da floresta e
derrubada de matas, além de
contruções de usinas, estradas,
povoados, extração de madeira,
atividade agropecuária,
treinamento militares e ecoturismo.
Rural e periurbano em áreas de
colonização: Relacionada ao
processo migratório, ocupação de
encostas e aglomerados em
Introdução
Etiologia:
Padrão de Transmissão
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  • A leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa não contagiosa causada por protozoários do

gênero Leishmania, transmitidos

pela picada de fêmeas de flebotomíneos, popularmente conhecidos como “mosquito-palha”. Endêmica em várias regiões das Américas, especialmente no Brasil, a LTA representa um importante problema de saúde pública, afetando predominantemente populações rurais e periurbanas.

  • Clinicamente, a doença se manifesta principalmente sob duas formas: a cutânea, com lesões ulceradas na pele, e a mucocutânea, mais grave, com comprometimento das mucosas nasasais, orais e faríngeas. A evolução depende tanto da espécie de leishmania quanta da resposta imunológica do hospedeiro.
  • A LTA é considerada uma zoonose, com diversos animais silvestres e domésticos atuando como reservatórios. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações e sequelas permanentes.
  • A Leishmaniose Tegumentar é causada por protozoários do gênero Leishmania, pertencentes à família Trypanosomatidae. No Brasil,

as principais espécies envolvidas são:

• Leishmania (Viannia) braziliensis –

forma mais comum, frequentemente associada às formas mucocutâneas.

• Leishmania (Viannia) guyanensis

• Leishmania (Viannia) naiffi

• Leishmania (Viannia) lainsoni

• Leishmania (Leishmania)

amazonensis

  • Essas espécies apresentam tropismo preferencial pela pele e mucosas, sendo responsáveis pelas manifestações clínicas cutâneas e mucocutâneas da doença. A transmissão ocorre por meio da picada e flebotomíneos infectados, principalmente dos gêneros Lutzomyia (nas Américas), com destaque para Lutzomyia Whitmani, L. Intermedia e L. Wellcomei.
  • Silvestre: Área de vegetação primária, zoonose de animais que podem acometer o ser humano.
  • Ocupacional e Lazer: Exploração desordenada da floresta e derrubada de matas, além de contruções de usinas, estradas, povoados, extração de madeira, atividade agropecuária, treinamento militares e ecoturismo.
  • Rural e periurbano em áreas de colonização: Relacionada ao processo migratório, ocupação de encostas e aglomerados em

Introdução

Etiologia:

Padrão de Transmissão

centros urbanos associados a matas secundárias ou residuais.

  • O inseto vetor da leishmaniose: Flebótomo (mosquito-palha) ➔ Gêneros principais:
  • Phlebotomus (velho mundo: Europa, Àsia, África)
  • Lutzomyia (Novo Mundo: Américas, incluindo o Brasil). ➔ Morfologia do Flebótomo:
  • Tamanho: Pequeno
  • Corpo: Delicado, piloso (parece ter “pelinhos”, cor clara (amarelada ou catanho-clara)
  • Asas: Longas, ovais e eretas, em forma de V quando em repouso.
  • Antenas: Longas e segmentadas
  • Probóscida: Tipo picador- sugador (só as fêmeas se alimentam de sangue
  • Pernas: Longas, adaptadas para ambientes escuros e úmidos

1 - Ovo: Depositado em locais úmidos e sombreados com matéria orgânica (Ex: tocas, folhas em decomposição, fezes, lixo orgânico). 2 - Larva: Passa por 4 estágios larvais (não aquáticos), se alimenta de matéria orgânica. 3 - Pupa: Estágio de transição (não se alimenta), geralmente dura 5 a 10 dias 4 - Adulto: Vive de 1 a 2 semanas; fêmea precisa de sangue para maturar os ovos

1 - Agente etiológico

  • Protozoário do gênero Leishmania
  • Principais espécies causadoras no Brasil:
  • Leishmania (Viannia) braziliensis -

Forma mucocutânea

  • L. (Viannia) guyanensis, L. (Viannia) panamensis, L. amazonessis - > Cutânea. 2 - Transmissão:

O Inseto

Ciclo de Vida do Flebótomo:

Ciclo da Doença

🦟 Fase no inseto vetor (Lutzomyia spp.) – Fase promastigota: 1 - Ingestão do parasito (Amastigotas):

  • A fêmea do flebótomo se alimenta do sangue de um hospedeiro infectado.
  • Durante a picada, ela suga macrófagos infectados contendo amastigotas (forma intracelular do parasito). 2 - Transformação no intestino médio:
  • No intestino médio do inseto, os amastigotas se transformam em promastigotas (forma flagelada, extracelular, móvel). 3 - Multiplicação :
  • Os promastigotas se multiplicam por divisão binária e se desenvolvem nas porções anteriores do intestino. 4 - Migração para a probóscide:
  • Após várias multiplicações, os promastigotas migram para a probóscida (estrutura bocal do inseto), onde ficam prontos para serem transmitidos. 🧍 Fase no hospedeiro vertebrado – Fase amastigota: 5 - Inoculação da Picada:
  • Quando o inseto pica novamente um hospedeiro vertebrado (como o humano), ele inocula promastigotas

na pele, misturados à saliva do inseto, que possui substâncias anticoagulantes e imunomoduladoras. 6 - Fagocitose por macrófagos:

  • Os promastigotas são rapidamente fagocitados por macrófagos e outras células mononucleares no local da picada. 7 - Transformação em amastigotas:
  • Dentro do fagolisossomo do macrófago, os promastigotas perdem o flagelo e se transformam em amastigotas (forma arredondada, sem flagelo, adaptada ao ambiente intracelular ácido. 8 - Multiplicação Intracelular:
  • Os amastigotas se multiplicam por divisão binária no interior dos macrófagos.
  • Quando o macrófago se rompe, os amastigotas liberados infectam novas células, reiniciando o ciclo dentro do hospedeiro. 9 - Disseminação (casos mucocutâneos):
  • Em alguns casos, especialmente com L. brazilliensis, os amastigotas podem disseminar-se por via linfática ou hematogênica para mucosas (nasal, oral, faringe, laringe), levando à forma mucocutânea da doença. 🔁 Retorno ao vetor:
  • Quando um novo flebótomo pica esse hospedeiro infectado, ele suga amastigotas dos macrófagos da pele, recomeçando o ciclo no inseto.

📌 Resumo do ciclo (passo a passo):

  1. Flebótomo suga sangue e ingere amastigotas.
  2. Amastigotas → promastigotas no intestino do vetor.
  3. Promastigotas se multiplicam e migram para a probóscide.
  4. Durante nova picada, o inseto inocula promastigotas na pele do hospedeiro.
  5. Promastigotas são fagocitados por macrófagos.
  6. Dentro do macrófago → se transformam em amastigotas.
  7. Amastigotas se multiplicam e infectam novas células. 8. Outro flebótomo pica o hospedeiro e ingere amastigotas → ciclo reiniciado. 🌍 Epidemiologia:
  • Mais comum nas regiões Norte, Nordeste e Centro- Oeste do Brasil
  • Associada a desmatamento, ocupação de áreas silvestres, turismo ecológico
  • Pode ocorrer transmissão peridomiciliar em áreas endêmicas 🧪 Diagnóstico:
  • Clínico-epidemiológico (história de viagem, lesão característica)
  • Parasitológico direto: raspado da lesão, cultura
  • Imunológico: teste de Montenegro (intradermorreação)
  • Molecular: PCR ➔ Leishmaniose cutaneomucosa:
  • Provoca lesões e úlceras nas mucosas, principalmente nasais e orais, na região do palato e do septo nasal;
  1. Na próxima picada, são inoculados como promastigotas no novo hospedeiro ✅ No hospedeiro vertebrado (humano, cão etc.):
  2. Promastigotas são fagocitados por macrófagos
  3. Dentro da célula, transformam-se em amastigotas
  4. Multiplicam-se intracelularmente, rompem os macrófagos e infectam novas células
  5. Outro flebótomo pica → recomeça o ciclo 🌍 4. Epidemiologia
  • Doença endêmica em várias regiões do Brasil, especialmente Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste
  • Zoonose : cães são os principais reservatórios domésticos
  • Associada à urbanização de áreas anteriormente silvestres
  • Acomete principalmente: o Crianças <10 anos o Adultos imunossuprimidos (ex: HIV) 🧍 5. Manifestações Clínicas

👶 Fase inicial (subclínica ou oligoassintomática):

  • Febre baixa, mal-estar, perda de apetite, adinamia ⚠️ Fase clássica (doença estabelecida):
  • Febre prolongada
  • Perda de peso
  • Hepatoesplenomegalia acentuada (principalmente baço)
  • Adenomegalia (às vezes presente)
  • Pancitopenia (anemia, leucopenia, trombocitopenia)
  • Hipergamaglobulinemia
  • Palidez intensa e sinais de desnutrição
  • Infecções secundárias frequentes 🚨 Casos graves:
  • Choque séptico, sangramentos, icterícia, insuficiência renal
  • Letalidade alta sem tratamento adequado

6. Diagnóstico Parasitológico (padrão- ouro):

  • Pesquisa direta de amastigotas em aspirado de: o Medula óssea o Baço (maior sensibilidade, mas com risco) o Linfonodos o Fígado Molecular:
  • PCR : alta sensibilidade e especificidade Imunológico:
  • Testes rápidos (rk39): boa sensibilidade em áreas endêmicas
  • Sorologias (IFAT, ELISA) Exames laboratoriais gerais:
  • Anemia, leucopenia, trombocitopenia
  • Aumento de transaminases
  • Hipergamaglobulinemia policlonal 7. Tratamento Em pacientes imunocompetentes:
  • Antimoniais pentavalentes (ex: Glucantime® ) — 20 mg Sb+5/kg/dia por 20-30 dias

Casos graves ou imunodeprimidos (ex: HIV+):

  • Anfotericina B lipossomal (ex: Ambisome®): menos tóxica, mais eficaz o Dose: 3 - 5 mg/kg/dia por 5 a 10 dias, dependendo do esquema 8. Prevenção e Controle
  • Uso de repelentes e mosquiteiros impregnados
  • Controle de vetores (inseticidas residuais)
  • Eliminação de cães infectados (programas de vigilância)
  • Educação em saúde nas áreas endêmicas
  • Vacinação canina (existem vacinas para cães, mas não para humanos)
  • A principal diferença entre a leishmaniose tegumentar e a leishmaniose visceral está na forma de acometimento do organismo e na gravidade clínica da doença. Ambas são causadas por protozoários

do gênero Leishmania e

transmitidas por picadas de flebotomíneos (mosquito- palha), mas apresentam comportamentos biológicos

Diferença entre leishmaniose tegumentar e visceral