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Guias e Dicas
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Feijão Comum (Phaseolus vulgaris L.): Cultivo, Morfologia e Classificação, Notas de aula de Agronomia

Uma análise abrangente do feijão comum, cobrindo sua classificação botânica, origem, principais cultivares brasileiras, hábitos de crescimento, morfologia (caule, folha, inflorescência, fruto e semente), safras, necessidades hídricas e de solo, e práticas de cultivo. a informação detalhada sobre as características da planta, seu ciclo de vida e os métodos de cultivo o tornam um recurso valioso para estudantes e profissionais da área agrícola.

Tipologia: Notas de aula

2025

À venda por 23/04/2025

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O que é? Feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) - é um nome comum para uma
grande variedade de sementes de plantas de alguns gêneros da família Fabaceae.
É uma cultura que tem planta herbácea, anual, trepadeira ou não.
Proporciona nutrientes como proteínas, ferro, cálcio, vitaminas, carboidratos e fibras.
Importância econômica
fonte de proteína vegetal
rico em fibras
fonte de carboidratos complexos
rico em vitaminas e minerais
benéfico para saúde cardiovascular
baixo custo e fácil acesso
Classificação botânica
Reino vegetal; Classe dicotyledoneae; Ordem rosales; Família fabaceae; Subfamília
papilionoideae; Tribo phaseoleae; Genero phaseolus ou vigna; Espécie vulgaris.
Panorama nacional
Os gêneros mais cultivados no Brasil são Phaseolus vulgaris (carioca e preto) e Vigna
unguiculata (caupi).
O gênero Vigna possui mais de 100 espécies, mas só 3 são cultivadas. Vigna radiata (feijão
mungo), Vigna unguiculata (feijão caupi) e Vigna angularis ( feijão azuki).
Origem do feijão
Originou-se nas Américas. 55 espécies das quais 5 cultivadas. Phaseolus vulgaris (comum),
P. lunatus (de lima), P. polyanthus, P. coccineus. P. acutifolius
Domesticação
Feijão comum mais importante por ser a espécie cultivada mais antiga e mais
utilizada nos cinco continentes.
Aceita-se dois centros principais de domesticação e um terceiro de menor expressão
Localiza-se nas regiões centrais das américas, principalmente no México onde se
originou a maioria das cultivares de grãos pequenos
O 2° se localiza no norte da Argentina e sul do Peru, de onde se originou cultivares
de sementes grandes, semelhantes a cultivar Jalo
A 3° se localiza na Colômbia, originando a faseolina, principal proteína de reserva do
feijão.
Feijões no Brasil
Carioca: feijão mais consumido no BR, produzido em todo o país, transgênico e resistente
ao vírus do mosaico dourado
Branco: diminui absorção de carboidrato e possui 141 kcal/60g, principal produtor é SC e
tem forma alongada
Rosinha: grão macio, pequeno, rosado e cozinha rápido. Muito consumido no PA, MT e GO
De corda: produzido principalmente no CE. é bege com hilo preto. Quando não está
totalmente maduro, é chamado de feijão verde.
Preto: principal ingrediente da feijoada, produzido no RS e SC. Variedade resistente a seca
e muito produtiva.
Principais países produtores: Mayoma, Índia, Brasil, China, Tanzânia, Uganda, USA,
México, Kania.
Principais estados produtores: PR, MG, GO, MT, SP, BA, SC, TO, RS, CE
Cultivares: na escolha para ser plantada, devem ser produtivas, resistentes/tolerantes às
principais doenças e pragas; cor, tamanho e brilho do grão; qualidade do grão pós colheita e
armazenamento; aceitação comercial do tipo de grão pelo mercado consumidor.
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Baixe Feijão Comum (Phaseolus vulgaris L.): Cultivo, Morfologia e Classificação e outras Notas de aula em PDF para Agronomia, somente na Docsity!

● O que é? Feijão comum ( Phaseolus vulgaris L. ) - é um nome comum para uma grande variedade de sementes de plantas de alguns gêneros da família Fabaceae. ● É uma cultura que tem planta herbácea, anual, trepadeira ou não. ● Proporciona nutrientes como proteínas, ferro, cálcio, vitaminas, carboidratos e fibras. Importância econômica ● fonte de proteína vegetal ● rico em fibras ● fonte de carboidratos complexos ● rico em vitaminas e minerais ● benéfico para saúde cardiovascular ● baixo custo e fácil acesso Classificação botânica Reino vegetal; Classe dicotyledoneae; Ordem rosales; Família fabaceae; Subfamília papilionoideae; Tribo phaseoleae; Genero phaseolus ou vigna; Espécie vulgaris. Panorama nacional Os gêneros mais cultivados no Brasil são Phaseolus vulgaris (carioca e preto) e Vigna unguiculata (caupi). O gênero Vigna possui mais de 100 espécies, mas só 3 são cultivadas. Vigna radiata (feijão mungo), Vigna unguiculata (feijão caupi) e Vigna angularis ( feijão azuki). Origem do feijão Originou-se nas Américas. 55 espécies das quais 5 cultivadas. Phaseolus vulgaris (comum), P. lunatus (de lima), P. polyanthus, P. coccineus. P. acutifolius Domesticação ● Feijão comum mais importante por ser a espécie cultivada mais antiga e mais utilizada nos cinco continentes. ● Aceita-se dois centros principais de domesticação e um terceiro de menor expressão ● Localiza-se nas regiões centrais das américas, principalmente no México onde se originou a maioria das cultivares de grãos pequenos ● O 2° se localiza no norte da Argentina e sul do Peru, de onde se originou cultivares de sementes grandes, semelhantes a cultivar Jalo ● A 3° se localiza na Colômbia, originando a faseolina, principal proteína de reserva do feijão. Feijões no Brasil Carioca: feijão mais consumido no BR, produzido em todo o país, transgênico e resistente ao vírus do mosaico dourado Branco: diminui absorção de carboidrato e possui 141 kcal/60g, principal produtor é SC e tem forma alongada Rosinha: grão macio, pequeno, rosado e cozinha rápido. Muito consumido no PA, MT e GO De corda: produzido principalmente no CE. é bege com hilo preto. Quando não está totalmente maduro, é chamado de feijão verde. Preto: principal ingrediente da feijoada, produzido no RS e SC. Variedade resistente a seca e muito produtiva. Principais países produtores: Mayoma, Índia, Brasil, China, Tanzânia, Uganda, USA, México, Kania. Principais estados produtores: PR, MG, GO, MT, SP, BA, SC, TO, RS, CE Cultivares: na escolha para ser plantada, devem ser produtivas, resistentes/tolerantes às principais doenças e pragas; cor, tamanho e brilho do grão; qualidade do grão pós colheita e armazenamento; aceitação comercial do tipo de grão pelo mercado consumidor.

Preferência de consumo nas regiões brasileiras: Feijão preto - RS, SC, PR, RJ, MG, ES. Feijão carioca - todo o brasil Feijão mulatinho - Nordeste Rosinha - MG e GO

Hábitos de crescimento e ciclo Ciclo anual, de 75 a 100 dias, se cultivar superprecoce, 65 dias. Podem crescer, eretos, semi eretos, prostrado e trepador Estádios fisiológicos ● V0: germinação. Inicia-se no dia da semeadura em solos úmidos ou após água em solos secos. Dura até que 50% dos cotilédones das plântulas estejam visíveis. ● V1: emergência. 50% dos cotilédones são visíveis e já começam a se separar. Folhas primárias iniciam seu desenvolvimento. ● V2: primeiras folhas. Inicia-se quando ocorre abertura e crescimento das folhas primárias ● V3: primeira folha completamente aberta. Surge a primeira folha composta (1° trifólio) ● V4: terceira folha trifoliada aberta. Inicia-se quando o 3° trifólio está completamente aberto ● R5: pré floração. Desenvolvimento dos primeiros ramos secundários e o surgimento dos botões florais ● R6: floração. Inicia-se quando a planta apresenta 50% de flores abertas. Tem diferenças entre os tipos de feijão ● R7: formação das vagens. As flores murcham e as pétalas também. Ocorre a formação das vagens (canivetes) ● R8: enchimento das vagens. Ocorre o enchimento de grãos. Ao final da fase, os grãos perdem a cor verde. ● R9: maturação. As vagens perdem a cor e começam a secar. Os grãos ganham as características da cultivar. Exigência hídrica Afeta o rendimento, precisa de 250 a 350 mm. Necessidade influenciada por diversos fatores. Cada estádio tem uma necessidade. R8 e V4 são as fases mais críticas. Clima: T°C ideal entre 15 a 27°C Morfologia - caule Crescimento determinado: é caracterizado pela finalização do crescimento vegetativo a partir do início do florescimento Crescimento indeterminado: é caracterizado pela continuação do crescimento vegetativo após o florescimento ● Tipo I: determinado arbustivo, com ramificação ereta e fechada; talo principal resistente e pouco ramificado, pequeno porte (25- 50cm), ciclo precoce, período de florescimento reduzido (5 a 7 dias), uniformidade de maturação das vagens. Ex: feijao preto ● Tipo II: indeterminado, com ramificação ereta e fechada; haste principal de crescimento vertical, poucos ramos laterais, e geralmente curtos, satisfatório potencial produtivo, adequada distribuição de flores e vagens na planta (melhor qualidade)

Características gerais O feijão é uma planta de clima tropical; Fatores climáticos que influenciam na produção: T°, radiação solar É uma planta considerada foto neutra, que não é muito sensível ao fotoperíodo, ou seja, a quantidade de luz não afeta diretamente o desenvolvimento e o ciclo de vida da planta. Temperaturas abaixo de 0° e muito altas inviabilizam o cultivo do feijão. Safras do feijão ● Safras das águas: plantios entre agosto e novembro, colheita entre novembro e abril. É a maior das três safras em produtividade e rendimento - usado aqui no MS com pivô. Usado no PR, SC, RS, SP. ● Safra de inverno: feijão irrigado. Plantio entre abril e julho. Colheita entre agosto a novembro. ● Safra da seca: Plantio entre janeiro e março. Colheita entre abril e junho. PR, SC, RS. ● Essas safras contribuem com mais de 50% da produção, representando a maior área de cultivo na produção nacional do feijão. Déficit hídrico Mais suscetível à deficiência hídrica durante a floração e o estádio inicial da formação das vagens- R5, R6 e R Período crítico é 15 dias antes da floração, em V4. Entretanto, um período seco, da maturação fisiológica da semente até a colheita, garante um produto de boa qualidade. Solo Solos férteis, areno-argilosos, com bom teor de M.O, bem arejado, pH em torno de 6,0, não se desenvolvem em solos encharcados e ácidos, deve-se evitar terrenos inclinados por conta da erosão (práticas conservacionistas são bem vindas), e a rotação de cultura é uma prática feita para melhorar o feijão, visto que é uma planta que responde bem a adubação verde e orgânica. Preparo do solo ● Sistema convencional: aração (disco ou aiveca) e gradagem após aração e antes da semeadura ● Sistema reduzido: cultivo mínimo (entre convencional e direto). O preparo do solo é minimizado pelo menor uso de máquinas. Revolve pouco o solo e a manutenção dos resíduos vegetais. ● Plantio direto: usa equipamentos especiais e uso de herbicida específico de pré e pós emergente. Semeadura Espaçar as plantas entre 20 a 30 cm, com até 3 sementes por cova. Profundidade de 3 a 5 cm. Tipo I: espaçamento entre linhas de 0,35 a 0,50 cm Tipo II: espaçamento entre linhas de 0,40 a 0,60 cm Tipo III: espaçamento entre linhas de 0,45 a 0,70 cm Qualidade da semente (tratamento com inseticida e fungicida): evitar transmissao de doencas e garantia de germinação O uso de sementes melhoradas aumentam 15% da produtividade.

Calagem Aumenta a produtividade, melhora o solo e aumenta a eficiência da adubação. Deve ser recomendada com base na análise química do solo e 60 dias antes do plantio. Quanto mais profunda, melhor o resultado da aplicação. Adubação mineral N - 30 A 40 Kg/ha sendo ⅓ no plantio e ⅔ em cobertura P - tudo no plantio K - pode ou não ser parcelado. Tratos culturais Deve ser mantido livre de daninhas até o início do florescimento. O controle pode ser preventivo, cultural, mecânico e químico. Irrigação Mais usada em 3° safra (seca), o custo dos equipamentos é alto, preço bom alcançado no mercado. Quantidade de água - de acordo com a evapotranspiração da cultura. É preciso cuidar da doença foliar, pode ser usada com aspersão, sulcos e subjugação. Colheita Quando as hastes estiverem em estado adiantado de secagem e quando a maioria (>50%) das folhas estiverem caídas. Consequências do atraso de colheita é a perda de qualidade comercial do produto por ocorrência de carunchos ou microrganismos, deiscência das vagens secas. Trilhagem Separação dos grãos da palhada Armazenamento Com umidade em torno de 12%. Deve ser feito em local escuro e ventilado, feijão não pode ficar exposto à luz e nem calor, porque perde qualidade. Podem ser usados silos subterrâneos revestidos com polietileno, onde o feijão é armazenado ensacado ou a granel.