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Análise Crítica do Discurso Oficial Sobre o Fracasso Escolar: Rupturas e Repetições, Resumos de Psicologia Social

Um resumo de um artigo publicado na revista brasileira de estudos pedagógicos, escrito por maria helena souza patto. O artigo discute a evolução do discurso oficial sobre o fracasso escolar no brasil, observando as rupturas e repetições na pesquisa acadêmica neste tema. A autora critica a visão reificada da escola e da sua problemática resultante de uma repetida aplicação de um modelo experimental de investigação. Ela propõe uma revisão crítica da literatura especializada e busca um referencial teórico-metodológico que faça mais justiça à complexidade do processo educativo.

O que você vai aprender

  • Quais são as três rupturas e a repetição identificadas na pesquisa sobre o fracasso escolar?
  • Qual é a premissa básica da autora sobre as pesquisas sobre o fracasso escolar?
  • Como a autora propõe abordar a complexidade do processo educativo?

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 21/09/2022

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Projeto Unificado V – Psicologia Escolar e da Educação II
Nome: Adailton Luduvico da Silva – RA 4851
Professora: Renata da Silva
Atividade: Resumo
- PATTO, Maria Helena Souza. O fracasso escolar como objeto de estudo: Anotações sobre as
características de um discurso. Disponível em: Cadernos de Pesquisa, número 65, São
Paulo, páginas 72 - 77
O artigo citado acima, que aqui resumimos, parte de uma premissa que a autora considera, a saber:
Se é verdade que o número de pesquisas sobre as causas da repetência e da evasão na escola pública
de primeiro grau, em suas primeiras séries, vem crescendo nas últimas duas décadas, é verdade
também que esta linha de investigação vem mostrando sinais de cansaço: uma repetida aplicação de
um modelo experimental de investigação tem produzido como resultado uma visão reificada da
escola e de sua problemática. Mais do que isso, é visível que a crença na menor capacidade da
criança pobre para aprender os conteúdos escolares tem sido uma constante nessas pesquisas, tanto
mais presente quanto mais a “teoria da carência cultural” se estabelece no pensamento educacional
brasileiro a partir do início dos anos setenta. Assim, a autora se propõe a duas atividades: uma
revisão crítica da literatura especializada produzida sobre o fracasso escolar e, em segundo lugar, a
busca de um referencial teórico-metodológico que fizesse mais justiça à complexidade do processo
educativo.
Fracasso escolar: a natureza do discurso oficial. Uma análise dos discursos oficiais sobre a
explicação do fracasso escolar, pelas várias produções científicas ao longo dos anos, permitiu a
autora constatar que quando se trata de explicar as causas das dificuldades da escola elementar
pública, as análises contidas na RBEP (Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos) incluem desde
de considerações não-críticas de natureza econômica, política social e cultural sempre no marco
de uma visão liberal de mundo (foco somente no indivíduo capaz ou incapaz, mas sempre o
indivíduo) e de uma visão funcionalista de sociedade – até referências às dimensões pedagógicas e
psicológicas do processo educativo. É no âmbito destas ultimas que se encontra uma incoerência
fundamental: de um lado há críticas ao método de ensino, principalmente a ausência de significado
para o aprendiz de um ensino formalista baseado na memorização e levado à frente por um corpo
docente, via de regra, incapacitado; de outro lado, a atribuição das dificuldades escolares, de ensino-
aprendizagem, a distúrbios físicos e psíquicos localizados no aprendiz, em sua família ou até
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Projeto Unificado V – Psicologia Escolar e da Educação II Nome: Adailton Luduvico da Silva – RA 4851 Professora: Renata da Silva Atividade: Resumo

  • PATTO, Maria Helena Souza. O fracasso escolar como objeto de estudo: Anotações sobre as características de um discurso. Disponível em: Cadernos de Pesquisa, número 65, São Paulo, páginas 72 - 77 O artigo citado acima, que aqui resumimos, parte de uma premissa que a autora considera, a saber: Se é verdade que o número de pesquisas sobre as causas da repetência e da evasão na escola pública de primeiro grau, em suas primeiras séries, vem crescendo nas últimas duas décadas, é verdade também que esta linha de investigação vem mostrando sinais de cansaço: uma repetida aplicação de um modelo experimental de investigação tem produzido como resultado uma visão reificada da escola e de sua problemática. Mais do que isso, é visível que a crença na menor capacidade da criança pobre para aprender os conteúdos escolares tem sido uma constante nessas pesquisas, tanto mais presente quanto mais a “teoria da carência cultural” se estabelece no pensamento educacional brasileiro a partir do início dos anos setenta. Assim, a autora se propõe a duas atividades: uma revisão crítica da literatura especializada produzida sobre o fracasso escolar e, em segundo lugar, a busca de um referencial teórico-metodológico que fizesse mais justiça à complexidade do processo educativo. Fracasso escolar: a natureza do discurso oficial. Uma análise dos discursos oficiais sobre a explicação do fracasso escolar, pelas várias produções científicas ao longo dos anos, permitiu a autora constatar que quando se trata de explicar as causas das dificuldades da escola elementar pública, as análises contidas na RBEP (Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos) incluem desde de considerações não-críticas de natureza econômica, política social e cultural – sempre no marco de uma visão liberal de mundo (foco somente no indivíduo capaz ou incapaz, mas sempre o indivíduo) e de uma visão funcionalista de sociedade – até referências às dimensões pedagógicas e psicológicas do processo educativo. É no âmbito destas ultimas que se encontra uma incoerência fundamental: de um lado há críticas ao método de ensino, principalmente a ausência de significado para o aprendiz de um ensino formalista baseado na memorização e levado à frente por um corpo docente, via de regra, incapacitado; de outro lado, a atribuição das dificuldades escolares, de ensino- aprendizagem, a distúrbios físicos e psíquicos localizados no aprendiz, em sua família ou até

Projeto Unificado V – Psicologia Escolar e da Educação II mesmo em seu professor. Também aparece aqui, neste aspecto da pesquisa, os preconceitos em relação aos aprendizes que moram em situações econômicas mais pobres, favelas, periferias das cidades... “são culturalmente deficientes” ou “diferentes”. A pesquisa recente: ruptura e repetição. Aqui a autora evidência três rupturas e uma repetição do pensamento anterior à década de 1960 (marco referencial para o termo “pesquisa recente”). A primeira ruptura é de ordem temática, sendo aqui a atenção à participação da própria escola nos resultados por ela obtidos, depois de muitos anos nos quais predominou a psicologização do fracasso escolar e a procura de suas causas, sobretudo, fora do sistema escolar. Em segundo lugar, uma ruptura de ordem política, ao superar a concepção liberal do papel da escola, segundo a qual a educação escolar estaria à frente das reformas sociais. Esta ruptura assumiu duas formas: primeiro a crítico-reprodutivista, segundo a qual as práticas e relações dentro da escola eram entendidas apenas como mantenedoras da ordem social; mais tarde, a segunda forma desta ruptura política, é o fato da escola passar a ser vista como lugar que, embora não na vanguarda das mudanças sociais, poderia ser afinado com a transformação radical da sociedade de classes, ou seja, como um espaço onde as classes subalternas poderiam se apropriar de conhecimentos uteis à consecução de seus interesses. E, a terceira ruptura é de ordem teórica, ou seja, passou-se a introdução das ideias de Gramsci nos meios acadêmicos. Contudo, e aqui está a repetição no pensamento, à medida que as pesquisas vão desvendando as deficiências estruturais e funcionais da escola, ao invés da tendência a atribuir à clientela a responsabilidade pelo fracasso escolar ter sido ultrapassada, ela foi apenas somada à responsabilização do sistema educacional. Neste sentido, a pesquisa atual repete o discurso fraturado que predominou no período em que vigoravam as ideias escolanovistas.