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Guias e Dicas
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Resumo, Fisiologia do Sangue e Equilíbrio Acidobásico em Animais, Resumos de Fisiologia

O sistema monocítico-fagocitário, a função do fígado na produção de proteínas e fatores coagulantes, e a importância da produção de atp para a integridade das hemácias. Aborda a eritrocitose e eritropenia, as causas da anemia, e os mecanismos de hemostasia. Detalha a cascata de coagulação, o papel dos eletrólitos e as alterações nas concentrações de sódio, potássio, cálcio e cloreto. Explica o sistema de tamponamento do bicarbonato e fosfato, e as compensações em casos de acidose e alcalose metabólica e respiratória. O texto também menciona a importância do equilíbrio acidobásico durante o exercício físico intenso, como no enduro, destacando a necessidade de alta exigência metabólica para a manutenção do equilíbrio do organismo. Útil para estudantes de medicina veterinária e áreas afins, oferecendo uma visão abrangente sobre a fisiologia do sangue e o equilíbrio acidobásico em animais. (499 characters)

Tipologia: Resumos

2025

Compartilhado em 25/06/2025

andre-luiz-2o2
andre-luiz-2o2 🇧🇷

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Fisiologia e Distúrbios do Sangue
em Animais
A Importância do Sangue e seus
Componentes na Medicina Veterinária
Compreender os processos bioquímicos do sangue, água corpórea,
eletrólitos e sistemas tamponantes é crucial para veterinários, permitindo
correlacionar a normalidade com quadros clínicos patológicos em animais.
O equilíbrio hidroeletrolítico e os sistemas tamponantes são de grande
importância. A anemia, frequentemente associada à carência de ferro,
exemplifica essa correlação.
Composição e Funções do Sangue
O sangue é um tecido conjuntivo especializado com uma matriz extracelular
fluida. Ele é composto por elementos figurados (hemácias, leucócitos e
plaquetas) e plasma sanguíneo. As funções do sangue incluem o transporte
de nutrientes, gases (O2 e CO2), hormônios, produtos metabólicos e de
excreção para órgãos excretores, além do controle da temperatura corporal
e defesa orgânica.
Os leucócitos (neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos e linfócitos)
atuam na defesa do organismo, enquanto as plaquetas estão relacionadas à
hemostasia primária. O plasma contém proteínas como albumina (pressão
coloidosmótica e transporte), globulinas (transporte e defesa), fibrinogênio
e protrombina (hemostasia), e o sistema complemento (defesas inatas e
adquiridas). A pressão coloidosmótica auxilia na manutenção do sangue
dentro dos vasos sanguíneos.
Hematopoiese e Metabolismo das Hemácias
O tempo de vida das células sanguíneas varia entre as espécies e tipos
celulares, sendo geralmente curto. O sistema hematopoiético-lítico mantém
a quantidade de células sanguíneas estável. O sistema monocítico-
fagocitário realiza a hemocatarese (destruição de células sanguíneas
defeituosas), reserva de ferro e degradação de hemoglobina. O fígado
produz proteínas e fatores coagulantes, converte bilirrubina e armazena
vitamina B12 e ferro.
As hemácias têm como principal função a produção de hemoglobina,
responsável pelo transporte de oxigênio. A produção de energia nas
hemácias ocorre exclusivamente por glicólise anaeróbica, gerando lactato.
O lactato é utilizado na gliconeogênese hepática para produção contínua de
glicose.
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Fisiologia e Distúrbios do Sangue

em Animais

A Importância do Sangue e seus

Componentes na Medicina Veterinária

Compreender os processos bioquímicos do sangue, água corpórea, eletrólitos e sistemas tamponantes é crucial para veterinários, permitindo correlacionar a normalidade com quadros clínicos patológicos em animais. O equilíbrio hidroeletrolítico e os sistemas tamponantes são de grande importância. A anemia, frequentemente associada à carência de ferro, exemplifica essa correlação.

Composição e Funções do Sangue

O sangue é um tecido conjuntivo especializado com uma matriz extracelular fluida. Ele é composto por elementos figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas) e plasma sanguíneo. As funções do sangue incluem o transporte de nutrientes, gases (O2 e CO2), hormônios, produtos metabólicos e de excreção para órgãos excretores, além do controle da temperatura corporal e defesa orgânica.

Os leucócitos (neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos e linfócitos) atuam na defesa do organismo, enquanto as plaquetas estão relacionadas à hemostasia primária. O plasma contém proteínas como albumina (pressão coloidosmótica e transporte), globulinas (transporte e defesa), fibrinogênio e protrombina (hemostasia), e o sistema complemento (defesas inatas e adquiridas). A pressão coloidosmótica auxilia na manutenção do sangue dentro dos vasos sanguíneos.

Hematopoiese e Metabolismo das Hemácias

O tempo de vida das células sanguíneas varia entre as espécies e tipos celulares, sendo geralmente curto. O sistema hematopoiético-lítico mantém a quantidade de células sanguíneas estável. O sistema monocítico- fagocitário realiza a hemocatarese (destruição de células sanguíneas defeituosas), reserva de ferro e degradação de hemoglobina. O fígado produz proteínas e fatores coagulantes, converte bilirrubina e armazena vitamina B12 e ferro.

As hemácias têm como principal função a produção de hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio. A produção de energia nas hemácias ocorre exclusivamente por glicólise anaeróbica, gerando lactato. O lactato é utilizado na gliconeogênese hepática para produção contínua de glicose.

As hemácias precisam de energia para manter sua integridade estrutural e funcional. Um desvio na glicólise produz 2,3-difosfoglicerato, essencial para o funcionamento da hemoglobina e o transporte de gases. O tempo de vida das hemácias varia entre as espécies animais.

Hemoglobina e Transporte de Oxigênio

A hemoglobina, presente nas hemácias, é composta por quatro estruturas proteicas (globinas com duas cadeias alfa e duas beta) ligadas a quatro estruturas não proteicas contendo ferro (grupos heme). A ligação e liberação de oxigênio pelo ferro são reguladas por mudanças na estrutura da hemoglobina. As hemácias mantêm o ferro ligado à hemoglobina em seu estado funcional e controlam a afinidade do oxigênio alterando as concentrações de fosfatos orgânicos, como o 2,3-difosfoglicerato (DPG).

A ligação da hemoglobina com o O2 forma a oxihemoglobina (HbO2), que libera o oxigênio nas células, transformando o sangue rico em oxigênio (vermelho) em pobre em oxigênio (vermelho arroxeado).

Eritrocitose e Anemia

O aumento fisiológico de hemácias (eritrocitose) é uma adaptação a locais de alta altitude, onde a concentração de oxigênio é menor. A diminuição de hemácias (eritropenia) causa diminuição de hemoglobina, levando à hipóxia tecidual, cansaço, apatia e aumento da frequência respiratória.

A anemia pode ser causada por perda excessiva de sangue (hemorragia), destruição excessiva de hemácias (hemólise), diminuição da produção de hemácias (por patologias na medula óssea ou rins) ou falta de ferro. A produção de hemoglobina requer porfirinas, intermediários na biossíntese do grupo heme, formado pela união de succinil-CoA e glicina com a entrada de ferro. A diminuição dos níveis de hemoglobina causa palidez das mucosas e da pele.

Metabolismo da Bilirrubina e Icterícia

Alterações genéticas na biossíntese do grupo heme podem causar acúmulo de compostos na medula óssea e no fígado. A degradação do heme produz urobilinogênio, excretado principalmente nas fezes. A bilirrubina indireta, lipossolúvel, é transportada no plasma pela albumina.

A bilirrubina indireta é convertida em bilirrubina direta (conjugada), hidrossolúvel, no fígado pela enzima UDP-glicuroniltransferase. A bilirrubina direta é lançada no intestino com a bile e convertida em urobilinogênio por enzimas bacterianas, sendo excretada nas fezes como estercobilinogênio. Uma pequena fração de urobilinogênio retorna ao fígado e uma pequena quantidade (1-3%) é excretada pelos rins na urina.

O acúmulo de bilirrubina (direta ou indireta) no sangue causa icterícia, detectada pela coloração amarelada da pele e mucosas. A icterícia pode ser pré-hepática (hemolítica, com acúmulo de bilirrubina indireta), hepática

terciária são epistaxe, hematêmese, hematoquezia, hematúria, melena e hemorragia prolongada ou espontânea.

Fatores de Coagulação e Doenças Relacionadas

O cálcio (fator IV) é um cofator na cascata de coagulação, necessário nas três vias em quantidade muito pequena. Hepatopatias graves determinam falha na produção dos fatores de coagulação, causando hemorragias. A hemofilia A é a deficiência de FVIII, uma doença decorrente de alterações nos genes codificantes do FVIII que se localizam no cromossomo X. Existem relatos de hemofilia B (deficiência do fator IX) e hemofilia C (deficiência ou anormalidade do fator XI). O coagulograma caracteriza o tempo de coagulação, por meio dos fatores da via extrínseca e comum, bem como da via intrínseca e comum. Os fatores de coagulação envolvidos na hemostasia secundária são produzidos pelas plaquetas, tecido conjuntivo local ou pelo fígado.

Equilíbrio Hidroeletrolítico

A proporção média de água no organismo é de aproximadamente 60 a 70%, sendo composta por cerca de 35% de líquido intracelular e 25% de líquido extracelular. O líquido extracelular contém 19% de líquido intersticial, 4,5% de água do plasma sanguíneo e 1,5% de água transcelular. Os eletrólitos são sais inorgânicos que participam de eventos fisiológicos intra e extracelulares, adquiridos a partir da dieta e excretados pelo trato digestivo, urina, fezes, suor, saliva e bile. Alterações do volume de água e do teor salino são contrabalanceadas pela sede e pela regulação da diurese pelos rins.

Sódio e Potássio

Existe maior concentração de sódio no meio extracelular (MEC) e maior concentração de potássio no meio intracelular (MIC), graças à ação da bomba de Na+-K+ ATPase. Os íons cloreto e bicarbonato apresentam as suas concentrações dependentes das concentrações de sódio. Qualquer prejuízo no controle do equilíbrio eletrolítico no interior da célula determina uma perda significativa no funcionamento das rotas metabólicas. Distúrbios ocorrem pelo aumento ou diminuição da concentração do eletrólito. Vômitos, diarreias ou aumento do volume de urina são os principais responsáveis pela perda de eletrólitos e água.

Sódio

O sódio tem maior concentração no líquido extracelular, participando da regulação da osmolaridade. A regulação da concentração de sódio e de água corpórea é realizada pelos rins. Hipernatremia é o aumento da concentração plasmática de sódio, resultante do aumento de sua ingestão ou da perda excessiva de água. Hiponatremia é a diminuição da concentração plasmática de sódio.

Potássio

O potássio está mais concentrado no meio intracelular (95%), sendo responsável pela manutenção do volume intracelular e do potencial de membrana. A regulação da concentração de potássio entre os meios intra e extracelular se dá pela bomba de sódio-potássio ATPase. A regulação da concentração de potássio no plasma sanguíneo é feita pelos rins e conta com a participação da aldosterona. Hipocalemia é a diminuição da concentração de potássio no plasma sanguíneo. Hipercalemia é o aumento de potássio no plasma sanguíneo, relacionado com a redução de excreção renal.

Cálcio

O cálcio apresenta uma maior concentração na matriz óssea (99%), estando presente também na membrana plasmática e no retículo endoplasmático das células corpóreas (0,9%) e no compartimento extracelular (0,1%). A regulação da concentração de cálcio entre esses compartimentos ocorre pelo paratormônio, pela calcitonina e pela vitamina D. Hipocalcemia é a diminuição da concentração de cálcio plasmática. Hipercalcemia é o aumento da concentração de cálcio no plasma. A tetania puerperal ou febre do leite é uma consequência da deficiência de cálcio no sangue animal.

Cloreto

A concentração plasmática de cloreto é influenciada pela concentração de sódio e bicarbonato. Hipercloremia é o aumento da concentração de cloreto no plasma sanguíneo. Hipocloremia é a diminuição de cloreto no plasma sanguíneo e geralmente está associada à alcalose metabólica.

Magnésio

A maior parte do magnésio é encontrada nos ossos, enquanto no sangue há uma pequena concentração desse eletrólito. Hipermagnesemia é o aumento dos níveis de magnésio no sangue. Hipomagnesemia é a diminuição dos níveis de magnésio no sangue. A tetania das pastagens é uma condição clínica encontrada em bovinos que se alimentam em pastagens com baixo teor de fibras e magnésio e alta concentração de proteínas.

Fósforo

Quase todo fósforo existente no organismo está na forma de fosfato ou associado ao oxigênio. A maior concentração de fosfato corpóreo encontra- se nos ossos, e o restante no meio intracelular, participando da produção de energia para a célula. Hiperfosfatemia é o aumento de fosfato no sangue. Hipofosfatemia é a diminuição de fosfato no sangue. Em animais jovens, a hiperfosfatemia pode ser fisiológica devido à ação do hormônio do crescimento.

Quando a frequência respiratória aumenta (taquipneia), a concentração sérica de dióxido de carbono diminui, deslocando a reação para a produção de H2CO3 a partir de H+ e HCO3-, reduzindo a concentração de prótons e tornando o pH mais básico. Quando a frequência respiratória diminui (bradipneia), a concentração sérica de dióxido de carbono aumenta, acumulando ácido carbônico e liberando H+ no plasma.

Em casos de acidose (diminuição do pH), o organismo estimula a taquipneia para eliminar CO2 pelos pulmões. A hemoglobina diminui sua afinidade pelo oxigênio, permanecendo mais tempo ligada aos íons H+, diminuindo a concentração desses íons livres.

Acidose e Alcalose Respiratória

Condições patológicas que afetam o controle respiratório podem causar acidose respiratória (diminuição do pH devido ao acúmulo de dióxido de carbono) ou alcalose respiratória (elevação do pH devido à redução de dióxido de carbono). A acidose respiratória pode ser causada por enfisema, bronquite crônica, pneumonia grave, edema pulmonar, asma e patologias neurais ou musculares na caixa torácica. Procedimentos sedativos e talas torácicas apertadas também podem levar à acidose respiratória. A alcalose respiratória pode ser causada por medo, ansiedade, dor, calor e febre.

Mecanismos Renais de Compensação

Os rins auxiliam no controle do pH sanguíneo, evitando variações bruscas. Eles efetuam a troca entre Na+ e H+ a nível tubular, secretam K+, reabsorvem HCO-3 e produzem íon amoníaco, que carreia H+. Em casos de acidose respiratória, os sistemas fosfato e bicarbonato atuam na excreção renal de H+ e reabsorção de Na+, aumentando a produção de íon amoníaco. Os rins tamponam o pH pela bomba de troca de Na+- H+, pela excreção de ácidos tituláveis (sulfatos e fosfatos) e pela produção de amoníaco a partir da glutamina, auxiliando na excreção de H+.

Em situações de acidose metabólica ou respiratória, ou de alcalose metabólica ou respiratória, mecanismos de compensação são ativados para restaurar o equilíbrio acidobásico e evitar danos à saúde do animal.

Gasometria e Distúrbios Acidobásicos

A gasometria (ou hemogasometria) é o exame de eleição na medicina veterinária para diagnosticar e investigar distúrbios acidobásicos. Ela é utilizada para avaliar, monitorar e diagnosticar doenças, principalmente as de natureza respiratória e metabólica. Os principais parâmetros analisados na gasometria são a saturação de oxigênio (SatO2), a pressão parcial do gás carbônico (pCO2), a concentração de bicarbonato (H2CO3) e o pH. A gasometria também fornece resultados sobre a concentração de eletrólitos sanguíneos, como sódio, potássio e cloreto.

Anormalidades no equilíbrio acidobásico corporal estão sempre acompanhadas por alterações nas concentrações plasmáticas de eletrólitos.

Acidose Metabólica

A acidose metabólica é caracterizada pela redução da concentração sérica de bicarbonato. Essa redução é causada pelo acúmulo de ácidos não voláteis (provenientes do metabolismo celular) ou pela perda de bicarbonato para o meio extracelular. Em resposta à redução de bicarbonato, o organismo promove a compensação através do aumento da ventilação alveolar.

Revisão de Conteúdo

O texto aborda os constituintes do tecido sanguíneo, as funções das células sanguíneas e a importância do sistema hematopoiético-lítico na produção e degradação das hemácias. A coloração do plasma e a sobrevida das hemácias variam dependendo da espécie. A degradação da hemoglobina gera bilirrubina direta e indireta, e desequilíbrios nesse metabolismo podem levar à icterícia.

A composição dos compartimentos líquidos do corpo, os principais eletrólitos e a importância do balanço hidroeletrolítico também são abordados, assim como as classificações e etiologias dos distúrbios hidroeletrolíticos.

O texto também apresenta os distúrbios do equilíbrio acidobásico, suas causas, tipos e os mecanismos de compensação fisiológica.

Leituras Complementares

Para aprofundar o conhecimento sobre as características e morfologia das células do sistema sanguíneo animal, recomenda-se a leitura do livro "Hematologia veterinária: Produção de material didático", de Malena Noro Silva (2017).

Para entender como a deficiência de minerais em bovinos com dieta exclusiva de pasto causa alterações patológicas, recomenda-se a leitura do artigo "Deficiências minerais em animais de fazenda, principalmente bovinos em regime de campo", de Tokarnia, Döbereiner e Peixoto (2000), e o documento da Embrapa "Principais deficiências minerais em bovinos de corte I", elaborado por Sheila da Silva Moraes (2001).