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Resumo sobre DMG feito a partir de livros, artigos e resumos de cursinhos. Totalmente atualizado.
Tipologia: Esquemas
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Não perca as partes importantes!
O quadro de DM franco refere-se à situação de mulheres sem diagnóstico prévio de DM que evoluem com hiperglicemia em níveis que preenchem critérios para o diagnóstico de DM fora da gestação. Já o DMG é um estado transitório de intolerância aos carboidratos que se inicia no período gestacional, com gravidade variável, e que não preenche os critérios de DM franco.
Do ponto de vista metabólico, podemos dividir a gravidez em duas fases sequenciais: anabólica (1º e 2º trimestres) e catabólica (3º trimestre). Na fase anabólica, devido a uma sensibilidade aumentada à ação da insulina, a gestante armazena boa parte dos nutrientes ingeridos, e o crescimento fetal ocorre de forma limitada.Na fase catabólica, haverá aumento da lipólise e da gliconeogênese para o suprimento contínuo das necessidades fetais; portanto o crescimento fetal será acelerado à custa de um aumento da transferência de nutrientes da mãe para o feto.
Esse estado de catabolismo exacerbado decorre da secreção placentária de hormônios catabólicos, tais como: lactogênio placentário (somatomamotropina coriônica), hormônio do crescimento (GH), hormônio liberador de corticotrofina (CRH), prolactina e progesterona.
Em suma, a gravidez é um período em que observamos aumento fisiológico da resistência insulínica. Chamamos essas adaptações metabólicas de fisiológicas porque visam garantir que o
Quando houver limitações logísticas ou financeiras à realização do TOTG, devemos realizar a GJ tão logo o acompanhamento pré-natal seja iniciado. Se a GJ for ≥ 126 mg/dL, confirma-se o diagnóstico de DM prévio diagnosticado na gestação; se o valor ficar entre 92 e 125 mg/dL, a paciente receberá o diagnóstico de DMG. Caso a GJ seja < 92 mg/dL, deve-se repetir a GJ entre a 24ª e a 28ª semana para a conclusão do processo de rastreamento.
As pacientes que sejam sabidamente portadoras de DM previamente à concepção deverão ter seus esquemas terapêuticos reavaliados e adaptados às limitações de segurança farmacológica impostas pela gravidez.• As pacientes com DM prévio diagnosticado na gestação receberão tratamento farmacológico.• As pacientes com DMG serão orientadas a realizar dieta de baixo teor glicêmico e atividade física, pois somente casos refratários a essas medidas receberão abordagem farmacológica.
As hemácias da gestante estão sob maior turnover, portanto a HbA1c não é um exame que participa formalmente do rastreio do DM na gestação.Em 2010, o painel de especialistas da IADPSG definiu que se, na primeira consulta de pré-natal, a gestante apresentar exames compatíveis com os critérios diagnósticos de DM fora da gestação (HbA1c ≥ 6,5%, GJ ≥ 126 mg/dL ou TOTG ≥ 200 mg/dL), ela deverá ser considerada como portadora de DM prévio diagnosticado na gestação. Entretanto, lembre-se de que a ADA sugere que o diagnóstico de DM deve ser feito de acordo com a existência ou não de sinais e sintomas de hiperglicemia descompensada (poliúria, polidipsia e perda de peso):• Paciente assintomático – diagnóstico confirmado se 2 exames alterados, na mesma amostra ou em amostras diferentes.• Paciente sintomático – diagnóstico confirmado se 1 exame alterado.Outro ponto que já foi abordado em várias questões de prova é correlação positiva entre os valores da HbA1c durante as 10 primeiras semanas de gravidez e o risco de malformações fetais (principalmente: anencefalia, microcefalia, cardiopatias congênitas, malformações renais e síndrome da regressão caudal).
Essa correlação existe porque a organogênese fetal se processa principalmente entre a 5ª e a 8ª semanas de gestação. Uma HbA1c periconcepcional < 6% se associa a menores riscos de malformações fetais e abortamento. Por outro lado, mulheres com HbA1c > 10% devem ser orientadas a postergar a gravidez para um momento em que o status glicêmico seja mais favorável. É importante ressaltar que o risco de malformações fetais é maior no DM prévio que no DMG, já que este último é um estado diabetogênico que se desenvolve ao longo da gestação.
💡 Todas as gestantes com DM, independentemente do tipo de DM, devem ser acompanhadas empré-natal de ALTO RISCO
A gestante deve ser orientada em relação a sua condição clínica, aos riscos advindos da ausência de tratamento e à proposta terapêutica que se aplica a seu caso.
O tratamento não farmacológico do DM na gestação assenta-se sobre um tripé: terapia nutricional, atividade física e monitorização da glicemia. De acordo com o Ministério da Saúde e a OMS, a gestante deve priorizar alimentos in natura ou minimamente processados e que tenham baixo teor glicêmico. A gestante pode fracionar o VET entre 3 refeições principais (café, almoço e jantar) e 2 ou 3 lanches. Ou seja, deve alimentarse de 5 a 6x ao dia e evitar intervalos superiores a 3 horas. Os adoçantes (edulcorantes) podem ser utilizados como alternativa ao açúcar (sacarose), desde que o consumo seja moderado e não ultrapasse o limite máximo de 6 sachês ou 15 gotas/dia. O ganho de peso pela gestante será determinado pelo IMC pré- gestacional.
A diretriz conjunta ressalta que a prescrição de atividade física para a gestante com DM deve respeitar os princípios gerais aplicáveis à população geral e recomenda uma prática diária de 20 a 30 minutos/dia na maioria dos dias da semana (idealmente, todos os dias).
A Sociedade Brasileira de Diabetes, na última atualização sobre esse tema, em 2023, mudou as recomendações sobre o início da terapia farmacológica no DMG. Atualmente, a recomenda-se que a terapia farmacológica para a paciente com DMG deve ser iniciada nas seguintes situações:
Na bula brasileira, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), consta que a insulina glargina “pode ser utilizada na gravidez, se clinicamente necessário.
💡 A SBD sugere que a dose inicial de insulina deve ser de 0,5 UI/kg/dia, e a necessidade de ajustes deve ser feita a cada 15 dias até a 30ª semana gestacional, e semanalmente após esse marco temporal.
Os únicos antidiabéticos orais utilizáveis no período gestacional são a metformina e a glibenclamida (gliburida), entretanto, como a glibenclamida se mostra inferior à insulina e à metformina em relação a alguns desfechos de segurança, a diretriz conjunta limita-se a falar da metformina como opção terapêutica. Todos os demais antidiabéticos são CONTRAINDICADOS, em face da ausência de dados de segurança
Comparada à insulina, a metformina associa-se aos seguintes desfechos: • Menor ganho de peso materno. • Menor peso fetal ao nascimento. • Menor risco de macrossomia. • Menor risco de hipoglicemia neonatal. • Menor risco de síndromes hipertensivas gestacionais. • Maior IMC da prole.
Comparada à insulina, a glibenclamida associa-se aos seguintes desfechos: • Maior peso fetal ao nascimento. • Maior risco de macrossomia. • Maior risco de hipoglicemia neonatal. Ao contrário da insulina, a metformina cruza a placenta; e os efeitos de longo prazo da metformina sobre os fetos expostos à ela ainda estão em estudo.
O momento até o qual a gravidez poderá ser prolongada dependerá do controle glicêmico da gestante e da situação clínica do binômio mãe-feto. Para gestantes com bom controle glicêmico sem tratamento farmacológico, o ACOG sugere que, a partir da 39ª semana, haja uma ponderação da relação risco-benefício entre a conduta expectante e a indução do parto, sendo que a indução deve acontecer entre 39 e 40 6/7 semanas de gestação. Se não houver antecedentes obstétricos de macrossomia, morte perinatal ou complicações associadas (como síndromes hipertensivas), pode-se aguardar a evolução espontânea do parto até o termo.
💡 A via de parto é uma decisão obstétrica nas gestantes com DM, portanto não há indicação de cesárea exclusivamente pelo fato de a paciente ser diabética
Nas gestantes em ttx farmacológico, a conduta dependerá do controle glicêmico: • Controle glicêmico adequado – indução do parto entre 39 e 39 6/7 semanas. • Controle glicêmico inadequado – indução do parto entre 37 e 38 6/7 semanas.
O parto só pode ser induzido entre 34 e 36 6/7 semanas quando nenhum esforço, inclusive a hospitalização, for suficiente para que se alcance o controle glicêmico ou quando houver sinais
Após a saída da placenta, a resistência insulínica diminui de forma abrupta e, na maioria dos casos, o tratamento medicamentoso e a dieta para DM poderão ser descontinuados. Em casos selecionados, pode ser indicada a monitorização da glicemia capilar por 24 a 72 horas após o parto para a identificação de gestantes com hiperglicemia persistente.Nas puérperas com DM 1 nas primeiras horas após o parto, é RECOMENDADO reduzir em 50% a dose de insulina em relação à utilizada antes da gestação ou no primeiro trimestre ou em 70% da dose utilizada no final da gravidez. Dietas hipocalóricas devem ser evitadas durante o período da amamentação.
Ocorre que o trabalho de parto é um momento durante o qual a paciente provavelmente estará em vigilância, os sinais e sintomas de hipoglicemia serão observados precocemente e o distúrbio poderá ser corrigido de forma tempestiva. A diretriz conjunta não se refere à hipoglicemia em situações diversas, tal como uma paciente na enfermaria ou uma paciente que evolua com sinais neuroglicopênicos graves.
Se a secreção hormonal placentária é a gênese do estado diabetogênico, um processo de insuficiência placentária obviamente se traduzirá em redução da resistência insulínica e, se a mulher fizer uso de terapias farmacológicas, poderá evoluir com episódios hipoglicêmicos ou redução da necessidade de aporte insulínico. Há risco de hipoglicemia nas gestantes que evoluem com insuficiência placentária.
A classificação de Priscilla White é uma categorização de caráter prognóstico que leva em conta o tipo de DM, a idade na qual a paciente teve o diagnóstico, o tempo de doença e a presença de complicações vasculares.