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Guias e Dicas
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Neuroanatomia: Exercícios e Anotações, Transcrições de Neuroanatomia

Um conjunto de exercícios e anotações sobre neuroanatomia, cobrindo tópicos como nervos cranianos, gânglios do sistema nervoso autônomo, medula da glândula suprarrenal, células de schwann, divisão do sistema nervoso, lobos cerebrais, sulcos e giros, ossos do crânio, base do crânio, seios venosos da dura-máter, cisternas subaracnóideas, estruturas do tronco encefálico, núcleo emboliforme, núcleo globoso, fibras trepadeiras, trato cuneocerebelar, formação reticular, tratos, fascículos, lemniscos, funículos, fibras de projeção, fibras de associação, fibras alfa, nervos em geral, sistema nervoso autônomo e suas divisões.

Tipologia: Transcrições

2023

À venda por 17/03/2025

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Neuroanatomia - Wagner Mangiavacci
Filogênese do sistema nervoso
A primeira função do Sistema Nervoso foi
adaptar os organismos aos mais diversos tipos
de ambientes. A ameba é o ser mais primitivo
quanto ao sistema nervoso chamado
protoplasma. Para sua sobrevivência, ela precisa
do deslocamento, capacidade de reação a
estímulos. Existem 86 bilhões de neurônios na
espécie humana.
Em seres um pouco mais evoluídos, como
as ESPONJAS, se observa a diferenciação do
Citoplasma = uma parte especializada em
contração e outra parte especializada em
irritabilidade e condutibilidade.
As células especializadas em irritabilidade
(excitabilidade) e condutibilidade foram os
primeiros neurônios, que provavelmente surgiram
nos CELENTERADOS. Nas águas vivas
(cnidários), o surgimento de um neurônio
primitivo que se irrita e conduz o estímulo para a
célula muscular. Nas anêmonas, surgiu o sistema
nervoso difuso. Nos platelmintos e anelídeos,
ocorre a centralização do sistema nervoso
central, formação do SNC.
O sistema nervoso é fundamental para
interação com o meio externo.Para o ajuste do
ser ao meio são importantes 3 propriedades do
protoplasma: irritabilidade, condutibilidade e
contratilidade.
A irritabilidade, ou propriedade de ser
sensível a um estímulo, permite a uma célula
detectar as modificações do meio ambiente. A
condutibilidade é a condução do impulso através
do protoplasma determinando uma resposta em
outra parte da célula. Esta resposta pode se
manifestar por um encurtamento da célula (
contratilidade), visando fugir de um estímulo
nocivo.
IRRITABILIDADE: capacidade de perceber o estímulo
CONDUTIBILIDADE: condução do estímulo
CONTRATILIDADE: resposta ao estímulo conduzido
A parte do sistema nervoso mais antiga
que existe é o equilíbrio que está controlado no
cerebelo e não comunicação com córtex
cerebral, sendo controlado de forma involuntária.
O núcleo do neurônio não se regenera,
apenas o axônio. A centralização do sistema
nervoso é importante para a proteção. Isso
ocorre a partir dos platelmintos.
Arco reflexo
Os elementos básicos de um arco reflexo
simples, ou seja, um neurônio aferente com seu
receptor, um centro, no caso o gânglio, onde
ocorre a sinapse, e um neurônio eferente que se
liga ao efetuador, no caso os músculos. Um
exemplo é o reflexo patelar, não é encefalizado.
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Existem reflexos na medula dos
vertebrados nos quais a parte aferente do arco
reflexo se liga à parte eferente no mesmo
segmento ou em segmentos adjacentes. Estes
reflexos são considerados intrassegmentares,
sendo um exemplo o reflexo patelar.
Um arco reflexo intersegmentar envolve
mais de um segmento, além disso envolve duas
sinapses e três neurônios, sensitivo, motor e de
associação. Grande número de reflexos
medulares são intersegmentares, ou seja, o
impulso aferente chega à medula em um
segmento e a resposta eferente se origina em
segmentos às vezes muito distantes, localizados
acima ou abaixo. Um exemplo de resposta dessa
forma é luta e fuga ou queimadura,
encefalização da resposta.
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Filogênese do sistema nervoso

A primeira função do Sistema Nervoso foi adaptar os organismos aos mais diversos tipos de ambientes. A ameba é o ser mais primitivo quanto ao sistema nervoso chamado protoplasma. Para sua sobrevivência, ela precisa do deslocamento, capacidade de reação a estímulos. Existem 86 bilhões de neurônios na espécie humana. Em seres um pouco mais evoluídos, como as ESPONJAS, já se observa a diferenciação do Citoplasma = uma parte especializada em contração e outra parte especializada em irritabilidade e condutibilidade. As células especializadas em irritabilidade (excitabilidade) e condutibilidade foram os primeiros neurônios, que provavelmente surgiram nos CELENTERADOS. Nas águas vivas (cnidários), há o surgimento de um neurônio primitivo que se irrita e conduz o estímulo para a célula muscular. Nas anêmonas, surgiu o sistema nervoso difuso. Nos platelmintos e anelídeos, ocorre a centralização do sistema nervoso central, formação do SNC. O sistema nervoso é fundamental para interação com o meio externo.Para o ajuste do ser ao meio são importantes 3 propriedades do protoplasma: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade. A irritabilidade, ou propriedade de ser sensível a um estímulo, permite a uma célula detectar as modificações do meio ambiente. A condutibilidade é a condução do impulso através do protoplasma determinando uma resposta em outra parte da célula. Esta resposta pode se manifestar por um encurtamento da célula ( contratilidade), visando fugir de um estímulo nocivo. IRRITABILIDADE: capacidade de perceber o estímulo CONDUTIBILIDADE: condução do estímulo CONTRATILIDADE: resposta ao estímulo conduzido A parte do sistema nervoso mais antiga que existe é o equilíbrio que está controlado no cerebelo e não há comunicação com córtex cerebral, sendo controlado de forma involuntária. O núcleo do neurônio não se regenera, apenas o axônio. A centralização do sistema nervoso é importante para a proteção. Isso só ocorre a partir dos platelmintos.

Arco reflexo

Os elementos básicos de um arco reflexo simples, ou seja, um neurônio aferente com seu receptor, um centro, no caso o gânglio, onde ocorre a sinapse, e um neurônio eferente que se liga ao efetuador, no caso os músculos. Um exemplo é o reflexo patelar, não é encefalizado. 1 neurônio aferente 1 neurônio eferente 1 sinapse Existem reflexos na medula dos vertebrados nos quais a parte aferente do arco reflexo se liga à parte eferente no mesmo segmento ou em segmentos adjacentes. Estes reflexos são considerados intrassegmentares, sendo um exemplo o reflexo patelar. Um arco reflexo intersegmentar envolve mais de um segmento, além disso envolve duas sinapses e três neurônios, sensitivo, motor e de associação. Grande número de reflexos medulares são intersegmentares, ou seja, o impulso aferente chega à medula em um segmento e a resposta eferente se origina em segmentos às vezes muito distantes, localizados acima ou abaixo. Um exemplo de resposta dessa forma é luta e fuga ou queimadura, há encefalização da resposta. 1 neurônio eferente 1 neurônio aferente 1 neurônio de associação 2 sinapses

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Reflexo patelar

Ao estimular o joelho de um paciente, com a batida de um martelo, estimula-se receptores no músculo quadríceps, dando origem a impulsos nervosos que seguem pelo neurônio sensitivo. O prolongamento central destes neurônios penetra na medula e termina fazendo sinapse com neurônios motores ali situados. O impulso sai pelo axônio do neurônio motor e volta ao membro inferior estimulando as fibras do músculo fazendo com que a perna projete-se para a frente.

Neurônio aferente ou sensitivo

Surgiu com a função de levar ao SNC informações sobre as modificações no meio externo e interno. Nos vertebrados, a quase totalidade dos neurônios aferentes tem seus corpos em gânglios sensitivos situados junto ao sistema nervoso central, sem, entretanto, penetrar nele. Tivemos, assim, durante a filogênese, uma tendência de centralização do corpo do neurônio sensitivo. Na extremidade periférica dos neurônios sensitivos, surgiram os receptores, capazes de transformar os vários tipos de estímulos físicos ou químicos em impulsos nervosos, os quais são conduzidos ao SNC pelo neurônio sensitivo. Entram na parte posterior do sistema nervoso.

Neurônio eferente ou motor

Possui função de conduzir o impulso nervoso ao órgão efetuador (músculo ou glândula), determinando, assim, uma contração ou uma secreção. Os neurônios eferentes que inervam os músculos lisos, músculos cardíacos ou glândulas têm seus corpos fora do sistema nervoso central, com estruturas que são os gânglios viscerais. Estes neurônios pertencem ao sistema nervoso autônomo e serão estudados com o nome de neurônios pós-ganglionares. Já os neurônios eferentes, que inervam músculos estriados esqueléticos, têm seu corpo sempre dentro do sistema nervoso central e são, por exemplo, os neurônios motores situados na parte anterior da medula espinhal.Entram na porção anterior do sistema nervoso.

Neurônios de associação ou

intersegmentar ou internuncial

O corpo do neurônio de associação permaneceu sempre dentro do sistema nervoso central e seu número aumentou muito durante a evolução. Ele contribuiu para o aumento do número de sinapses, aumentando a complexidade do sistema nervoso. Compreende a maioria dos neurônios. Quanto mais neurônios desse tipo foram formados no processo de evolução, mais complexos foram se tornando os sistemas nervosos. O encéfalo aumentou consideravelmente durante a filogênese dos vertebrados (encefalização), atingindo o máximo de desenvolvimento no encéfalo humano. Os neurônios de associação constituem a grande maioria dos neurônios existentes no sistema

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Crista neural

Elas são contínuas no sentido craniocaudal. Elas se dividem dando origem a diversos fragmentos que vão formar os gânglios espinhais, situados na raiz dorsal dos nervos espinhais. Neles se desenvolvem os neurônios sensitivos e pseudounipolares, cujos prolongamentos centrais se ligam ao tubo neural e os prolongamentos periféricos se ligam aos dermátomos dos somitos. Elementos derivados da crista neural : ● Gânglios sensitivos ● Nervos espinhais ● Nervos cranianos ● Gânglios do sistema nervoso autônomo ● Medula da glândula suprarrenal ● Melanócitos ● Células de Schwann ● Anficitos (células satélites localizados no SNA) ● Odontoblastos ● Meninges ● Dura-máter ● Aracnóide

Tubo neural

O processo de formação do tubo neural tem início no meio da goteira neural e é mais lento nas extremidades. Mesmo em fases mais adiantadas, permanecem nas extremidades cranial e caudal do embrião dois pequenos orifícios que são denominados, respectivamente, neuróporo rostral e neuróporo caudal. Estas são as últimas partes do sistema nervoso a se fechar. Paredes do tubo neural: ● 2 lâminas alares ● 2 lâminas basais ● 1 lâmina do assoalho ● 1 lâmina do teto Entre as lâminas alares e as basais há o chamado sulco limitante. Essas lâminas dão origem aos neurônios sensitivos e grupos de neurônios motores, situados na medula e no tronco encefálico. As lâminas do teto dão origem ao epêndima da tela corioide e dos plexos corioides (células responsáveis pela produção LCR). A

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lâmina do assoalho forma um sulco, como o sulco mediano do assoalho do IV ventrículo. Existem 4 ventrículos no cérebro entre o telencéfalo e o diencéfalo. Eles são importantes para a passagem do líquor e o aqueduto cerebral fazem essas comunicações entre os ventrículos Dilatações do tubo neural: O calibre do tubo neural não é uniforme. A parte cranial torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo ou arquencéfalo. A parte caudal permanece com calibre uniforme e constitui a medula primitiva do embrião. A partir do arquencéfalo, forma-se três dilatações (vesículas encefálicas) chamadas prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. O prosencéfalo dá origem a duas vesículas: telencéfalo e diencéfalo; o mesencéfalo não se modifica; e o rombencéfalo se diferencia em metencéfalo e mielencéfalo. O telencéfalo compreende uma parte mediana, na qual se evaginam duas porções laterais, as vesículas telencefálicas laterais. A parte mediana é fechada anteriormente por uma lâmina e se denomina lâmina terminal. As vesículas telencefálicas laterais crescem muito para formar os hemisférios cerebrais e escondem quase completamente a parte mediana e o diencéfalo. O diencéfalo forma as vesículas ópticas. O metencéfalo dá origem a ponte e ao cerebelo. O mielencéfalo dá origem ao bulbo e medula espinhal. O mesencéfalo não se modifica. Cavidades do tubo neural: Origem Desenvolvimento Luz da medula primitiva Canal central da medula ou canal do epêndima Cavidade dilatada do rombencéfalo IV ventrículo Cavidades do diencéfalo e parte mediana do telencéfalo III ventrículo Luz do mesencéfalo Aqueduto cerebral (une III e IV ventrículo) Luz das vesículas telencefálicas Ventrículos laterais (unidos ao III ventrículo pelos dois forame interventriculares) Todas as cavidades são revestidas por um epitélio cuboidal denominado epêndima e, com exceção do canal central da medula, contêm o denominado líquido cérebro-espinhal, ou líquor.

Correlações anatomoclínicas

O período fetal é importantíssimo para a formação e desenvolvimento do sistema nervoso central. Fatores externos como substâncias teratogênicas, irradiação, alguns medicamentos, álcool, drogas e infecções congênitas podem afetar diretamente as diversas etapas deste desenvolvimento. Quando ocorrem no primeiro trimestre de gestação podem afetar a proliferação neuronal, resultando na redução do número de neurônios e microcefalia. No segundo ou terceiro trimestres podem interferir na fase de organização neuronal, redução do número de sinapses e ocasionar quadros de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e retardo mental. A desnutrição materna ou nos primeiros anos de vida da criança, agravada pela falta de estímulos do ambiente, pode interferir de maneira direta no processo de mielinização. Esta etapa está diretamente relacionada à aquisição de habilidades e ao desenvolvimento

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fora da substância branca e forma uma camada fina: o córtex, que reveste toda a superfície do órgão.

Relações clínicas

  1. Punção lombar A punção lombar é realizada a fim de coletar uma amostra de líquido cerebrospinal para análise microscópica ou bacteriológica ou injeção de drogas para combater uma infecção ou induzir anestesia. Felizmente, a medula espinal termina caudalmente ao nível da borda inferior da primeira vértebra lombar no adulto. O espaço subaracnóideo estende-se distalmente até a borda inferior da segunda vértebra sacral. Uma agulha introduzida no espaço subaracnóideo nessa região geralmente empurra as raízes nervosas para um lado, sem lesioná-las. A agulha atravessará as seguintes estruturas anatômicas antes de entrar no espaço subaracnóideo: (a) pele, (b) fáscia superficial, (c) ligamento supraespinal, (d) ligamento interespinal, (e) ligamento amarelo, (f) tecido areolar contendo o plexo venoso vertebral interno, (g) dura-máter e (h) aracnoide-máter.
  2. Anestesia caudal As soluções anestésicas podem ser injetadas no canal sacral através do hiato sacral. As soluções ascendem no tecido conjuntivo frouxo e banham os nervos espinais quando eles emergem da bainha dural. Os obstetras utilizam esse método de bloqueio neural para aliviar as dores do primeiro e segundo estágios do parto.
  3. Doenças desmielinizantes ● Esclerose múltipla Ocorre progressiva destruição das bainhas de mielina de feixes de fibras nervosas do encéfalo, da medula e do nervo óptico, levando a uma diminuição da velocidade dos impulsos nervosos até a extinção deles. Atinge simultaneamente diversas áreas do SNC. Os sintomas mais comuns são incoordenação motora, fraqueza e dificuldades na visão. Não existe cura e trata-se de uma doença autoimune e progressiva. ● Síndrome de Guillain-Barré A desmielinização, também de origem autoimune, acomete os nervos periféricos e a sintomatologia decorre diretamente da redução ou ausência de condução do impulso nervoso que leva à contração da musculatura estriada esquelética, resultando em fraqueza muscular progressiva seguida de paralisia. A paralisia evolui de forma ascendente, iniciando-se em membros inferiores e podendo levar à perda da marcha. Em casos mais graves atinge a musculatura respiratória, com necessidade de ventilação mecânica.
  4. Anestesias locais Os anestésicos locais. como a lidocaína, bloqueiam a geração de potenciais de ação dos axônios por se ligarem aos canais de sódio dependentes de voltagem.
  5. Infecções (raiva e varicela-zoster) No nível das terminações nervosas sensoriais livres, das placas motoras e das terminações autonômicas, as fibras nervosas perdem seus envoltórios e não são protegidas por barreiras, como ocorre ao longo dos nervos. Tem-se, assim, aberto o caminho pelo qual o vírus da raiva - e outros vírus - penetra nessas terminações nervosas e chega ao pericário dos neurônios da medula pelo fluxo axoplasmático retrógrado e, enfim, atinge os axônios que se comunicam com áreas cerebrais. Também o bacilo da hanseníase penetra por esse caminho, embora limitando-se aos nervos cujas fibras degeneram. O vírus varicela Zoster, após um quadro de varicela, o vírus permanece alojado no gânglio sensitivo da raiz dorsal, podendo permanecer inativo por diversos anos. Em algum momento pode reativar, causando o quadro de herpes Zoster caracterizado pelo aparecimento de erupções no território sensitivo daquele gânglio, causando dor intensa no dermátomo correspondente.
  6. Epilepsias Nas epilepsias ocorre uma alteração na excitabilidade de um grupo de neurônios, em geral envolvendo os canais iônicos de sódio e

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cálcio. Podem também ocorrer alterações nos mecanismos inibitórios. Podem ser focais ou generalizadas. A mais conhecida é a crise tonicoclônica generalizada. A atividade elétrica anormal pode ter início focal, mas atinge os dois hemisférios cerebrais levando à perda de consciência e contração tônica de toda a musculatura, seguida de abalos clônicos rítmicos.

Tecido nervoso

O neurônio é sua unidade fundamental, com função de receber, processar e enviar informações. A neuróglia compreende células que ocupam os espaços entre os neurônios, com funções de sustentação, revestimento ou isolamento, modulação da atividade neuronal e de defesa.

Neurônios

São células altamente excitáveis (principalmente no nível dos dendritos), que se comunicam entre si ou com células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica, qual seja, modificações do potencial de membrana. O potencial de repouso de um neurônio em geral é -70 mv, isso se dá com uma alta concentração de K dentro da célula e alta concentração de Na fora da célula. A propagação do impulso nervoso é saltatório, por meio dos nódulos de Ranvier. Existem 86 bilhões de neurônios na espécie humana, descoberta feita pelos brasileiros Suzana Herculano-Houzel e Roberto Lent.

  1. Corpo celular Contém núcleo e citoplasma, com as organelas citoplasmáticas usualmente encontradas em outras células. É um local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos. Nas áreas da membrana que não ocorre contatos sinápticos apoiam-se elementos gliais O citoplasma do corpo celular recebe o nome de pericário. No pericário, salientam-se a riqueza em ribossomas, retículo endoplasmático granular e agranular e aparelho de Golgi, ou seja, as organelas envolvidas em síntese de proteínas. Mitocôndrias, abundantes e geralmente pequenas, estão distribuídas por todo o pericário, sobretudo ao redor dos corpúsculos de Nissl (grumos de basófilos).
  2. Dendritos São curtos e ramificam-se, além de apresentarem as mesmas organelas do pericário. Todavia, o complexo de golgi se limita às porções mais calibrosas. Os microtúbulos são elementos predominantes. Os dendritos são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial de repouso da membrana que se propagam em direção ao corpo do neurônio e deste em direção ao cone de implantação do axônio. As espinhas dendríticas constituem expansões da membrana plasmática do neurônio com características específicas. Elas estão diminuídas em crianças com deficiência mental.
  3. Axônio Se origina do corpo ou de um dendrito principal em região denominada cone de implantação, praticamente desprovida de substância cromidial. Eles estabelecem conexões com outros neurônios ou com células efetuadoras por meio de uma arborização terminal. Não existem mitocôndrias no seu prolongamento, então é necessário que seja conduzido do núcleo. Isso se dá por meio do fluxo axoplasmático que se divide em anterógrado (núcleo-axônio) e retrógrado (axônio-núcleo). A maioria das terminações nervosas livres são amielínicas, viabilizando a infecção do SNC por meio do fluxo retrógrado (ex.: herpes zoster e raiva). O fluxo retrógrado é responsável pelo transporte de neurotransmissores reabsorvidos. Alguns neurônios, entretanto, especializam-se em secreção. Seus axônios terminam próximos a capilares sanguíneos que captam o produto de secreção liberado, em geral um polipeptídio. Neurônios desse tipo são denominados neurossecretores e ocorrem na região do cérebro denominada hipotálamo.

Atividade elétrica dos neurônios

No meio intracelular (citoplasma), predominam íons orgânicos com cargas

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químicas, as sinapses elétricas não são polarizadas, ou seja, a comunicação entre os neurônios envolvidos se faz nos dois sentidos. Elas existem no centro respiratório situado no bulbo e permitem o disparo sincronizado dos neurônios responsáveis pelo ritmo respiratório.

  1. Sinapses químicas Compreende a grande maioria das sinapses interneuronais e todas as sinapses neuroefetuadoras. Esse tipo depende de neurotransmissores.

Neurotransmissores e vesículas sinápticas

Entre eles, vale destacar a acetilcolina, glicina, glutamato, GABA, dopamina, noradrenalina, adrenalina, serotonina e histamina. As sinapses químicas caracterizam-se por serem polarizadas, ou seja, apenas um dos dois elementos em contato, o chamado elemento pré-sináptico, possui o neurotransmissor. Esse é armazenado em vesículas especiais, denominadas vesículas sinápticas. Elas são produzidas tanto no pericárdio quanto nas terminações axônica. ● Mecanismo da transmissão sináptica Quando o impulso nervoso atinge a membrana pré-sináptica, origina pequena alteração do potencial de membrana capaz de abrir canais de cálcio, o que determina a entrada desse íon. Dessa forma, ocorre a fusão de vesículas sinápticas com a membrana pré-sináptica e subsequente processo denominado exocitose. Por meio da exocitose ocorre a liberação de neurotransmissor na fenda sináptica e sua difusão, até atingir seus receptores na membrana pós-sináptica.

Neuroglia do SNC

Os astrócitos e oligodendrócitos são coletivamente denominados como macróglia,e os microgliócitos como micróglia. Existem aproximadamente 10 células da glia para cada neurônio. ● Astrócitos Reconhecem-se dois tipos: astrócitos protoplasmáticos, localizados na substância cinzenta, e astrócitos fibrosos, encontrados na substância branca. Tem função de sustentação e isolamento de neurônios. Participam do controle dos níveis de potássio extraneuronal, captando esse íon e, assim, ajudando na manutenção de sua baixa concentração extracelular. Eles formam a barreira hemato-encefálica. Também contribuem para a recaptação de neurotransmissores, em especial o glutamato. Constituem também o principal sítio de armazenagem de glicogênio no sistema nervoso central. Além disso, auxiliam na cicatrização e decretam fatores neurotróficos, responsáveis pela plasticidade neuronal. ● Oligodendrócitos Conforme sua localização, distinguem-se dois tipos: oligodendrócilo satélite ou perineuronal, situado junto ao pericário e dendritos e oligodendrócito fascicular, encontrado junto às fibras nervosas. Os oligodendrócitos fasciculares são responsáveis pela formação da bainha de mielina em axônios do sistema nervoso central. ● Microgliócitos São encontrados tanto na substância branca como na cinzenta e apresentam funções fagocíticas, função de defesa da região. Possuem origem mesodérmica. ● Células ependimárias

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Constituem células cuboidais ou prismáticas que forram, como epitélio de revestimento simples, as paredes dos ventrículos cerebrais, do aqueduto cerebral e do canal central da medula espinhal. Nos ventrículos cerebrais, constituem os plexos corióides que formam o líquido cérebro-espinhal. Constituem a lâmina do teto.

Neuroglia do SNP

● Anfícitos ou células satélites As células satélites envolvem pericários dos neurônios, dos gânglios sensitivos e do sistema nervoso autônomo. ● Células de Schwann As células de Schwann circundam os axônios, formando seus envoltórios, quais sejam,a bainha de mielina e o neurilema. São produtoras de bainha de mielina no SNP. Além disso, possuem importante papel na regeneração de lesões periféricas, no entanto, as partes distais do nervo não conseguem ser regeneradas. Além do mais, nessas condições apresentam capacidade fagocítica e podem secretar fatores tróficos que, captados pelo axônio e transportados ao corpo celular, vão desencadear ou incrementar o processo de regeneração axônica. Ela se diferencia dos oligodendrócitos por conta do seu alcance, ela consegue produzir apenas uma fração pequena, enquanto o oligodendrócito pode revestir de 10 a 20 axônios.

Fibras nervosas

Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presentes, seus envoltórios de origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina, que funciona como isolante elétrico. Substância branca: fibras nervosas mielínicas e neuróglia Substância cinzenta: corpos dos neurônios, fibras amielínicas e neuróglia Nos axônios motores e na maioria dos sensitivos, essas células formam duas bainhas, a de mielina e de neurilema. Para isso, cada célula de Schwann forma um curto cilindro de mielina. dentro do qual localiza-se o axônio; o restante da célula fica completamente achatado sobre a miclina, formando a segunda bainha o neurilema.Essas bainhas interrompem-se em intervalos mais ou menos regulares para cada tipo de fibra. As interrupções são chamadas de nódulos de Ranvier e cada segmento de fibra situado entre eles é denominado internódulo. Cada intermódulo compreende a região ocupada por uma célula de Schwann e tem cerca de 1 μm a 1,5 μm de comprimento. A condução do impulso nervoso é, portanto, saltatória, ou seja, potenciais de ação só ocorrem nos nódulos de Ranvier e saltam em direção ao nódulo mais distal, o que confere maior velocidade ao impulso nervoso. Isso é possível em razão do caráter isolante da bainha de mielina, que permite à corrente eletrotônica, provocada por cada potencial de ação, percorrer todo o internódulo sem extinguir-se. As fibras amielínicas conduzem o impulso nervoso mais lentamente, já que os conjuntos de canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem não têm como se distanciar, ou seja, a ausência de mielina impede a condução saltatória.

Nervos

Feixe de fibras nervosas associadas a estruturas conjuntivas. Eles geralmente apresentam um envoltório de tecido conjuntivo rico em vasos, denominado epineuro. Em seu interior, colocam-se as fibras nervosas organizadas em fascículos. O epineuro, com seus vasos, penetra entre os fascículos. No entanto, cada fascículo é delimitado pelo perineuro, o qual compreende tecido conjuntivo denso ordenado e células epiteliais

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relacionam. Assim, temos os lobos frontal, temporal, parietal e occipital. Além destes, existe a ínsula, situada profundamente no sulco lateral e que não tem, por conseguinte, relação imediata com os ossos do crânio. Face dorsolateral

  1. Lobo frontal ● sulco pré-central: mais ou menos paralelo ao sulco central e muitas vezes dividido em dois segmentos ● sulco frontal superior: inicia-se geralmente na porção superior do sulco pré-central e tem direção aproximadamente perpendicular a ele ● sulco frontal inferior: partindo da porção inferior do sulco pré-central, dirige-se para frente e para baixo. Entre o sulco central e o sulco pré-central, está o giro pré-central, onde se localiza a principal área motora do cérebro. Acima do sulco frontal superior, continuando, pois, na face medial do cérebro, localiza-se o giro frontal superior. Entre os sulcos frontal superior e frontal inferior, está o giro frontal médio; abaixo do sulco frontal inferior, o giro frontal inferior. Este último é subdividido, pelos ramos anterior e ascendente do sulco lateral, em três partes: orbital. triangular e opercular. A primeira situa-se abaixo do ramo anterior, a segunda entre este ramo e o ramo ascendente, e a última entre o ramo ascendente e o sulco pré-central. O giro frontal inferior do hemisfério cerebral esquerdo é denominado giro de Broca, e aí se localiza, na maioria dos indivíduos, uma das áreas de linguagem do cérebro. Formada pela parte triangular e pela parte opercular.
  2. Lobo temporal ● sulco temporal superior: inicia-se próximo ao polo temporal e dirige-se para trás, paralelamente ao ramo posterior do sulco lateral, terminando no lobo parietal ● sulco temporal inferior: paralelo ao sulco temporal superior, é geralmente formado por duas ou mais partes descontínuas. Entre os sulcos lateral e temporal superior está o giro temporal superior; entre os sulcos temporal superior e o temporal inferior situa-se o giro temporal médio; abaixo do sulco temporal inferior, localiza-se o giro temporal inferior, que se limita com o sulco occípito-temporal, geralmente situado na face inferior do hemisfério cerebral. Afastando-se os lábios do sulco lateral, aparece seu assoalho, que é parte do giro temporal superior. A porção posterior deste assoalho é atravessada por pequenos giros transversais, os giros temporais transversos. dos quais o mais evidente, o giro temporal transverso anterior, é importante, já que nele se localiza a área da audição. No giro temporal transverso temporal inferior, está a área da palavra escrita, área de Wernicke.
  3. Lobo parietal ● sulco pós-central: quase paralelo ao sulco central, é frequentemente dividido em dois segmentos, que podem estar mais ou menos distantes um do outro ● sulco intraparietal: muito variável e geralmente perpendicular ao pós·central, com o qual pode estar unido, estende-se para trás para terminar no lobo occipital. Entre os sulcos central e pós-central fica o giro pós-central. onde se localiza uma das mais

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importantes áreas sensitivas do córtex, a área somestésica. O sulco intraparietal separa o lóbulo parietal superior do lóbulo parietal inferior. Neste último, descrevem-se dois giros: o giro supramarginal, curvado em tomo da extremidade do ramo posterior do sulco lateral; e o giro angular, curvado em torno da porção terminal e ascendente do sulco temporal superior.

  1. Ínsula É recoberto pelos lobos vizinhos, frontal, temporal e parietal. A ínsula tem forma cônica e apresenta alguns sulcos e giros. São descritos os seguintes: sulco circular da ínsula. sulco central da ínsula, giros curtos e giro longo da ínsula. Face medial
  2. Lobo occipital ● sulco calcarino: inicia-se abaixo do esplênio do corpo caloso e tem um trajeto arqueado em direção ao polo occipital. Nos lábios do sulco calcarino localiza-se a área visual, também chamada área estriada porque o córtex apresenta uma estria branca visível a olho nu. Nas bordas desse sulco, é onde se localiza o centro cortical da visão. ● sulco parietoccipital: muito profundo, separa o lobo occipital do parietal e encontra, em ângulo agudo, o sulco calcarino. Entre o sulco parietoccipital e o sulco calcarino situa-se o cuneus, giro complexo, de forma triangular. Abaixo do sulco calcarino situa-se o giro occípito-temporal medial, que continua anteriormente com o giro para-hipocampal, já no lobo temporal. O lobo occipital ocupa uma porção relativamente pequena da face dorsolateral do cérebro, onde apresenta pequenos sulcos e giros inconstantes e irregulares. Esse lobo é o único lobo que pode ser chamado de funcional, pois está relacionado apenas a função da visão.
  3. Lobos frontal e parietal ● sulco do corpo caloso: começa abaixo do rostro do corpo caloso, contorna o tronco e o esplênio do corpo caloso, onde continua, já no lobo temporal, com o sulco do hipocampo. ● sulco do cíngulo: tem curso paralelo ao sulco do corpo caloso, do qual é separado pelo giro do cíngulo. Termina posteriormente, dividindo-se em dois ramos: o ramo marginal, que se curva em direção à margem superior do hemisfério, e o sulco subparietal, que continua posteriormente na direção do sulco do cíngulo. Destacando-se do sulco do cíngulo, em direção à margem superior do hemisfério, existe quase sempre o sulco paracentral/, que se delimita com o sulco do cíngulo e seu ramo marginal, o lóbulo paracentral, assim denominado em razão de suas relações com o sulco central, cuja extremidade superior termina aproximadamente no seu meio. Nas partes anterior e posterior do lóbulo paracentral localizam-se, respectivamente, as áreas motora e sensitiva, relacionadas com a perna e o pé. A região situada abaixo do rostro do corpo caloso e adiante da lâmina terminal é a área septal. Esta área é considerada um dos centros do prazer do cérebro. Face inferior
  4. Lobo temporal ● sulco occipito-temporal: limita-se com o sulco temporal inferior, o giro temporal inferior, que quase sempre forma a borda lateral do hemisfério; medialmente, este sulco se limita com o sulco colateral (mais a frente é chamado de sulco rinal), o giro occípito-temporal lateral (ou giro fusiforme). ● sulco colateral: delimitação com o sulco calcarino e o sulco do hipocampo, respectivamente, o giro occípito-temporal medial e o giro para-hipocampal, cuja porção anterior se curva em tomo do sulco do hipocampo para formar o úncus. Pode ser contínuo com o sulco rinal, que separa a parte mais anterior do giro para-hipocampal do resto do lobo temporal. ● sulco do hipocampo: origina-se na região do esplênio do corpo caloso, onde continua com o sulco do corpo caloso e se dirige para o polo temporal, onde termina

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● sutura lambdóide (entre parietal e occipital) ● sutura sagital (osso parietal) ● brégma (encontro da sutura sagital com a coronal) ● lambda (encontro da sutura sagital com a lambdóide) ● ptério (região composta pelo encontro de três suturas, localizado na região entre esfenóide, frontal e temporal) ● astério (região posterior) ● glabela (região entre as sobrancelhas) ● naso (abaixo da glabela) ● vértex (ponto mais alto da calvária) ● protuberância occipital externa Parte interna: ● impressões da artéria meníngea média e seus ramos ● depressões formadas pelas granulações aracnóideas (renovação do líquor) que faz contato com o seio sagital superior ● sulco do seio sagital superior (posterior) ● sutura do seio sagital superior (anterior) ● seio frontal (buraco) ● crista do osso frontal ● proeminência occipital interna BASE DO CRÂNIO O cérebro ocupa a fossa anterior e a fossa média. Fossa anterior craniana: ● impressões do lobo frontal ● crista galli (ou crista etmoidal) ● apófise da crista galli ● forames cribriformes (passagem dos filetes que darão origem ao nervo olfatório) Fossa média craniana: ● osso esfenóide ● asa menor do osso esfenóide ● asa maior do osso esfenóide ● canal óptico (passagem do nervo óptico e artéria oftálmica) ● fissura orbital superior (passagem dos N. oculomotor [III], N. troclear[IV] e N. abducente [VI], ramo V1 ou ramo oftálmico do N. trigêmeo) ● fissura orbital inferior ● forame redondo (passagem do ramo V2 ou ramo maxilar do N.trigêmeo) ● forame oval (passagem do ramo V3 ou ramo mandibular do N.trigêmeo) ● forame lacerado (passagem do nervo petroso superior sobre esse foram) ● canal carótico (artéria carótida interna e plexo carotídeo interno) ● forame jugular (veia jugular, N. glossofaríngeo [IX], N.vago[X] e parte bulbar do N. espinhal [XI], seio sigmóide, seio petroso superior, que desaguam no bulbo da jugular interna) ● canal do hipoglosso (passagem do N. hipoglosso [XII] ● conduto auditivo interno ou poro ou meato acústico interno (N. facial [VII], N. vestibulococlear [VIII] e A. do labirinto) Fossa posterior craniana: ● Forame magno (medula espinal, A. vertebral, A. basilar, A. espinhal anterior)

Diencéfalo

Formado a partir do prosencéfalo, quase todo coberto pelo telencéfalo. O diencéfalo compreende as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, todas em relação com o III ventrículo, cavidade do diencéfalo é o III ventrículo. O cérebro é composto pelo telencéfalo e pelo diencéfalo.

  1. III ventrículo Ele se comunica com o IV ventrículo por meio do aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais por meio dos forames interventriculares (ou de Monro). Unindo os dois tálamos e, por conseguinte, atravessando em ponte a cavidade ventricular, observa-se frequentemente uma trave de substância cinzenta, a aderência intertalâmica. Ele cria quatro recessos: quiasma óptico, infundíbulo da hipófise, recesso da glândula pineal e recesso suprapineal. O limite superior do III ventrículo são os plexos coróides, derivados das células

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ependimárias, presentes nos ventrículos (laterais, III e IV). O assoalho é dado pelo quiasma óptico, infundíbulo (dará origem à hipófise), túber cinéreo e os corpos mamilares. O limite anterior é dado pela lâmina terminal (pertence ao telencéfalo) e o limite posterior é o infundíbulo da glândula pineal, comissura posterior, abertura do aqueduto cerebral e tegumento do mesencéfalo. Lateralmente, existem dois limites: o tálamo (mais superior) e o hipotálamo (mais inferior). A parede posterior do ventrículo, muito pequena, é formada pelo epitálamo, que se localiza acima do sulco hipotalâmico. Saindo de cada lado do epitálamo e percorrendo a parte mais alta das paredes laterais do ventrículo, há um feixe de fibras nervosas, as estrias medulares do tálamo, onde se insere a tela corioide, que forra o teto do III ventrículo.

  1. Tálamo Os tálamos são duas massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovoide, dispostas uma de cada lado na porção laterodorsal do diencéfalo. A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo, que participa na delimitação do forame interventricular. A porção lateral da face superior do tálamo faz parte do assoalho do ventrículo lateral, sendo, por conseguinte, revestido de epitélio ependimário; a face medial do tálamo forma a maior parte das paredes laterais do IlI ventrículo. A face lateral do tálamo é separada do telencéfalo pela cápsula interna, compacto feixe de fibras que liga o córtex cerebral a centros nervosos subcorticais. A face inferior do tálamo continua com o hipotálamo e o subtálamo. O sulco hipotalâmico divide o tálamo (superior) do hipotálamo (inferior). O tálamo é uma área muito importante do cérebro, relacionada sobretudo com a sensibilidade, de forma a organizar os destinos para cada estímulo. A extremidade posterior, consideravelmente maior que a anterior, apresenta uma grande eminência, o pulvinar, que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial. O corpo geniculado medial faz parte da via auditiva; o lateral, da via óptica, e ambos são considerados por alguns autores como constituindo uma divisão do diencéfalo denominada metatálamo.
  2. Hipotálamo O hipotálamo é uma área relativamente pequena do diencéfalo, situada abaixo do tálamo. O hipotálamo é uma das áreas mais importantes do cérebro, regula o sistema nervoso autônomo e as glândulas endócrinas e é o principal responsável pela constância do meio interno (homeostase ). ● Corpos mamilares: são duas eminências arredondadas, de substância cinzenta, evidentes na parte anterior da fossa interpeduncular ● Quiasma óptico: localiza-se na parte anterior do assoalho do Ili ventrículo. Recebe as fibras dos nervos ópticos, que aí cruzam em parte e continuam nos tratos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais ● Túber cinéreo: é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do quiasma e dos tratos ópticos, entre estes e os corpos mamilares. No túber cinéreo prende-se a hipófise, por meio do infundíbulo da hipófise. ● Infundíbulo da hipófise: é uma formação nervosa em forma de funil que se prende ao túber cinéreo. Em geral, quando os encéfalos são retirados do crânio, o infundibulo se rompe, permanecendo com a hipófise na cela túrcica da base do crânio.
  3. Epitálamo O epitálamo limita posteriormente o IlI ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo. Seu elemento mais evidente é a glândula pineal, que repousa sobre o teto do mesencéfalo. A base do corpo pineal prende-se anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam o plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habênulas. A comissura posterior situa-se no ponto em que o aqueduto cerebral se liga ao IlI ventrículo e é considerada como limite entre o mesencéfalo e diencéfalo. A comissura das habênulas interpõe-se entre duas pequenas eminências triangulares, os trígonos da habênula, situados

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● Seio sagital inferior (situa-se na margem livre da foice do cérebro, terminando no seio reto) ● Seio reto (localiza-se ao longo da linha de união entre a foice do cérebro e a tenda do cerebelo. Recebe, em sua extremidade anterior, o seio sagital inferior e a veia cerebral magna, desembocando na confluência dos seios) ● Seio transverso (é par e dispõe-se de cada lado ao longo da inserção da tenda do cerebelo no osso occipital, no osso temporal passa a ser chamado de seio sigmóide) ● Seio sigmóide (é uma continuação do seio transverso até o forame jugular, onde continua diretamente com a veia jugular interna, drena quase todo o sangue da cavidade craniana) ● seio occipital (pequeno e irregular, margem de inserção da foice do cerebelo) Os seios venosos da base são os seguintes: ● Seio cavernoso (situada de cada lado do corpo do esfenoide e da sela tórcica. Recebe o sangue proveniente das veias oftálmica superior e central da retina, além de algumas veias do cérebro. Drena através dos seios petroso superior e petroso inferior, além de comunicar-se com o seio cavernoso do lado oposto, através do seio intercavernoso. O seio cavernoso é atravessado pela artéria carótida interna, pelo nervo abducente e, já próximo à sua parede lateral, pelos nervos troclear, oculomotor e pelo ramo oftálmico do nervo trigêmeo) *Pode haver perfuração da carótida interna dentro do seio cavernoso, formando-se, assim, um curto-circuito arteriovenoso (fístula carótido-cavernosa) que determina dilatação e aumento da pressão no seio cavernoso. Isto faz com que se inverta a circulação nas veias que nele desembocam, como as veias oftálmicas, resultando em grande protrusão do globo ocular, que pulsa simultaneamente com a carótida (exoftálmico pulsátil). Infecções superficiais da face (como espinhas do nariz) podem se propagar ao seio cavernoso, tomando-se, pois, intracranianas. ● Seios intercavernosos (unem os seios cavernosos, envolvendo a hipófise) ● Seio esfenoparietal (percorre a pequena asa do esfenóide e desemboca no seio cavernoso) ● Seio petroso superior ( inserção da tenda do cerebelo, drena o sangue do seio cavernoso para o seio sigmoide, terminando próximo à continuação deste com a veia jugular interna) ● Seio petroso inferior (sulco petroso inferior, termina na veia jugular interna) ● Plexo basilar (occipital, Comunica-se com os seios petroso inferior e cavernoso, liga-se ao plexo do forame occipital e, através deste, ao plexo venoso vertebral interno)

  1. Aracnóide Membrana muito delicada, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, contendo pequena quantidade de líquido necessário à lubrificação das superfícies de contato das duas membranas. A aracnóide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, que contém o líquido cerebroespinhal. ★ Cisternas subaracnóideas Formadas nas dilatações do espaço subaracnóideo, que contêm grande quantidade de LCR. ● Cisterna cerebelo-medular ou cisterna magna: ocupa o espaço entre a face inferior do cerebelo, teto do IV ventrículo e face dorsal do bulbo, além de se ligar ao IV ventrículo. Às vezes utilizada para obtenção de Líquor através das punções suboccipitais, em que a agulha é introduzida entre o occipital e a primeira vértebra cervical ● Cisterna pontina (ponte) ● Cisterna interpeduncular (fossa interpeduncular) ● Cisterna quiasmática (quiasma óptico) ● Cisterna superior (veia cerebral magna)

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● Cisterna da fossa lateral do cérebro (depressão formada pelo sulco lateral) ★ Granulações aracnóideas Em alguns pontos a aracnóide forma pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter, constituindo as granulações aracnóideas, mais abundantes no seio sagital superior. Importante local de absorção do líquor.

  1. Pia-máter A pia-máter é a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície do encéfalo e da medula, cujos relevos e depressões acompanham, descendo até o fundo dos sulcos cerebrais. Sua porção mais profunda recebe numerosos prolongamentos dos astrócitos do tecido nervoso, constituindo assim a membrana pio-glial. A pia-máter acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo, formando a parede externa dos espaços perivasculares. Nestes espaços existem prolongamentos do espaço subaracnóideo, contendo líquor, que forma um manguito protetor em tomo dos vasos, muito importante para amortecer o efeito da pulsação das artérias ou picos de pressão sobre o tecido circunvizinho.

Líquor

O liquor ou líquido cerebroespinhal é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A função primordial do liquor é a proteção mecânica do sistema nervoso central. Também possui função de manutenção de um meio químico estável no sistema ventricular, excreção de produtos tóxicos e veículo de comunicação entre as áreas do SNC.O SNC fica totalmente submerso no líquor, o que reduz o risco de traumatismos do encéfalo por contato com os ossos do crânio. O liquor normal do adulto é límpido e incolor, apresenta de zero a quatro leucócitos por mm3 e uma pressão de 5 cm a 20 cm de água, obtida na região lombar com paciente em decúbito lateral. Embora o liquor tenha mais cloretos que o sangue, a quantidade de proteínas é muito menor do que a existente no plasma.

Correlações anatomoclínicas

  1. Hidrocefalia Estas se caracterizam por aumento da quantidade e da pressão do liquor, levando à dilatação dos ventrículos e compressão do tecido nervoso de encontro ao estojo ósseo, com consequências muito graves. Em bebês, já que os ossos do crânio ainda não estão soldados, há grande dilatação da cabeça da criança, o que confere alguma proteção ao encéfalo. No adulto, como o crânio não se expande, a pressão intracraniana se eleva rapidamente, com compressão das estruturas e sintomas típicos de cefaleia e vômitos, evoluindo para herniação (ver adiante), coma e óbito, caso não ocorra tratamento de urgência. Hidrocefalias comunicantes: resultam do aumento na produção ou deficiência na absorção do liquor, em razão de processos patológicos dos plexos corioides ou dos seios da dura-máter e granulações aracnóideas. Hidrocefalias não comunicantes: são muito mais frequentes e resultam de obstruções no trajeto do liquor.
  2. Hipertensão craniana Tumores, hematomas e outros processos expansivos intracranianos comprimem não só as estruturas em sua vizinhança imediata, mas todas as estruturas da cavidade crânio-vertebral, determinando um quadro de hipertensão craniana com sintomas característicos, entre os quais se sobressai a cefaléia, podendo também ocorrer vômitos. Havendo suspeita de hipertensão craniana, deve-se fazer sempre um exame de fundo de olho.
  3. Hérnias intracranianas Processos expansivos, como tumores ou hematomas que se desenvolvem em um deles. aumentam a pressão dentro do compartimento, podendo causar a protrusão de tecido nervoso para o compartimento vizinho. Formam-se, desse