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RESUMO DE DOENÇAS INFECCIOSAS, Notas de aula de Epidemiologia

RESUMO DE CONCEITOS SOBRE DOENÇAS INFECCIOSAS

Tipologia: Notas de aula

2025

Compartilhado em 19/05/2025

camila-leticia-5
camila-leticia-5 🇧🇷

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RESUMO DE EPIDEMIOLOGIA
Inicialmente aplicados apenas as doenças infecciosas, termos como epidemia,
endemia e pandemia foram criados e passaram a ser utilizados nos campos da
Epidemiologia
INFLUÊNCIA DA TEORIA UNICAUSAL
TEORIA BACTERIOLÓGICA
AVANÇOS PREVENTIVOS
POSTULADOS DE HENLE-
KOCH
A ciência epidemiológica
foi influenciada pela teoria
unicausal da era
bacteriológica, onde cada
doença era produzida por
um único agente etiológico
específico
Antes da descoberta dos
microrganismos, avanços
nas prevenções foram
alcançadas com a
identificação d
reservatórios e meios de
transmissão
Em 1882 estabeleceram
quatro postulados para
aceitar a relação de causa
e efeito entre uma bactéria
e uma doença
POSTULADOS DE HENLE-KOCH (1882)
1° Postulado > A presença do agente deve ser comprovada em todos os indivíduos
que sofram da doença e isolada em cultura pura;
2° Postulado > O agente não poderá ser encontrado em casos de outras doenças;
3° Postulado > Uma vez isolado, o agente deve reproduzir a doença após
inoculação em animais experimentais;
4° Postulado > O mesmo agente deve ser recuperado dos animais
experimentalmente infectados e isola em cultura pura
POSTULADOS DE EVANS (1976)
1- PREVALÊNCIA > A prevalência da doença deve ser significativamente
mais alta entre os expostos a causa sob suspeita do que entre os não
expostos
2- EXPOSIÇÃO > A exposição a causa sob suspeita deve ser mais frequente
entre os atingidos pela doença do que no grupo controle
3- INCIDÊNCIA > A incidência da doença deve ser significativamente mais
elevada entre os expostos a causa sob suspeita, demonstrando em
estudos prospectivos
4- TEMPORALIDADE > A doença deve ocorrer após a exposição ao
hipotético agente causal, com períodos de incubação em forma de curva
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RESUMO DE EPIDEMIOLOGIA

➢ Inicialmente aplicados apenas as doenças infecciosas, termos como epidemia, endemia e pandemia foram criados e passaram a ser utilizados nos campos da Epidemiologia INFLUÊNCIA DA TEORIA UNICAUSAL TEORIA BACTERIOLÓGICA AVANÇOS PREVENTIVOS POSTULADOS DE HENLE- KOCH A ciência epidemiológica foi influenciada pela teoria unicausal da era bacteriológica, onde cada doença era produzida por um único agente etiológico específico Antes da descoberta dos microrganismos, avanços nas prevenções foram alcançadas com a identificação d reservatórios e meios de transmissão Em 1882 estabeleceram quatro postulados para aceitar a relação de causa e efeito entre uma bactéria e uma doença POSTULADOS DE HENLE-KOCH (1882) 1° Postulado > A presença do agente deve ser comprovada em todos os indivíduos que sofram da doença e isolada em cultura pura; 2° Postulado > O agente não poderá ser encontrado em casos de outras doenças; 3° Postulado > Uma vez isolado, o agente deve reproduzir a doença após inoculação em animais experimentais; 4° Postulado > O mesmo agente deve ser recuperado dos animais experimentalmente infectados e isola em cultura pura POSTULADOS DE EVANS (1976) 1 - PREVALÊNCIA > A prevalência da doença deve ser significativamente mais alta entre os expostos a causa sob suspeita do que entre os não expostos 2 - EXPOSIÇÃO > A exposição a causa sob suspeita deve ser mais frequente entre os atingidos pela doença do que no grupo controle 3 - INCIDÊNCIA > A incidência da doença deve ser significativamente mais elevada entre os expostos a causa sob suspeita, demonstrando em estudos prospectivos 4 - TEMPORALIDADE > A doença deve ocorrer após a exposição ao hipotético agente causal, com períodos de incubação em forma de curva normal

O processo de desenvolvimento das doenças segue um padrão evolutivo com três estágios principais: ➢ Período Pré-Patogênico > Não há alterações no organismo humano, apenas interações entre agente, hospedeiro e meio ambiente. ➢ Alterações subclínicas > Modificações bioquímicas, fisiológicas e histológicas ainda não detectáveis clinicamente ➢ Período Patogênico > Manifestações clínicas detectáveis que podem convalescer para cura, doença crônica, invalidez ou morte. BIOMARCADORES NAS DOENÇAS INFECCIOSASMarcadores de Agentes > Identificam a presença do agente infeccioso em diferentes substratos do organismo. Permitem diagnóstico precoce e monitoramento da infecção ➢ Marcadores de Exposição > Usados para identificar a presença ou passagem de um agente em um organismo. Incluem anticorpos e outros sinais resposta imunológica ➢ Marcadores de suscetibilidade > Definem o grau de suscetibilidade do individuo as infecções em geral ou a um determinado agente. Podem ser também marcadores de exposição, como as gamaglobulinas. CONCEITOS BÁSICOS DE INFECÇÃO ➢ AGENTE INFECCIOSO: Organismo vivo que, ao penetrar em outro ser vivo, produz infecção ou doença infecciosa. ➢ INFECÇÃO: Entrada e desenvolvimento de um agente infeccioso no corpo, podendo resultar em doença ou infecção inaparente. ➢ DOENÇA INFECCIOSA: Enfermidade causada por um agente específico, transmitida direta ou indiretamente ➢ INFECÇÃO INAPARENTE: Estado resultante de infecção no qual não há manifestações clínicas DOENÇA TRANSMISSÍVEL vs INFECCIOSA ➢ Nem toda doença infecciosa é transmissível. O tétano por exemplo é causado por um agente infeccioso, mas não é transmitido de pessoa a pessoa DOENÇA CONTAGIOSA ➢ Doença infecciosa transmitida por contato direto, como gripe, sarampo e gonorreia. Pode ser na forma de fômite (transmissão direta x direta). CONTAMINAÇÃO vs. INFESTAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DOS BIOAGENTES E IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

MONOXÊNICO > Agentes que completam seu ciclo em um único hospedeiro Ex: Enterobius vermicularis (oxiúro) em humanos ➢ HETEROXÊNICO > Necessitam de dois ou mais hospedeiros para completar seu ciclo. Ex: Plasmodium em humanos e mosquitos Anopheles ➢ METAXÊNICO > O agente se desenvolve dentro do vetor antes da transmissão Ex: Vírus da dengue no Aedes Aegypti Estas classificações são fundamentais para estratégias de controle epidemiológico, permitindo intervenções específicas nos diferentes estágios do ciclo dos patógenos. RESERVÁTORIOS e HOSPEDEIROS ➢ Compreendendo os elementos fundamentais na transmissão de doenças infecciosas RESERVATÓRIO > Local onde o agente infeccioso sobrevive, multiplica-se e do qual pode ser transmitido. Pode ser um ser vivo ou inanimado. HOSPEDEIRO > Qualquer ser vivo alvo de uma ação infectante de um agente infeccioso específico TIPOS DE HOSPEDEIROS Classificação dos hospedeiros de acordo com seu papel no ciclo de vida do patógeno HOSPEDEIRO DEFINITIVO > Abriga o agente na fase de maturidade ou em fase de vida sexual ativa HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO > Alberga o agente em uma fase larvar ou estágio de desenvolvimento assexual TIPOS DE RESERVATÓRIOS (normais e perfeitos) HUMANO > O homem é um reservatório de vírus como sarampo, rubéola, varicela e varíola ANIMAL > Animais como cão, morcego, e roedores albergam microrganismos que causam zoonoses. RESERVATÓRIO SOLO > Principal reservatório de Clostridium tetani, Clostridium botulinum e fungos patogênicos.

RESERVATÓRIO ÁGUA > Pode ser veículo e reservatório de agentes como Pseudomonas e Legionella. RESISTÊNCIA A SUSCETIBILIDADE Fatores de Suscetibilidade ➢ IDADE ➢ SEXO ➢ GENÉTICA ➢ RAÇA ➢ ESTADO NUTRICIONAL ➢ EXPOSIÇÃO PRÉVIA AO AGENTE Tipos de Imunidade ➢ Imunidade ativa: adquirida por infecção ou vacina ➢ Imunidade passiva: inoculação de anticorpos ou transferência materno- fetal ➢ Imunidade natural: resistência inata a alguns agentes ➢ Imunidade de grupo/rebanho resistência coletiva a disseminação TIPOS DE PORTADORES PORTADOR EM INCUBAÇÃO > Transmite o agente antes de manifestar a enfermidade PORTADOR CONVALESCENTE > Permanece transmitindo durante sua convalescença PORTADOR CRÔNICO> Continua contaminando outros hospedeiros mesmo após a cura clínica PORTADOR ASSINTOMÁTICO > Não manifesta a doença, porém transmite o agente. Pode ser temporário ou crônico (infecção latente) PERÍODOS DA INFECÇÃO Período de Incubação > Intervalo entre a exposição ao agente e o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas; Período de Transmissibilidade > Intervalo durante o qual o hospedeiro elimina o agente possibilitando novas infecções; Período Prodrômico > Tempo entre os primeiros sintomas e aqueles que permitem o diagnóstico clínico Período Pré-Patente > Tempo entre a penetração do agente e o aparecimento das primeiras formas detectáveis no sangue PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS PARASITÁRIAS ➢ Elas variam conforme as necessidades de cada área do conhecimento ➢ A Epidemiologia classifica as doenças infecciosas parasitárias considerando seus ciclos epidemiológicos. Enquanto a clínica foca em manifestações e sistemas afetados, e a microbiologia nas características doas agentes ......

➢ DENGUE

➢ Detecção do Aedes aegypti no Brasil – 1976 ATUALIZAÇÃO DA DENGUE NO BRASIL ... FEBRE AMARELA NO BRASIL ➢ URBANA > Foi grave problema de saúde pública no Brasil do século XIX até início do século XX ➢ SILVESTRA > Descoberto na década de 1930, mantido entre primatas e mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabetes CARACTERÍSTICAS DA FEBRE AMARELA

Maior incidência entre abril e maio no Brasil Predominância > Cerca de 80% dos casos ocorrem no sexo masculino e em indivíduos com idade acima de 15 anos Grupos de Riscos > Trabalhadores rurais, madeireiros, pescadores e turistas ecológicos não vacinados Expansão > Circulação do vírus em áreas antes silenciosas, do leste de Minas Gerais a região do Brasil FEBRE AMARELA SILVESTRE: PERÍODO RECENTE > O Brasil enfrentou importante surto de Febre Amarela Silvestre entre 2016-2019, com expansão para regiões sem casos há décadas ➢ A vacinação permanece como principal medida preventiva, com áreas de recomendação ampliadas após surtos recentes LEISMANIOSE VISCERAL NO BRASIL ➢ Endemia Rural > Até o início dos anos 1980, era considerada endemia focal rurais pobres comuns no Nordeste brasileiro ➢ Migração Rural-Urbana > Processo migratório levou a doença para as cidades ➢ Adaptação do Vetor > Mudanças na ecologia do Lutzomya Longipalpis, que se adaptou ao ambiente urbanos ➢ A doença continua presente em todas as regiões do país, com expansão para novas áreas urbanas e periurbanos ➢ CARACTERÍSTICAS

  • Agente e Vetor > Agente: Leishmania chagasii. Vetor: mosquitos do gênero Lutzomya longipalpis. Principal fonte de infecção
  • Perfil Epidemiológico > Predominância no sexo masculino (60% dos casos) e em menores de 10 anos – Maior suscetibilidade em crianças devido a imaturidade imunológica. CONTROLE DA TUBERCULOSE ➢ Tratamento monitorado de curta duração com administração supervisionada dos medicamentos DESAFIOS NO CONTROLE DA TUBERCULOSE ➢ Coinfecção TB/HIV

A associação entre AIDS e tuberculose contribui para ocorrência da doença e casos multirresistentes. RESISTÊNCIA MEDICAMENTOSA ➢ Surgimento de casos multirresistentes aos tratamentos convencionais. REDE DE SERVIÇOS ➢ Necessidade de ampla rede de saúde para diagnóstico precoce e acesso ao tratamento ADESÃO AO TRATAMENTO ➢ Desenvolvimento de ações que promovam a adesão aos esquemas terapêuticos relativamente longos. HANSENÍASE NO BRASIL ➢ Característica da doença > Doença infecciosa crônica de alta infectividade e baixa patogenicidade, causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen) ➢ Situação Epidemiológica > 2023 – 19.221 casos novos de hanseníase diagnosticados no Brasil ➢ Período de incubação longo (média de 5 anos) e início insidioso – Caracteriza-se por comprometimento dermatológico e neurológico, podendo causar incapacidades físicas permanentes. DIARREIA INFANTIL AGUDA ➢ Causas > Diferentes agentes como vírus, bactérias, parasitos e toxinas ➢ Fatores determinantes > Infraestrutura de saneamento, higiene individual, aleitamento materno e cuidados com as crianças. INTERVENÇÕES EFICAZES ➢ Terapia de reidratação oral, incentivo ao aleitamento materno e disponibilidade de água tratada SARAMPO NO BRASIL ➢ Doença endêmica com ciclos epidêmicos a cada 2-3 anos. Maior pico em 1986 com incidência de quase 100 casos por 100.000 habitantes. SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL > Registrou pequenos surtos isolados, com eliminação da circulação do vírus em 2007. OMS certificou o Brasil como país livre do SARAMPO. DIFTERIA* TÉTANO* TIPOS DE ESTUDOS EM EPIDEMIOLOGIA ➢ Estudos Epidemiológicos > Observacionais e Experimentais ➢ Importância: Definição clara de caso e exposição ESTUDOS OBSERVACIONAIS ➢ Definição > Natureza determina o curso do estudo; o investigador mede, mas não intervém

ESTUDOS DESCRITIVOS > Descrição do estado de saúde de uma comunidade Fonte de dados: Dados secundários (rotineiramente coletados) e dados primários (coletados diretamente) Exemplos: Estatísticas de mortalidade por idade, sexo, grupo étnico ESTUDOS ECOLÓGICOS (ou de CORRELAÇÃO) ➢ Definição: Análise de grupos de pessoas ao invés de indivíduos; ➢ Objetivo: Geração de hipóteses; ➢ Exemplo: Associação entre vendas de drogas antiasmáticas e óbitos por asma em diferentes províncias; ESTUDOS DE SÉRIE TEMPORAL ➢ Definição: Comparação da mesma população em diferentes momentos; ➢ Vantagem: Redução do efeito de confusão causado pelo nível socioeconômico; ➢ Exemplo: Aumento da mortalidade durante a onda de calor na França em 2003 DESAFIOS DOS ESTUDOS ECOLÓGICOS ➢ Desafios: Interpretação dos resultados, disponibilidade de dados, relação entre exposição e efeito no nível individual; ➢ Atrativos: Utilização de dados de diferentes populações e fontes; ➢ Exemplo: Aumento da mortalidade durante a onda de calor na França em

FALÁCIA ECOLÓGICA ➢ Definição: Viés que ocorre quando conclusões impróprias são tiradas de estudos ecológicos; ➢ Causa: Associação observada no nível de grupo não representa necessariamente a associação no nível individual; ➢ Exemplo: Associação entre mortalidade neonatal e materna e atendimento não qualificado durante o parto. ESTUDOS TRANSVERSAIS (Seccionais ou de Prevalência) ➢ Definição: Medem a prevalência da doença em um momento específico; ➢ Características: Medidas de exposição e efeito realizadas ao mesmo tempo; ➢ Desafios: Dificuldade em avaliar se a exposição precede ou é consequência do efeito. Objetivos: Avaliar a prevalência de doenças e características de saúde Exemplos: Pesquisas nacionais sobre fatores de risco para doenças crônicas Utilidade: Fornecem indicadores úteis de tendências de saúde ESTUDOS DE CASOS E CONTROLES ➢ Definição: Investigam a causa das doenças comparando pessoas com a doença (casos) e pessoas sem a doença (controles) ➢ Características: Longitudinais e geralmente retrospectivos

➢ Exemplo: Comparação de história de consumo de carne entre pessoas com enterite necrotizante e controles. SELEÇÃO DE CASOS E CONTROLES ➢ Casos: Representam todos os casos de uma população, selecionados com base na doença; ➢ Controles: Pessoas sem a doença, representando a população de onde os casos foram originados; ➢ Desafios: Encontrar controles custo-efetivos e garantir que a seleção não seja influenciada pelo nível de exposição. DETERMINAÇÃO DA EXPOSIÇÃO ➢ IMPORTÂNCIA: Determinação do início e duração da exposição para casos e controles; ➢ Métodos: Dados retrospectivos, questionários, medidas bioquímicas ➢ Desafios: Influência do conhecimento das hipóteses e precisão das medidas EXEMPLO: Local: Papua Nova Guiné / Objetivo: Comparar a história de consumo de carne entre pessoas com enterite necrotizante e controles Resultados: Maior número de pessoas com a doença relatou consumo prévio de carne. RAZÃO DE ODDS (RO) Definição: Medida da associação entre uma exposição e uma doença em estudos de caso-controle Cálculo: Razão do ODDS de exposição entre os casos dividido pelo ODDS de exposição entre os controles. IMPORTÂNCIA DA RAZÃO DE ODDS ➢ Semelhança com o RISCO RELATIVO: Principalmente se a doença for rara ➢ Representatividade: Casos e controles devem ser representativos da população geral em termos de exposição; ➢ Limitações: Não permite calcular o risco absoluto ESTUDOS DE COORTE Definição: Estudos longitudinais que iniciam com pessoas livres da doença Classificação: Subgrupos de acordo com a exposição a uma causa potencial Objetivo: Acompanhar a coorte para observar o surgimento de novos casos de doença. CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS DE COORTES Longitudinais: Dados coletados em diferentes pontos no tempo; Prospectivos e Retrospectivos: Dependendo do momento da coleta dos dados; Vantagens: Melhor Informação sobre a etiologia das doenças medida direta do risco.

ERROS POTENCIAIS EM ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS

➢ Fornecer medidas precisas da ocorrência das doenças; ➢ Tipos de erros: Aleatórios e sistemáticos ➢ Minimização: Epidemiologistas tentam minimizar e estimar o impacto dos erros; ERRO ALEATÓRIO ➢ Ocorre quando o valor medido na amostra diverge do verdadeiro valor da população devido ao acaso ➢ Causas Principais: Variação biológica individual; Erro de amostragem; Erros de medida ➢ Redução: Aumentar o tamanho amostral e usar protocolos rigorosos TAMANHO DA AMOSTRA ➢ Importância: Reduzir o erro de amostragem e aumentar a precisão do estudo; Fatores Considerados ➢ Nível de significância estatística ➢ Erro aceitável ➢ Magnitude do efeito ➢ Frequência da doença ➢ Tamanho adequado dos grupos ERROS SISTEMÁTICO (Viés) ➢ Ocorre quando os resultados diferem sistematicamente dos verdadeiros valores; ➢ TIPOS PRINCIPAIS: Viés de seleção; Viés de mensuração (classificação) Importância: Um estudo com baixo erro sistemático tem alta precisão (acurácia) VIÉS DE SELEÇÃO > Diferença sistemática entre as características das pessoas selecionadas para o estudo e aquelas que não foram selecionadas Fontes Comuns: ➢ Autosseleção; ➢ Exclusão devido a doença ou fator em estudo; ➢ Efeito do trabalhador sadio. Exemplo: Estudo sobre formaldeído e irritação ocular em trabalhadores VIÉS DE MENSURAÇÃO (classificação) ➢ Ocorre quando a medida ou classificação da doença ou exposição são imprecisas; ➢ Fontes Comuns:

Medidas bioquímicas ou fisiológicas imprecisas; Viés de memória; Viés do observador; ➢ Redução > Uso de medidas cegas ou duplo-cegas EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS: ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE EM SAÚDE COLETIVA

Compreender conceitos fundamentais de epidemiologia de doenças infecciosas. Analisar estratégias de prevenção e controle em saúde coletiva Discutir exemplos relevantes (COVID-19, sífilis, tuberculose, hanseníase) Relacionar fatores sociais, ambientais e de acesso aos serviços O QUE É EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS? ➢ Ramo da saúde pública que estuda a distribuição e determinantes das doenças transmissíveis. ➢ Identifica padrões de transmissão e fatores de risco ➢ Orienta políticas e estratégias de controle e prevenção IMPORTÂNCIA DA EPIDEMIOLOGIA ➢ Detecta precocemente surtos e epidemias ➢ Monitora a evolução das doenças e avalia intervenções ➢ Subsidia ações e políticas públicas em saúde PRINCIPAIS VIAS DE TRANSMISSÃO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS ➢ Respiratória: COVID-19, influenza, tuberculose ➢ Fecal-oral: coleta, Hepatite A, diarreias infecciosas ➢ Sexual: sífilis, HIV, hepatite B ➢ Vertical: sífilis congênita, HIV, toxoplasmose congênita ➢ Vetorial: dengue, zika, Chikungunya, malária DETERMINANTES DAS DOENÇAS INFECCIOSAS ➢ Condições socioeconômicas ➢ Acesso a água potável e saneamento ➢ Condições ambientais (clima, desastres naturais) ➢ Comportamentos individuais e coletivos (higiene, vacinação) VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ➢ Coleta e análise sistemática de dados ➢ Detecção precoce de surtos ➢ Monitoramento de tendências e grupos vulneráveis ➢ Base para respostas rápidas e eficazes ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO > PRIMÁRIA ➢ Imunização/vacinação em massa ➢ Promoção de higiene pessoal e coletiva ➢ Melhoria no saneamento básico

➢ Agente: Mycobacterium leprae ➢ Transmissão: prolongada, via respiratória ➢ Sinais: mancha cutâneas, perda de sensibilidade, neuropatias ➢ Detecção precoce evita incapacidade física permanente DESAFIOS ATUAIS ➢ Reemergência de doenças e resistência antimicrobiana ➢ Desigualdades sociais e fragilidade do SUS ➢ Fake News e hesitação vacinal ➢ Necessidade de políticas públicas integradas e continuadas Abordagem integrada, baseada em vigilância e atenção primária; Importância da promoção da saúde e redução de desigualdades; Flexibilidade e inovação para enfrentar novos e antigos desafios; Papel do médico e do sistema de saúde na proteção coletiva e resposta rápida FATORES DE CONFUSÃO EM ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOSO QUE SÃO

  • Ocorrem quando uma terceira variável interfere na relação entre exposição e desfecho
  • Esse fator está correlacionado com a exposição e com a doença
  • Leva a interpretações incorretas sobre a causa da doença ➢ CONDIÇÕES PARA SER UM FATOR DE CONFUSÃO
  • Estar associado a exposição , MAS NÃO SER CONSEQUÊNCIA DELA
  • Estar associado ao DESFECHO, INDEPENDENTEMENTE DA EXPOSIÇÃOCOMO O FATOR DE CONFUSÃO ATUA? ➢ Efeito de um fator de risco e confundido com outro ➢ Resulta de uma DISTRIBUIÇÃO NÃO RANDÔMICA na população ➢ Pode levar a estimativas erradas do efeito da exposição FATOR DE CONFUSÃO x VIÉS ➢ Pode aparecer um viés, mas não é erro sistemático do desenho do estudo ➢ Surge da estrutura natural da população amostrada ➢ EXEMPLO > Idade, Classe social ... EXEMPLO: Associação observada entre pressão alta e doença coronariana Mas a idade pode ser o verdadeiro fator relacionado aos dois Ao controlar a idade, vê-se que a pressão alta realmente aumenta o risco EXEMPLO: Estudos mostram associação entre café e doença coronariana. Porém quem bebe café geralmente fuma mais. O fumo é um fator de confusão: associado ao café e também é causa da doença

Conclusão errada: parece que o café causa doença, quando na verdade é o fumo. CONTROLE DOS FATORES DE CONFUSÃO: Podem ser controlados

Durante o planejamento do estudo Na análise estatística dos dados CONTROLE DOS FATORES DE CONFUSÃO ➢ Fatores de confusão podem ser controlados:

  • Durante o planejamento do estudo
  • Na análise estatística dos dados ➢ Método no delineamento:
  • Randomização
  • Restrição
  • Emparelhamento ➢ Método na análise:
  • Estratificação
  • Modelagem estatística RANDOMIZAÇÃOAplicável somente em estudos experimentaisGarante distribuição aleatória das variáveis de confusãoIdeal para evitar associação espúria entre exposição e confundidoresExige tamanho amostral adequado RESTRIÇÃOInclui somente participantes com a mesma característicaElimina a variabilidade de um confundidor específicoExemplo: excluir fumantes em estudo sobre café x doença coronáriaLimita a generalização (validade externa)Exige tamanho amostral adequado EMPARELHAMENTO (PAREAMENTO)Técnica comum em estudos de caso-controleSeleciona pares com características semelhantes (ex: idade, sexo)Evita que essas variáveis confundam resultadosRiscos: sobre - emparelhamento, alto custo, dificuldade técnica CONTROLE ANALÍTICO ➢ Análise feita por estratos da variável de confusão ➢ Calcula a associação dentro de grupos homogêneos ➢ Ex: faixas etárias, sexo, grupos étnicos MODELAGEM ESTATÍSTICA MULTIVARIADA ➢ Permite o controle simultâneo de múltiplos confundidores ➢ Regressão logística, regressão linear ➢ ESSENCIAL EM ESTUDOS COM MÚLTIPLAS EXPOSIÇÕES E INTERAÇÕES ➢ Requer conhecimento técnico e interpretação apropriada