



Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Epidemiologia, fatores de risco, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento.
Tipologia: Resumos
1 / 5
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
1. Conhecer a epidemiologia e os fatores de risco da DM EPIDEMIOLOGIA - Segundo os dados mais recentes da International Diabetes Federation (IDF), 9,3% dos indivíduos entre 20 e 79 anos (463 milhões de pessoas) apresentavam diabetes mellitus no mundo em 2019. E até 2045, espera-se que afete mais de 700 milhões de pessoas. O Brasil é o 4º país em população de diabéticos no mundo: são 16,8 milhões de indivíduos diagnosticados. Esse crescimento de forma epidêmica é devido, principalmente, ao DM tipo 2, uma vez que se associa a fatores como rápida urbanização, industrialização, adoção de estilos de vida não saudáveis, como padrões alimentares hipercalóricos (dieta rica em gorduras e açúcares e pobre em fibras) e sedentarismo, aumento do peso corporal e envelhecimento da população. Apesar do DM tipo 2 ser uma doença mais frequente em adultos, geralmente > 45 anos, sua prevalência tem aumentando na faixa etária pediátrica e em adultos jovens, correspondendo a quase 20% dos casos em crianças e adolescentes. Credita-se uma grande parte desses números se deve aos hábitos de vida citados. Cerca de 79% dos casos de DM estão concentrados nos países em desenvolvimento. Em 2019, os custos de saúde relacionados com o DM foram da ordem de 53 bilhões de dólares, no Brasil, além de mais de 135 mil mortes associadas à doença no mesmo ano. Soma-se a isso o fato de que indivíduos com DM apresentam um encurtamento na sobrevida média de até 12 anos. Segundo estimativas da IDF, 40-60% dos pacientes com DM morrem antes de completar 60 anos, no Brasil. O DM afeta homens e mulheres de forma semelhante (9,1% versus 8,4%), tendo incidência diferente apenas na puberdade, quando as meninas são levemente mais acometidas e a associação com a síndrome de ovários policísticos. FATOR DE RISCO - O desenvolvimento de DM tipo 2 resulta da combinação de herança poligênica e fatores ambientais. Genética - estudos de associação genômica apontaram mais de 500 variantes genômicas e genes de suscetibilidade 39% dos indivíduos com DM tipo 2 têm, pelo menos, um parente afetado. A dieta hipercalórica - esse risco é ainda mais elevado em indivíduos obesos, sendo até 11 vezes maior quando comparado a pessoas com IMC normal. Entretanto, esse padrão de dieta, conhecido como “dieta do Mediterrâneo” fator protetivo. Etnias
A gordura visceral é um tecido que produz e aumenta a concentração sérica de citocinas inflamatórias sistêmicas, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), interferon-gama (INF-gama), interleucina-1 (IL-1), IL-6, entre outras. Tais citocinas, ao se ligarem aos seus receptores celulares, ativam cascatas de enzimas intracelulares com propriedades serinoquinases (JNK), proteinoquinase C (PKC) e IKK-beta. Uma vez ativadas, passa a existir a fosforilação do receptor de insulina em resíduos de serina e treonina (e não de tirosina), prejudicando a cascata de reações enzimáticas e a adequada ação do hormônio. Além disso, as citocinas inflamatórias elevadas no indivíduo com aumento de gordura visceral resultam em meia-vida mais curta dos receptores de insulina, sendo este um mecanismo adicional para o aparecimento de resistência a esse hormônio. Após determinado período ativo, o receptor de insulina deve ser fisiologicamente internalizado e submete-se a um processo de desfosforilação, realizado por enzimas tirosinofosfatases, que o inativam. Assim, em situações em que há aumento dessas citocinas, como obesidade visceral e esteatose hepática, os receptores de insulina permanecem menos tempo ativados, diminuindo consequentemente a ação da insulina por falta de receptores. As células de gordura visceral são mais ricas em receptores adrenérgicos (lembrando que a norepinefrina é um hormônio contrarregulador da insulina), além de serem mais ricas em receptores de cortisol que ativa localmente a cortisona em cortisol, que também é um hormônio sabidamente contrarregulador da insulina. O tecido adiposo visceral tem, portanto, alta concentração local de cortisol, o que faz com que seu metabolismo esteja sempre desviado para a lipólise. O que libera grande quantidade de ácidos graxos livres (AGL) para a circulação portal, que alcança diretamente o fígado. Sabe-se que quanto maior a quantidade de AGL que chega ao fígado, maior será sua resistência à insulina. Não apenas no fígado, mas em todos os órgãos periféricos em que houver depósito de gordura ectópica (destacado aqui especialmente o tecido muscular) Além disso, a quantidade de AGL circulantes é um fator pró-inflamatório Com o tempo, a demanda aumentada de secreção de insulina provoca esgotamento e falência das células β ✔ Resistência à ação e redução na secreção de incretinas gastrintestinais: As incretinas são hormônios produzidos no intestino, principalmente no íleo distal, diante da chegada local de alimentos. Como principais exemplos de incretinas, há peptídio semelhante ao glucagon 1 (GLP-1), peptídeo semelhante ao glucagon 2 (GLP2) e polipeptídio inibitório gástrico (GIP). Após sua liberação na corrente sanguínea, estes hormônios ligam-se ao receptor na célula beta pancreática. Assim sendo, as incretinas são elementos colaboradores da secreção de insulina na vigência de hiperglicemia. Em pacientes portadores de DM2, a produção e a liberação de incretinas pelas células estão reduzidas, eliminando, portanto, esse mecanismo complementar de secreção insulínica, o que contribui para a patogênese. ✔ Aumento na reabsorção tubular renal de glicose: No rim, a glicose filtrada é reabsorvida através de canais de alta afinidade chamados de cotransportador sódio-glicose (SGLT/ tipo 2: 90%). Nos pacientes portadores de diabetes melito 2, parece haver uma resposta adaptativa desse sistema de reabsorção renal de glicose após hiperglicemia mantida a longo prazo. Neste caso, passa a existir maior ação dos canais transportadores, especificamente o SGLT-2, promovendo maior reabsorção da glicose filtrada pelos rins, e consequentemente elevando a glicemia sistêmica. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - A insulina atua nos centros hipotalâmicos de controle do apetite, inibindo a fome ; nos pacientes obesos, apesar da hiperinsulinemia em resposta à alimentação, os efeitos no hipotálamo são reduzidos e retardados, mostrando resistência central à ação desse hormônio. A acantose nigricans é uma lesão em placa, hipercrômica, de aspecto aveludado, presente, principalmente, em dobras cutâneas. a principal hipótese, em situações de hiperinsulinemia, é a estimulação de receptores (IGF-1) pela insulina. O IGF-1 e a insulina compartilham muitas semelhanças estruturais, assim, quando há excesso de insulina, há maior estimulação dos receptores de IGF-1, levando à proliferação de fibroblastos e queratinócitos. “Verrugas”, denominadas acrocórdons (processos ceratócitos pedunculados), comuns em pacientes com resistência à insulina.A resistência insulínica também pode propiciar o hiperandrogenismo em mulheres, manifestando-se clinicamente pela presença de hirsutismo, acne e alopecia de padrão androgenético. a poliúria, a polidipsia e as infecções fúngicas recorrentes. A glicemia, ao ultrapassar o limiar de reabsorção renal, é excretada na urina, ocasionando diurese osmótica. Consequentemente, a diminuição de volume circulante
tolerância à glicose é o mais efetivo em identificar pacientes com pré-diabetes ou diabetes, pois avalia a resposta de insulina em relação a uma sobrecarga de glicose. Com o passar do tempo, devido à resistência à insulina, ocorre um esgotamento das células beta, que passam a produzir menos insulina em resposta à hiperglicemia; assim, o pico de insulina e, consequentemente, a hiperglicemia prandiais são os primeiros a serem afetados no diabetes mellitus. Enquanto isso, a glicemia de jejum pode se manter normal, uma vez que são necessárias quantidades menores de insulina para inibir a produção hepática de glicose. Vamos rever os critérios diagnósticos a seguir: Em pacientes assintomáticos, devem ser realizados dois testes para confirmação diagnóstica. Em pacientes com sintomas clássicos de hiperglicemia (perda ponderal, poliúria, polidipsia), é necessário apenas um teste alterado ou glicemia aleatória ≥ 200mg/dL para diagnóstico de DM. 1TOTG: teste oral de tolerância à glicose (glicemia medida após 120 minutos da administração de 75g de dextrosol). 2HbA1c: hemoglobina glicada fração A1c. A glicemia capilar não deve ser utilizada para diagnóstico de diabetes mellitus, pois podem ocorrer diferenças de até 25% em relação à glicemia venosa. Os testes realizados em campanhas servem para identificar os indivíduos com alterações muito gritantes, como glicemias capilares ≥ 200 mg/dL com duas ou mais horas de jejum, em risco, portanto, de apresentar diabetes mellitus.
4. Elucidar a conduta terapêutica e o prognóstico da HD TRATAMENTO Ñ MEDICAMENTOSO - Alguns padrões dietéticos têm mostrado bons resultados em relação ao controle metabólico no diabetes mellitus, entre eles, a dieta do Mediterrâneo, a dieta baixa em carboidratos (low carb) e a vegetariana. A dieta do Mediterrâneo, rica em verduras, legumes, frutas, oleaginosas, grãos integrais e peixes está relacionada com a diminuição da mortalidade e tornou-se o padrão de dieta saudável. Quanto às dietas low carb, o grande impasse é a dificuldade em sustentá-las a longo prazo.