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Guias e Dicas
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Abdome Agudo: Causas, Sintomas e Diagnóstico, Notas de aula de Medicina

O abdome agudo, uma condição médica que requer atenção médica imediata. Ele descreve as causas mais comuns, como apendicite aguda, colecistite aguda e diverticulite aguda, e detalha os sintomas, incluindo dor abdominal, náuseas, vômitos e febre. O documento também discute a fisiopatologia do abdome agudo, destacando a importância da avaliação médica e intervenção cirúrgica em casos graves.

Tipologia: Notas de aula

2025

Compartilhado em 01/03/2025

miguel-gimenes-mendes
miguel-gimenes-mendes 🇧🇷

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AMANDA MONTEIRO
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TUTORIA 3 ABDOME AGUDO
É uma das principais emergências da prática
médica. Mas nem toda dor na barriga é
caracterizada como abdome agudo.
No abdome agudo, necessita-se de uma
decisão aguda!
É um DIGNÓSTICO SINDROMICO (conjunto
de sinais e sintomas comum a diversas
doenças) CARACTERIZADO PELA DOR
ABDOMINAL. É uma condição clínica
causada por uma alteração patológica
abdominal caracterizada por uma dor aguda
de início súbito ou não de evolução
progressiva não traumática, de uma
intensidade suficiente para levar o individuo
ao atendimento médico.
Quando não tratado corretamente e no tempo
certo, o paciente evolui com PIORA DOS
SINTOMAS e progressiva PIORA DO
ESTADO GERAL.
Tem um impacto muito grande em causa de
morbimortalidade, por muitas vezes existir
uma dificuldade em estabelecer o diagnóstico
correto, por isso exige uma abordagem muito
incisiva para não ocorre um desfecho
desfavorável e levar o paciente a óbito.
Necessita de definição diagnóstica e
terapêutica imediata (podendo ser tratamento
clínico ou cirúrgico, A MAIORIA DAS VEZES
É CIRURGICO, MAS TAMBÉM PODE SER
CLÍNICO). Muitas vezes após anamnese,
exame físico, exames laboratoriais e de
imagens ainda sim pode não ter o diagnóstico
etiológico e partir para laparotomia.
A anamnese detalhada e exame físico
minucioso da cavidade peritoneal são mais
importantes do que qualquer exame
complementar, pois em virtude da sua
gravidade em alguns casos, não tempo
para realização de muitos exames e é preciso
decidir se o tratamento será cirúrgico ou não.
Os exames laboratoriais e de imagem
fornecerão adicionais para comprovar ou não
a hipótese diagnosticada.
A maioria dos casos requer encaminhamento
cirúrgico;
Podemos dividir o abdome agudo em
"síndromes":
- Inflamatória, perfurativa, obstrutiva, vascular
e hemorrágica.
Þ
ETIOLOGIA
Qualquer inflamação em víscera intra ou
retroperitoneal (atrás da cavidade abdominal
- rins, pâncreas, reto, duodeno) podem ser a
causa, a maior parte das causas são do tubo
digestivo, mas têm o sistema urinário, parte
ginecológica, grandes vasos.
Doenças em vísceras previamente normal, ou
agudização de doença crônica.
Antes se acreditava que era caracterizado
como abdome agudo a partir de 6 horas, mas
caiu no conceito porque tem dor que é súbita,
que começa em questão de minutos, como no
abdome perfurativo, como também pode ter
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TUTORIA 3 – ABDOME AGUDO

É uma das principais emergências da prática médica. Mas nem toda dor na barriga é caracterizada como abdome agudo. No abdome agudo, necessita-se de uma decisão aguda! É um DIGNÓSTICO SINDROMICO (conjunto de sinais e sintomas comum a diversas doenças) CARACTERIZADO PELA DOR ABDOMINAL. É uma condição clínica causada por uma alteração patológica abdominal caracterizada por uma dor aguda de início súbito ou não de evolução progressiva não traumática, de uma intensidade suficiente para levar o individuo ao atendimento médico. Quando não tratado corretamente e no tempo certo, o paciente evolui com PIORA DOS SINTOMAS e progressiva PIORA DO ESTADO GERAL. Tem um impacto muito grande em causa de morbimortalidade, por muitas vezes existir uma dificuldade em estabelecer o diagnóstico correto, por isso exige uma abordagem muito incisiva para não ocorre um desfecho desfavorável e levar o paciente a óbito. Necessita de definição diagnóstica e terapêutica imediata (podendo ser tratamento clínico ou cirúrgico, A MAIORIA DAS VEZES É CIRURGICO, MAS TAMBÉM PODE SER CLÍNICO ). Muitas vezes após anamnese, exame físico, exames laboratoriais e de imagens ainda sim pode não ter o diagnóstico etiológico e partir para laparotomia. A anamnese detalhada e exame físico minucioso da cavidade peritoneal são mais importantes do que qualquer exame complementar, pois em virtude da sua gravidade em alguns casos, não há tempo para realização de muitos exames e é preciso decidir se o tratamento será cirúrgico ou não. Os exames laboratoriais e de imagem fornecerão adicionais para comprovar ou não a hipótese diagnosticada. A maioria dos casos requer encaminhamento cirúrgico; ❖ Podemos dividir o abdome agudo em "síndromes":

  • Inflamatória, perfurativa, obstrutiva, vascular e hemorrágica. Þ ETIOLOGIA Qualquer inflamação em víscera intra ou retroperitoneal (atrás da cavidade abdominal
  • rins, pâncreas, reto, duodeno) podem ser a causa, a maior parte das causas são do tubo digestivo, mas têm o sistema urinário, parte ginecológica, grandes vasos. Doenças em vísceras previamente normal, ou agudização de doença crônica. Antes se acreditava que era caracterizado como abdome agudo a partir de 6 horas, mas caiu no conceito porque tem dor que é súbita, que começa em questão de minutos, como no abdome perfurativo, como também pode ter dores que não súbitas, como a principal

causa de abdome agudo que é apendicite aguda. Não é uma dor que passa espontaneamente como pacientes com gastroenterocolite (infecção do estômago e intestino por vírus ou bactérias que causa vômitos ou diarreia, febre), se o paciente se hidratar em casa passa sozinho, herpes zoster, paciente renal crônico, cetoacidose diabética, podendo se caracterizar como falso abdome agudo. Þ (^) SINTOMAS Dor abdominal e Febre. SINTOMAS ASSOCIADOS : icterícia, colúria, acolia fecal. Hematêmese, melena, enterorragia e hematoquezia. SINTOMAS URINÁRIOS: desconforto ao urinar, micção frequente. Disúria, polaciúria, hematúria. HISTÓRIA GINECOLÓGICA : Avaliação do ciclo menstrual, uso de DIU, cirurgias prévias. A dor epigástrica geralmente decorre de distúrbios do esôfago, estômago e duodeno, estruturas hepatobiliares, pâncreas e baço. No entanto, à medida que alguns distúrbios progridem, a dor tende a se deslocar da linha média para a direita (vesícula biliar e fígado) ou para a esquerda (baço). A dor periumbilical geralmente decorre de distúrbios das estruturas do intestino médio embriológico, enquanto as estruturas do intestino posterior tendem a referir dor á região inferior do abdome ou supra púbica. Os receptores sensoriais intra-abdominais podem ser considerados como inervando o peritônio visceral ou parietal. Os mecanorreceptores viscerais são desencadeados pela distensão intestinal ou tensão no mesentério ou vasos sanguíneos, enquanto os nociceptores são desencadeados por estímulos mecânicos, térmicos e químicos. A dor das vísceras é sentida como difusa e mal localizada, enquanto a estimulação dos nociceptores peritoneais parietais causa uma dor que é experimentada diretamente no local do insulto.

Þ A DOR ABDOMINAL SUPERIOR É

CAUSADA POR LESOES DO TGI

SUPERIOR.

Þ A DOR ABDOMINAL BAIXA É

CAUSADA POR LESÕES DO TGI OU

ÓRGÃOS PÉLVICOS INFERIORES.

Þ VOMITOS GRAVES E PRECOCES

INDICAM UMA ALTA OBSTRUCAO DO

TGI.

Þ FISIOPATOLOGIA

® DOR VISCERAL: dor vaga e mal localizada (estímulos a fibras c). ® DOR PARIETAL (IRRITAÇÃO DO PERITÔNIO PARIETAL): dor mais intensa e bem localizada (estímulos fibras A). ® DOR REFERIDA: dor distante o órgão comprometido (confluência de aferências). ® DOR NO OMBRO POR UM ABSCESSO. ® SUBFRÊNICO (NERVO FRÊNICO): O contrário, infarto agudo do miocárdio também pode dar epigastralgia (não é raro de acontecer). Þ ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO DEFINIÇÃO: dor abdominal súbita e inesperada, originada de um processo inflamatório e/ou infeccioso localizado na cavidade abdominal. Þ FISIOPATOLOGIA A membrana peritoneal divide-se em visceral e parietal; o peritônio visceral é inervado pelo SNA e o parietal, pelo sistema nervoso cérebro-espinhal – o mesmo da musculatura da parede abdominal.

  • A fisiopatologia do AAI baseia-se, sobretudo, na extensão do processo inflamatório ao peritônio e às modificações do funcionamento do trânsito intestinal; → Quando o processo inflamatório atinge o peritônio visceral, ocorre paralisia da musculatura lisa envolvida, gerando Íleo paralítico - Inervado pelas fibras autonômicas. Ocorre então distensão e

Þ QUADRO CLÍNICO

  • Dor em cólica, sobretudo após ingestão de alimentos que estimulam a secreção de colecistocinina, ocasionando a contração da vesícula biliar;
  • Inicialmente a dor manifesta-se em hipocôndrio direito, irradiando posteriormente para epigástrio e dorso;
  • Náuseas, vômitos e febre;
  • Sinal de Murphy. Þ (^) APENDICITE AGUDA - O apêndice é uma víscera oca em fundo cego que drena no Céco, a sua mucosa produz um muco que drena dentro do ceco, que ajuda na lubrificação das fezes. - É a causa mais comum de todos os tipos de abdome agudo. A principal causa dessa obstrução é por FECALITO , mas tem outras causas, hiperplasia linfoide, obstrução por corpo estranho (mais raro), por tumor no apêndice (tumor carcinoide). - Com Obstrução do apêndice vermiforme (víscera oca), o muco não consegue drenar, distende o apêndice, até que ultrapassa a pressão da drenagem venosa e linfática, gerando a: ® PRIMEIRA FASE: EDEMATOSAI/NFLAMATÓRIA, gerando a dor mal definida, por distensão da víscera. ® SEGUNDA FASE: Processo inflamatório pelo processo inflamatório continuar distendendo cada vez mais da mucosa em direção da serosa PURULENTA/SUPURATIVA= produção de PUS ao redor do apêndice, que irrita o peritônio parietal e a dor se torna mais localizada na fossa ilíaca direita. Continua aumentando a pressão, até que a pressão ultrapassa a pressão de perfusão arterial, as arteríolas do apêndice já não chegam sangue oxigenado, levando a isquemia. ® TERCEIRA FASE: ISQUEMIA/NECRÓTICA/GANGRENOSA , a parte do apêndice que sofre primeiro é a pontinha dele, porque está mais longe da vascularização → dor mais intensa. Aspecto em Tábua. Continua a pressão aumentada de um apêndice que já está isquêmico, ocorrendo a perfuração ® QUARTA FASE: PERFURATIVA : Processo lento e gradual, indivíduos imunocompetentes bloqueia o processo(plastão), por isso, não perfura em peritônio livre, perfura dentro desse bloqueio, a não ser em crianças muito pequenas, imunodeprimidos, gestantes (o útero empurra o apêndice e o epiplon pode não alcançar para bloqueiar). Epiplon = Omento maior ou grande epíploon começa na grande curvatura do estômago e conecta o estômago ao diafragma, baço e cólon transverso; é longo, chegando a atingir a pelve. Þ QUADRO CLÍNICO
    • Fase inicial: dor epigástrica ou periumbilical, tipo visceral (difusa), seguida por anorexia, náuseas e vômitos;
    • Febre baixa a moderada (38ºC) – pode estar ausente nas fases iniciais;
    • Irradia para o QID – somática localizada;
    • Comum parada de flatos e constipação; - Descompressão brusca – Sinal de Blumberg – dor a descompressão brusca do ponto de Mcburney: linha da cicatriz umbilical na espinha ilíaca anterossuperior direita, e divide em três

partes. O ponto entre a parte média e a parte externa é esse ponto (localização do apêndice).

- SINAL DE ROVSING: Descompressão na fossa ilíaca esquerda, mobiliza o gás pela moldura do cólon e tem dor referida na direita, porque o gás mobilizado para o céco distende a base do apêndice (ceco) e causa dor porque o apêndice está inflamado. - SINAL DE LENANDER (ESPECÍFICO DE PERITONITE): Diferença da temperatura axilar e retal é maior do que um grau. - SINAL DE DUNPHY: Dor em fossa ilíaca direita quando a pessoa tose.

Þ TRATAMENTO

- Cirúrgico: apendicectomia: Cirurgia de urgência mais realizada. Videolaparoscopia. É a ligadura da artéria apendicular e depois uma secção do apêndice. Incisões laterais na fossa ilíaca direita, incisão mediana, depende do grau de peritonite do paciente: localizada, peritonite difusa, descompressão brusca positiva, precisa lavar a cavidade, precisando da incisão mediana. Þ PANCREATITE AGUDA

  • O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas de maneira inata, porém devido a fatores como a litíase biliar (principal e mais aceita – hipertensão no sistema ductal pancreático), ocorre a ativação precoce intrapancreática dessas enzimas;
  • Como o parênquima pancreático é muito cheio de gorduras e a maiorias dessas enzimas são lipolíticas, ocorre um auto degradação → necrose → inflamação do parênquima pancreático → dor em faixa. Þ QUADRO CLÍNICO
  • Dor intensa em região epigástrica com irradiação para dorso (“em faixa”);
  • Náuseas e vômitos;
  • Íleo paralítico com parada de eliminação de fezes e flatos e redução dos ruídos hidroaéreos;
  • 80 a 90% dos casos trata-se de casos leves com a presença de um estado geral regular e posição antálgica, sinais de desidratação e hipovolemia;
  • Em casos severos hematomas periumbilical (sinal de Cullen) e/ou em flancos (Grey Turner) podem ser vistos, evidenciando hemorragia retroperitoneal.

Há uma grande confusão com hemorragia digestiva, porque na hemorragia digestiva (sangra dentro da luz), também tem classificação entre alto e baixo no ângulo de trás.

  • SIMPLES (sem sofrimento de alça, sem isquemia, sem peritonite) X COMPLICADA → tem que levar para laparotomia.
  • TENDÊNCIA : Obstrução/tumor no sigmoide, as fezes chegam pelo intestino, batem no tumor e voltam, causando o vômito fecaloide, isso ocorre quando a válvula ileocecal é incompetente. Þ OBSTRUÇÃO DO INTESTINO GROSSO:
  • Incompetência da válvula ileocecal → refluxo do conteúdo para o íleo, neste caso o ceco pode romper.
  • Obstrução em “alça fechada” – obstrução em extremidades proximal e distal simultaneamente;
  • Válvula intestinal, habitualmente o sigmoide, é uma importante causa de obstrução em alça fechada, uma vez que o segmento rotaciona sobre o mesentério, podendo levar a sofrimento vascular. Þ (^) OBSTRUÇÃO FUNCIONAL:
    • Distúrbios metabólicos e/ou hidroeletrolíticos podem ocasionar obstrução intestinal sem fator mecânico existente, a exemplo de hipocalemia, uremia ou diabetes descompensado. Þ QUADRO CLÍNICO
    • Dor visceral em cólica (VÍSCERA OCA, a dor vem e volta com períodos de melhora), geralmente periumbilical - intercalada com períodos livres de dor no início da evolução;
    • Náuseas, vômitos, distensão abdominal, parada da eliminação de flatos e fezes ;
    • Vômitos : após crise de dor, vômitos progressivos na tentativa de aliviar distensão das alças obstruídas;
    • Obstrução do delgado causa dor no mesogástrio periumbilical que pode ser referida no dorso; - Quanto ↑alta obstrução: + intensa, frequente e precoces serão os vômitos ↓distensão abdominal e + tardia a parada de flatos e fezes; - Obstrução do cólon - dor no hipogástrio;
    • Períodos de silêncio abdominal intercalados com peristalse hiperativa (momento da crise) → luta contra obstrução;
    • Evolução : compromete a vascularização do segmento obstruído → irritação peritoneal: dor localizada + contratura da parede abdominal → sofrimento da alça.

Þ CAUSAS MAIS COMUNS

  • Mecânica
  • Aderências (bridas)
  • Hérnias: aumento da pressão intra- abdominal, fazendo com que as alças intestinais invadam um espaço indevido, se tornando uma hérnia encarcerada.
  • Carcinoma colorretal
  • Funcional (paralítica)
  • Pós-operatório (<72h)
  • Pancreatite Aguda
  • Isquemia mesentérica. Þ TRATAMENTO
  • Depende, pode ser brida? Tem cirurgia prévia? Tem peritonite? Tem sinal de obstrução de alça fechada? (ceco acima de 12cm ® iminência de rutura)® tem que operar.
  • Só Brida ® tratamento não operatório (sonda nasogástrica calibrosa, sai grande quantidade de secreção), diminuindo abdome do indivíduo, depois da dieta, hidratação, analgesia, observação.
  • Secundária a tumores benignos e malignos. Þ ABDOME AGUDO PERFURATIVO – AAP DEFINIÇÃO: Síndrome clínica caracterizada por dor abdominal, não traumática, de início súbito, devido a perfuração de víscera oca. Þ FISIOPATOLOGIA
  • Perfuração de vísceras ocas levando a uma irritação do peritônio devido ao extravasamento de conteúdo intraluminal para dentro da cavidade peritoneal, gerando um quadro de peritonite.
  • No intestino grosso, a peritonite é bacteriana desde o início. Além disso, a perfuração no colón direito é mais grave que a do esquerdo, devido à alta virulência dos germes e pela consistência líquida das fezes.

Þ QUADRO CLÍNICO

  • Dor súbita, de forte intensidade, com difusão rápida para todo o abdome;
  • Sinais de sepse, hipotensão ou choque são comuns;
  • Abdome em tábua: silêncio abdominal + rigidez muscular;
  • Em 12h de evolução: peritonite química torna-se bacteriana → infecção;
  • Perfurações altas: gastroduodenal e delgado proximal: dor intensa, ↑irritação - causas: úlcera péptica, corpos estranhos e neoplasia;
  • Perfurações baixas: delgado distal + cólon: dor + discreta, ↓sinais de irritação, mas quadro séptico + precoce (devido a microbiota) → evolução rápida para peritonite fecal, devido ao conteúdo ↑infectado - diverticulite, megacólon tóxico, neoplasias. Þ **CAUSAS MAIS COMUNS
  • Estômago e duodeno:**
  • Úlceras agudas e crônicas são as etiologias mais comum. A perfuração nestes casos geralmente está associada a ingestão de álcool, corticoides e AINES.
  • Outras causas importantes são neoplasias e corpos estranhos. - Intestino delgado : - Perfurações proximais geram peritonite química inicialmente, já que há extravasamento de enzimas ativas, e as perfurações mais distais são acompanhadas de peritonite bacteriana.

desidratado, ou que está na UTI com drogas vasoativas.

- Trombose da artéria mesentérica superior: Formação de coágulo sanguíneo, causando obstrução da passagem de sangue. **- Trombose da veia mesentérica superior.

  • Embolia da artéria mesentérica superior
  • principal causa.** Þ QUADRO CLÍNICO
  • Dor abdominal intensa, difusa e desproporcional a intensidade – sente muita dor à palpação. - Fase inicial: dor - Fase intermediária: peritonite - 3ª fase: acentuam-se sinais abdominais e instabilidade hemodinâmica → choque → óbito. - Localização: localizada ou difusa. - Epigástrica ou mesogástrica: território da AMS; - Quadrantes inferiores, região retal ou sacral: território da AMI. - Isquemia colônica: geralmente no lado esquerdo. Þ CAUSAS MAIS COMUNS
  • Embolia da artéria mesentérica superior (50%): costuma ter melhor prognóstico, já que a obstrução é mais distal do que na trombose, com infartos menos extensos, geralmente poupando o delgado. - Trombose: devido a doença intrínseca da camada íntima dos vasos, sendo a aterosclerose o principal fator. Também pode estar associado a doenças do tecido conectivo, trauma abdominal, sepse ou dissecção de aorta. Pode ser considerada uma isquemia mesentérica crônica que agudizou. - Isquemia mesentérica aguda não oclusiva: Também conhecida como Vasoconstricção mesentérica. Decorrente de um grave e prolongado vasoespasmo associado ao uso de drogas (digitálicos, cocaína) ou doenças sistêmicas graves, como choque, insuficiência cardíaca grave, sepse, hipóxia grave. Se baseia na associação de estados de baixo fluxo sanguíneo e uso de drogas vasoconstritoras. Þ CONSTIPAÇÃO INTESTINAL É um transtorno clínico polissintomático. É mais comum em mulheres e idosos, se encontra em doenças funcionais do intestino. Pode ser referida pelo paciente como fezes endurecidas, reforço excessivo no ato evacuatório, evacuações sem frequência ou sensação de evacuação incompleta. É importante orientar os pacientes sobre uma dieta rica em fibras e hidratação adequada. O manejo farmacológico pode incluir suplementação de fibras, laxativos osmóticos, emolientese, laxativos irritativos. Tem uma redução na qualidade de vida pelo impacto que causa pela perda de produtividade por conta do desconforto que gera no paciente. - Pacientes observam um ou mais dos seguintes sintomas:
    • Fezes endurecidas, evacuações infrequentes, necessidade de esforço excessivo para evacuar, sensação de evacuação incompleta, tempo excessivo ou insucesso para evacuar.
    • Paciente consegue eliminar flatos - Um método internacionalmente reconhecido para diagnosticar a constipação intestinal fundamenta-se nos critérios de Roma III, composto por seis sintomas:
    1. Menos de três evacuações por semana;
    2. Esforço ao evacuar;
    3. Presença de fezes endurecidas ou fragmentadas;
    4. Sensação de evacuação incompleta;
    5. Sensação de obstrução ou interrupção da evacuação;
    6. Manobras manuais para facilitar as evacuações.

Þ OBSTRUÇÃO INTESTINAL

Impossibilidade, parcial ou completa, de propagação do conteúdo gastro-êntero-cólico até o reto e de ser fisiologicamente eliminado.

  • Mecânica (Obstrução causada por efeito de massa de processos extrínsecos ou intrínsecos) e não-mecânica (obstrução funcional comprometendo a dinâmica intestinal sem haver um ponto específico de oclusão). - Parcial: local de obstrução com fluxo peristáltico reduzido, mas existente. Completa: local de obstrução sem fluxo peristáltico.
  • Parada de eliminação de gases e fezes; - Dor abdominal em cólica – intensidade crescente contínua; - Em obstruções proximais os sintomas de náuseas e vômitos são mais pronunciados que a distensão abdominal, a qual é mais comum em obstruções distais.
  • O tubo digestivo recebe cerca de 10L de água por dia, por ingestão oral e secreções orgânicas. Defecar é um ato voluntário em geral, está associado a postura, o tempo de trânsito no cólon, ao volume/consistência das fezes, dieta com bastante fibra aumenta o trânsito de colón (fica mais rápido). É subdivida me primária e secundária. ® (^) PRIMÁRIA: Chama-se também de constipação intestinal simples e é provocada por algumas situações relacionadas aos hábitos de vida, como ingestão alimentar de maneira inadequada, sedentarismo, ingesta de água reduzida e por outras circunstâncias, como gravidez e perda do reflexo de evacuação, transtornos endócrino- metabólico. ® SECUNDÁRIA: Possui uma causa bem definida, como doenças endócrinas, neurológicas ou uso inadvertido de substâncias obstipantes. Ela é ocasionada por doença sistêmica, por iatrogenia (efeitos adversos/complicações por resultantes do tratamento médico) ou por problemas psicossociais. No geral, é causada por doenças específicas:
    • Distúrbios metabólicos: hipercalcemia, hipotireoidismo
    • Uso de medicamentos opioides/antidepressivos/antipsicóticos
    • Distúrbios neurológicos como Parkinson e lesões medulares ・Doenças que ocorrem no cólon e no reto (neoplasias, estenoses, fissuras anais). ® EM TERMOS FISIOPATOLÓGICOS, DIVIDE-SE ME TRÊS CATEGORIAS: 1 - Constipação de trânsito normal 2 - Constipação de trânsito lento 3 - Doenças do ato evacuatório 1 - CONSTIPAÇÃO DE TRÂNSITO INTESTINAL NORMAL (funcional):
    • Conhecida como funcional também, considerada a forma mais comum.
    • Embora a passagem pelo cólon seja normal, o paciente irá se queixar de constipação com fezes endurecidas ou insatisfação com a hora de evacuar.
    • Esses indivíduos normalmente apresentam algum distúrbio psicossocial e queixam-se de desconforto abdominal e flatulência. Geralmente respondem á adição de fibras a dieta e a melhor hidratação. 2 - CONTIPAÇÃO OD TRÂNSITO LENTO:
    • Ocorre mais me mulheres jovens e inicia-se na puberdade. O trânsito lento no cólon associado á falta

Þ Tratamento cirúrgico

  • A cirurgia é indicada se existir uma causa subjacente que necessita de tratamento, a exemplo de tumor ou hérnias, mediante falha no tratamento conservador ou quando houver sinais de irritação peritoneal. Þ DOENÇA DE CHAGAS HISTÓRIA NATURAL A DC no homem depende basicamente de dois mecanismos de transmissão: a contaminação pelo vetor (predominante nas áreas endémicas rurais da América Latina) e através da transfusão de sangue; A doença congênita tem alguma expressão em determinadas áreas do Continente, chegando a 2% em regiões da Argentina.

Þ FASE AGUDA:

  • A DC aguda pode apresentar-se de forma sintomática (alguns casos) ou assintomática e despercebida (maioria dos casos);
  • A morte na doença aguda ocorre em face de cardiopatia aguda grave e/ ou meningoencefalite chagásica, especialmente em crianças de baixa idade;
  • Dano cardíaco resulta da invasão direta nas células miocárdicas por amastigotas;
  • Alta parasitemia, febre e/ou dilatação cardíaca progressiva e insuficiência cardíaca, frequentemente associada à esplenomegalia. Þ (^) FASE CRÔNICA:
  • A evolução mais frequente da DC aguda é para a forma crônica indeterminada (FCI), com ausência de sinais e sintomas, parasitemia só eventualmente detectável através de exames indiretos, presença de anticorpos específicos anti-T. (S.) cruzi; O indivíduo leva vida absolutamente normal;
  • A evolução da FCI para uma forma crônica determinada é outra possibilidade bastante frequente na DCH;
  • Via de regra, após 10 ou 20 anos passada a fase aguda, emergem sintomas e sinais de cardiopatia e/ou forma digestiva, geralmente com evolução lenta e progressiva;
  • A evolução da DC crônica determinada pode caminhar para o êxito letal, principalmente se se desenvolve uma cardiopatia grave, caracterizada por arritmias graves e/ou

insuficiência cardíaca congestiva (ICC). → O mecanismo de dano nos órgãos provavelmente resulta de uma resposta imune induzida pelo T. cruzi; → Parasitas podem induzir uma resposta autoimune, de forma que anticorpos e células T que reconhecem as proteínas do parasita reajam de forma cruzada com as células miocárdicas, células nervosas e proteínas extracelulares do hospedeiro. → O dano às células miocárdicas e as vias de condução causa miocardiopatia dilatada e arritmias cardíacas; enquanto o dano ao plexo mioentérico causa dilatação do cólon e esôfago (megacólon e megaesôfago). Þ MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS DA DC Þ MEGAESÔFAGO

  • A desnervação intrínseca do esôfago que ocorre na DC ocasiona perda do peristaltismo no corpo do esôfago (aperistalse) e falta de relaxamento do esfíncter esofagiano inferior às deglutições (acalasia);
  • Musculatura da parede esofagiana hiper- reativa aos estímulos físicos e farmacológicos;
  • A retenção de alimentos na luz do órgão determina o aparecimento de contrações incoordenadas, não propulsivas, chamadas de ondas terciárias;
  • Com progressiva dilatação, o esôfago se torna hipotônico e reduz-se a atividade motora incoordenada. Þ **Classificado em 4 grupos:
  1. Grupo 1:** Calibre normal, trânsito lento, pequena retenção de contraste; 2. Grupo 2: Pequeno a moderado aumento do calibre, apreciável retenção de contraste, frequentes ondas terciárias – associadas ou não a hipertonia do esôfago inferior; 3. Grupo 3: Grande aumento do calibre, hipotonia do esôfago inferior, atividade contrátil reduzida ou inaparente, grande retenção de contraste. 4. Grupo 4 : Grande capacidade de retenção, atônico, alongado, dobrando-se sobre a cúpula diafragmática. Þ QUADRO CLÍNICO
    • Disfagia, regurgitação e dor esofagiana (durante a ingestão de alimentos ou espontaneamente) – dor retroesternal dilacerante e/ou em cólicas; Hipersalivação e pirose. Þ MEGACÓLON São descritos no megacolón chagásico alterações da motilidade basal, incoordenação motora retossigmoidiana, acalasia do esfíncter interno do ânus, hiper-reatividade aos agentes colinérgicos como a metacolina, betanecol ou prostigmina, e hiporreatividade á pentagastrina, colecistocinina e outros peptídios duodenais. Obs: A sensibilidade da ampola retal encontra-se diminuída, sendo necessário maior estímulo mecânico para despertar o desejo de defecação.
    • Lesões do sistema nervoso autônomo miodérmico (plexos de Meissner e Auebach) onde a denervação é responsável pelas alterações funcionais;
    • Distribuição neural causada pela infecção faz com que o reto e o sigmoide passem a contrair de forma sincrônica =, perdendo o gradiente de pressão, logo, o reto funciona como um obstáculo, e a falta de propulsão