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Desvantagens e Protocolo na Reconstrução Dentária: Verificação e Seleção de Materiais, Notas de aula de Materiais

As desvantagens e protocolo clínico para a reconstrução dentária, abordando a necessidade de fotopolimerizadores, verificação de intensidade e comprimento de onda, estratificação, teste de cor, isolamento, remoção de restaurações, capeamento pulpar e aplicação de sistemas adesivos. Além disso, é apresentado um glossário com termos relacionados à reconstrução dentária.

O que você vai aprender

  • Quais são as desvantagens de usar um ionômero de vidro como base na reconstrução dentária?
  • Quais são as etapas do protocolo clínico na reconstrução dentária?
  • Qual é a necessidade de um fotopolimerizador na reconstrução dentária?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Fatima26
Fatima26 🇧🇷

4.6

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FACULDADE DE ODONTOLOGIA
DEPARTAMENTO DE BIOMATERIAIS E BIOLOGIA ORAL
ODB 0400 – DISCIPLINA DE BIOMATERIAIS PARA USO DIRETO
1O SEMESTRE DE 2021
ROTEIRO DE ESTUDOS
Resinas Compostas Aplicações Clínicas
Prof. Dr. Carlos E Francci
1. Resinas Compostas – Aplicações clínicas
Caso clínico de uma faceta direta de resina composta – Visão crítica embasada em
evidência científica
Anamnese: paciente insatisfeita com a estética do dente 21, com infiltrações e
delaminações
Selecionada uma resina composta nanohíbrida
1.1 - Material
1.1.1 - As resinas compostas quimicamente ativadas:
Desvantagens:
- precisam ser espatuladas, o que gera poros na massa;
- tempo de trabalho limitado, material e temperatura dependente; e
- incompatíveis com adesivos de pH ácido.
Vantagens
- Grau de conversão uniforme em toda a massa
Indicações
- cimentação de restaurações indiretas
1.1.2 - As resinas compostas foto-ativadas:
Vantagens:
- dispensam espatulação, o que permite uma massa com menos poros;
- Tempo de trabalho e de presa dominado pelo profissional; e
- Técnica incremental favorece a estética.
Desvantagens:
- Necessidade de fotopolimerizador;
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FACULDADE DE ODONTOLOGIA DEPARTAMENTO DE BIOMATERIAIS E BIOLOGIA ORAL ODB 0400 – DISCIPLINA DE BIOMATERIAIS PARA USO DIRETO 1 O^ SEMESTRE DE 2021 ROTEIRO DE ESTUDOS

Resinas Compostas – Aplicações Clínicas

Prof. Dr. Carlos E Francci

1. Resinas Compostas – Aplicações clínicas Caso clínico de uma faceta direta de resina composta – Visão crítica embasada em evidência científica Anamnese: paciente insatisfeita com a estética do dente 21, com infiltrações e delaminações Selecionada uma resina composta nanohíbrida 1.1 - Material 1.1.1 - As resinas compostas quimicamente ativadas: Desvantagens:

  • precisam ser espatuladas, o que gera poros na massa;
  • tempo de trabalho limitado, material e temperatura dependente; e
  • incompatíveis com adesivos de pH ácido. Vantagens
  • Grau de conversão uniforme em toda a massa Indicações
  • cimentação de restaurações indiretas 1.1.2 - As resinas compostas foto-ativadas: Vantagens:
  • dispensam espatulação, o que permite uma massa com menos poros;
  • Tempo de trabalho e de presa dominado pelo profissional; e
  • Técnica incremental favorece a estética. Desvantagens:
  • Necessidade de fotopolimerizador;
  • Grau de conversão uniforme em espessuras de até 2mm ou até 4mm em resinas do tipo “bulk fill”.
  • Obrigatória estratificação 1.1.3 - Checagem de informação de bula vs fundamentos de resinas compostas
  • Composição - quantidade de carga (mais interessante em volume)
  • tipo de carga
  • tipo de monômeros
  • Estrutura Química da matriz orgânica: a) Quanto a composição:
  • homopolímero – formado por apenas um tipo de meros (unidades estruturais de um polímero)
  • copolímero – formado por dois ou mais tipos de meros b) Quanto a forma da cadeia polimérica
  • linear
  • ramificada
  • reticulada 1.1.4 – Checagem do aparelho de fotopolimerização
  • Verificar a intensidade (ideal mínimo de 600mW/cm^2 ) em intervalos semanais no máximo;
  • Verificar se o fotopolimerizador LED tem comprimento de onda de luz dentro da faixa do azul somente (aparelhos monowave) ou com comprimentos de onda do azul e do violeta (aparelhos poliwave). É sempre importante saber qual fotoiniciador tem no sistema adesivo ou resina composta para saber utilizar o fotopolimerizador mais adequado. Para materiais restauradores poliméricos que têm canforoquinona podem ser utilizados quaisquer aparelhos fotopolimerizadores, pois a canforoquinona é ativada pela luz azul; e
  • Verificar se o aparelho fotopolimerizador tem sua ponta colimada, evitando assim a perda de intensidade de luz quando se aumenta a distância entre as paredes cavitárias, quando da aplicação do sistema adesivo, ou do incremento de resina composta, especialmente em cavidades profundas em dentes posteriores. 1.2 - Protocolo clínico
  • Teste de cor: sempre fazendo a combinação de massas de dentina e de esmalte, verificando as espessuras de cada camada quanto ao efeito ótico final;
  • Teste de forma anatômica e harmonização do sorriso;
  • Moldagem do teste aprovado pelo paciente para criação de uma guia de reconstrução. A sugestão é utilizar uma silicone de condensação rígida, como por exemplo o Zetalabor (Zhermack), devido a sua rigidez que dispensa o uso de moldeiras;

Caso clínico de troca de restaurações dos dentes 46 e 47 sendo que foi utilizado no primeiro sistema adesivo com condicionamento ácido total e resina composta nanohíbrida e no segundo sistema adesivo universal com técnica de condicionamento ácido seletivo de esmalte, e resina composta do tipo “bulk-fill” – Visão crítica embasada em evidência científica

  1. 1 - Protocolo clínico
  • Teste de cor: sempre fazendo a combinação de massas de dentina e de esmalte, verificando as espessuras de cada camada quanto ao efeito ótico final;
  • Verificação da oclusão previamente a remoção da restauração, de forma a já planejar a escultura oclusal do dente posterior;
  • Isolamento absoluto, principalmente quando se vai remover uma restauração de amálgama, evitando assim que o paciente ingira restos do material restaurador; bem como em dentes com restaurações profundas, para evitar contaminação de micro exposição pulpar;
  • Remoção da restauração com ponta diamantada com no máximo quatro usos, garantindo assim um corte eficiente da restauração antiga, especialmente de amálgama de prata, evitando superaquecimento, o que pode levar a vapores de mercúrio no ambiente e danos pulpares em dentes vitais. Também é importante utilizar uma caneta de alta rotação com três ou mais bicos de refrigeração por água, e trabalhar sempre com pressão suave. Outra alternativa, especialmente para amálgama, é utilizar o ultrassom para remover parte da restauração por descolamento das paredes cavitárias;
  • Capeamento pulpar direto, ou indireto com hidróxido de cálcio ou silicato de cálcio nas regiões com 0,5mm ou menos de espessura dentinária para chegar à câmara pulpar, e sempre na menor espessura possível, devido às baixas propriedades mecânicas destes materiais, bem como bem restrito a porção mais profunda, visto que não são materiais adesivos à estrutura dental;
  • Uso ou não de uma base de ionômero de vidro, deixando um espaço de pelo menos 2mm para finalizar a restauração com resina composta. O ionômero de vidro como base tem a vantagem de poder preencher cavidades muito profundas de forma única, libera flúor se em algum momento tivermos uma infiltração nesta restauração, é adesivo às paredes cavitárias, tem um módulo de elasticidade muito próximo ao da dentina; e como desvantagem criamos mais duas interfaces, uma com dente e outra com a resina composta; temos um material com resistência mecânica menor que a da resina composta e é mais um material a ser manipulado;
    • Aplicação do sistema adesivo de acordo com a recomendação do fabricante. Se feito condicionamento ácido somente de esmalte (30s), ou de esmalte e dentina (15s), deve-se fazer uma lavagem abundante com água por igual tempo. A secagem deve ser feita com “leve jato de ar”, ou com tiras de papel absorvente que removem a água em excesso da estrutura dental por capilaridade. É imperativo se manter a estrutura dental, especialmente a dentina, úmida. Entende-se estrutura dental úmida quando a textura do substrato é visual, mas brilhante devido à umidade. Se estiver com superfície de água sem textura, há excesso da mesma, e se houver partes foscas, estão secas demasiadamente. A aplicação do sistema adesivo deve ser feita sempre com

movimentos ativos, ou seja, o pincel aplicador deve ser movimentado constantemente sobre a superfície do esmalte e da dentina, uma vez que tal procedimento permite uma permeação melhor do sistema adesivo nas microrretenções criadas com o condicionamento ácido. Se for um sistema adesivo auto-condicionante ou se for um sistema universal, a aplicação ativa vai ser muito benéfica para a permeação na estrutura dental, especialmente na dentina.

  • A fotopolimerização deve ser feita respeitando os parâmetros já elencados no tópico 1.1.
  • Aplicação das camadas de resina composta por estratificação, reconstruindo primariamente as cristas marginais com cores de esmalte, transformando cavidades classe II em Classe I (Journal of Restorative and Esthetic Dentistry, Francci et al, 2002). Já as resinas compostas “bulk-fill”, podem ser acrescidas na cavidade em incrementos de até 4mm. Por um lado, estas resinas compostas representam uma simplificação da técnica, mas esteticamente são limitadas, pois podem ficar acinzentadas pela alta translucidez e por falta de uma camada de resina composta de cor dentina, mais opaca, que ajude no mascaramento de uma estrutura dental mais saturada. Assim o uso de resinas compostas “bulk-fill” representam uma simplificação, aumento de velocidade de procedimentos, mas uma inerente perda em resultado estético.
  • O acabamento permite o ajuste oclusal e refino de escultura de sulcos principais, secundários, posicionamento de cúspides e respectivas vertentes; e
  • O polimento traz o refino final de lisura da superfície dental, evitando o acúmulo de placa bacteriana, trazendo conforto para o paciente e diferenciação para o profissional que se atenta a esta importante etapa do procedimento restaurador. Glossário:
  • Transiluminação dental: uso de fonte de luz laser ou LED para observar falhas na estrutura dental que podem impedir a passagem da luz no esmalte e na dentina. Estas falhas podem ser desde uma restauração com infiltração na sua interface com a estrutura dental remanescente, uma bolha no material restaurador, ou um processo de cárie gerando uma solução de continuidade. Estas falhas se apresentam como sombras vistas a partir da face oposta do dente à face irradiada pela fonte de luz.
  • Faceta direta de resina composta : A faceta é uma restauração da forma anatômica, função e estética de uma face inteira dental, comumente da face vestibular dos dentes anteriores e pré-molares. É um recurso muito utilizado hoje em dia por motivos estéticos.
  • Grau de conversão : É a quantidade de monômeros que se converteram em polímeros na reação de polimerização. Quanto maior o grau de conversão, menor a quantidade de monômeros residuais, ou seja, aqueles que não se uniram a outros monômeros, formando polímeros.

contato interproximal dos dentes, permitindo assim a reconstrução do mesmo com diferentes materiais restauradores. A inserção do material restaurador junto à matriz permite a conformação deste no formato anatômico desejado, bem como permite uma lisura superficial da restauração.

- Cor saturada : A saturação de uma cor, também chamada de croma, é a variação na quantidade de pigmentos que esta cor recebe, por exemplo, o azul claro, o azul royal e o azul marinho, têm o mesmo matiz (azul), mas uma variação na quantidade de pigmentos, sendo o azul marinho o mais saturado. Na odontologia a escala Vita ou escala A-D tem na sua nomenclatura uma letra e um número, por exemplo A2, onde a letra é o matiz (comprimento de onda predominante na cor) e o número é a saturação. - Ângulo linear : na face vestibular dentes anteriores, especialmente os incisivos, há predominantemente no seu centro uma superfície plana. Esta superfície plana, próximo dos seus limites mesial e distal há um arredondamento da mesma até o ponto de contato proximal. Este arredondamento de dois dentes vizinhos nesta face é chamado de ameia vestibular. O ângulo linear é uma linha que define a transição entre a porção mais plana central do dente para a porção arredondada proximal. - Pontas abrasivas : São os instrumentos rotatórios utilizados para acabamento e polimento de restaurações ou dentes. São utilizados sempre em sequência dos mais abrasivos para os menos abrasivos, gerando lisura e polimento. A abrasão pode ser feita por um instrumento rotatório de borracha impregnada por abrasivo, sendo chamada de abrasão de dois corpos; ou pode ser feita por uma ponta rotatória de um feltro ou borracha sem abrasivo impregnado, com uma pasta abrasiva interposta entre este instrumento rotatório e a superfície a ser acabada ou polida, sendo chamada de abrasão de três corpos. - Periquimáceas : Na formação do esmalte, na sua deposição mineral, há linhas de hipocalcificação chamadas de linhas de Retzius, que são linhas incrementais de formação do esmalte, paralelas a junção amelo-dentinária. Estas linhas na superfície dental forma ondas rasas chamadas de periquimáceas, de direção horizontal. Referências Bibliográficas recomendadas:

  • Kenneth J. Anusavice, Chiayi Shen e H. Ralph Rawls. Phillips Materiais Dentários. Elsevier, 2013. ISBN: 9788535269734
  • Reis A, Loguercio AD, Goes MF. Resinas compostas. In: Reis A, Loguercio AD. Materiais diretos: dos fundamentos a aplicação clínica. 2a. edição. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara Koogan, p. 99-142, 2021
  • Rodrigo Reis e Fabiano Marson. Materiais Dentários – Em Odontologia Restauradora Estética Contemporânea. Ed. Santos, 2019. ISBN: 9788578891671