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RESENHA SOBRE ESCRITA E INTERAÇÃO DA OBRA LER E ..., Notas de estudo de Língua Portuguesa

31-52. As autoras Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias produziram a obra. Ler e escrever: estratégias de produção textual com o objetivo de ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Mai. 2021
v. 1, n. 4, 147-150
ISSN: 2676-0428
Tendências Multidisciplinares: Investigação, Método e Ciência
Periódico Multidisciplinar da Facility Express Soluções Acadêmicas - ISSN: 2676-0428
147
RESENHA SOBRE ESCRITA E INTERAÇÃO DA OBRA LER E
ESCREVER: ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO TEXTUAL
Juliana Behrends de Souza Cerqueira
1
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Escrita e interação. In: Ler e
escrever: estratégias de produção textual. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2012,
p. 31-52.
As autoras Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias produziram a obra
Ler e escrever: estratégias de produção textual com o objetivo de “estabelecer
uma ponte entre teorias sobre texto e escrita e práticas de ensino (p.9),
demonstrando interesse em trazer os estudos teóricos sociocognitivistas e
interacionais da linguagem para o desenvolvimento progressivo da escrita, de
forma mais prática e acessível. Importante destacar que Ingedore Villaça Koch
é professora livre-docente em Análise do Discurso pela Unicamp, onde atua
como professora titular do Departamento de Linguística e implantou, nessa
instituição, a área de Linguística Textual. A professora Vanda Maria Elias é
associada de Língua Portuguesa na graduação e pós-graduação da PUC-SP,
onde realizou seu mestrado e doutorado. Também coordena e ministra aulas no
curso de Língua Portuguesa, via internet, oferecidos pela Cogeae/PUC-SP.
Ambas realizam pesquisas relacionadas à leitura, à produção de textos e ao
ensino de língua portuguesa.
As autoras iniciam o capítulo com a interrogativa O que é a escrita?
provocando um debate acerca do real significado da escrita. Argumentam que a
resposta para essa pergunta é uma tarefa difícil, visto que escrever envolve
aspectos de natureza linguística, cognitiva, pragmática, sócio-histórica e cultural.
Afirmam que hoje, diferentemente de tempos passados, a escrita faz parte da
1
Possui graduação em Português/Inglês pela Fundação Educacional Unificada Campo-
grandense (2005), pós-graduação em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário Português (2007),
mestrado em Letras na UFRRJ (2018), doutorado em Ciências da Educação na Universidad
Interamericana PY (2020), aperfeiçoamento em Ensino de Língua Portuguesa/ Literatura
CEDERJ (2012) e Tecnologia Assistiva, Projetos e Acessibilidade: Promovendo a Inclusão
UNESP (2010). Atualmente, é professora regente de Língua Portuguesa e Literatura no Colégio
Pedro II, Campus Realengo II.
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v. 1 , n. 4 , 147 - 150 ISSN: 2676- 0428 Tendências Multidisciplinares: Investigação, Método e Ciência

RESENHA SOBRE ESCRITA E INTERAÇÃO DA OBRA LER E

ESCREVER: ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO TEXTUAL

Juliana Behrends de Souza Cerqueira^1 KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Escrita e interação. In: Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2012, p. 31-52. As autoras Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias produziram a obra Ler e escrever: estratégias de produção textual com o objetivo de “estabelecer uma ponte entre teorias sobre texto e escrita e práticas de ensino” (p.9), demonstrando interesse em trazer os estudos teóricos sociocognitivistas e interacionais da linguagem para o desenvolvimento progressivo da escrita, de forma mais prática e acessível. Importante destacar que Ingedore Villaça Koch é professora livre-docente em Análise do Discurso pela Unicamp, onde atua como professora titular do Departamento de Linguística e implantou, nessa instituição, a área de Linguística Textual. A professora Vanda Maria Elias é associada de Língua Portuguesa na graduação e pós-graduação da PUC-SP, onde realizou seu mestrado e doutorado. Também coordena e ministra aulas no curso de Língua Portuguesa, via internet, oferecidos pela Cogeae/PUC-SP. Ambas realizam pesquisas relacionadas à leitura, à produção de textos e ao ensino de língua portuguesa. As autoras iniciam o capítulo com a interrogativa O que é a escrita? provocando um debate acerca do real significado da escrita. Argumentam que a resposta para essa pergunta é uma tarefa difícil, visto que escrever envolve aspectos de natureza linguística, cognitiva, pragmática, sócio-histórica e cultural. Afirmam que hoje, diferentemente de tempos passados, a escrita faz parte da (^1) Possui graduação em Português/Inglês pela Fundação Educacional Unificada Campo- grandense (2005), pós-graduação em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário Português (2007), mestrado em Letras na UFRRJ (2018), doutorado em Ciências da Educação na Universidad Interamericana – PY (2020), aperfeiçoamento em Ensino de Língua Portuguesa/ Literatura CEDERJ (2012) e Tecnologia Assistiva, Projetos e Acessibilidade: Promovendo a Inclusão UNESP (2010). Atualmente, é professora regente de Língua Portuguesa e Literatura no Colégio Pedro II, Campus Realengo II.

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vida de todos, pois os indivíduos são constantemente solicitados a escrever e a ler textos de vários gêneros, comprovando a importância da escrita. Citam Barré- de-Miniac (2006, p. 38) para reforçar essa ideia, afirmando que “hoje, a escrita não é mais domínio exclusivo dos escrivães e dos eruditos. [...] A prática da escrita de fato se generalizou: além dos trabalhos escolares ou eruditos, é utilizada para o trabalho, a comunicação, a gestão da vida pessoal e doméstica”. Trazem alguns mitos sobre a escrita, tais como “escrita é inspiração”, “escrita é uma atividade para poucos privilegiados”, “escrita é expressão do pensamento”, entre outros. Na sequência do capítulo, são apresentados três tópicos importantes em relação à escrita: a escrita com foco na língua, foco no escritor e foco na interação. Na seção destinada ao foco na língua, afirmam que a linguagem é encarada como sistema pronto e o escritor deve apenas se apropriar dele, não lhe sendo permitido o poder de interferência. Sendo assim, a compreensão fundamenta-se no que foi escrito, não cabendo a aplicação da noção dos implícitos. Na concepção de sujeito como (pré) determinado pelo sistema , o texto é visto como simples produto de uma codificação realizada pelo escritor a ser decodificada pelo leitor, bastando a ambos, para tanto, o conhecimento do código utilizado (KOCH; ELIAS, 2012, p. 33). Ao falar da escrita com foco no escritor, Koch e Elias afirmam que, nessa concepção, escrever é “expressar o pensamento no papel” (p.33). Aqui, o escritor vê na escrita um mecanismo de expressão de seus pensamentos, sendo ele o “senhor absoluto de suas ações” (p.33) sem considerar as vivências do leitor. Koch e Elias ainda definem que o escritor é um “sujeito psicológico, individual, dono e controlador de sua vontade e ações” (p.33). No tópico seguinte, ao abordarem a escrita como foco na interação, diferentemente das concepções anteriores, o escritor, ao desenvolver seu texto, não pensa apenas nas regras da língua e em suas intenções, mas pensa também no seu leitor. Nessa concepção interacional, ressaltam que:

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Na seção sobre conhecimento de textos, ressaltam que para elaborar um texto, o escritor recorre a conhecimentos sobre o gênero, a estrutura e a finalidade do texto. Utilizam como exemplo uma tirinha sobre a produção de um currículo, em que é questionado se no currículo pode haver informações sobre a autoestima, provocando efeito de humor. Se o leitor não possuir conhecimento sobre o gênero textual currículo, não entenderá o efeito humorístico contido na tirinha. Nessa última seção, Koch e Elias tratam do conhecimento que representa o foco principal do capítulo, o conhecimento interacional. Aqui, o escritor, com base em seus conhecimentos interacionais, configura o texto de acordo com a intenção de ambos: do produtor, que deseja passar a informação, e do leitor, que busca um texto de fácil entendimento e que lhe dê o que procura. O autor, ao desenvolver certos textos, pensa no leitor e na quantidade de informação necessária numa situação comunicativa. Nesse, e nos outros tópicos, as autoras utilizam diversos exemplos para que o leitor entenda, de maneira objetiva, o significado desse conhecimento. Percebe-se que o capítulo Escrita e interação , de Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias, objetiva contribuir de forma significativa para a prática de professores das áreas da linguagem, destacando a importância dessa leitura para professores de outras áreas de conhecimento, para que passem a ter contato com as propriedades textuais, já que isso se faz presente na rotina escolar. A análise realizada pelas autoras é organizada, com relevância para a pesquisa científica. A leitura é fluida, entretanto, em alguns momentos, requer alguns conhecimentos prévios para ser plenamente compreendida.