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Um breve apanhado do último volume da trilogia sobre psicanálise que avalia diversos temas conceituais, sobretudo a prática analítica, onde o autor extende nossa compreensão sobre cada tema fazendo um paralelo entre as abordagens de Freud e de Lacan. A resenha não discorre sobre os temas, apenas assinala a essência da obra.
Tipologia: Resumos
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FACO - FACULDADE METODISTA CONEXIONAL Pós Graduação em Psicanálise
Obra: Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan. Vol. 3 – A prática analítica Marco Antonio Coutinho Jorge Rio de Janeiro: Zahar, 2017, 298 págs. Professor: Valdivan Leonardo dos Santos Aluno: Maycol Alexander Silva Guarantã do Norte/MT, 15 de fevereiro de 2021. Marco Antonio Coutinho Jorge é autor de uma trilogia intitulada Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan , onde registra os principais conceitos que envolvem o referencial teórico da psicanálise. A prática analítica é o volume que encerra a trilogia, fazendo um apanhado dos textos do período de ciclo da técnica e também os momentos em que a questão da prática analítica se vê totalmente abordada pelo criador da psicanálise. O autor retrata sua experiência clínica ao tecer sua obra e relacioná-la com as teorias psicanalíticas. A obra divide-se em três partes, onde podemos observar uma linha bem dirigida desde a “mecanicidade” das técnicas descritas, passando pelas intempéries dos desejos para poder chegar à ânsia pelo despertar. Coutinho Jorge utiliza a primeira parte do livro para discorrer sobre a importância da palavra como instrumento essencial da práxis analítica. Aborda aspectos
FACO - FACULDADE METODISTA CONEXIONAL Pós Graduação em Psicanálise congruentes das técnicas iniciais e desenha uma transição bem elaborada onde mostra Freud no abandono da hipnose e do método sugestivo nas sessões e chega à visão do estabelecimento do registro simbólico por Lacan. Ampliando o tema, o autor apresenta o “ciclo da técnica”, termo que este associa ao período da produção freudiana que se estende entre os anos de 1912 e 1915, época esta em que Freud publica seus escritos técnicos. Coutinho Jorge afirma os escritos técnicos de Freud não tinham um caráter imutável, ficando a cargo da idiossincrasia do psicanalista a maneira mais adequada ou eficaz de conduzir cada tarefa no processo analítico. Neste ponto discorre sobre o surgimento do desejo do analista, o qual permite que ele passe a não ocupar o lugar de mentor do seu paciente e possibilite ao analisando entrar em contato com a verdade de seu desejo inconsciente. A questão da ética do desejo é tratada na segunda parte do livro, já refazendo o caminho de Lacan como um frequente questionamento quanto à ética dos analistas pós-freudianos no que se refere transferência. Coutinho Jorge afirma que tendo em vista a existência de uma determinação simbólica quanto à transferência e o seu manejo, Lacan recoloca a prática analítica “nos trilhos”, referindo-se à ética. Neste sentido, argumenta o autor que no percurso analítico há o surgimento da angústia, deixando claro o relacionamento do analisando com o desejo. A relação entre o luto e a culpa fechará a segunda parte do livro. Coutinho Jorge demonstra toda sua percepção a respeito da prática analítica na medida em que nos brinda com a exposição de dois casos em que foi convocado, como analista, a escutar a dor, o sofrimento que advém da perda do objeto amado. Nesse ponto, chama atenção a forma como o autor se coloca no texto, expondo detalhes tanto de seu manejo, como de sua visão pessoal a respeito da prática analítica. Fazendo referência a determinado caso trabalhado, afirma: “Nessa situação e em algumas outras, tive de compreender que, na sua análise, precisaria operar sem qualquer rigidez e tolerar as transgressões mais variadas de determinados preceitos técnicos supostamente padrão. Com certos limites, claro, que dizem respeito ao primum vivere, ou seja, ao princípio formulado por Lacan de que é sempre necessário, em primeiro lugar, preservar o vínculo analítico” (Idem, p. 218). Coutinho Jorge nos ensina mais uma vez que é no caso a caso, na escuta do que é singular a cada sujeito, que o analista deve centrar o manejo do tratamento, construindo um estilo que lhe é próprio.