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resenha critica tres cristos, Resumos de Psicologia

uma resenha critica feita sobre o filme tres cristos

Tipologia: Resumos

2025

Compartilhado em 30/03/2025

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RESENHA CRÍTICA DO FILME TRÊS CRISTOS
Ana Clara Pina, Ana Paula e Ana Luiza
O filme “Três Cristos” é baseado em uma história real, que acompanha o psiquiatra
Alan Stone. Durante a trama, o mesmo dá início a uma pesquisa voltada para o tratamento de
três pacientes, todos diagnosticados com esquizofrenia, que acreditam ser Jesus Cristo. Dessa
forma, Dr. Stone une os três no mesmo ambiente, como parte de seu tratamento, colocando-os
na mesma ala e no mesmo quarto, fazendo com que convivam todos os dias. Inicialmente, os
pacientes brigavam muito e discordavam em tudo, porém após incentivos do Dr. Stone e com o
tempo, passaram a conviver em harmonia e se tornaram grandes amigos.
O psiquiatra ao coloca-los em contato, tem como proposito explorar uma abordagem
teórica inspirada em experimentos de desilusão e desenvolvimento de autopercepção, já que
só pode existir somente um “Jesus Cristo”, fazendo com que reflitam e dissociem dessa ilusão.
Nesse sentido, a trama faz uma reflexão sobre a prática psiquiátrica da época, que não buscava
tratar os pacientes, mas sim “doma-los”. Assim, a história pontua a necessidade de priorizar o
bem-estar e a dignidade dos mesmos.
O referencial teórico adotado por Alan Stone em seu experimento foi o da teoria da
dissonância cognitiva, formulada por Leon Festinger. A dissonância cognitiva é um estado de
tensão ou desconforto psicológico que ocorre quando uma pessoa possui duas ou mais
crenças, ideias ou valores contraditórios. Dr. Stone acreditava que, ao colocar os três homens
juntos, seria possível criar uma dissonância entre a crença de que eram Jesus Cristo e a
evidência fornecida pela presença dos outros dois “Cristos”.
Stone supôs que essa confrontação constante e inevitável com o “outro Jesus” levaria
os pacientes a questionarem suas crenças e, eventualmente, a ajustá-las ou abandoná-las. No
entanto, o experimento revelou-se infrutífero em mudar suas convicções centrais, destacando
que crenças delirantes não respondem da mesma forma que outras crenças mais comuns
quando submetidas à dissonância cognitiva. Cada paciente desenvolveu racionalizações para
preservar sua identidade como “Cristo”, reforçando sua própria ilusão ao invés de abandoná-la.
Esse fracasso da teoria de Festinger no contexto da psicopatologia grave levanta
questões significativas sobre os limites do referencial teórico na prática clínica. Além disso, o
próprio Milton Rokeach, interpretado por Richard Gere (Alan Stone), anos depois, reconheceu
a inadequação de sua abordagem e admitiu que sua ânsia científica o levou a tratar os
pacientes de forma instrumental, negligenciando as dimensões éticas e o cuidado empático
Portanto, a narrativa de “Três Cristos” vai além de uma simples representação de um
experimento psiquiátrico; ela provoca uma reflexão profunda sobre os limites da ciência na
compreensão da condição humana. O fracasso do Dr. Stone em alterar as crenças dos pacientes
não apenas evidencia a complexidade das psicopatologias, mas também questiona a eficácia
de abordagens que desconsideram a individualidade e a dignidade dos pacientes. A insistência
em métodos que priorizam resultados empíricos em detrimento do cuidado humano resulta
em um tratamento que, embora bem-intencionado, falha em reconhecer as necessidades
emocionais e psicológicas dos indivíduos envolvidos.
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RESENHA CRÍTICA DO FILME TRÊS CRISTOS

Ana Clara Pina, Ana Paula e Ana Luiza O filme “Três Cristos” é baseado em uma história real, que acompanha o psiquiatra Alan Stone. Durante a trama, o mesmo dá início a uma pesquisa voltada para o tratamento de três pacientes, todos diagnosticados com esquizofrenia, que acreditam ser Jesus Cristo. Dessa forma, Dr. Stone une os três no mesmo ambiente, como parte de seu tratamento, colocando-os na mesma ala e no mesmo quarto, fazendo com que convivam todos os dias. Inicialmente, os pacientes brigavam muito e discordavam em tudo, porém após incentivos do Dr. Stone e com o tempo, passaram a conviver em harmonia e se tornaram grandes amigos. O psiquiatra ao coloca-los em contato, tem como proposito explorar uma abordagem teórica inspirada em experimentos de desilusão e desenvolvimento de autopercepção, já que só pode existir somente um “Jesus Cristo”, fazendo com que reflitam e dissociem dessa ilusão. Nesse sentido, a trama faz uma reflexão sobre a prática psiquiátrica da época, que não buscava tratar os pacientes, mas sim “doma-los”. Assim, a história pontua a necessidade de priorizar o bem-estar e a dignidade dos mesmos. O referencial teórico adotado por Alan Stone em seu experimento foi o da teoria da dissonância cognitiva, formulada por Leon Festinger. A dissonância cognitiva é um estado de tensão ou desconforto psicológico que ocorre quando uma pessoa possui duas ou mais crenças, ideias ou valores contraditórios. Dr. Stone acreditava que, ao colocar os três homens juntos, seria possível criar uma dissonância entre a crença de que eram Jesus Cristo e a evidência fornecida pela presença dos outros dois “Cristos”. Stone supôs que essa confrontação constante e inevitável com o “outro Jesus” levaria os pacientes a questionarem suas crenças e, eventualmente, a ajustá-las ou abandoná-las. No entanto, o experimento revelou-se infrutífero em mudar suas convicções centrais, destacando que crenças delirantes não respondem da mesma forma que outras crenças mais comuns quando submetidas à dissonância cognitiva. Cada paciente desenvolveu racionalizações para preservar sua identidade como “Cristo”, reforçando sua própria ilusão ao invés de abandoná-la. Esse fracasso da teoria de Festinger no contexto da psicopatologia grave levanta questões significativas sobre os limites do referencial teórico na prática clínica. Além disso, o próprio Milton Rokeach, interpretado por Richard Gere (Alan Stone), anos depois, reconheceu a inadequação de sua abordagem e admitiu que sua ânsia científica o levou a tratar os pacientes de forma instrumental, negligenciando as dimensões éticas e o cuidado empático Portanto, a narrativa de “Três Cristos” vai além de uma simples representação de um experimento psiquiátrico; ela provoca uma reflexão profunda sobre os limites da ciência na compreensão da condição humana. O fracasso do Dr. Stone em alterar as crenças dos pacientes não apenas evidencia a complexidade das psicopatologias, mas também questiona a eficácia de abordagens que desconsideram a individualidade e a dignidade dos pacientes. A insistência em métodos que priorizam resultados empíricos em detrimento do cuidado humano resulta em um tratamento que, embora bem-intencionado, falha em reconhecer as necessidades emocionais e psicológicas dos indivíduos envolvidos.

Além disso, a experiência de Stone e seus pacientes ressalta a importância de uma abordagem ética e empática na psiquiatria, onde o respeito pela subjetividade de cada paciente deve ser centralizada. O reconhecimento posterior de Milton Rokeach sobre as falhas de sua metodologia destaca a necessidade de evolução nas práticas de tratamento, sugerindo que a verdadeira cura vai além da lógica científica e demanda uma conexão genuína entre terapeuta e paciente. Por fim, “Três Cristos” se torna um convite à reflexão sobre como as práticas psiquiátricas podem evoluir para priorizar não apenas a saúde mental, mas também a dignidade e o bem-estar dos indivíduos em sofrimento.