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Resenha - A Máquina que mudou o mundo, Resumos de Engenharia de Produção

Resenha crítica do livro, mostrando o histórico, propósito e objetivos alcançados.

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 07/03/2021

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edson-silva-80 🇧🇷

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Esta resenha baseia-se no livro "A máquina que mudou o mundo" de autoria de James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel
Roos, publicado em 1990 que causou grande impacto no cenário automotivo mundial. Ele traz grande detalhamento sobre
o estudo feito durante cinco anos nas principais indústrias automobilísticas globais: européias, norte-americanas e
japonesas. Os autores exploraram as principais diferenças entre produção em massa praticada pela Ford Motor Company
e General Motors e a produção enxuta característica da Toyota, empresa japonesa, principal propulsora do sistema de
produção enxuta.
A leitura deste livro é bastante atual por oferecer uma noção introdutória do pensamento enxuto predominante nas
indústrias e diversos setores empresariais. Expõe a passagem da produção artesanal para a produção em massa,
preconizada por Henry Ford e a transição deste sistema para a produção enxuta.
A produção artesanal, anterior à produção em massa, fazia uso de ferramentas simples, flexíveis e com custos altos, pois
os produtos eram fabricados sob encomenda pelos clientes. Eram fabricados um a um, por uma força de trabalho
altamente qualificada, em organizações administradas pelos próprios trabalhadores. O volume de produção era baixo, o
que implicava em custos elevados e incapacidade de garantir a qualidade do produto.
Diante disso, surge a necessidade de desenvolver uma alternativa de produção para atender o novo desenho global
automotivo. Após a Primeira Guerra Mundial, a indústria automobilística evolui da produção artesanal para a produção
em massa impulsionada por Henry Ford. Esse sistema era caracterizado por altos volumes de produtos padronizados, ou
seja, produção em escala, consistente intercambialidade de peças de fácil ajuste entre si e pequena variedade de
produtos. Ford desenvolveu projetos inovadores reduzindo o número de peças necessárias, garantindo vantagens em
relação aos competidores; desenvolveu também a linha de montagem móvel que diminuiu o custo unitário de cada
produto. Na linha de produção, Ford dividiu as tarefas a fim de otimizar os processos que possuem folgas- suprimentos
adicionais, mais trabalhadores e mais espaço fabril- para assegurar a produtividade.
O sucesso de Ford baseava-se nos baixos preços de seus produtos e cabia a seus clientes repararem qualquer defeito que
surgisse após a compra. Assim, com essa alta produção, Ford lidera o mercado automobilístico, por dominar as técnicas
da produção em massa. Em 1955, a produção em massa acrescida de técnicas gerenciais e de marketing, alcança seus
maiores índices de vendas, é o amadurecimento do sistema. Porém, nesse mesmo ano, este sistema entra crise
apresentando altos níveis de estoque devido às mudanças de demanda e a pequena variedade de produtos oferecidos,
necessitando de reformulação no processo produtivo.
Surgia então, no Japão, uma nova indústria automobilística que não era cópia da produção em massa, mas desenvolvia
uma maneira nova de se produzir, chamada produção enxuta (do termo lean "desprovido do supérfluo," "sem gorduras").
Este sistema utiliza menos recursos produtivos para produzir uma maior quantidade de produtos quando comparados a
um sistema tradicional de produção em massa. Assim, as empresas conseguem aumentar seus lucros a partir do momento
que aumentam a sua produtividade.
O precursor desse novo sistema foi Eiji Toyoda que passou meses estudando o sistema de produção em massa em Detroit,
que ao retornar para a sua cidade conclui que, a produção em massa não funcionaria no Japão, pois as condições não
eram as mesmas: o Japão possuía recursos escassos pois acabava de sair da guerra e a Toyota passava por greves
relacionadas à força de trabalho.
Portanto, era grande a necessidade por um sistema que evitaria altos custos e que possuísse menor rigidez na linha de
produção.
A produção enxuta busca a perfeição de seus produtos, trabalha com estoque mínimo e baixa ocorrência de defeitos com
máquinas mais flexíveis e automatizadas. Exige qualificação dos colaboradores trazendo a responsabilidade para a base
da pirâmide organizacional.
Ohno, engenheiro de produção da Toyota, implantou um método de moldes (set-ups) que proporcionava economia de
tempo e espaço fabril para as máquinas, racionalizando o processo produtivo; focou o retrabalho, afirmando que um erro
no início do processo prejudicaria toda a linha de produção, sugeriu então, fazer certo da primeira vez.
Quanto aos fornecedores, a Toyota buscou organizá-los em níveis funcionais, transformando suas operações de
suprimento em companhias fornecedoras, implementando o sistema Just-in-time conhecido como kanban na Toyota, a
fim de eliminar praticamente todos os estoques. Foram vinte anos para a implantação dessas idéias, que surtiram
conseqüências para a produtividade, qualidade da produção e agilidade no atendimento do mercado.
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Esta resenha baseia-se no livro "A máquina que mudou o mundo" de autoria de James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel Roos, publicado em 1990 que causou grande impacto no cenário automotivo mundial. Ele traz grande detalhamento sobre o estudo feito durante cinco anos nas principais indústrias automobilísticas globais: européias, norte-americanas e japonesas. Os autores exploraram as principais diferenças entre produção em massa praticada pela Ford Motor Company e General Motors e a produção enxuta característica da Toyota, empresa japonesa, principal propulsora do sistema de produção enxuta. A leitura deste livro é bastante atual por oferecer uma noção introdutória do pensamento enxuto predominante nas indústrias e diversos setores empresariais. Expõe a passagem da produção artesanal para a produção em massa, preconizada por Henry Ford e a transição deste sistema para a produção enxuta. A produção artesanal, anterior à produção em massa, fazia uso de ferramentas simples, flexíveis e com custos altos, pois os produtos eram fabricados sob encomenda pelos clientes. Eram fabricados um a um, por uma força de trabalho altamente qualificada, em organizações administradas pelos próprios trabalhadores. O volume de produção era baixo, o que implicava em custos elevados e incapacidade de garantir a qualidade do produto. Diante disso, surge a necessidade de desenvolver uma alternativa de produção para atender o novo desenho global automotivo. Após a Primeira Guerra Mundial, a indústria automobilística evolui da produção artesanal para a produção em massa impulsionada por Henry Ford. Esse sistema era caracterizado por altos volumes de produtos padronizados, ou seja, produção em escala, consistente intercambialidade de peças de fácil ajuste entre si e pequena variedade de produtos. Ford desenvolveu projetos inovadores reduzindo o número de peças necessárias, garantindo vantagens em relação aos competidores; desenvolveu também a linha de montagem móvel que diminuiu o custo unitário de cada produto. Na linha de produção, Ford dividiu as tarefas a fim de otimizar os processos que possuem folgas- suprimentos adicionais, mais trabalhadores e mais espaço fabril- para assegurar a produtividade. O sucesso de Ford baseava-se nos baixos preços de seus produtos e cabia a seus clientes repararem qualquer defeito que surgisse após a compra. Assim, com essa alta produção, Ford lidera o mercado automobilístico, por dominar as técnicas da produção em massa. Em 1955, a produção em massa acrescida de técnicas gerenciais e de marketing, alcança seus maiores índices de vendas, é o amadurecimento do sistema. Porém, nesse mesmo ano, este sistema entra crise apresentando altos níveis de estoque devido às mudanças de demanda e a pequena variedade de produtos oferecidos, necessitando de reformulação no processo produtivo. Surgia então, no Japão, uma nova indústria automobilística que não era cópia da produção em massa, mas desenvolvia uma maneira nova de se produzir, chamada produção enxuta (do termo lean "desprovido do supérfluo," "sem gorduras"). Este sistema utiliza menos recursos produtivos para produzir uma maior quantidade de produtos quando comparados a um sistema tradicional de produção em massa. Assim, as empresas conseguem aumentar seus lucros a partir do momento que aumentam a sua produtividade. O precursor desse novo sistema foi Eiji Toyoda que passou meses estudando o sistema de produção em massa em Detroit, que ao retornar para a sua cidade conclui que, a produção em massa não funcionaria no Japão, pois as condições não eram as mesmas: o Japão possuía recursos escassos pois acabava de sair da guerra e a Toyota passava por greves relacionadas à força de trabalho. Portanto, era grande a necessidade por um sistema que evitaria altos custos e que possuísse menor rigidez na linha de produção. A produção enxuta busca a perfeição de seus produtos, trabalha com estoque mínimo e baixa ocorrência de defeitos com máquinas mais flexíveis e automatizadas. Exige qualificação dos colaboradores trazendo a responsabilidade para a base da pirâmide organizacional. Ohno, engenheiro de produção da Toyota, implantou um método de moldes (set-ups) que proporcionava economia de tempo e espaço fabril para as máquinas, racionalizando o processo produtivo; focou o retrabalho, afirmando que um erro no início do processo prejudicaria toda a linha de produção, sugeriu então, fazer certo da primeira vez. Quanto aos fornecedores, a Toyota buscou organizá-los em níveis funcionais, transformando suas operações de suprimento em companhias fornecedoras, implementando o sistema Just-in-time conhecido como kanban na Toyota, a fim de eliminar praticamente todos os estoques. Foram vinte anos para a implantação dessas idéias, que surtiram conseqüências para a produtividade, qualidade da produção e agilidade no atendimento do mercado.

Os autores desenvolvem o conceito de produção enxuta como forma de agilizar e aumentar a capacidade produtiva da empresa, bem como enfatiza a necessidade de se alinhar atividades que realmente agregam valor aos produtos ao longo da cadeia. Além disso, proporciona um fluxo uniforme ao longo da mesma de acordo com as necessidades do cliente oferecendo maior variedade de produtos. O novo sistema proporciona feedback imediato para diminuir desperdícios aumentando tanto a produtividade quanto as vendas e, ao mesmo tempo, estabilizando os empregos que passaram a ser vitalícios. Desta forma podemos observar a importância da flexibilidade das empresas e adaptação a novos cenários que mudam constantemente e que exigem dos gerentes eficiência e eficácia para dirigirem a produção e o trabalho em equipe. Foram incorporados círculos de qualidade, visto que no sistema de produção enxuta o empenho do funcionário era de fundamental importância. Ele devia se sentir responsável pela contínua melhoria do processo produtivo do qual fazia parte. Para o funcionário, cada processo torna-se desafiador por ser diferente, pois a cada produto é incorporando um novo processo na linha de produção, tornando o trabalho estimulante. A produção enxuta, portanto, quando comparada à produção em massa, utiliza: menos esforço dos operários, menor espaço da fábrica, menor investimento, redução das horas de planejamento e desenvolvimento de novos produtos; além de exigir também menores estoques que por sua vez apresentam menos defeitos, baixos custos e crescente variedade de produtos para melhor atendimento de clientes. Este sistema de produção trouxe impactos para todo o mundo, pois integra toda cadeia produtiva desde o processo do fornecimento até o recebimento do produto final pelo cliente. Ele consegue também aumentar a produção e a qualidade, ao mesmo tempo em que mantém os custos declinantes. O livro trouxe muitas contribuições não só para empresas e indústrias automobilísticas da época, mas também para os dias de hoje, envolvendo vários setores da economia. É possível adotar o sistema de produção enxuta dentro dos vários ambientes da empresa, pois todo processo pode ser "enxugado" para se tornar rápido e eficaz, de forma que dentro de um período de tempo menor realize as mesmas atividades que despendiam de maior tempo para execução. Os ganhos da empresa podem ser evidenciados por fatores como: maior facilidade para acompanhar as variações de demanda de mercado, possibilidade de alteração do layout sem afetar a produtividade ou clientes, aumento do nível de qualidade dos produtos, maior eficiência nos processos e consequentemente a eliminação das perdas durante o processo de produção. O potencial de equipe é desenvolvido através de capacitação, treinamento, participação na aplicação de técnicas e métodos enxutos de produção que trazem flexibilidade, produtividade, qualidade e rentabilidade para a organização e melhor execução de tarefas pelo funcionário. Portanto, o livro "A máquina que mudou o mundo", trouxe mudanças no cenário atual das empresas a partir do conceito "enxuto desenvolvido pela Toyota," que para obterem lucros é preciso se reestruturarem, olhar para dentro de seus processos de produção e conseguir identificar oportunidades de melhorias que torne possível o aumento da produtividade, a eliminação de desperdícios, levando à flexibilidade frente às constantes mudanças exigidas por clientes e mercados. A empresa deve conseguir adaptar o processo produtivo que melhor se adéqüe a sua cultura organizacional. O sistema de produção enxuta difundido em todo o mundo mostrou a capacidade de melhorias constantes nas linhas de produção e em vários ambientes dentro das fábricas e empresas de diversos setores. Mostrou também a capacidade de adaptação das empresas às mudanças ocorridas ao longo das décadas e até mesmo algumas fragilidades suas que podem ser usadas para o próprio desenvolvimento e melhoramento do ambiente organizacional. Assim, o trabalho desenvolvido pelos autores foi mais que um relatório acadêmico por expor claramente os processos, pois é notória a relevância do estudo realizado em Massachusets Institute of Technology, sua aplicação e importância para o desenvolvimento industrial da época até a atualidade.