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representação da morte, Resumos de Psicologia Clínica

DESDE O MEDO DOS POVOS PRIMITIVOS ATE A NEGAÇÃO NA ATUALIDADE As atitudes diante da morte sofreram modificações ao longo da historia

Tipologia: Resumos

2019

Compartilhado em 27/12/2021

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cida-pessoa-4 🇧🇷

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TOPICOS ESPECIAIS EM PSICOLOGIA UNIDADE I
REPRESENTAÇÃO DA MORTE:
DESDE O MEDO DOS POVOS PRIMITIVOS ATE A NEGAÇÃO NA ATUALIDADE
As atitudes diante da morte sofreram modificações ao longo da historia
A MORTE E O MORRER
O medo da morte sempre acompanhou o homem
Dois tipos de morte:
1. Biológica: fim do organismo humano
2. Social: fim da identidade social
Medo de morrer é universal
O homem tem consciência de sua finitude e isso
o diferencia dos demais animais. Porem na
sociedade atual as pessoas agem como se ela
não existisse.
Representação simbólica da morte: Existem
varias mortes durante o processo evolutivo.
Todas trazem angustias.
Desde os homens das cavernas registro
sobre a morte como perda, ruptura,
desintegração, bem como também fascínio,
descanso, alívio ou uma grande viagem.
A História da Morte no Ocidente, Philippe Ariès:
1. Morte domada:
Típica da época medieval. Os cavaleiros eram
advertidos de sua morte, por signos naturais ou
por avisos, ou até mesmo por uma convicção
interna. Não se morria sem ter tido tempo de
ser avisado que se vai morrer. A morte no
cristianismo primitivo era representada de
braços estendidos como atitude de oração,
esperava- se deitado à morte chegar.
A morte nessa época era esperada, existindo
uma cerimônia pública, sendo organizada pelo
próprio moribundo.
Todas as pessoas tinham acesso a ele, até as
crianças.
Manifestações de tristeza e dor eram aceitas.
O maior medo nesta época era de se morrer
repentinamente sem ter as homenagens
A partir do final do século XVII começa a
perceber sinais de incomplacência, pois durante
mais de um milênio os vivos conviveram com os
mortos.
“A familiarização com a morte era uma forma
de aceitação da ordem da natureza”
Homem aceitava a morte, não a evitava e nem
exaltava, simplesmente se submetia, com
cerimônia pública para marca a importância das
etapas da vida.
2. Morte de si mesmo:
Segunda fase da Idade Média - houve
modificações sutis,
o homem nessa época passou a se preocupar
com o que acontecerá depois de sua morte,
passando a temer o julgamento da alma, com
sua ida para o inferno ou paraíso
O medo se fazia presente por não saber para
onde iria depois de sua morte.
3. Morte do outro:
A partir do século XVIII, o homem passa a dar
um sentido novo à morte, exaltando-a,
desejando-a sendo arrebatadora.
O homem passa a dar um sentido novo à morte,
exaltando-a, desejando-a sendo arrebatadora.
Por outro lado, o homem se ocupa menos com a
sua própria morte, ela passa a ser romântica,
retórica, a morte do outro.
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REPRESENTAÇÃO DA MORTE:

DESDE O MEDO DOS POVOS PRIMITIVOS ATE A NEGAÇÃO NA ATUALIDADE

As atitudes diante da morte sofreram modificações ao longo da historia

A MORTE E O MORRER

 O medo da morte sempre acompanhou o homem  Dois tipos de morte:

  1. Biológica: fim do organismo humano
  2. Social: fim da identidade social  Medo de morrer é universal  O homem tem consciência de sua finitude e isso o diferencia dos demais animais. Porem na sociedade atual as pessoas agem como se ela não existisse.  Representação simbólica da morte: Existem varias mortes durante o processo evolutivo. Todas trazem angustias.  Desde os homens das cavernas há registro sobre a morte como perda, ruptura, desintegração, bem como também fascínio, descanso, alívio ou uma grande viagem.

A História da Morte no Ocidente, Philippe Ariès:

  1. Morte domada:  Típica da época medieval. Os cavaleiros eram advertidos de sua morte, por signos naturais ou por avisos, ou até mesmo por uma convicção interna. Não se morria sem ter tido tempo de ser avisado que se vai morrer. A morte no cristianismo primitivo era representada de braços estendidos como atitude de oração, esperava- se deitado à morte chegar.  A morte nessa época era esperada, existindo uma cerimônia pública, sendo organizada pelo próprio moribundo.

 Todas as pessoas tinham acesso a ele, até as crianças.  Manifestações de tristeza e dor eram aceitas.  O maior medo nesta época era de se morrer repentinamente sem ter as homenagens  A partir do final do século XVII começa a perceber sinais de incomplacência, pois durante mais de um milênio os vivos conviveram com os mortos.  “A familiarização com a morte era uma forma de aceitação da ordem da natureza”  Homem aceitava a morte, não a evitava e nem exaltava, simplesmente se submetia, com cerimônia pública para marca a importância das etapas da vida.

  1. Morte de si mesmo:  Segunda fase da Idade Média - houve modificações sutis,  o homem nessa época passou a se preocupar com o que acontecerá depois de sua morte, passando a temer o julgamento da alma, com sua ida para o inferno ou paraíso  O medo se fazia presente por não saber para onde iria depois de sua morte.
  2. Morte do outro:  A partir do século XVIII, o homem passa a dar um sentido novo à morte, exaltando-a, desejando-a sendo arrebatadora.  O homem passa a dar um sentido novo à morte, exaltando-a, desejando-a sendo arrebatadora. Por outro lado, o homem se ocupa menos com a sua própria morte, ela passa a ser romântica, retórica, a morte do outro.

 A grande mudança que surge, onde se tornou um dos traços do romantismo: “a complacência para com a ideia da morte”  Aqui a morte é desejada, pois ela é considerada bela, sublime e eterna, tendo a possibilidade de reencontrar o ser amado. Ocorre assim a ruptura e a separação

Morte interdita  A morte, tão presente no passado, de tão familiar, vai se apagar e desaparecer.  Torna-se vergonhosa e objeto de interdição  No século XX, a morte se esconde, é vista com vergonhosa igual fora o sexo na era vitoriana  A importância nesse século é dar a impressão de que nada mudou, todavia a morte não deve ser percebida.  Esse sentimento está relacionado com a dificuldade do homem lidar com a questão de finitude  O significado da morte varia no decorrer da história, da filosofia, entre culturas e religião. Pois morrer é comum e está presente em qualquer sociedade, sendo assim, é normal que cada grupo tenha um modo de lidar com a morte.  Morte e dogmas religiosos estão íntimos, quase impossível de separá-los. Hoje o homem vê a morte como fracasso, impotência, tentado vencê-la quando isto não acontece, a morte é escondida e negada, diferente de outras épocas.  O sentimento de medo, temor é um processo natural do comportamento humano, pois nós temos medo do desconhecido.  Na cultura ocidental esse medo traz angústia e sofrimento, preferindo não pensar, tentando esquecer ou mesmo negá-la.

 Já na cultura oriental a morte é percebida como um acontecimento natural, o medo de morrer não está presente.

A Problemática da Morte e do Morrer nos dias atuais  Nos tempos atuais na sociedade capitalista percebemos a morte, como algo em si, desprotegido de suas particularidades e separado de sentimentos.  Compreensão mecanicista da morte e do morrer  Idade Média até metade do século XIX, a atitude diante da morte mudou, se antes o homem sabia de sua morte hoje não se fala mais dela.  Na segunda metade do século XIX, um sentimento já se expressava, pois os que cercam o moribundo tentam poupá-lo e buscam ocultar a gravidade de seu estado.  Após o século XIX, o médico se recusava em falar sobre doença e morte aos seus pacientes.  Nos tempos atuais a morte deve ser dissimulada, passa-se a esconder do doente seu verdadeiro estado de saúde, pois se deve morrer na ignorância da própria morte.  No passado “o aviso” era o primeiro ato de um ritual familiar.  Hoje há uma inversão, o moribundo não é avisado que vai morrer, devendo morrer escondido, solitariamente no hospital.  “os donos do domínio da morte são quem decidem como se vai morrer”  O moribundo é um objeto privado de seus desejos, emoções e vontades  Conforme a medicina no ocidente os médicos são os donos do fenômeno vida e morte das pessoas no qual se chama tanatocratas. Pois tomam decisões sem consultar paciente e família.