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Uma introdução à disciplina de sociologia da religião, oferecida pelo sistema universidade aberta do brasil (uab) em parceria com a universidade federal de alagoas (ufal) como parte do curso de licenciatura em ciências sociais - ead. O documento aborda conceitos-chave da sociologia da religião, como a definição de religião, as diferentes perspectivas da sociologia e antropologia da religião, a relação entre religião e cultura, e tópicos como o corpo, a vestimenta e a alimentação nas práticas religiosas. Também são discutidos temas como a tolerância e intolerância religiosa, a fé e as crenças. O documento fornece uma visão geral da disciplina e prepara o aluno para aprofundar seus estudos na área.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Presidente da República Federativa do Brasil Dilma Rousseff Ministro da Educação Aloisio Mercadante
Presidente da Capes Jorge Almeida Guimaraes
Disciplina 4
Professor: Amaro Xavier Braga Junior
Revisão ortográfica: Prof. Wilson Bomfim
Coordenação de curso: Luciana Santana
Coordenação de tutoria: Júlio Cezar Gaudêncio Silva
Supervisão Teórica: Luciana Santana
Revisão de Conteúdo: Evaldo Mendes da Silva/ Luciana Santana
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6 Licenciatura em Ciências Sociais
Curso: Ciências Sociais Disciplina: Sociologia da Religião Carga horária: 40 horas, sendo 10 horas em regime presencial e 30 horas a distância Professor: Amaro Xavier Braga Junior
O fenômeno religioso. Diversidade religiosa. Teorias sobre a religião. Intolerância religiosa.
Objetivo Geral Orientar o aluno na discussão e debate sobre o fenômeno religioso, as teorias sociológicas que explicam a relação entre indivíduo e instituição religiosa e as formas de combate à intolerância. Objetivos Específicos Definir o fenômeno Religioso; Compreender como se estrutura a relação entre individuo e instituições religiosas Compreender como se estrutura a relação entre individuo e instituições religiosas; Apresentar teorias sociológicas elementares sobre a religião; Discutir o problema da intolerância religiosa
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Disciplina 4
Atividades Presenciais e a Distância, síncronas e assíncronas. Envolvendo: leitura e análise de textos, vídeos, imagens e documentos. Produção textual com trabalhos de pesquisa e participação de fóruns de discussão. Utilização do ambiente virtual de aprendizagem Moodle, e seus recursos múltiplos. Postagem de atividades e exercícios de aprendizagem.
Primeiro Momento Presencial Apresentação da disciplina, do professor responsável e dos tutores que acompanharão a turma, apresentação do Plano de Trabalho da Disciplina e sistemas de avaliação, dinâmica de Interação.
Unidade 1: O que são as Religiões
Como se define uma prática religiosa?
Unidade 2: Religião, Indivíduo e Sociedade
Como as religiões condicionam as práticas dos indivíduos?
Unidade 3: Teorias Sociológicas sobre a Religião
Elementos sociológicos de um fenômeno Religioso
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UNIDADE 1:
1. O QUE É UMA
RELIGIÃO?
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Uma sociologia da religião e uma antropologia da religião possuem perspectivas diferenciadas, por mais que compartilhem teorias e métodos em comum; assim como ocorre na chamada Ciência das Religiões ou na Religião Comparada, áreas autônomas da pesquisa sobre religião que se usam das abordagens sócio antropológicas das religiões, mas possuem perspectivas e objetivos diferenciados. Feito estes esclarecimentos, caminhemos para entender a dimensão de significados que envolvem as Religiões. Nesta altura vocês já devem ter notado que não usamos o termo “religião” no singular (como agora!), mas no plural. Nestes estudos sobre as religiosidades é a dimensão plural que interessa, a dimensão do coletivo, a dimensão que afeta a sociedade. e a sociedade não é representada por uma única religião e nem muito menos, é possível reduzir toda a complexidade da religiosidade a uma religião específica. E é isso que Religião é: uma instituição social.
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Para a análise sociológica é muito importante compreender a dimensão do universo pesquisador e a gama complexa de sentidos que envolvem o objeto. Não é diferente com a sociologia. O cientista social Peter Berger (2003), em um clássico no campo da sociologia da religião, chamado “O Dossel Sagrado” alerta:
Definições não podem ser, por sua própria natureza, ‘verdadeiras’ ou ‘falsas’; podem apenas ser mais ou menos úteis. Por esta razão, não tem muito sentido discutir em torno de definições. porém, caso haja discrepância entre definições num dado campo, tem sentido discutir suas respectivas utilidades. (BERGER, 2003, p. 181).
Assim ocorre com a noção em torno do verbete “Religião”. Como apresentei no tópico anterior, há discrepâncias entre o que as ciências dizem sobre as religiões e o que os próprios religiosos dizem sobre si. E mesmo entre as diversas ciências que estudam as religiões não há nada em absoluto, salvo a ideia de que são importantes e a necessidade de estudá-las e compreendê-las.
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O que Weber aponta é um modus operandi de se estudar a religiosidade institucionalizada, apontando para aspectos em torno da organização social e burocrática (mostrarei sua abordagem nos capítulos vindouros). Para Emile Durkheim (1996) as definições não são tão importantes pois compreender a religião é identificar suas funcionalidades sociais e, tendo em vista, que a religião é um fato social, basta para tanto definir fato social e não religião, propriamente. E não se trata de definir mais identificar seus elementos constituintes e, principalmente, para este autor, como isto está associado à uma dicotomia entre o sagrado e o profano. Mesmo assim, este sociólogo assim define religião:
Uma religião é um sistema solidário de crenças e de práticas relativas a entidades sagradas, ou seja, separadas, interditas; crenças e práticas que unem em uma mesma comunidade moral, chamada Igreja, todos os aderentes (DURKHEIM, 1996, p.59)
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O fenômeno religioso desperta múltiplas opiniões. Algumas a favor e outras contras. Ora a religião é vista como um agente integrador, ora como um sistema de discriminação que precisa ser combatido. Acesse e Reflita sobre cada uma das notícias abaixo e se posiciona apontando se concorda ou não com os argumentos listados nas materiais e argumente sobre os pontos que discorda.
https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2010/09/22/ter-uma- religiao-ajuda-a-reduzir-a-ansiedade-e-melhora-a-imunidade.htm
https://familia.com.br/8131/10-formas-pelas-quais-a-religiao-ajuda-no-sucesso- de-seu-filho
O que deve ficar evidente e claro para quem estuda uma sociologia da religião é que esta não defende pressupostos absolutos e nem se identifica com perspectivas teológicas, pois se reduz o fenômeno religioso à um fenômeno social, por excelência, e como tal, suscetível a uma série de processos que modificam e ressignificam suas essências, caracterizando sua diversidade entre as sociedades. Sabemos que, tecnicamente, as religiões se estruturam em torno das crenças, dos rituais e dos vínculos que se estabelecem com o sobrenatural, condicionando as ações dos indivíduos e suas visões de mundo. Entretanto, as religiões se apresentam ao público por vias de uma dimensão material muito diversificada. Segundo Berger (2003) as religiões tanto orientam a percepção da construção das coisas no mundo, como sua manutenção. E quando me refiro as “coisas”, são, justamente, quaisquer elementos, materiais ou abstratos, que se desenvolvem em torno das ações dos indivíduos e suas práticas, lhes atribuindo sentido e existência.
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São os aspectos da cultura, da fala, do que se come, do que se veste, de como deve ser o trato com as pessoas, os objetos e os animais. o que se deve fazer e quando deve ser feito. E se devemos ou não tomar consciência desta “realidade” por ela definida. As religiões podem ser instrumentos de controle e poder político (vide as teocracias que não só existiram na antiguidade mas ainda se apresentam na vida contemporânea), como orientar movimentos de ruptura e revolta ou até conflitos entre as nações com base em suas divergências teológicas ou incongruências éticas (que nos acometeram dos conflitos da antiguidade, passando pelas crises entre católicos e protestante e, mais recentemente, nas altercações que envolvem as práticas islâmicas ao redor do mundo ocidental). É o que conclui Perter Berger:
Pode-se dizer, portanto, que a religião aparece na história quer como força que sustenta, quer como força que abala o mundo. Nestas duas manifestações, ela tem
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