




























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Este relatório apresenta um estudo realizado em uma turma do 1º ciclo do ensino básico, com objetivos como recolher opiniões dos educadores sobre a sexualidade em meio escolar, construir atividades que reconheçam a identidade e gênero dos outros, orientar atividades lúdicas para as aprendizagens, reconhecer a identidade sexual e a dos outros, e sensibilizar os educadores para a necessidade de construir e aplicar atividades sobre a sexualidade. O documento discute a importância da educação sexual na escola, sua história no contexto português, e as dificuldades na sua implementação. O relatório está dividido em três capítulos: o primeiro aborda teoricamente a educação sexual, o segundo apresenta o estudo empírico, e o terceiro traz as reflexões do autor.
Tipologia: Notas de estudo
1 / 105
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Teresa Rafaela Moura Pinto
Orientada por: Professora Dulce Lavajo
PENAFIEL 2016
Mestrado em Educação Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico
Relatório Final apresentado ao Instituto Superior de Ciências Educativas do Douro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, realizada sob a orientação científica da Doutora Dulce Lavajo, Professor especialista do Instituto Superior de Ciências Educativas do Douro.
v
Agradecimentos:
Um obrigada ao ISCE por me ter acolhido ao longo de todos estes anos e me ter formado, quer a nível pessoal, social e académico.
Um obrigada para a professor orientadora Dulce Lavajo por toda a orientação prestada, disponibilidade e conhecimento que me transmitiu.
Um obrigada para a professor cooperante que se mostrou extremamente disponível para que as atividades fossem concretizadas e ao grupo de alunos que sem eles não seria possível a concretização deste trabalho.
Um obrigada a toda a minha família, que me apoiou neste sonho e me ajudou a que fosse concretizado.
Um obrigada ao meu namorado por ter ajudado a superar todas as dificuldades e momentos em que me deu força para não desistir
Um obrigada à minha melhor amiga, prima e colaboradora Rafaela Pinto que me apoio e se mostrou sempre pronta para me ajudar.
Um obrigada à minha colega Helena Ferreira por todo o companheirismo e amizade ao longo do meu percurso académico.
Um obrigada a todas as restantes colegas que me ajudaram ao longo do percurso académico.
vii
Palavras-chave: Educação sexual; intervenientes educativos; identidade e género
Resumo
O presente relatório envolve um estudo realizado numa turma do 1º ciclo do ensino básico e tem como objetivos: a) recolher opiniões dos intervenientes educativos sobre sexualidade, em meio escolar; b)construir atividades onde a aceitação do “outro” seja ou não reconhecida; c) orientar atividades lúdicas para as aprendizagens, desta matéria; d) reconhecer a sua identidade sexual e a dos outros; e) sensibilizar os intervenientes educativos para a necessidade de construir e aplicar atividades sobre a sexualidade. Para esta realização, optámos por uma metodologia investigação-ação e as técnicas de recolha de dados utilizadas foram as seguintes: observação; análise documental; Registo de Imagens; avaliação e Inquérito por Questionário. Os resultados obtidos foram: os alunos demonstraram recetividade à abordagem do tema, a professora cooperante teve uma participação ativa nas atividades, os alunos adquiriram conhecimentos programáticos e também de ordem pessoal e social. Os intervenientes educativos mostraram sensibilização para a abordagem da Educação Sexual na escola. Esta investigação implica um conjunto de conhecimentos e atividades adaptadas, que os docentes devem repensar ao longo da prática educativa, por forma a adaptar estratégias e métodos de acordo com o grupo em que estão a trabalhar.
Índice Geral Índice de Tabelas.......................................................................................................................................... xi
xi
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Dados Pessoais dos Inquiridos. .............................................................................................. ....... 44 Tabela 2 - Resultados da primeira questão do inquérito "Concorda com a abordagem de Educação Sexual nas escolas?". ......................................................................................................................................................... 46 Tabela 3 - Resultados da segunda questão do inquérito"Acha que as aprendizagens que os alunos adquirem sobre Educação Sexual é importante para o seu desenvolvimento?". ............................................................. 46 Tabela 4 - Resultados da terceira questão do inquérito "Acha pertinente que o professor tenha formação especializada para a abordagem desta temática?". .......................................................................................... 47 Tabela 5 - Resultados da quarta questão do inquérito "Os pais têm um papel crucial no ensino dos filhos?". ......................................................................................................................................................................... 48 Tabela 6 - Resultados da pergunta número cinco do inquérito "Na sua opinião, acha que a escola pode organizar encontros com os pais para discutir e aprofundar conhecimentos e estratégias para melhorar este desenvolvimento?" .......................................................................................................................................... 48 Tabela 7 - Resultados da pergunta seis do inquérito "Parece-lhe que os intervenientes educativos abordam e agem com naturalidade quando se refere sobre a temática?". ......................................................................... 49 Tabela 8 - Resultados da sétima questão do inquérito "Faz distinção entre sexo e género?". ........................ 50 Tabela 9 - Resultados da questão oito do inquérito "Como interveniente educativo acha importante ter informação e reflexão sobre este assunto antes de abrir este tema aos pais?". ................................................ 51 Tabela 10 - Resultados da questão nove "Quando está em contacto com crianças/adolescentes dialoga com à vontade sobre esta temática?". ......................................................................................................................... 51 Tabela 11 - Respostas à questão dez que diz respeito à terminologia dos órgãos genitais usada para se referir ás crianças. ................................................................................................................ ...................................... 52
Gráfico 1 - Resultados percentuais da primeira questão do inquérito "Concorda com a abordagem de Educação Sexual nas escolas?". ....................................................................................................................................... 46 Gráfico 2 - Resultados percentuais da segunda questão do inquérito"Acha que as aprendizagens que os alunos adquirem sobre Educação Sexual é importante para o seu desenvolvimento?". ............................................. 47 Gráfico 3 - Resultados percentuais da terceira questão do questionário"Acha pertinente que o professor tenha formação especializada para a abordagem desta temática?". .......................................................................... 47 Gráfico 4 - Resultados percentuais da quarta questão do inquérito "Os pais têm um papel crucial no ensino dos filhos?". ........................................................................................................................................................... 48 Gráfico 5 - Resultados percentuais da pergunta número cinco do inquérito "Na sua opinião, acha que a escola pode organizar encontros com os pais para discutir e aprofundar conhecimentos e estratégias para melhorar este desenvolvimento?”. .................................................................................................................................. 49
13
Introdução
O presente relatório final foi realizado no âmbito do Mestrado em Educação Pré- escolar e Ensino do Primeiro Ciclo do Ensino Básico, em que consiste num trabalho final para aquisição do grau Mestre, sendo um reflexo do trabalho desenvolvido ao longo de toda a formação para futuros docentes. O relatório final apresenta como título “A sexualidade em meio escolar”, que surgiu ao longo da observação da prática pedagógica, em que se observou uma falta de à vontade por parte da professora cooperante para dialogar com o grupo sobre questões que envolvem o tema. Ao longo dos tempos, esta temática tem sido alvo de progressos e retrocessos, levando ao seu reconhecimento mas nem sempre aceite pela sociedade. A Educação Sexual surgiu na primeira metade do século XX por parte de alguns autores e movimentos, mas teve maior enfase na segunda metade do século XX e definiam esta temática como não sendo só uma transmissão de informações sobre a sexualidade, mas principalmente informar sobre interpretações culturais. Em Portugal, mais tarde, verificou-se o direito à Educação Sexual como elemento essencial na Educação, através da Lei nº3/ 8, o que gerou bastante discussão pelos intervenientes educativos e pela sociedade em geral. Em 2009, o estado estabeleceu um regime de aplicação de Educação Sexual em meio escolar e este foi contestado, maioritariamente pelos encarregados de educação. É de notar que cada vez mais se tem dando mais importância à abordagem deste tem na integração dos alunos, sendo fundamental da Educação para a Saúde em meio escolar. O presente trabalho foi desenvolvido e implementado em crianças do 1º ano de escolaridade pertencentes a um centro escolar do concelho de Penafiel. A abordagem deste tema é importante, pois não formamos apenas alunos com conhecimentos cognitivos mas também temos de proporcionar aprendizagens que visem o desenvolvimento enquanto “pessoas”. Posto isto, achamos pertinente realizar atividades que cooperem esse desenvolvimento. Para a concretização deste relatório iniciamos por fazer uma observação à instituição, à sala de aula e à turma, analisando e refletindo sobre as estratégias e métodos utilizados, bem como o relação entre os intervenientes educativos, entre outros. Após esta etapa, foi
14
levantada a problemática, isto é, a questão do ponto de partida que conduziu todo este trabalho, sendo a seguinte: “ De que forma a abordagem da sexualidade é promovida em meio escolar?” e estabeleceram alguns objetivos que servirão de apoio para a resposta à questão. Primeiramente, contextualiza-se a temática em estudo, realizando um trabalho teórico, com uma recolha de bibliografias pertinentes para o caso e seguidamente, um trabalho prático que irá ajudar a combater a problemática gerada. Para uma melhor organização e ajuda na consulta, o presente relatório está dividido em três capítulos principais, no primeiro capítulo encontra-se o enquadramento teórico envolvente na Educação Sexual, fazendo uma abordagem sobre o tema de um modo geral e de seguida relacionando o mesmo com o meio escolar; no segundo capítulo consta-se o estudo empírico, iniciando com a caraterização da instituição, sala de aula e turma em que o estudo foi realizado, e de seguida identifica as metodologias utilizadas na investigação que incluem os objetivos a que nos propusemos, as técnicas de recolha de dados utilizadas, a descrição das atividades e a sua avaliação, a análise geral de todas as sessões e por fim a análise do inquérito por questionário implementado; no último capítulo está patente as reflexões que retiramos com a elaboração deste relatório. Seguidamente, são apresentadas as referências bibliográficas em que nos baseamos para a sua realização, os apêndices que contém as planificações das atividades, as fichas de trabalho, descrição de jogos, registos de imagens, grelhas de avaliação, entre outro e por fim os anexos. É de salientar, na parte inicial do relatório está contido, o resumo e a introdução. As atividades selecionadas pretendem a concretização dos objetivos estipulados, e referir a capacidade que o professor devem possuir para estudar estratégias e métodos que sejam benéficos nas aprendizagens dos seus alunos, tendo em conta que é uma formação de natureza cognitiva, social e pessoal.
16
como direito essencial à Educação, através da Lei n.º3/8. Este tema tem sido bastante discutido, quer pelos intervenientes educativos, quer pela sociedade em geral. Vaz et al (1996), comentam: Este tipo de sociedade em que uma moral rígida, conservadora e desadequada no domínio da sexualidade deu lugar a uma situação em que coexistem diferentes padrões morais, muitas vezes antagónicos e que estão presentes nas teias das relações familiares e entre os profissionais da área da educação. Em 2009, o Governo Português, estabeleceu um regime de aplicação na educação do meio escolar, gerando polémica mais evidente, uma vez que os encarregados de educação manifestaram a oposição à Lei criando movimentos de contestação. Apesar de tudo, cada vez mais se tem dando ênfase à importância da abordagem da Educação Sexual na integração dos alunos, atribuindo-a como um elemento básico na Educação para a Saúde no meio escolar. Atualmente, muitos autores consideram a sexualidade como multidimensional, tendo por base diferentes dimensões. Esta temática apresenta um historial sujeito a diversos fatores e acontecimentos históricos. Em consequência a todos estes factos ocorridos na sociedade portuguesa, a Educação Social contempla vários modelos. Assim, segundo Vaz et al. (1996) podemos considerar 5 modelos de Educação Sexual:
17
dos outros; respeito pelas opiniões das outras pessoas; atitude favorável ao envolvimento dos pais e encarregados de educação e outros agentes de educação; entre outros. De acordo com Sanders e Swiden (1995), consideraram alguns fatores de sucesso no desenvolvimento de acções de Educação Sexual as situações em que o professor: seja neutro quanto possível; não atribua previamente “certos” e “errados”; controle a emissão de juízos de valor; proporcione a identificação de valores pessoais; permita que se façam escolhas; entre outros. Para a Educação Sexual é notória, nesta incursão histórica, a falta de formação de professores em Educação Sexual.
As dificuldades para a definição de educação sexual são muitas, começando logo pela nomenclatura da mesma, pois existem inúmeros termos utilizados para denominar educação sexual. De um modo geral e de uma forma ampla, define-se educação sexual baseando-se nos conceitos de sexualidade, sexo e educação. Segundo Cordeiro (2003), a educação sexual corresponde à aprendizagem especifica sobre os aspetos relativos à sexualidade. Sexualidade essa que é um processo contínuo ao longo de todo o ciclo vital e envolve componentes como o físico, o psicológico, o erótico, o genital, a relação didática, ou a experimentação, entre outros. Navarro (2000) refere que A educação é o processo que visa desenvolver as capacidades cognitivas, afetivas, psicomotoras e sensoriais e as competências sociais dos indivíduos para que estes se possam relacionar positivamente com o meio, modificando-o quando necessário. A educação sexual faz parte de todo o campo da educação do ser humano, citado por Dias (2002) e defendido por Tavoillot, uma educação não pode dizer-se completa se não englobar a sexualidade e, por seu turno, a sexualidade é suscetível de ser educada na sua evolução para formas superiores, caraterizadas por um equilíbrio pessoal das tendências e pela qualidade de relação com outrem. Há várias formas de organizar o estudo da educação sexual tais como, a educação sexual informal, não formal ou formal. Pela perspetiva de Vaz (1996) a educação sexual informal (também denominada de incidental) refere-se ao processo mais básico de
19
Para Vaz (1996), A escola e os professores são o contexto e os agentes privilegiados para intencionalizar os processos de análise, consciencialização e mudança ao nível dos conhecimentos, sentimentos e comportamentos em termos de Sexualidade Humana.
Hoje a educação sexual em contexto escolar é uma realidade com a qual nos deparamos. São inúmeros os benefícios associados à educação da sexualidade desde cedo, de uma informal logo após o nascimento através dos pais e familiares, como também, posteriormente, de uma forma formal e não formal através do meio escolar. De acordo com Marques et al. (2000), Todas as sociedades, com os seus recursos e instrumentos de socialização, procuram, de uma maneira formal ou informal, transmitir os seus valores fundamentais e as suas regras de conduta no campo da sexualidade. A Escola, enquanto espaço de grande importância na socialização das crianças e dos jovens, tem, portanto, um papel a desempenhar neste âmbito. Segundo Faria (2009), a necessidade e a importância da educação da sexualidade no âmbito escolar são cada vez mais reconhecidas. Embora, ainda hoje persista a ideia de que a abordagem sobre o tema possa conduzir os jovens adolescentes para a prática sexual prematura. Para este mesmo autor a escola tem uma papel essencial no processo de socialização e de aquisição de atitudes e comportamentos cívicos. “A escola deve ajudar os alunos a desenvolver competências de modo a possibilitar-lhes escolhas informadas nas suas condutas na área da sexualidade, permitindo que se sintam informados e seguros nas suas opções.” (Faria, 2009) Sublinham Veiga, Teixeira e Couceiro (2001) as vantagens de uma educação sexual em contexto escolar: “E ainda a investigação que evidencia o importante contributo da educação sexual na escola, já que o aumento de conhecimentos se tem associado à diminuição de gravidezes não desejadas e a um diálogo mais aberto entre os jovens e os adultos.”
20
Estes mesmos autores referenciam como conclusões de um estudo realizado nos Estados Unidos da América, por Kirby, Altes e Sclaes, após a realização de programas de educação sexual nas escolas: