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Guias e Dicas
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Relatorio-de-Visita-Tecnica-ao-Laboratorio-Tematico, Manuais, Projetos, Pesquisas de Medicina

Documento detalhado de Visita ao Campus, com adicional de pesquisa

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2025

À venda por 25/06/2025

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Relatório de Visita
Técnica ao Laboratório
Temático de Microscopia
Ótica e Eletrônica 3 INPA 3
II
Aluno
Angelo Daniel Mera Solano
Curso
Medicina
Período
1º Semestre
Data da Visita
23/05/2025
Disciplinas
Biologia, Citologia, Histologia e
Embriologia
MANAUS-AM
2025
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Relatório de Visita

Técnica ao Laboratório

Temático de Microscopia

Ótica e Eletrônica 3 INPA 3

II

Aluno

Angelo Daniel Mera Solano

Curso

Medicina

Período

1º Semestre

Data da Visita

Disciplinas

Biologia, Citologia, Histologia e

Embriologia

MANAUS-AM

Parte 1 3 Introdução Expandida e Contexto da

Visita

A visita técnica ao Laboratório Temático de Microscopia Ótica e Eletrônica do Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (INPA) foi mais do que uma atividade extracurricular 4 foi uma verdadeira imersão no mundo microscópico,

onde se revelaram estruturas invisíveis ao olho humano, mas essenciais à prática médica e científica. Esta atividade foi

fundamental para conectar os conteúdos teóricos das disciplinas do primeiro semestre (Biologia, Citologia, Histologia e

Embriologia) com as ferramentas e técnicas laboratoriais aplicadas na prática clínica e na pesquisa biomédica.

O laboratório nos recebeu com uma série de apresentações práticas e explicações técnicas que não apenas ilustraram

o funcionamento dos equipamentos, como também demonstraram o processo completo de coleta, preparo, análise e

interpretação de amostras 4 tanto de tecidos humanos quanto animais e vegetais.

Durante a introdução, os profissionais mencionaram o uso de ondas eletromagnéticas e varredura eletrônica,

destacando como esses sinais são transformados em imagens tridimensionais de alta resolução, analisadas em tempo

real por sistemas computadorizados. Essas imagens são essenciais, por exemplo, para diagnosticar sarcomas, avaliar

danos celulares e investigar alterações morfológicas de tecidos. Um exemplo prático foi o uso de um sistema

automatizado para tradução de sons em sinais computacionais durante um experimento com moscas, demonstrando a

sensibilidade e precisão dos aparelhos do INPA.

Além do conteúdo técnico, houve momentos de descontração e interação entre alunos e pesquisadores, que

compartilharam experiências reais do dia a dia no laboratório, inclusive as dificuldades enfrentadas com equipamentos

sensíveis, mudanças climáticas no local, e cuidados com segurança ao manusear substâncias como formaldeído.

Um dos destaques da introdução foi a abordagem sobre o papel da microscopia na rotina médica. O uso do

microscópio não se restringe à pesquisa, sendo ferramenta indispensável no diagnóstico de doenças infecciosas,

cânceres, doenças musculares (como rabdomiólise), e alterações genéticas. Foi mostrado, por exemplo, o processo de

coleta de uma biópsia e a posterior fixação da amostra com solução de formalina. A partir disso, inicia-se a preparação

em cassetes plásticos, seguido pela desidratação, inclusão em parafina ou historresina, corte em microtomo e

coloração, até o momento da análise em microscópio.

Com isso, a introdução deixou claro que a microscopia, ao contrário do que muitos pensam, não é apenas uma

ferramenta para biólogos, mas sim uma extensão dos olhos do médico, permitindo ver o que não se vê 4 e

diagnosticar o que não se sabe apenas com exames clínicos.

Resumo Técnico

Observações Relevantes

Durante a apresentação dos equipamentos, discutiu-se:

Equip amento

Microscópio Óptico

Microtomo e Inclusão

MEV

MET

Artroscopia e Microfotobiografia

O uso de gases como nitrogênio líquido para resfriamento;

A importância do vácuo em sistemas de varredura eletromagnética;

A escolha correta de fixadores como o Fixador Dutra, essencial para

preservar tecidos submetidos a ondas de alta energia.

Finalidade Principal

Visualização básica de tecidos e células Cortes finos de tecidos para análise

Topografia tridimensional

Estruturas intracelulares

Cirurgias e análise de superfícies

Relevância Médica

Diagnósticos, ensino e rotina médica

Preparação de lâminas histológicas

Estudo de tecidos e superfícies biológic as Diagnósticos celulares, genética, virologia Aplicação em tecidos, biomateriais e pesquisa avançada

Etapas do Processamento de Amostras Biológicas: Da Coleta à Análise

Final A compreensão do ciclo completo da amostra 4 desde sua coleta até a análise final ao microscópio 4 é essencial para estudantes de Medicina. Durante a visita ao Laboratório Temático de Microscopia do INPA, foi possível acompanhar, passo a passo, o processo técnico e metodológico que transforma um fragmento de tecido em uma lâmina histológica interpretável.

A seguir, detalhamos cada etapa observada:

Integração Teórica e Clínica

Et ap a Fixação e inclusão Corte e montagem Coloraç ão Análise final

Disciplina Citologia e Histologia Biologia celular Histologia Embriologia e Patologia

A amostra biológica pode ser de origem animal, vegetal ou humana, e normalmente é coletada por biópsia, dissecção ou remoção cirúrgica. No laboratório, exemplos como fragmentos de intestino de tambaqui, tecidos de plantas e biópsias foram apresentados. Após a coleta, o tecido é imediatamente fixado em uma solução conservante, geralmente formol 10% tamponado (formaldeído). Esse processo impede a degradação e autólise celular. Comentário prático: Foi mostrado um fragmento de tecido fixado em formol dentro de um cassete plástico, com identificação manual a lápis, como rotina em laboratórios clínicos.

A coloração é o momento em que os tecidos revelam seus segredos. A mais comum é a hematoxilina-eosina (HE), onde núcleos são tingidos de azul e o citoplasma em tons rosados. No entanto, para fins diagnósticos específicos, utilizam-se corantes especiais: Tricrômico de Masson: diferencia colágeno (azul) e elementos proteicos (vermelho); Corantes para sarcoma: evidenciam atipias celulares, presença de fibras e proliferação anormal de colágeno. Foram demonstrados casos de sarcoma de tecidos moles, com lâminas reais de cães, mostrando mitoses, atipias e infiltração inflamatória.

Após a desidratação, o tecido é embebido em parafina líquida aquecida, formando um bloco sólido ao esfriar. Isso facilita o corte fino no microtomo. Parafina: usada para amostras comuns (tecidos moles). Historresina (resina acrílica): utilizada para tecidos rígidos, como sementes, frutos duros e estruturas vegetais. Exemplo citado: cortes tomográficos de sementes de palmeira foram preparados com historresina, pois a parafina seria muito macia para o material.

Aplicação Médica Preservação tecidual para diagnóstico Análise morfológica e mitótica Diagnóstico diferencial (ex: neoplasias) Avaliação de tecidos normais e alterados

Com a amostra fixada, inicia-se a desidratação em banhos de álcool de concentrações crescentes (70%, 90%, 100%), o que remove a água do tecido 4 necessária para que ele aceite parafina. Essa etapa foi automatizada por um isotécnico, mas também pode ser feita artesanalmente, como demonstrado pelos técnicos do INPA.

Após a coloração, a lâmina está pronta para análise no microscópio. Durante a visita, os estudantes puderam observar diversas amostras, incluindo: Intestino de larvas de tambaqui, com foco nos enterócitos e células mucosas; Corte transversal de botão floral de palmeira, com uso de resina; Tecido muscular em caso de rabdomiólise, com degradação visível das fibras; Sarcoma em tecido conjuntivo, com destaque para coloração diferencial.

Com a amostra embutida em bloco, utiliza-se o microtomo para realizar cortes finíssimos, geralmente entre 3 a 5 micrômetros de espessura. O corte é transferido para um banho-maria histológico (água aquecida), onde a seção flutua e é capturada com uma lâmina de vidro por meio de uma técnica cuidadosa. Esse processo foi apelidado de "pescar lâminas", e demonstrado com humor pela equipe.

5. Coloração

1. Coleta e Fixação da Amostra

3. Inclusão em Parafina ou Historresina

2. Desidratação

6. Observação Microscópica

4. Microtomia: Corte da Amostra

Diagnósticos Microscópicos: Casos Reais, Rabdomiólise, Sarcoma e

Análise Topográfica Durante nossa imersão no Laboratório Temático de Microscopia do INPA, fomos conduzidos por casos clínicos reais e análises patológicas que demonstraram, de maneira prática e impactante, o papel decisivo da microscopia na formulação de diagnósticos. Esta parte da visita foi, sem dúvida, uma das mais marcantes da experiência, pois nos colocou diante de situações concretas que simulam o que um futuro médico poderá enfrentar.

Outro momento intenso da visita foi a observação de um sarcoma de tecidos moles em lâmina histológica de cão, utilizada em aula por questões bioéticas. Achados Histológicos: Arquitetura tecidual totalmente desorganizada; Elevado número de mitoses atípicas, com presença de figuras tripolares; Espaço intersticial repleto de células irregulares e infiltrado inflamatório. Técnicas Utilizadas: Foi empregada uma coloração diferencial com corantes tricrômicos, possibilitando visualizar: Fibras colágenas coradas em azul; Células tumorais e matriz extracelular em vermelho. Considerações clínicas: A análise histológica permitiu não apenas diagnosticar o sarcoma, mas inferir seu grau de agressividade, algo vital para o planejamento terapêutico. Nota técnica: A discussão incluiu a possibilidade de diagnóstico imunohistoquímico complementar, que poderia confirmar o tipo de sarcoma com base em marcadores moleculares 4 uma prática comum em oncologia humana.

Aprofundando-se na capacidade da microscopia de revelar detalhes estruturais, foi apresentada a técnica de microfotobiografia topográfica, utilizada para avaliar a superfície de tecidos em alta resolução. Equip amento:

3 Um sistema óptico de última geração, com controle térmico e de pressão, foi empregado para registrar detalhes invisíveis ao olho humano; Utilizou-se um banho de ouro metálico para cobertura da amostra, facilitando a visualização por feixe eletrônico.

Aplicações práticas: Avaliação de danos topográficos em brânquias de tambaqui submetidos a diferentes níveis de sólidos suspensos na água; Análise de estruturas como digitais de peixes, permitindo traçar parâmetros biológicos e sanitários em ictiologia.

Síntese Diagnóstica e Relevância MédicaTodos os casos apresentados demonstraram que a qualidade da lâmina é diretamente proporcional à precisão do diagnóstico. Como aluno de Medicina, o que mais me impressionou foi a convergência entre a histotécnica e o raciocínio clínico: cada corte, cada corante, cada visualização microscópica tem um propósito maior 4 ajudar a salvar vidas com decisões baseadas em evidências concretas.

Caso Estudado Rabdomiólise Sarcoma

Estrutura Analisada Músculo esquelético Tecido conjuntivo e muscular

Técnica HE Tricrômico

Aplicação Médica Diagnóstico de IRA por lesão muscular Estadiamento tumoral, patologia oncológic a Avaliação toxicológica e ambiental

Topografia de brânquias Epitélio branquial MEV + metalização

Fomos apresentados a uma lâmina histológica de músculo esquelético com quadro de rabdomiólise, uma condição grave de destruição muscular, cujas consequências sistêmicas podem ser fatais. Observações: Fragmentação de fibras musculares e perda da organização fascicular; Presença de infiltrado inflamatório leve; Acúmulo de pigmentos no tecido adjacente. Aplicações clínicas: Esse tipo de análise é essencial para: Diagnosticar causas não evidentes de insuficiência renal aguda (IRA); Monitorar lesões musculares induzidas por trauma, esforço físico excessivo ou uso de estatinas; Investigar toxicidade em testes experimentais de novos medicamentos. Reflexão: O interessante foi notar que, apesar de parecer simples ao microscópio, os sinais histológicos de rabdomiólise só ganham real valor quando interpretados junto ao quadro clínico. Isso reforça a máxima de que o microscópio não faz diagnóstico sozinho 4 ele guia o olhar de quem sabe o que está procurando.

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3. Topografia Celular e Microfotobiografia

1. Caso Clínico: Rabdomiólise Experimental

2. Diagnóstico Microscópico: Sarcoma de Tecidos Moles

Técnicas de Coloração Histológica: Codificando o Invisível

Se há uma etapa que transforma uma lâmina microscópica em um universo interpretável, é a coloração. O tecido em si é praticamente invisível após a inclusão

em parafina e corte com o micrótomo 4 ele precisa ser <traduzidoî para que suas estruturas se revelem. Essa tradução se dá por meio dos corantes, e foi

exatamente esse processo que nos foi demonstrado com maestria durante a visita ao laboratório do INPA.

Técnica de Coloração

Hematoxilina-Eosina

Tricrômico de Masson

PAS

Azul de Toluidina

Durante a sessão prática, observamos outras

técnic as:

PAS (Ácido Periódico de Schiff)

Evidencia carboidratos e glicoproteínas;

Cor de magenta intensa;

Usado em biópsias renais, intestinais e de

p âncre as.

Azul de Toluidina

Usado em cortes semifinos (1 ¿m);

Realça estruturas nucleares e mastócitos;

Aplicado em embriologia e ultraestrutura.

Coloração de Gram (adaptada para

microscopia óptica)

Em microbiologia, evidência bactérias Gram+

e Gram-;

Mostra a aplicação interdepartamental da

técnica histológica.

A coloração não é apenas estética. Cada corante

carrega uma carga química e afinidade

específica por estruturas celulares:

Ácidos coram estruturas básicas, como

núcleos;

Bases coram estruturas ácidas, como

citoplasma;

Corantes especiais identificam proteínas,

fibras colágenas, lipídios, entre outros.

O princípio básico é o de interação molecular:

ácido + base = contraste morfológico.

Estrutura

Evidenciada

Núcleo e citoplasma

Colágeno vs músculo

Glicogênio, mucina

Núcleo, mastócitos

Cor Principal

Azul/Rosa

Azul/Vermelho

Magenta

Azul intenso

Durante a visita, a coloração HE foi utilizada

como referência. É a técnica padrão em

laboratórios de anatomia patológica por sua

eficácia e simplicidade.

Hematoxilina: cora os núcleos de azul escuro;

Eosina: cora o citoplasma e estruturas

extracelulares de rosa claro a vermelho.

Aplicações Médicas:

Análise de biópsias;

Estudo de inflamações, neoplasias e

necroses;

Diagnóstico de alterações morfológicas

básicas em qualquer tecido.

O que mais impressiona é a capacidade de inferir

patologias a partir das cores:

Células com núcleos hipercorados sugerem

hiperatividade ou mitose intensa;

Citoplasma pálido pode indicar anemia

aplásic a;

Áreas em azul denso com colágeno indicam

fibrose ou cicatrização patológica;

Presença de células com coloração difusa e

limites borrados sugere necrose celular.

Aplic aç ão

Diagnóstico geral

Fibrose, sarcomas

Patologias intestinais/renais

Embriologia, cortes finos

Colorações mal feitas podem comprometer

totalmente a leitura diagnóstica. Durante a visita,

foi enfatizado:

A importância do tempo de exposição ao

corante;

Controle do pH da solução;

Preservação do material antes da coloração

(ex: tempo em formol, qualidade da inclusão).

Uma coloração com tempo excessivo pode

mascarar estruturas importantes, enquanto uma

coloração insuficiente pode gerar falsos

negativos.

Em amostras de sarcoma, foi utilizado o

Tricrômico de Masson, que diferencia os tecidos

conforme a composição de colágeno e proteínas

estruturais.

Colágeno ³ Azul ou verde;

Músculo e citoplasma ³ Vermelho;

Núcleo ³ Preto-azulado.

Essa diferenciação permite não apenas

identificar o tipo de tecido, mas também

quantificar áreas fibróticas ou tumorais, o que é

vital para o prognóstico de muitas doenças.

Por exemplo, em casos de cirrose hepática ou

fibrose pulmonar, essa técnica é insubstituível.

**1. Introdução às Técnicas de Coloração

  1. Colorações Especiais Demonstradas**

Tabela Comparativa 3 Colorações Utilizadas

**5. Interpretação Clínica: A Cor como Linguagem Diagnóstica

  1. Hematoxilina-Eosina (HE): O Padrão Ouro** 3. Tricrômico de Masson 6. Limitações e Cuidados Técnicos

Reflexão Pessoal

Fiquei surpreso com o nível de tecnologia envolvido no que, até então, eu considerava uma simples <aula de lâminaî. A verdade é que cada equipamento ali representa uma década de pesquisa e inovação, e que a Medicina moderna não anda sem os olhos da microscopia.

Da Amostra à Lâmina: A Jornada Microscópica do Tecido Perfeito

Se a medicina fosse um palco, o diagnóstico seria o ator principal e a amostra biológica... o figurante que todo mundo ignora até perceber que é ela quem entrega a reviravolta do episódio. Durante nossa visita ao INPA, vimos de perto como a preparação de amostras pode transformar um simples fragmento de tecido em uma cena digna de diagnóstico clínico e publicação científica.

O próximo passo foi a retirada da água intracelular. Afinal, água e parafina não se misturam, muito menos no microscópio. Et ap as: Banhos sucessivos em álcool etílico (70% a 100%); Substituição gradual por xilol ou outro diafanizante (transparente e volátil), essencial para que a parafina penetre. O xilol, aliás, é tão aromático quanto tóxico. Trabalhar com ele é como amar café: você só aceita o cheiro porque é parte do processo.

Aqui a amostra é embutida num bloco de parafina derretida a 60°C e deixada para solidificar. O resultado é um bloco translúcido e compacto, pronto para ser cortado. Equip amento: Estação de inclusão térmica, com pinças metálicas e moldes metálicos aquecidos; Refrigeração controlada para solidificação sem formação de bolhas. Sim, a amostra é basicamente selada em cera quente. Se parece uma técnica ancestral de embalsamamento, é porque... bem, é exatamente isso.

A lâmina, após secagem, recebe uma gota de resina e é coberta com lamínula. Está pronta para ser analisada ao microscópio óptico ou enviada para análise digital em sistemas automatizados. Observações clínicas:

Lâminas de intestino de larva de tambaqui revelaram enterócitos com microvilosidades; Amostras de sarcomas mostraram intensa atividade mitótica, como já mencionado; Processos inflamatórios foram visualizados com colorações especiais, indicando infiltrado linfocitário.

O bloco de parafina é cortado com micrótomo em espessuras de 4 a 5 micrômetros. Isso equivale a cortar um fio de cabelo em aproximadamente 20 fatias 4 o tipo de coisa que só faz sentido na medicina (ou na confeitaria molecular, talvez). Procedimento:

Corte com micrótomo rotativo; Utilização de lâmina descartável de aço inoxidável; Transferência dos cortes para banho-maria (45°C) e posterior fixação em lâmina de vidro.

Agora vem o toque de arte. A coloração é a maquiagem das células 4 a diferença entre ver um monte de bolhas e identificar um adenocarcinoma. Técnicas observadas: Hematoxilina e Eosina (HE) 3 padrão ouro: núcleos em azul, citoplasma em rosa; Tricrômico de Masson 3 usado em tecidos fibrosos: colágeno azul, músculo vermelho; Corantes especiais para colágeno, mucina e células específicas. Observações: Durante a demonstração, vimos claramente a diferença de contraste entre tecidos normais e alterados. Um caso apresentado mostrou marcação diferencial entre áreas tumorais e tecido conectivo, fundamental para definir margens cirúrgicas.

A coleta de amostras é o ponto mais subestimado da histotécnica. Uma coleta mal feita é como usar cotonete para medir pressão arterial 4 tecnicamente possível, mas você vai acabar processado. Procedimentos observados: Amostras de tecidos de origem animal (ex: músculo, intestino, pele, fígado); Fragmentos eram imersos imediatamente em solução fixadora (como formalina a 10%) para evitar autólise e putrefação; Armazenamento em tubos rotulados, com data e tipo de tecido, como manda o figurino.

A fixação serve para <paralisarî as células no exato estado em que estavam quando foram coletadas 4 como uma selfie celular, só que menos vaidosa e mais funcional. Fixadores usados: Formol tamponado (10%) 3 padrão ouro da histologia; Fixador de Dutra 3 utilizado para amostras que seriam submetidas à microscopia eletrônica. O fixador ideal preserva a morfologia sem mascarar os antígenos, o que, convenhamos, é uma gentileza rara até entre humanos.

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7. Montagem e Análise: A Lâmina Vai ao Palco

4. Inclusão em Parafina: O Casamento Químico

1. Coleta: O Começo de Tudo (e de Todos os Problemas)

2. Fixação: Parando o Tempo (Sem Congelar o Paciente)

3. Desidratação e Diafanização: Retirando a Água e a Confusão

5. Corte Histológico: Precisão Cirúrgica em Escala Micrométrica

6. Coloração: Transformando a Lâmina em Obra de Arte Diagnóstica

Microscopia, Multidisciplinaridade e uma Aula de Realidade (Com ou Sem Diagnóstico)

Você entra num laboratório achando que vai ver algumas células bonitinhas coradas em rosa e azul. Sai de lá sabendo que aquela coloração pode ser a linha

tênue entre um paciente viver ou ser enterrado com um diagnóstico "indeterminado". Bem-vindo à ciência real. Sem glitter, sem filtros, e sem a anestesia do

<achismo clínico

1. Quando Biologia Deixa de Ser Biologiazinha

A Biologia é o berço de toda essa bagunça. A partir dela entendemos por que um verme pode parecer inofensivo no intestino de alguém, até decidir destruir o

fígado com um sorriso invisível. A visita ao INPA mostrou que não se trata de decorar nomes latinos, mas de enxergar como cada estrutura se conecta com um

processo 4 e como cada falha vira doença.

Spoiler: o corpo humano é péssimo em improvisar. E nós também, se não aprendermos a olhar direito.

2. Citologia: O CSI Celular

A Citologia é como fazer uma autópsia celular. Você não está apenas olhando uma mancha corada em azul; está tentando entender por que uma célula decidiu

cometer suicídio, ou pior, genocídio. Se uma célula muda de forma, tamanho, núcleo... parabéns, você pode estar vendo o nascimento de um tumor. Agora,

tente explicar isso para alguém que acha que "exaustão" é diagnóstico.

E sim, vimos tudo isso de perto. Em detalhe. Com direito a colorações especiais, células nucleadas cheias de segredos e uma ou outra aberração que faria até

a Mona Lisa perder o

sorriso.

3. Histologia: Onde o Padrão Importa

Você já viu um médico errar porque achou que o tecido estava meio esquisito? Eu já. E é por isso que Histologia existe: para ensinar que esquisito tem nome,

localização, coloração e consequência.

Durante a visita, não foi só olhar para lâminas. Foi aprender a respeitar o padrão 4 porque é nele que a exceção grita. Um tecido muscular com núcleos

deslocados pode não parecer

grande coisa... até o paciente parar de andar.

4. Embriologia: O Início de Tudo (Inclusive dos Problemas)

Embriologia é onde a Medicina vira poesia trágica. Um blastômero que decide errar a rotação pode significar uma criança sem rins. Ou sem cérebro. Legal, né?

Ver estruturas embrionárias em cortes finíssimos, analisadas com precisão, foi como ler o roteiro genético de um drama biológico com final imprevisível. E o

mais cruel: a maioria das

pessoas só descobre isso quando o dano já é irreversível.

5. Integração Real: Da Lâmina ao Prontuário

O que mais me chamou atenção? A integração. Cada microscópio, cada corte histológico, cada pigmento químico... tudo se traduz, um dia, num CID. E isso,

meu caro leitor ou professora (que é quase a mesma coisa), não pode ser subestimado.

A amostra de tambaqui com células musculares danificadas? Serve pra entender doenças metabólicas humanas.

A análise de sementes e tecidos vegetais com historresina? Útil pra comparar estruturas fibrosas em sarcomas humanos.

O dano em brânquias de peixes por amônia? Metáfora perfeita para insuficiência respiratória humana por lesão alveolar.

Medicina é conexão. Se você não está vendo os fios, ou é cego... ou está se formando pra trabalhar com marketing.

6. Um Último Comentário

O que aprendi nessa visita? Que um médico que não sabe usar um microscópio é como um cirurgião que tem nojo de sangue. Você pode até esconder isso por um

tempo, fingindo com palavras bonitas, frases motivacionais e jalecos bem passados. Mas quando a doença apertar, quem vence é o conhecimento microscópico.

E, sim, tudo isso foi observado de verdade, com olhos atentos, cérebro dormindo, e mais de 20h sem comer 4 porque acreditar que todo estudante entende a

importância disso sem

um empurrão ácido seria ingenuidade demais. E, convenhamos, ingenuidade não combina com Medicina

Conclusão Geral: O Que Aprendi, O Que Vi, e O Que Não Dá pra Desver Todo mundo mente. Só o microscópio mostra a verdade

Uma versão de mim que passou pelo INPA e nunca mais enxergou um tecido do mesmo jeito.

A Verdade Está Nos Detalhes (E O Diabo Também) Quando entrei nesse laboratório, confesso que achei que seria mais uma daquelas visitas protocolares. Sabe

como é: um técnico explicando a função de uma máquina, um monte de

alunos fingindo que entendem, e eu tentando parecer normal. Mas, pela primeira vez em muito tempo, não precisei fingir nada. A realidade microscópica era tão

intensa que o meu

lado mais cético e o mais fascinado estavam em perfeita harmonia(confusos mas fascinado). Vi sarcomas desorganizando tudo que a histologia ensina como

normal, vi embriões que erraram o script da vida antes mesmo de terem um nome, vi danos em peixes que poderiam

muito bem ser humanos expostos à ignorância clínica. E percebi que, por trás de cada estrutura aparentemente inútil sob uma lente de aumento, há uma história...

ou um erro... ou um

alerta. Ciência Não É Bonita. Mas É Precisa. Sabe o que me encantou nesse processo todo? Não foi a tecnologia de ponta, nem a precisão dos cortes histológicos.

Foi a crueza. O fato de que a ciência não se esforça para ser

bonita 4 ela só quer ser exata.

E é nesse ponto que a Medicina e a minha própria personalidade se cruzam. Eu nunca fui fã de meias-palavras, de elogios vazios, de protocolos sem sentido. Assim

como o

microscópio, O quão insignificante e pequeno posso ser é incrível. E a visita ao INPA me deu exatamente isso: clareza clínica e estrutural, sem anestesia.

Talvez um Médico que Está Crescendo em Silêncio Não sou o mais falante da turma. Não faço questão de estar no centro das atenções. Mas se tem uma coisa que

levo a sério é a verdade. E nessa visita, aprendi que a verdade na

Medicina é pequena, colorida, difícil de preparar, exige coloração específica e repousa sobre uma lâmina de vidro.

Entendi que:

Um diagnóstico começa antes do estetoscópio.

A cura, às vezes, começa com uma amostra de 5 micrômetros.

E o médico que não olha para dentro de uma célula talvez nunca entenda o que está matando o paciente por fora.

Epílogo Diagnóstico

A visita ao Laboratório Temático de Microscopia Ótica e Eletrônica do INPA me ofereceu algo que nenhuma aula teórica

pode dar: intimidade com a verdade biológica. E isso, para alguém que quer ser médico, não tem preço 4 embora,

ironicamente, o erro clínico tenha. E caro.

Se a senhora, professora, leu até aqui (e espero que tenha lido), quero que saiba: eu levei essa experiência a sério. Não

porque precisava de nota. Mas porque, no fundo, eu já comecei a pensar como médico ou talvez não quem sabe.

Angelo Daniel Mera Solano

Estudante de Medicina 3 1º Período

(Aprendendo a ser insuportavelmente preciso, e sonolento demaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais.)

(alguém me tira da minha mente, vou virar fragmentado em breve......)