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Tipologia: Esquemas
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Intoxicação é um processo causado por substâncias químicas endógenas ou exógenas e caracterizada por desequilíbrio fisiológico em consequência das alterações bioquímicas do organismo. No Brasil, a atribuição de coordenar a coleta, analisar e divulgar os casos de intoxicações e envenenamento é do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox). Os registros são realizados pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciats), localizados em vários Estados brasileiros, cujas notificações são encaminhadas ao Sinitox. A intoxicação por benzodiazepínicos de forma isolada possui baixa letalidade, com raros casos de morte, contudo, deve-se considerar o grau de intoxicações, leve, moderada ou grave. Entretanto, o aumento das taxas de morbidade resulta de uma intoxicação mista, especialmente em combinação com opioides. A intoxicação isolada com agentes de curta ação de alta potência, como alprazolam, temazepam e triazolam, está associada a maiores incidências de admissões da unidade de terapia intensiva, coma e ventilação mecânica com toxicidade em comparação com outros benzodiazepínicos, como diazepam. 1.1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As manifestações predominantes de benzodiazepínicos são neurológicas e caracterizadas por sonolência, tonturas, fala arrastada, confusão, ataxia, incoordenação, rebaixamento do nível de consciência e comprometimento geral da função intelectual. Coma prolongado é atípico, e deve-se suspeitar de intoxicação com outros agentes ou uma condição médica como insuficiência hepática que prolongue a ação dos benzodiazepínicos. Entretanto, mesmo com a presença de sonolência nos casos de intoxicação por benzodiazepínicos, não costuma haver depressão respiratória ou alteração de sinais vitais. Contudo, pode haver, de forma ocasional, amnésia anterógrada, cujos agentes mais frequentemente associados à amnésia anterógrada são lorazepam, midazolam e triazolam, embora isso possa ocorrer com os outros benzodiazepínicos. Em indivíduos nos extemos da vida (lactentes, crianças e/ou idosos), por conta de déficits fisiológicos do número de proteínas e incapacidade de metabolização da droga, os efeitos neurológicos podem ser ampliados e estendidos por maior período de tempo. Junto a
proteínas plasmáticas e teciduais, concorrendo com outras drogas, como exemplo sulfamidas pode ocasionar interações em pessoas que fazem uso mais de uma farmacoterapia. Depois de serem distribuído para todos os tecidos, acabam tendo maior concentração no fígado, cérebro e rins. No entanto os elevados níveis de lipossolubilidade podem acumular no tecido adiposo podendo dar origem a uma fonte toxicidade quando estas reservas são mobilizadas. 2.1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A intoxicação leve por barbitúricos apresenta quadro de tontura, fala arrastada, instabilidade postural, nistagmo, labilidade emocional e alteração cognitiva, o que, em muitos aspectos, se assemelha à intoxicação alcoólica e à toxicidade por outras medicações sedativo- hipnóticas. Na intoxicação severa aguda, pode ocorrer profunda sedação, que pode evoluir até o coma e a parede respiratória. Em geral, ocorre por uma evolução progressiva que se manifesta de forma previsível como um intervalo desde estupor até o coma para até a ausência de reflexo corneano e reflexos tendinosos profundos. As pupilas costumam ser normais e reativas, mas, caso ocorra hipóxia por hipoventilação, as pupilas podem se tornar midriáticas e fixas, e o tônus muscular, flácido. Um nível de consciência flutuante é comum. As anormalidades de sinais vitais mais comuns observadas em overdose são depressão respiratória, hipotermia e hipotensão, com depressão respiratória geralmente ocorrendo primeiro. O controle anormal da temperatura e a depressão respiratória são fenômenos mediados centralmente, enquanto que a hipotensão é um resultado de diminuição do tônus vascular, que pode ocorrer com níveis séricos de barbitúricos elevados. Os altos níveis séricos de barbitúricos também estão associados com alteração da motilidade gastrintestinal, com retardo na absorção da medicação, podendo ocorrer íleo adinâmico. As mortes precoces por intoxicação por barbitúricos ocorrem por depressão respiratória, podendo haver parada respiratória e colapso cardiovascular; a intoxicação por barbitúricos pode evoluir com edema pulmonar não cardiogênico, por alteração da permeabilidade capilar associada à intoxicação e por hipoperfusão. Outras complicações comuns incluem hipoglicemia, pneumonia por aspiração, que tem aparecimento tardio e lesão pulmonar aguda. As taxas atuais de mortalidade variam entre 1 e 3%.
O principal exame na avaliação da intoxicação por barbitúricos é a dosagem dos níveis séricos deles. Em relação ao fenobarbital, por exemplo, dosagens entre 15 a 40mcg/mL são consideradas terapêuticas, com doses acima de 50mcg/mL associadas a coma, sobretudo em pacientes que não são usuários crônicos, e níveis maiores que 80mcg/dL podem cursar com depressão respiratória potencialmente fatal. 2.3 TRATAMENTO Não existem antídotos específicos para intoxicação por barbitúricos, logo, seu tratamento é principalmente de suporte. Os pacientes com intoxicação severa têm dificuldade em proteger as vias aéreas e podem necessitar de intubação orotraqueal. A suplementação de oxigênio costuma ser suficiente para intoxicações leves com pacientes com sedação apenas parcial. A ressuscitação volêmica pode ser necessária em pacientes que evoluem com hipotensão, caso a ressuscitação volêmica não corrija a hipotensão, devem ser utilizadas medicações vasopressoras adrenérgicas. A lavagem gástrica não é normalmente indicada, os barbitúricos diminuem a motilidade gastrintestinal e, assim, atrasam a absorção da medicação, sendo indicado o uso de carvão ativado. Uma dose única de carvão ativado deve ser administrada a pacientes cooperativos, clinicamente estáveis, que se apresentam dentro de 1 hora de ingestão oral aguda. O carvão ativado em múltiplas doses é benéfico na redução das concentrações séricas de fenobarbital, mas nenhum estudo mostrou diferença em desfechos clínicos com o uso de múltiplas doses de carvão ativada. Ademais, deve-se avaliar o paciente, corrigir distúrbios hidroeletrolíticos e monitorizar os sinais vitais.