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Guias e Dicas
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Análise do Movimento Mandibular: Importância Clínica e Reabilitação Oral, Provas de Direito

Este documento discute a importância do movimento mandibular na medicina dentária para o diagnóstico e tratamento da articulação temporo-mandibular. Descreve os movimentos mandibulares, lateralidade, oclusão e excursões laterais, lateroprotrusão, movimento de dobradiça e movimentos bordejantes. Além disso, discute a importância de avaliar os movimentos bordejantes para verificar as condições de saúde da articulação.

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Agua_de_coco
Agua_de_coco 🇧🇷

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Universidade Federal de Pelotas
Faculdade de Odontologia
Extensão Universitária
- ADITEME -
“Atendimento Especial de Pacientes com Disfunção da Articulação
Temporomandibular”
Relações Dinâmicas dos Maxilares
Guilherme Camacho
Ida Müller
Lisandra Martinez
Coordenador Prof. Dr. Guilherme Camacho
Prof. Dr. Renato Waldemarin
Rev. 2014
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Universidade Federal de Pelotas

Faculdade de Odontologia

Extensão Universitária

- ADITEME -

“Atendimento Especial de Pacientes com Disfunção da Articulação

Temporomandibular”

Relações Dinâmicas dos Maxilares

Guilherme Camacho

Ida Müller

Lisandra Martinez

Coordenador Prof. Dr. Guilherme Camacho

Prof. Dr. Renato Waldemarin

Rev. 2014

SUMÁRIO:

1. Movimentos Mandibulares

1.1 Abertura e fechamento 1.2 Protrusão e retrusão 1.2.1 Guia incisal 1.3 Lateralidade 1.3.1 Lado de trabalho 1.3.1.1 Desoclusão pelo canino 1.3.1.2 Desoclusão em grupo 1.3.2 Lado de balanceio 1.4 Circundação

2. Posturas da mandíbula

2.1 Relação cêntrica 2.2 Máxima Intercuspidação Habitual 2.3 Máxima Intercuspidação Cêntrica 2.4 Relação de Oclusão Cêntrica 2.5 Repouso ou postural

3. Movimentos da ATM

3.1 Rotação 3.2 Translação 3.3 Trasrotação

4. Movimentos limites ou bordejantes

4.1 Plano Sagital 4.2 Plano Frontal (Coronal) 4.3 Plano Transversal

5. Movimento de Bennett e Ângulo de Bennett.

1. Movimentos Mandibulares:

Em medicina dentária, o estudo do movimento mandibular revela-se de grande importância no desenvolvimento de trabalhos de Reabilitação Oral pois permite determinar se existem ou não patologias ao nível da articulação temporo-mandibular, possibilita a realização do diagnóstico e a elaboração de um plano de tratamento adequado.

Conhecer a posição espacial da mandíbula em relação ao maxilar, a forma dos elementos da articulação temporo-mandibular e a análise temporal dos seus movimentos permite eliminar as causas patológicas que perturbam o normal funcionamento e, por outro lado, elaborar trabalhos de reabilitação oral equilibrados com a ajuda de articuladores.

1.1 Abertura e Fechamento: Os movimentos de abertura e fechamento ideais são observados de acordo com linhas verticais (fig. 2-5 A). Contudo, quando registramos no nível das articulações, eles podem apresentar uma leve tendência para dentro devido à deformação mandibular na abertura ampla. Naturalmente a linha registrada no nível dos dentes anteriores é mais longa do que registrada no nível da ATM. (SANTOS Jr., 2003) Durante o movimento de fechamento e abertura o músculo pterigóideo lateral superior e inferior atuam antagonicamente. Na abertura o pt. lateral inferior está ativo e durante o fechamento o pt. lateral superior está ativo para evitar que o disco articular volte para sua posição repentinamente e lesione a zona bilaminar que é rica em vasos, nervos e artérias. (SOARES, S.)

Abertura : O movimento de abertura é o movimento de abaixamento da ATM, sendo este a combinação de dois movimentos fundamentais: Há primeiramente uma rotação da mandíbula e, depois, uma translação. No primeiro momento os músculos abaixadores da mandíbula puxam a mesma para baixo até 1 ou 2 cm, o que corresponde à rotação. No segundo momento, ocorre a translação, isto é, o côndilo mandibular e o menisco são levados para frente e para baixo até se relacionar pelo seu versante anterior com o versante posterior do côndilo do temporal, continuando a ação dos abaixadores, a boca é aberta totalmente, ou seja, os arcos dentários afastados aproximadamente 4 cm. (FÍGUN, 2003)

O movimento inicia-se com o relaxamento dos músculos elevadores: masseter, pterigóideo medial e fibras anteriores e médias dos temporais, seguido do relaxamento dos músculos retratores que são as fibras posteriores dos temporais. Ao mesmo tempo, ocorre contração dos pterigóideos laterais inferiores, seguida de uma ação forte dos músculos supra-hióideos, principalmente o digástrico, proporcionando uma trajetória condilar para frente e para baixo, até que se atinja a abertura máxima. Nesta fase, o osso hióideo é estabilizado pela ação dos infra-hióideos. (SOARES, S.)

Fechamento: O movimento de fechamento é o movimento de elevação da ATM, parte da boca totalmente aberta (abertura máxima) até a oclusão cêntrica. Também acontece em dois tempos. O primeiro tempo a mandíbula é levada para trás e para cima até a fossa mandibular, ficando 2 cm entre os arcos dentários, no segundo tempo, o côndilo mandibular roda em torno do seu eixo transversal até a oclusão cêntrica, e conseqüentemente relação cêntrica. (FÍGUN, 2003)

O fechamento inicia-se com o relaxamento dos músculos depressores, principalmente, o digástrico e os pterigóideos, de forma sincrônica ocorrem à contração dos músculos elevadores: masseter, pterigóideo medial, fibras anteriores e médias dos temporais, determinando o fechamento inicial com o movimento ascendente da mandíbula, levando o conjunto côndilo/disco a deslizar pela face articular em direção à porção profunda da fossa mandibular, numa trajetória para cima e para trás. Enquanto o mento descreve uma trajetória para cima e para frente. Na fase final, as fibras posteriores do temporal se contraem provocando retração final da mandíbula. (SOARES, S.)

1.2 Protrusão e Retrusão

Protrusão é o movimento que a mandíbula faz no sentido póstero-anterior e retrusão é o retorno da mandíbula em sentido oposto.

O movimento protrusivo envolve o deslocamento condilar para frente, devido à ação dos músculos pterigóideos laterais, e para baixo, segundo o ângulo ditado pela vertente anterior da fossa articular e pelo padrão de deslocamento do disco articular. Existindo dentes anteriores, após um pequeno deslocamento protrusivo da mandíbula, haverá contato entre a borda incisal dos dentes inferiores e a face palatina dos dentes superiores. (SOARES, S.)

1.2.1. Guia anterior (ou guia incisiva): Quando, no movimento de protusão, os dentes inferiores anteriores deslizam pela concavidade palatina dos dentes anteriores superiores, desocluindo os dentes posteriores. (BARATIERI e Cols,1992)

Retirado da aula do Dr. Peter Reher, CD, Msc, PHD

Retirado da aula do Dr PETER REHER, CD, Msc, PHD

1.3.1. Lado de trabalho :

O paciente move a mandíbula para um dos lados, partindo da máxima intercuspidação e de uma posição de topo a topo entrecruza ou desliza de volta à máxima intercuspidação; movimento este, geralmente entre 8 e 10 mm. Os contatos neste plano (frontal) são avaliados e o padrão é classificado.

Podem ser encontrados dois tipos de desoclusão:

1.3.1.1. Desoclusão pelo canino : Onde, no movimento de lateralidade, o canino inferior desliza na concavidade palatina do canino superior, desocluindo os demais dentes, tanto do lado de trabalho quanto do lado de balanceio. (Baratieri e Cols,1992)

Desoclusão pelo canino- Lado direito (lado de trabalho) Lado esquerdo (lado de balanceio)

1.3.1.2. Desoclusão em grupo: um grupo de dentes, de segundo molar até o canino tocam-se, simultaneamente, desde o começo do movimento, desocluindo os dentes do lado de balanceio. Neste tipo de função, à medida que a mandíbula se movimenta, vai ocorrendo desoclusão progressiva dos dentes posteriores do lado de trabalho. Pode ocorrer também em um mesmo paciente, desoclusão pelo canino de um lado e desoclusão em grupo do outro lado. ( Baratieri e Cols.) 1992

Desoclusão em grupo

Mc Adam apud Roberto Maciel diz que tanto guia canina como função de grupo são fisiologicamente aceitáveis na dentição natural. Entretanto, o autor conclui que a função de grupo se deve ao desgaste oclusal dos dentes. Estas observações têm demonstrado que uma faixa de indivíduos relativamente jovem (até 30/35 anos de idade), de forma geral apresenta guia canina. Gradativamente com os desgastes funcionais nos caninos, começa um ligeiro contato nos 1° e 2° pré-

profissional orientar o movimento da mandíbula. O uso de carbono com diferentes cores, papel aluminizado, é indicado para a análise deste contato. Coloca-se o carbono e solicita-se ao paciente para apertar os dentes e em seguida movê-la para o lado oposto. No caso de contato de balanceio, as marcas aparecerão. Da mesma forma, coloca-se o carbono entre os dentes e o paciente move a mandíbula para o lado oposto. Se o papel continuar preso após a mandíbula se mover mais que 1 mm, pode significar contato de balanceio. É sempre recomendável a montagem dos modelos em articulador para melhor avaliação dos contatos, em uma melhor visualização e sem a influência do controle do sistema neuromuscular.

Interferências no lado de balanceio: Segundo Santos (1996), um contato em balanceio deve ser visto como interferência quando produz desvios nos movimentos mandibulares ocasionando movimentos rudes e com ressaltos em excursões laterais, impedindo um guia de trabalho eficiente e quando produz mobilidade dental aumentada nos dentes envolvidos. Para Wheilers & Ash (1987) este contato não é uma interferência oclusal a não ser que interfira com a função e parafunção em andamento (isto é, evita contato num certo momento no lado de trabalho). Para Mohl et al (1991), apenas quando os contatos dentais em balanceio impedem os contatos no lado de trabalho é que se justifica o termo, interferência do lado de balanceio. Segundo Dawsson (1996) as terminações nervosas proprioceptivas ao redor do dente são tão extraordinariamente sensíveis a variações de pressão que mesmo uma mínima interferência de um único dente é suficiente para modificar todo o padrão da função muscular. (MARDEN BATISTA GOMES) Analisando o contato de não trabalho, Al-hadi (1993) relatou que, quando estes contatos foram aumentados, foi observada uma alta associação com as DTMs. Já Kahn et al. (1999) simulou a introdução de contatos no lado de não-trabalho. O autor afirma que alguns indivíduos desenvolveram ambos os sinais e sintomas da disfunção, mesmo quando nenhuma interferência estava presente. Porém, os contatos no lado de não-trabalho podem existir e não desenvolver sintomas nos pacientes, a menos que causem alguma interferência durante os movimentos excursivos. (BARBOSA, G.A. S)

1.3 Circundação : Durante a mastigação, na verdade, não se realizam os movimentos isoladamente, sendo que se efetuam todos sucessivamente e em conjunto, e destes se resultam o movimento de circundação que tem origem a oclusão cêntrica ou ponto zero. (José Suzano de Medeiros)

2. Posturas da Mandíbula:

2.1 Relação Cêntrica:

O conceito de relação cêntrica vem sofrendo pequenas alterações. Até meados da década de 70 a definição clássica dizia: “posição mais retruída da mandíbula em relação à maxila, com os côndilos localizados na região mais posterior da fossa glenóide, de onde é possível a mandíbula realizar movimentos excêntricos dentro de um determinado grau de abertura”. Este conceito foi redefinido, pois anatômica e funcionalmente seria impossível forçar os côndilos mais distalmente na fossa glenóide, sem que ocorresse um movimento destes para baixo. O novo conceito define relação cêntrica como sendo a posição mais superior que os côndilos podem assumir na fossa glenóide, firmemente apoiado no disco articular, pelos ligamentos e musculatura. Através de estudos eletromiográficos, foi demonstrada a presença dos côndilos na região mais superior e anterior da fossa glenóide durante a fase final do ciclo mastigatório. A importância do uso da relação cêntrica do ponto de vista clínico-terapêutico consiste no fato de que esta é uma posição crâniomandibular, que independe dos contatos dentários, é facilmente reproduzível pelo cirurgião-dentista e confortável para o paciente. A relação cêntrica é a posição articular mais fisiológica possível, sendo uma condição necessária prévia a uma análise oclusal, é uma relação de local entre a maxila e a mandíbula, em que o côndilo está relacionado com a área mais fina do disco articular sem a presença de vasos, em uma posição ântero-superior com o tubérculo articular. Esta relação é independente da intercuspidação dental. Podem ser utilizada três técnicas de manipulação para se obter a RC: (1) manipulação bimanual de Dawson; (2) JIG ; (3) tiras de Long. O sucesso das técnicas de obtenção da RC implica em ter um paciente assintomático, sentado em posição ortognática e relaxado. A mandíbula deve ser gentilmente manipulada pelo clínico, no sentido mais superior do que posterior e, com o auxílio do paciente fechando a boca, pela ação de seus músculos elevadores. O critério mais importante para a RC é um completo repouso do músculo pterigóideo lateral durante o fechamento mandibular. Este músculo deverá manter-se descontraído durante todo o fechamento, se não ocorrerem interferências oclusais em relação cêntrica. Durante o fechamento, em uma articulação temporomandibular (ATM) intacta, o complexo côndilo- disco é elevado à eminência por uma tríade de músculos elevadores potentes, que puxamos côndilos para cima, fazendo-os deslizar pelo declive posterior da eminência. A função do masseter e do pterigóideo medial deve manter os côndilos sob carga contra a eminência em todos os movimentos excursivos e em RC. Com estas noções podemos entender o significado deste posicionamento, mencionado no conceito atual de RC:“o mais superior” em contrapartida ao antigo conceito “ a mais retruída”. A RC é a posição mais superior que um complexo côndilo-disco perfeitamente alinhado pode alcançar contra a eminência. A mandíbula estará em RC se quatro critérios forem totalmente observados: 1) os discos devem estar apropriadamente alinhados em ambos os côndilos; 2) o complexo côndilo-disco deve estar em seu posicionamento o mais superior possível contra o declive posterior da eminência; 3) o pólo medial de cada complexo côndilo-disco deve ser suportado por osso; 4) os músculos pterigóides laterais inferiores devem estar passivos.

Também chamada de oclusão cêntrica; é uma posição de acomodamento da mandíbula, pois a presença dessa posição deve-se à impossibilidade de os côndilos assumirem seu posicionamento em RC, procurando evitar contato prematuro; os côndilos são levados para baixo, ocorrendo máximo contato dentário. (Elio Mezzomo, 1997) Máxima Intercuspidação Habitual (MIH) consiste na posição de máxima intercuspidação, é a posição de referência mais reproduzida. Os dentes ocluem em uma posição onde existe atividade máxima da musculatura.

2.3 Máxima Intercuspidação Cêntrica (M.I.C) A MIC é originalmente determinada, morfologicamente pela forma e localização dos dentes, pelos proprioceptores periodontais e pela memória muscular, reforçada pelo contato dentário. Os impulsos nervosos permitem que a mandíbula abra e feche, rápida e repetidamente em uma mesma posição. Um pequeno percentual de indivíduos, de 10 a 14% tem esta posição coincidente com a posição de Relação Cêntrica. A grande maioria de indivíduos tem uma diferença de aproximadamente 0.1 a 1.5 mm entre a MIC e a RC. Esta diferença, ou deslocamento, comumente denominada deslize em cêntrica ou discrepância cêntrica, ocorre nos 3três planos espaciais. Em seus estudos, Rieder demonstrou ser de 0.1 a 1.5mm verticalmente, de 0.1 a 1.0mm horizontalmente e menos de 1.0mm transversalmente. Quando a MIC é inaceitável, emprega-se, ou uma posição ditada pela musculatura, referida como posição miocêntrica, ou uma posição artículo-ligamentar, referida como posição de relação cêntrica, para relacionar a mandíbula à maxila, de forma reproduzível. A posição miocêntrica tem sido definida como aquele ponto espacial, no qual, com a mandíbula em posição de repouso e subseqüente contração isotônica da musculatura produzida pelo TENS, faz com que os dentes ocluam. Aqueles que postulam a técnica miocêntrica advogam que o leve avanço da mandíbula da posição de MIC ou RC originais, promove uma posição condilar mais favorável. Sugerindo, ainda, que esta posição melhora a função muscular e a correta posição dos côndilos na fossa. Seus delatores questionam a reprodutividade da posição miocêntrica, devido a alterações na tonicidade muscular na atividade diária causada por estresse, ansiedade, ou outros estados emocionais, que modificam a postura, e pela própria fadiga muscular.

2.4 Relação de Oclusão Cêntrica (ROC) É a posição mandibular onde coincide a MIH e a RC; há uma harmonia do sistema mastigatório; ocorre em apenas 10%das pessoas com dentição natural.

2.5 Posição de Repouso ou Postural:

A posição de repouso da mandíbula tem evocado na profissão muitos conceitos e muita controvérsia. Apesar dos avanços científicos poucas conclusões sobre esta posição tem sido

propostas. Levando-se em conta a atividade complexa neuromuscular do aparelho mastigatório, pode-se descrever esta posição como uma posição postural. A postura da mandíbula pode ser definida como o equilíbrio de um nível inferior de atividade entre músculos elevadores e depressores da mandíbula, bem como a propriedade viscoelástica dos músculos, capazes de manter o osso mandibular suspenso a certa distância interoclusal. Acredita-se que durante esta posição mandibular as fibras musculares estão em seu comprimento ótimo e a um nível de contração mínimo, de onde estarão capazes de iniciar a elevação ou depressão da mandíbula. Provavelmente é a partir deste ponto que os músculos mastigatórios iniciam sua contração para alcançar o melhor potencial de força, de forma que os contatos dentais ao nível da posição intercuspidal sejam proporcionados. Este fato dá evidências de que não se permite ao profissional invadir o espaço livre, que deve ser preservado entre as superfícies de oclusão. De acordo com a maioria das autoridades, o espaço livre interoclusal está ao redor de 1 a 3 mm e não deve ser aumentado ou diminuído por processos de reabilitação que podem resultar, respectivamente, em infra-oclusal ou supra-oclusal. (Santo, Jr., 1997)

3. Movimentos da ATM:

3.1 Rotação:

A rotação ocorre quando o côndilo se movimenta em torno de um eixo fixo, se articulando

contra a superfície inferior do disco articular, portanto, este movimento ocorre na cavidade ou

compartimento articular inferior da articulação. O movimento de rotação da mandíbula pode ocorrer

nos planos horizontal, frontal (vertical) e sagital. O movimento mandibular em torno do eixo horizontal

pode ocorrer na abertura e no fechamento da boca. É chamado de movimento de dobradiça, no qual

se observa o movimento de ambas as articulações em volta de um único eixo de rotação. Este

movimento raramente ocorre durante o funcionamento normal. O movimento em volta do eixo frontal

ocorre quando a mandíbula se desloca lateralmente, assim, um côndilo de desloca em direção à

eminência articular e o outro permanece no eixo de rotação frontal.

Devido à inclinação da eminência articular, o movimento lateral da mandíbula está associado

ao movimento do côndilo orbitante para baixo (côndilo contrário ao lado para o qual a mandíbula se

deslocou), gerando outro eixo terminal de rotação no plano sagital.

3.2 Translação

A translação pode ser definida como um movimento de um corpo em que todas as partes têm, em cada instante, a mesma velocidade e direção. A translação ocorre na cavidade ou

bordejantes de abertura posterior que utilizam o eixo de rotação terminal, são os únicos movimentos de dobradiça da mandíbula que podem ser reproduzidos. Em relação cêntrica a mandíbula pode ser rotacionada ao redor do eixo horizontal até uma distancia de 20 a 25 mm entre as bordas incisais do maxilar e os incisivos inferiores. Nesse ponto de abertura os ligamentos temporo-mandibulares estão tensos, após o que a continuação da abertura resulta numa translação anterior e inferior dos côndilos. À medida que o côndilo é transladado, o eixo de rotação da mandíbula movimenta-se no corpo do ramo, resultando num segundo estágio do movimento bordejante de abertura posterior. Durante este estágio, no qual a mandíbula está rotacionando em volta de um eixo horizontal passando através do ramo, os côndilos estão se movendo anterior e inferiormente e a porção anterior da mandíbula está se movendo posterior e inferiormente. A abertura máxima é alcançada quando os ligamentos capsulares impedem os movimentos adicionais do côndilo. A abertura máxima varia entre 40 e 60 mm quando medimos as bordas incisais dos dentes superiores e inferiores. (Texto e imagens retirados do livro de Jeffrey P. Okeson, 1992)

Primeiro estágio: movimento de rotação da Segundo estágio do movimento Mandíbula com os côndilos na posição de rotação durante a abertura. Terminal de dobradiça.

4.1.2 Movimentos Bordejantes de Abertura Anterior: Com a mandíbula totalmente aberta, o fechamento acompanhado da contração dos pterigóideos laterais inferiores produzirá o movimento bordejante de abertura anterior Teoricamente se os côndilos se estabilizarem nesta posição anterior, um movimento somente de dobradiça iria ocorrer quando a mandíbula estivesse fechando da abertura máxima até a máxima posição de Protrusão. O movimento posterior do côndilo a partir da posição de abertura máxima até a posição de protrusão máxima causa a excentricidade do movimento bordejante anterior. Dessa forma não é um movimento de rotação puro.

Movimento bordejante de abertura anterior no plano sagital

4.1.3 Movimentos bordejantes de contato superior: Ao passos que os movimentos bordejantes previamente estudados são limitados pelos ligamentos, o movimento bordejante de contato superior é determinado pelas características das superfícies oclusais dos dentes. Durante este movimento todo há contato dental. Na posição de relação cêntrica, o contato dentário ocorre normalmente em um ou mais pares de dentes antagônicos posteriores. O inicio do contato dental no fechamento terminal de rotação (relação cêntrica) ocorre entre as vertentes mesiais dos dentes superiores e as vertentes distais dos dentes inferiores. Se colocarmos força muscular na mandíbula, um movimento ântero-superior ou deslocamento resultará até que a oclusão cêntrica seja alcançada. Em oclusão cêntrica geralmente existem contatos dos dentes antagônicos. Quando a mandíbula é protruída da oclusão cêntrica, o contato entre as bordas incisais dos dentes ântero- inferiores e as vertentes palatinas dos dentes ântero-superiores resultam num movimento ântero- inferior da mandíbula. Isso continua até que os dentes anteriores superiores e inferiores estejam numa relação topo a topo, durante a qual um traçado horizontal é seguido. O movimento horizontal continua até as bordas incisais dos dentes superiores. Neste estágio a mandíbula move-se numa direção superior até os dentes posteriores contatarem. A superfície oclusal dos dentes posteriores determina o trajeto restante até o movimento de protrusão máxima, o qual se une com a posição superior máxima do movimento bordejante de abertura anterior. Quando uma pessoa não tem discrepância entre a relação cêntrica, a descrição inicial do contato superior do movimento bordejante é modificada. De RC não há deslizamento superior a OC. O movimento de protrusão iniciante imediatamente conecta os dentes anteriores e a mandíbula move-se inferiormente, como detectado pela anatomia lingual dos dentes ântero-superiores.

Relacionamento típico dos dentes quando os côndilos estão na posição de relação cêntrica (RC).

4.2 Plano bordejante horizontal e movimentos funcionais:

4.2.1 Movimentos bordejantes laterais esquerdo:

4.2.2 Movimentos bordejantes lateral esquerdo continuado com protrusão:

4.2.3 Movimentos bordejantes Laterais direito:

Com o côndilo na posição de RC, a contração do pterigóideo lateral inferior direito fará o côndilo mover-se para frente e para o meio (também para baixo). Se o pterigoídeo lateral inferior esquerdo ficar relaxado, o côndilo esquerdo permanecerá situado em RC e o resultado será um movimento bordejante lateral esquerdo. O côndilo esquerdo é chamado de côndilo de rotação porque a mandíbula rotaciona em torno dele. O direito é chamado de côndilo orbitante porque ele órbita ao redor do côndilo de rotação.

Com a mandíbula na posição bordejante lateral esquerda a contração do músculo pterigoídeo lateral inferior esquerdo juntamente com a contração continuada do pterigoídeo lateral inferior direito levará o côndilo esquerdo a mover-se para frente e para a direita. Como o côndilo direito já está na sua posição anterior máxima, o movimento do côndilo esquerdo até a posição anterior máxima causará um deslize na linha média da face.

Com o côndilo retornado na posição de RC, a contração do pterigóideo lateral inferior esquerdo levará o côndilo esquerdo a mover-se para frente e para o meio (também para baixo). Se o pterigoídeo lateral inferior direito ficar relaxado, o côndilo direito permanecerá situado em RC. O movimento mandibular resultante será o bordejante lateral direito. (p.ex., o côndilo esquerdo girando em torno do eixo frontal do côndilo direito). O côndilo direito neste movimento é chamado de côndilo de rotação porque a mandíbula

Quando os movimentos mandibulares são vistos no plano horizontal, um traçado na forma rombuda pode ser visto e tem quatro componentes de movimentos distintos além de um componente funcional.

4.2.4 Movimentos bordejantes lateral direito continuado com protrusão:

4.3 Movimentos Bordejantes Frontais e Movimentos Funcionais

4.3.1 Movimentos bordejantes lateral superior esquerdo:

Com a mandíbula na posição bordejante lateral direita a contração do músculo pterigoídeo lateral inferior direito juntamente com a contração continuada do pterigoídeo lateral inferior esquerdo fará o côndilo direito mover-se para frente e para esquerda. Como o côndilo esquerdo já está na sua posição anterior máxima, o movimento do côndilo direito para a sua posição anterior máxima causará um deslize na linha média mandibular para coincidir com a linha média da face.

Com a mandíbula em OC um movimento lateral para a esquerda é feito. Um aparelho de registro vai mostrar um traçado inferior côncavo sendo criado.

  1. Lateral superior esquerdo
  2. Abertura lateral esquerda
  3. Lateral superior direita
  4. Abertura lateral direita OC. Oclusão Cêntrica PP. Posição postural