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Este documento discute os princípios fundamentais da relação entre religião e esfera pública, enfatizando a importância da laicidade do estado e dos direitos dos cidadãos em sociedades democráticas. O texto aborda disputas recentes no brasil sobre direitos humanos, ensino confessional e a imposição de moralidade cristã, enfatizando a necessidade de respeito mútuo e a busca do bem comum.
O que você vai aprender
Tipologia: Resumos
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Princípios da Relação Entre Religião e a Esfera Pública Considerando que as religiões fazem parte da cultura e promovem sentido e valores para a vida das pessoas, entende-se também que ela desempenha um papel político, pois em algum grau conseguem manter a sensibilidade humana, que em outras áreas da vida foram engolidas pela competição, busca de lucro, sucesso na careira e as mais variadas manifestações de individualismo que possam surgir na sociedade. O foco no apenas no que se convencionou chamar de sucesso priva a mente do indivíduo de sentir empatia e mesmo de auxiliar outros que tenham dificuldades, sejam físicas, na saúde, financeira ou mesmo devido à classe social a que pertence. Mesmo com toda essa importância das religiões na sociedade, um dos princípios mais elementares que devem ser seguidos é o da laicidade do estado. Presumimos estar dissertando sobre sociedades democráticas, onde existe ou pode existir pluralidade de manifestações religiosas, bem como grupos de cidadãos que não seguem nenhum tipo de crença. Sendo assim, o Estado precisa ter uma postura de neutralidade quanto às religiões dos cidadãos. Nenhum grupo religioso, por mais prestigiado ou maioria que seja, tem o direito em uma democracia de impor sobre os não praticantes de sua religião leis e conceitos relacionados a fé. Em se tratando de Brasil, exemplos recentes são as disputas sobre os direitos de pessoas que se assumem como homossexuais. Existe uma parcela dos que se declaram cristãos e que consideram ser legítimo impor a moralidade cristã, ou aquilo que se acha que ela seja, sobre esses cidadãos. Outro ponto que sofre disputas é o ensino confessional nas escolas. Existe uma tentativa deliberada de nublar o que realmente se pretende com práticas religiosas dentro do ambiente escolar, ou seja, além do provável erro que incorrem na tentativa de impor, busca-se confundir as motivações, sob argumentos de formar bons cidadãos, gente de bem ou qualquer outro jargão semelhante. Como se a simples prática de alguns ritos religiosos ou a pregação disfarçada fosse condição para a formação de cidadãos exemplares.
Essa tentativa de imposição da moralidade cristã sobre a sociedade em geral é uma anomalia dentro de um país que se julga democrático. Uma democracia real não abre espaço para esse tipo de conflito. Numa democracia, religiosos e não religiosos convivem em harmonia. Em assuntos que sejam de suma importância para um ou outro, usa-se o recurso da secularização, buscam complementar os conceitos e entendimentos de cada lado, respeitando as pessoas como seres humanos dignos de serem respeitados, buscando o bem comum, não tratando o cidadão como objeto de disputa e manipulação, buscando o benefício próprio ou de instituições religiosas. Não se exclui, obviamente, o dever dos não religiosos e os poderes do Estado de respeitarem o conjunto de crenças, proteger o direito ao culto bem como os locais de sua realização, conforme o que é previsto em lei. Um Estado laico não é necessariamente um Estado ateu, mas sim um Estado neutro nessas questões. A história prova, nos mais diversos lugares e em variados períodos da existência humana, que onde o Estado não se coloca como neutro, ora exercendo força contra a religião das pessoas, ora impondo conjuntos de dogmas sobre as pessoas, em todas essas ocasiões o resultado comum é sofrimento do cidadão e atraso no desenvolvimento humano, ao perder tempo com rixas infrutíferas. Um outro princípio que não pode ser negligenciado é o dos direitos do cidadão. Por mais que algum membro da sociedade queira acreditar que suas próprias manifestações culturais sejam superiores, que suas crenças sejam as corretas, que suas escolhas sejam as adequadas, ele deve se submeter ao conceito do Estado Democrático, reconhecer que todas as pessoas possuem direito à liberdade de expressão, de crença, de escolhas, de identidade cultural e de qualquer outra forma de expressão, desde que não venha a ferir o direito do próximo. É lamentável observar que grupos religiosos arrogam para si o suposto direito de ditar o que é bom ao invés de exercitar a inteligência e ajudar a construir uma sociedade que seja cada vez mais justa, com liberdade e paz entre todos os cidadãos, de todas as vertentes religiosas e os de nenhuma.