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Esse tema tem sido discutido por vários anos desde uma ótica que está vinculada a ver somente se o número dos 144.000 selados é literal ou simbólico, desta forma foi despertada a curiosidade de saber um pouco mais sobre qual a relação dos 144.000 e a grande multidão e sua contribuição na totalidade do livro do Apocalipse. Sendo assim, tal assunto torna-se de suma relevância para novos estudos em relação aos que são descritos como salvos na revelação de Jesus para os santos dos últimos dias. Nest
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Carlos Timm^2 Adenilton Aguiar 3 Vania Hirle^4
RESUMO
Esse tema tem sido discutido por vários anos desde uma ótica que está vinculada a ver somente se o número dos 144.000 selados é literal ou simbólico, desta forma foi despertada a curiosidade de saber um pouco mais sobre qual a relação dos 144.000 e a grande multidão e sua contribuição na totalidade do livro do Apocalipse. Sendo assim, tal assunto torna-se de suma relevância para novos estudos em relação aos que são descritos como salvos na revelação de Jesus para os santos dos últimos dias. Neste estudo será investigada a relação existente entre os cento e quarenta e quatro mil e a grande multidão, evidenciando desta forma as semelhanças entre eles. Serão apresentadas as semelhanças entre os dois grupos no capítulo 7 de Apocalipse, e compreender que os dois conjuntos que ali se encontram são a mesma multidão. Strand (1990, p. 36, 37) apresenta o Apocalipse em oito partes bem definidas, sendo utilizados para muitos estudos teológicos. Contudo o presente estudo fará uma abordagem diferente, sendo os capítulos divididos em blocos bem definidos. O primeiro bloco vamos classificar como o clímax do Apocalipse, encontrado do capítulo 11 até 14. O estudo deste bloco vai começar do capítulo 14 e retroceder até chegar ao 11. O segundo bloco é o capítulo 15-18, onde encontramos os santos vencendo a besta e seu sinal. Por fim temos o ultimo bloco, Apocalipse 19-22, nele os salvos estão vitoriosos no céu junto com o cordeiro. Desta forma se tornará perceptível que são encontrados [os 144 mil/grande multidão] não somente nos capítulos 7 e 14, mas anteriormente ao 7, no centro de Apocalipse, capítulos 11-14 e no restante do mesmo livro. Assim temos evidente que o Apocalipse é um livro que foi escrito em sua essência para o tempo do fim, tendo como prova disto o fato de estar espalhado nele o grupo que será vencedor sobre a besta, vencedor em Cristo Jesus.
(^1) Artigo apresentado ao Seminário Latino Americano de Teologia (SALT) como requisito obrigatório parcial para obtenção do título de Bacharel em Teologia. 2 3 Formando em teologia do SALT^ –^ IAENE - 2012 4 Mestre em Ciência da Religião e professor orientador específico. Doutora em Educação e Sociedade
PALAVRAS-CHAVE: 144 mil. Grande Multidão. Salvos.
ABSTRACT
This topic has been discussed for several years from a perspective that is bound to do only if the number of the 144,000 sealed is literal or symbolic, in this way was aroused curiosity to know more about what the relationship and the great crowd of 144,000 and its contribution in the entire book of Revelation. Therefore, this issue becomes of paramount importance for further studies in relation to what are described as saved in the revelation of Jesus to the Latter-day Saints. This study will investigate the relationship between the one hundred forty-four thousand and great crowd, thus showing the similarities between them. We will present the similarities between the two groups in chapter 7 of Revelation, and understand that the two sets that are there are the same crowd. Strand (1990, p. 36, 37), presents the Apocalypse in eight well-defined parts, and are used for many theological studies. However this study will be a different approach, the sections being divided into blocks well defined. The first block will rank as the climax of Revelation, found in Chapter 11 through 14. The study of this block will start with Chapter 14 and go back to get to 11. The second block is chapter 15-18, where we find the saints winning the beast and his mark. Finally we have the last block, Revelation 19-22, winning him the saved are in heaven with the lamb. This form will become apparent that are found [the 144,000 / large crowd] not only in chapters 7 and 14, but prior to 7 in the center of Revelation, chapters 11-14 and the rest of the same book. Once we clear that Revelation is a book that was written in its essence to the end time, taking this as evidence the fact of being spread out the group that it will be victorious over the beast, winner in Christ Jesus.
INTRODUÇÃO
Durante muitos anos estudou-se o capítulo sete de Apocalipse, em especial o grupo dos 144 mil, sendo o seu número um atrativo para os teólogos. Porém, o presente estudo visa analisar a relação existente entre os 144 mil e a grande multidão, haja vista que a devida compreensão da real ligação entre os dois grupos, torna mais fácil a análise de outros textos que tratam do mesmo povo. Nichol (1988), apresenta três possibilidades que existem de interpretação sobre os 144 mil e a grande multidão. Na primeira delas os dois grupos são o mesmo, porém sob diferentes
Esse argumento é bastante forte a primeira vista, mas analisando toda a visão e não somente um parágrafo torna-se mais fácil de compreender o sentido da expressão “em número”. Na mesma visão a autora afirma: “E quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse: ‘Somente os 144.000 entram neste lugar’, e nós exclamamos: "Aleluia"! (WHITE, 2011, p. 19). É interessante que Cristo diz os 144 mil como estivesse se referindo a uma classe de pessoas e não a um número específico, caso fosse este um numero literal seria mais lógico Cristo dizer que somente 144 mil pessoas entrariam no local. Outra citação da mesma autora que vem logo após é: “Oh! se me fosse dado falar a língua de Canaã, poderia então contar um pouco das glórias do mundo melhor. Vi lá mesas de pedra, em que estavam gravados com letras de ouro os nomes dos 144.000 (WHITE, 2011, p.19). Se realmente fosse este um número literal, então faria mais sentido Ellen White escrever que estavam gravados nas mesas de pedras 144 mil nomes. Para terminar de explicar esse texto é possível observar que no começo da expressão a autora utiliza a palavra “ouvimos”, isto é, naquele momento Ellen White ouviu a voz de Deus dizendo para os 144 mil o dia e a hora da sua vinda. Desta forma o que se pode dizer é que esta expressão utilizada para “comprovar” dizer que os 144 mil são um número literal não é suficiente. Há ainda outra visão, na qual Ellen White (2010, p. 59) diz:
Então a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem, envolto em labaredas de fogo. Olhou para as sepulturas dos santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e exclamou: "Despertai e exultai, vós que habitais no pó." Isa. 26:19. Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos saíram revestidos de imortalidade. Os 144.000 clamaram "Aleluia!", quando reconheceram os amigos que deles tinham sido separados pela morte, e no mesmo instante fomos transformados e arrebatados juntamente com eles para encontrar o Senhor nos ares. Ao Jesus voltar, os 144 mil estão vivos, pois eles clamaram “Aleluia” quando os seus queridos deixam as sepulturas. Para White este grupo é muito especial, pois em uma de suas visões relata um fato interessante: “E quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse: "Somente os 144.000 entram neste lugar", e nós exclamamos: "Aleluia!"” (WHITE, 2010, p. 63). Há ainda uma expressão que White (1967, p. 263) utiliza para falar em uma carta enviada a um marido que está de luto por sua esposa. Na carta ela diz:
Vi que ela estava selada, e à voz de Deus ressurgiria e se ergueria sobre a terra, e estaria com os 144.000. Vi que não precisamos chorar sobre ela; ela repousaria durante o tempo da angústia, e tudo que pudéssemos lamentar seria nossa perda de ficar privados de sua companhia. Vi que seu falecimento redundaria em bem.
Para muitos isso é como se os 144.000 fossem um povo que já está sendo separado há muito tempo, mas não é isso que a Bíblia ensina, como será visto no decorrer do estudo. Têm- se aqui duas possibilidades: uma delas é que a irmã que Ellen White está se referindo está incluída na ressurreição especial antes da volta de Cristo que é mencionada em Daniel 12. Como na mesma citação encontra-se a expressão “e à voz de Deus ressurgiria e se ergueria sobre a terra”, isso reafirma que tal irmã possivelmente fará parte da ressurreição especial mencionada. Neall (1990, p. 272-275) faz uma abordagem sobre as características dos 144.000 no capítulo 14 de Apocalipse. Tabela 1: Características dos 144.000 (Ap 14:1-5) Nome divino nas testas Verso 1 Cantão uma nova cação Verso 3 Resgatado da terra Verso 3 Virgens espirituais Verso 4 Seguidores do cordeiro Verso 4 Primícias Verso 4 Verdadeiro e leal Verso 5 Irrepreensíveis Verso 5 (1990, p.272-275)
2. Os 144 mil e a grande multidão Serão estudados não somente estes textos, mas outros de Ellen White no decorrer do respectivo artigo. Para começar a relacionar esses dois grupos, os 144 mil de Apocalipse 7:1- e a grande multidão de Apocalipse 7:9-17, será necessário analisar cada um dos cinco argumentos que aqui serão expostos, visto que evidenciaram qual a afinidade existente entre os dois grupos. 2.1 Um povo separado O primeiro fato a ser levado em consideração é que os 144 mil e a grande multidão servem a Deus, cada um em momentos diferentes. Os 144 mil estão selados (Ap 7:4), são um povo diferenciado e estão separados para estarem junto de Deus no céu (Ap 14:1). Por sua vez, a grande multidão está perante Deus (Ap 7:9,10) para adorá-lo. Desta forma percebe-se que os dois grupos tem algo em comum na questão de serem o povo de Deus. 2.2 Ver e ouvir
caso são chamados de 144 mil) triunfaram. Por fim, ainda existe outro texto que está no livro O Grande Conflito , onde tem-se a seguinte descrição:
No mar cristalino diante do trono, naquele mar como que de vidro misturado com fogo – tão resplendente é ele pela glória de Deus – está reunida a multidão dos que “saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome” (Apoc. 15:2). [...] “Estes são os que vieram de grande tribulação” (Apoc. 7:14); passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó; permaneceram sem intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus. Mas foram livres, pois “lavaram os seus vestidos, e os branquearam no sangue do Cordeiro”. “Na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis” diante de Deus. “Por isso estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo; e Aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a Sua sombra” (Apoc. 7:15) (WHITE, 2005, p. 648-649). É interessante notar alguns detalhes importantes neste trecho: em primeiro lugar a autora mostra que está reunida uma multidão que saiu vencedora do combate com a besta; em segundo ela diz que estão no monte Sião com o Cordeiro e que são os 144 mil. Em terceiro lugar (e talvez o mais importante) seja a afirmação de que povo saiu vencedor da besta, os 144 mil, são os que vieram da grande tribulação. Não obstante, o relato bíblico aponta a grande multidão como os que vieram da grande tribulação. Sendo aqui mostrado que para Ellen White não havia diferença entre os 144 mil e a grande multidão. Keener (1993), afirma que a tribulação sofrida pela multidão se refere àquela comentada em Daniel 12:1, acrescentando em sua fala que os roupões brancos manchados de sangue possuem um significado especial. Na cerimônia de purificação dos utensílios do templo era o sangue de sacrifício que purificava estes (Hb 9:21-22). Neall (1992, p. 252) diz que Apocalipse 7:1-3 descreve os quatros anjos segurando os quatros ventos. Entretanto, o verso 14 se refere à grande multidão que passou por esses ventos, sendo esta a tribulação já mencionada por Daniel (Dan. 12:1). 2.4 A igreja militante e a triunfante O penúltimo argumento é que a igreja está sendo apresentada de duas maneiras diferentes. Taylor (2006, p. 448) afirma no Comentário Bíblico Beacon “que João viu foi a Igreja Militante na terra (VV. 1-8) e a Igreja Triunfante no céu (VV. 9-17)”. Essa ideia também é defendida por outro teólogo ao acrescentar que João descreve primeiro o Israel de Deus em forma simbólica e depois mostra o tamanho real dos salvos, sendo estes uma grande multidão (LARONDELLE , 2000, p. 154-155). Larondelle (2000, p. 153) acrescenta dizendo que há no texto de Apocalipse 7 uma progressão histórica, mostrando na primeira parte a existência da igreja selada na terra e que está enfrentando a crise final. Ademais, aponta a multidão que está na presença de Deus como
sendo a igreja vitoriosa (agora está no céu), o que para o autor é um desenvolvimento da história da salvação. 2.5 Simbologia Finalmente será analisada a simbologia do número dos 144 mil e a multidão incontável, sendo estes grupos de suma importância para o estudo do artigo. Por muitos anos houve certa dúvida quanto ao número dos 144 mil, pois existem duas classes de opiniões que estão bem divididas. Uma delas defende um número literal, enquanto a outra classe afirma tratar-se de um número é simbólico. Há também aqueles que acreditam que a grande multidão são os salvos de todas as épocas. O estudo não se aprofundará neste ponto, esta informação tem que ficar bem clara na mente do leitor. 2.5.1 Os 144 mil A fim de dar início à analise sobre o assunto torna-se relevante o posicionamento de Mello (1958, p. 182), teólogo que escreveu um comentário sobre o Apocalipse. Sobre este assunto ele escreve:
A profecia do assinalamento não trata do Israel carnal que foi condenado como nação por ter rejeitado o Filho de Deus. Outra evidência é que a obra do selamento não foi efetuada em tempo algum entre o antigo Israel quando contava ainda doze tribos intactas. Pois, trata-se duma mundial e não só na Palestina. Muito menos poderá tratar-se de uma obra entre os judeus atuais que contam apenas uma tribo, ou seja a de Judá, espalhada pelo mundo. Outro fator que prova não tratar-se das antigas doze tribos de Israel é que há alterações que não continham entre elas, [...] Os acontecimentos que cumprem a profecia do assinalamento, testificam tratar-se duma obra entre o povo verdadeiro de Deus que, por seus característicos tão diversos e internacionais, conta também doze tribos. Quando se analisa o ponto de vista do autor nota-se que as tribos citadas em apocalipse 7 não podem ser encontradas em sua totalidade. Além disso, há Holbook (1992, p.
Ao se mostrar estas cinco semelhanças entre os 144 mil e a grande multidão, se objetiva confirmar os dois grupos como sendo o mesmo povo, apresentado a João em lugares e de formas diferentes. Para Ladd (1980, p. 448), “cento e quarenta e quatro mil são o mesmo grupo que foi selado em 7:9-17”. Kistemaker (2004, p. 315), afirma que todo “o capítulo, dedicado aos santos, é mais um pináculo do que uma pausa. À pergunta suscitada no sexto selo, ‘quem é capaz de suportar?’(6:17), João formula uma resposta: os 144.000 e a incontável multidão”. Lopes (2005, p. 282), afirma que “Os 144.000 são o mesmo grupo que foi selado em (7:9-17). Eles representam a totalidade dos redimidos”. Para outro comentarista a posição é expostas da seguinte maneira;
A figura cento e quarenta e quatro mil não deve ser tomada literalmente, mas simbolicamente. Ela representa aqueles que “foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro” (14.4). O número (12x12x1000) significa uma multidão grande e completa (BEACON, 2006, p. 448). Carson (1994, p. 110), diz que a visão dos 144 mil descrita por João é substituída por uma grande multidão que ninguém podia contar, o que desta forma cumpriria a promessa feita a Abraão. Entretanto, o mesmo autor afirma que esta multidão é contável, uma vez que Deus sabe o número dos eleitos. Logo, pode-se dizer que esses dois grupos, os 144 mil e a grande multidão, são um só grupo. O que o presente estudo a se referir a eles a partir de agora como grupo dos salvos, santos, remanescentes, ou até mesmo 144 mil/grande multidão. Vale ressaltar que esse grupo tão especial não se encontra somente no capítulo 7 de Apocalipse, mas aparece (explicitamente ou implicitamente) no restante do referido livro. Por este motivo serão estudados iremos estudar os capítulos que falam acerca de tal grupo.
B. OS 144 MIL NO CENTRO DE APOCALIPSE (APOC. 11, 12, 13 E 14)
Para início desta seção será estudado o capítulo 14, que aborda o grupo dos salvos e que se refere ao Cordeiro no Monte Sião com os 144 mil. Para Timm (2011), a estrutura do capítulo 14 de Apocalipse é “proléptica, na qual primeiro é descrito o grupo dos 144 mil (versos 1-5), para então serem mencionadas as três mensagens angélicas responsáveis pela origem desse grupo (versos 6-12)”. Ele também afirma que os 144 mil são responsáveis pela proclamação das mensagens angélicas, pois isso antecede a volta de Cristo no período final da história. Todavia, os 144 mil estarem inseridos em um grande conflito entre adorar a Deus ou
a besta, este povo guarda os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus. Percebe-se, então, que os 144 mil possuem uma missão: proclamar as três mensagens angélicas. Assim, o selamento se refere não somente à salvação, mas também à pregação do evangelho. Ranko Stefanovic (2002, p. 38), mostra através de paralelismo que os 144 mil tem uma missão a cumprir: a pregação da volta de Jesus, missão que é realizada através do anúncio das três mensagens angélicas.
Paralelismo
A. Prólogo (1:1-8) B. Promete ao vencedor (01:09 - 03:22) C. Trabalho de Deus para a salvação (04:01-08:01) D. Ira de Deus misturada com misericórdia (08:02-09:21) E. Comissionamento de João na profecia (10:01-11:18) F. Grande controvérsia entre Cristo e Satanás (11:19 - 13:18) E. Igreja proclama o evangelho do fim dos tempos (14:1-20) D. A ira de Deus no final, sem mistura de misericórdia (15:01-18:24) C. O trabalho de Deus para salvação completa do homem (19:01-21:04) B. Cumprimento das promessas para o vencedor (21:05-22:05) A. Epílogo (22:6-21) (STEFANOVIC, 2002, p. 38).
Outro ponto notável é o quiasmo encontrado no livro de Apocalipse, Shea (2000, p. 285), afirma que Apocalipse 14:1-15 mostra a vitória do Cordeiro e Seu povo sobre o dragão e seus seguidores. Strand (1989, p. 209), faz uma comparação interessante sobre, as semelhanças existentes entre os 144 mil do capítulo 14 de Apocalipse e a Grande Multidão do capítulo 7. Tanto estes quanto aqueles estão diante do Cordeiro: a multidão está vestida de branco (Apoc. 7:9), e os 144 mil incorporam essa imagem mediante várias características: casta, engano nenhum e impecável. Por fim, existe uma semelhança muito significativa: “pois o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, conduzindo-os até às fontes de águas da vida” (Ap 7:17), e em Apocalipse 14:4 “[...] estes seguem o Cordeiro, onde quer que ele vá”. Mesmo que o capítulo 14 seja de grande importância, o que se deseja mostrar é o grupo de salvos está distribuído por vários lugares no Apocalipse. Contraponto a cena de
vencedores da besta, aqueles que venceram pelo sangue do Cordeiro. Logo, só é possível atribuir a estes vencedores o título de 144 mil. Este ponto se torna mais claro no verso 17 do mesmo capítulo: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar”. Maxwell faz um comentário muito significativo sobre este texto.
Quando retornamos ao Apocalipse, constatamos no capítulo 14:1-5, que os 144 mil acham-se sem pecado e sem mentira – e permanecem cantando em pé sobre o Monte Sião, ao lado de Deus! Torna-se bastante óbvio que os 144 mil são o “remanescente” do tempo do fim, vislumbrados antecipadamente pelos profetas do Antigo Testamento. Os 144 mil, que triunfam sobre a besta (Apocalipse 15:2-5), são os mesmos “santos” do capítulo 14:12, os quais guardam os mandamentos de Deus em vez de adorar a besta; e estes “santos” são as mesmas pessoas que guardam os mandamentos de Deus, conforme Apocalipse 12:17 (MAXWELL, 2008. p. 424). Por último, tem-se o verso 18 do capítulo 11 de Apocalipse: “tempo determinado para serem julgados os mortos” e “ para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome”. Aqui são mencionados não só os servos, os profetas, mas também outra classe: os santos, ou seja, neste verso se faz referência ao grupo que se está estudando. Paulien (1994, p. 108) diz que não é apenas o clímax das trombetas, porem um vislumbre dos próximos acontecimentos do fim. Neste verso também se fala sobre os santos, mostrando que mais uma vez temos uma referencia do grupo ao qual estamos estudando. Para concluir esta parte é possível dizer que os 144 mil e a grande multidão, que são o mesmo grupo, não se limitam ao capítulo 7 de Apocalipse, mas podem ser encontrados nos capítulos 11, 12, 13 e 14 do mesmo livro. Finalmente, no decorrer do artigo será possível perceber a presença deste grupo em outros capítulos também.
C. OS 144 MIL COMO VENCEDORES DA BESTA (APOC. 15-18)
Neste novo item ver-se-á como o grupo de santos, alvo do presente estudo, se apresentar nos capítulos 15-18. Todavia, vale ressaltar que aqui não será encontrada a terminologia 144 mil, mas a nomenclatura grande multidão é a existente neste perímetro. Como ponto de partida o texto de Apocalipse 15:2-4 no qual há várias designações, tais como, “os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome”, “entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro”. A seguinte citação comenta este texto:
Unicamente os que foram vitoriosos sobre o pecado recebem o selo de Deus Apoc.7:2-4. São os vencedores da besta e da sua imagem Apoc. 15:2. São as
primícias – primícias em qualidade entre os remidos Apoc. 14:3,6. Permanecem com o Cordeiro sobre o Monte de Sião celestial (ANDRESON, 1990, p. 95). É interessante que os 144 mil são os possuidores do selo de Deus, desta forma automaticamente ele venceram a tentação de receber o selo da besta. Com essa dedução aclarada na mente é possível dizer que os vencedores da besta de Apocalipse 15 são justamente os 144 mil. Além de serem vencedores da besta, também cantam um cântico muito parecido com da grande multidão no capítulo 7 de Apocalipse. As palavras não são iguais, mas a essência do louvor e adoração é a mesma. Outra passagem que aponta o povo de Deus vencendo a besta é “Pelejarão eles [os dez reis do verso 12] contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele” (Ap 17:14): Os que vencerão com o Senhor nos últimos momentos antes da volta de Jesus são os seus escolhidos, os 144 mil, ou seja, novamente uma passagem que destaca os santos de Deus. Uma vez que os 144 mil são vencedores do selo da besta, também não podem fazer parte de seus pecados e costumes. Desta forma Deus lhes pede que saiam do meio dela [Babilônia] dizendo: “Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serem cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos;(...)” (Ap 18:4). Wikenhauser (1981, p. 221), afirma que essa passagem bíblica mostra os momentos que precedem o juízo de Deus aqui na terra, sendo esta uma advertência ao seu povo de Deus para abandonar a Babilônia que será destruída em pouco tempo.
D. OS 144 MIL NO CÉU (APOC. 19-22)
A seguir, em Apocalipse 19:1-6 está começando um período de felicidade, uma cena que ocorre no céu. João diz: “ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão”, ele continua dizendo: “e ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões”. Rottmann (1993, p. 275), faz um interessante comentário sobre o texto que enfatiza o começo de uma nova era na história:
Há várias passagens no livro de Apocalipse que, ao mesmo tempo, são conclusão de uma e introdução de outra revelação. Assim também a passagem de Ap 19.1-6 é, ao mesmo tempo, conclusão grandiosa do julgamento sobre a grande Babilonia e introdução à grandiosa revelação das bodas do cordeiro e a vitória final do “Christus Victor.
interessante que no capítulo 21 e 22 tem-se a Nova Jerusalém, Deus está com seu povo, não há mais morte, nem dor, tem-se a água da vida e o tabernáculo de Deus com os homens. Para Kistemaker (2004, p. 316), é claro que existe uma forte ligação entre o capítulo 7 de Apocalipse e o restante do livro, ele mostra isso em um gráfico que demonstra com mais clareza essa ideia. Tal ligação se torna mais visível e inteligível no gráfico a seguir: Tabela 3: Relação do capítulo 7 com os capítulos 21 e 22 de apocalipse Características Apocalipse 7 Apocalipse 21- 22 O selo na fronte 7:3 22: As doze tribos de Israel 7:4- 8 21: As nações 7:9 21:24- 26 O trono de Deus 7:9,15 22:1- 3 O serviço prestado 7:15 22: O templo 7:15 21: A habitação de Deus 7:15 21: Sede e fonte de água viva 7:16,17 21: As lágrimas enxugadas 7:17 21: Fonte: (KISTEMAKER, 2004, p. 316)
O que está bem claro nestas passagens é que quando se fala dos salvos em Apocalipse, na maioria das vezes, não se trata de todos os salvos (ou todos os remidos), desde Adão até o povo que verá a volta de Cristo. O que se tem é a clara demonstração de que estas passagens estão mostrando a luta contra o dragão e todos os seus meios de derrotar o homem. Ademais, exalta o povo que venceu (através do sangue e dos méritos de Cristo) todos os obstáculos que o inimigo colocou em seu caminho. Através do gráfico abaixo torna-se possível um amplo conhecimento de todo o pensamento até aqui desenvolvido e da situação dos 144 mil em todo o Apocalipse.
Apoc. 7:
Figura 1: Panorama geral dos 144 mil e a grande multidão
Fonte: Elaboração – Carlos Timm
Os 144 mil e a Grande Multidão Apoc. 7
O centro do grande conflito no livro de Apocalipse Apoc. 11, 12, 13 e 14
Os vencedores da besta Apoc. 15- 18
Os 144 mil e a Grande Multidão no céu Apoc. 19- 22
Os 144 mil
A Grande Multidão Apoc. 7:
Apoc .14:
Apoc. 14:
O clímax
Santos
Apoc. 13:
Apoc. 13:
Apoc. 12:
Apoc. 12:
Os descendentes
Clímax das trombetas Apoc. 11:
Os vencedores Apoc. 15:2- 4
Eleitos e fiéis Apoc. 17:
Apoc. 18:
Povo meu Apoc. 19:1-^6
Grande Multidão
Enxugar as lágrimas Apoc. 21:3- 4
Servos o servirão Apoc. 22:
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