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REFLEXÃO SOBRE O TEXTO “ÉDIPO REI”, Resumos de Filosofia

Reflexão filosófica sobre o texto "Édipo Rei", presente na Trilogia Tebana, traduzida por Mário da Gama Kury.

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 03/02/2025

marina-machado-52
marina-machado-52 🇧🇷

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REFLEXÃO SOBRE O TEXTO “ÉDIPO REI”
Inicialmente, ao analisar a trama, observa-se que as configurações
emocionais dos personagens são moldadas pelo negacionismo. Nesse
sentido, a personagem Jocasta, mesmo havendo evidências de que Édipo
poderia ser seu filho - como previsto pelo oráculo - mostra-se omissa diante
da situação, estabelecendo um vínculo marital incestuoso com o mesmo.
Por outro lado, Édipo, apesar de não ter tido conhecimento sobre o
seu genitor, estava diante de evidências sobre o seu envolvimento com
assassinato do rei Laio, por meio informações sobre onde o crime havia
ocorrido e quantos homens foram vítimas do crime, que eram compatíveis
com o episódio ocorrido no caminho para Tebas, porém Édipo também
pareceu negacionista diante dos fatos. Entretanto, após as verdades sobre
relação incestuosa entre mãe e filho, e o crime de assassinato terem sido
reveladas, desesperadamente, Jocasta tira sua própria vida. Édipo, por sua
vez, estarrecido com as repercussões de seus atos, arranca as suas
próprias órbitas.
Assim, o ato de arrancar os olhos pode ser entendido como uma
forma negacionista e autopunitiva que Édipo utilizou para escapar do peso
das consequências de seus atos, que resultaram em uma maldição dos
deuses em toda a cidade de Tebas, causando infortúnios em seu povo.
Em suma, causando sua própria cegueira, Édipo não poderia mais
enxergar toda a desgraça que havia provocado, sendo esta uma forma de
fugir de suas vítimas e das manifestações de suas abominações, na qual
este se tornaria refém de sua própria ignorância. De modo semelhante,
causando a própria morte, Jocasta estaria livre do julgamento pelo ato
incestuoso com o seu filho.
Outro sentido para o ato de arrancar os olhos tem a ver com o
propósito de reprimir o desejo carnal de Édipo por sua própria mãe, pois foi
através do olhar que este desejou Jocasta pela primeira vez, como ocorre
com a criança em relação à sua genitora, objeto absoluto do seu desejo,
imagem de esplendor. Esse fenômeno é explicado por Sigmund Freud
como o “Complexo de Édipo”.
Nesse ponto de vista, há uma referência ao famoso provérbio, “o que
os olhos não vêem, o coração não sente”, visto que sem a capacidade de
enxergar, a atração de Édipo pela própria esposa-mãe seria extinguida,
uma vez que o objeto de desejo estaria fora do campo de visão do
personagem.
Diante do exposto, a automutilação de Édipo pode estar associada a
uma crença, ou ideia negacionista, baseada na autopunição para atenuar a
gravidade de seus crimes, como também pode ser uma forma punitiva de
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REFLEXÃO SOBRE O TEXTO “ÉDIPO REI”

Inicialmente, ao analisar a trama, observa-se que as configurações emocionais dos personagens são moldadas pelo negacionismo. Nesse sentido, a personagem Jocasta, mesmo havendo evidências de que Édipo poderia ser seu filho - como previsto pelo oráculo - mostra-se omissa diante da situação, estabelecendo um vínculo marital incestuoso com o mesmo. Por outro lado, Édipo, apesar de não ter tido conhecimento sobre o seu genitor, estava diante de evidências sobre o seu envolvimento com assassinato do rei Laio, por meio informações sobre onde o crime havia ocorrido e quantos homens foram vítimas do crime, que eram compatíveis com o episódio ocorrido no caminho para Tebas, porém Édipo também pareceu negacionista diante dos fatos. Entretanto, após as verdades sobre relação incestuosa entre mãe e filho, e o crime de assassinato terem sido reveladas, desesperadamente, Jocasta tira sua própria vida. Édipo, por sua vez, estarrecido com as repercussões de seus atos, arranca as suas próprias órbitas. Assim, o ato de arrancar os olhos pode ser entendido como uma forma negacionista e autopunitiva que Édipo utilizou para escapar do peso das consequências de seus atos, que resultaram em uma maldição dos deuses em toda a cidade de Tebas, causando infortúnios em seu povo. Em suma, causando sua própria cegueira, Édipo não poderia mais enxergar toda a desgraça que havia provocado, sendo esta uma forma de fugir de suas vítimas e das manifestações de suas abominações, na qual este se tornaria refém de sua própria ignorância. De modo semelhante, causando a própria morte, Jocasta estaria livre do julgamento pelo ato incestuoso com o seu filho. Outro sentido para o ato de arrancar os olhos tem a ver com o propósito de reprimir o desejo carnal de Édipo por sua própria mãe, pois foi através do olhar que este desejou Jocasta pela primeira vez, como ocorre com a criança em relação à sua genitora, objeto absoluto do seu desejo, imagem de esplendor. Esse fenômeno é explicado por Sigmund Freud como o “Complexo de Édipo”. Nesse ponto de vista, há uma referência ao famoso provérbio, “o que os olhos não vêem, o coração não sente”, visto que sem a capacidade de enxergar, a atração de Édipo pela própria esposa-mãe seria extinguida, uma vez que o objeto de desejo estaria fora do campo de visão do personagem. Diante do exposto, a automutilação de Édipo pode estar associada a uma crença, ou ideia negacionista, baseada na autopunição para atenuar a gravidade de seus crimes, como também pode ser uma forma punitiva de 1

controlar seus desejos e impulsos incestuosos por sua genitora. 2