Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Perda de Volume em Gotículas de Herbicidas em Condições Estáticas e Queda Gravitacional, Notas de aula de Máquinas

Um estudo sobre a perda de volume em gotículas de diferentes diâmetros de herbicidas sob condições estáticas e após queda de 4,2m. Os resultados mostram que gotas menores perderam maior porcentagem de volume do que as maiores, e a adição de oxietileno docosanol a 0,5% reduziu a perda de volume significativamente. O documento também discute a importância da cobertura na aplicação de herbicidas de contato e o comportamento das gotas em condições estáticas.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Boto92
Boto92 🇧🇷

4.6

(77)

223 documentos

1 / 13

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
REDUÇÃO DA EVAPORAÇÃO DE GOTÍCULAS
CONTENDO HERBICIDA, COM EMPREGO
DE OXIETILENO DOCOSANOL (*)
HERMES
GERALDO CORRÊA (2)
( ) Recebido para publicação em 17 de janeiro de 1984.
( ) Seção de Máquinas de Implantação de Culturas e Aplicadoras de Defensivos, Instituto Agro-
nómico (IAC), Caixa Postal 28, 13100 - Campinas (SP).
RESUMO
O oxietileno docosanol (O.E.D) foi adicionado à calda de herbicida ben-
tazone para conhecei o seu efeito no controle da evaporação das go tf
cuias
pulveriza-
das.
Sob condições controladas de temperatura, umidade relativa e ausência de ven-
tos,
foram produzidas e utilizadas gotículas de determinados diâmetros para verificar
a perda do volume através da redução do seu diâmetro em condições estáticas e após
a queda de 4,2m. Gotas de água mais herbicida, com diâmetro médio de 141 micros
perderam 63% do seu volume e gotas de 216 micros perderam 30%. Com a adição
de oxietileno docosanol a 0,5% em condições idênticas, perdeu-se, com gotas de 134
micros, 15% do volume e, com aquelas de 216 micros, apenas 9%. Esses resultados
concordam com aqueles obtidos com gotículas colhidas em fio de
vidro,
verificando-
se ao microscópio sua perda de volume através da redução do seu diâmetro.
Termos de indexação: evaporação de gotas; pulverização agrícola; oxietileno doco-
sanol (O.E.D.)
1.
INTRODUÇÃO
Atualmente a aplicação de defensivos na agricultura se faz utilizan-
do a água como principal veículo de transporte, aderência e distribuição.
Na consecução desse objetivo, o líquido, ou melhor, a calda é frag-
mentada em gotículas com tamanho apropriado à circunstância em que o tra-
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Perda de Volume em Gotículas de Herbicidas em Condições Estáticas e Queda Gravitacional e outras Notas de aula em PDF para Máquinas, somente na Docsity!

REDUÇÃO DA EVAPORAÇÃO DE GOTÍCULAS

CONTENDO HERBICIDA, COM EMPREGO

DE OXIETILENO DOCOSANOL (*)

HERMES GERALDO CORRÊA (^2 )

( ) Recebido para publicação em 17 de janeiro de 1984. ( ) Seção de Máquinas de Implantação de Culturas e Aplicadoras de Defensivos, Instituto Agro- nómico (IAC), Caixa Postal 28, 13100 - Campinas (SP).

RESUMO O oxietileno docosanol (O.E.D) foi adicionado à calda de herbicida ben- tazone para conhecei o seu efeito no controle da evaporação das go tfcuias pulveriza- das. Sob condições controladas de temperatura, umidade relativa e ausência de ven- tos, foram produzidas e utilizadas gotículas de determinados diâmetros para verificar a perda do volume através da redução do seu diâmetro em condições estáticas e após a queda de 4,2m. Gotas de água mais herbicida, com diâmetro médio de 141 micros perderam 63% do seu volume e gotas de 216 micros perderam 30%. Com a adição de oxietileno docosanol a 0,5% em condições idênticas, perdeu-se, com gotas de 134 micros, 15% do volume e, com aquelas de 216 micros, apenas 9%. Esses resultados concordam com aqueles obtidos com gotículas colhidas em fio de vidro, verificando- se ao microscópio sua perda de volume através da redução do seu diâmetro.

Termos de indexação: evaporação de gotas; pulverização agrícola; oxietileno doco- sanol (O.E.D.)

1. INTRODUÇÃO

Atualmente a aplicação de defensivos na agricultura se faz utilizan-

do a água como principal veículo de transporte, aderência e distribuição.

Na consecução desse objetivo, o líquido, ou melhor, a calda é frag-

mentada em gotículas com tamanho apropriado à circunstância em que o tra-

tamento é realizado. Isso aumenta significativamente a superfície exposta do líquido, contribuindo para um elevado incremento de sua evaporação. Ao evaporar, as gotículas perdem massa, tornando-se mais sujeitas ao arraste por correntes aéreas, disseminando-se no ecossistema, em áreas in- desejáveis. Dessa forma, o arraste ou deriva concorre para reduzir a deposição de princípio ativo na área tratada, com reflexos negativos para a cobertura foliar ou do solo, que se traduz no conta to entre o princípio ativo e a super- fície objeto do tratamento. Na aplicação de herbicidas de contato, BUEHRING et alii (1973) apontaram a importância da cobertura proporcionada pelo maior volume da calda utilizado. Na aplicação aérea de herbicidas, porém, há uma séria restri- ção à utilização de alto volume, considerando as limitações físicas impostas pela aparelhagem e também em vista da economia da operação. De modo geral o volume dessas aplicações não ultrapassa a faixa dos 40-50 litros por hectare. Deve-se ainda considerar que nas aplicações aéreas as gotículas são muito mais expostas à evaporação, pela turbulência gerada no ar com a pas- sagem da aeronave e ao maior tempo despendido pela gotícula para atingir o alvo. Existe na bibliografia extensa relação de pesquisa sobre a evapora- ção de pulverizações (AKENSSON & YATES, 1964; AMSDEN, 1962; BEHLEN, 1968; CUNNINGHAM et alii, 1962; GOERING et alii, 1972; MAKSYMIUK & NEISESS, 1975), mas pouca investigação sobre o seu controle. CORRÊA & MAZIERO (1980) estudaram a evaporação de gotícula e seu controle empregando produtos antievaporantes. A maior parte dos produtos utilizados mostraram-se ineficientes para controle da evaporação, excetuando-se apenas o oxietileno docosanol. No presente trabalho, procurou-se verificar o comportamento das gotas pulverizadas quando se adicionou o produto antievaporante à calda de defensivo, submetendo-as a uma queda no ar, em condições controladas. Também foi verificado o comportamento das gotas em condições estáti- cas. Este trabalho procura também contribuir para a geração de tecnologia básica de aplicação de defensivos.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O número de gotas por centímetro quadrado dá origem à cober- tura foliar que, principalmente para os herbicidas de contato, se relaciona

eros, sendo que em cada tamanho e tratamento as observações foram repeti- das quatro vezes. Os tratamentos foram os seguintes: A — Água destilada + bentazone na concentração de 4,0% do pro- duto comercial; B — Água destilada + antievaporante (O.E.D) a 0,5% + bentazone a 4,0% do produto comercial; C — Água destilada + antievaporante (O.E.D) a 1,0% + bentazone a 4,0% do produto comercial. A marca registrada do herbicida utilizado foi o Basagran, que con- tém 480g do sal sódico do bentazone por litro.

2.2. Ensaio II

Neste ensaio foi observada a redução do volume das gotículas quan- do caíram de 4,2m no ar com temperatura média de 29°C e 47% de umidade relativa.

Com pulverizador centrífugo, gerador de gotas homogéneas, descrito por CORRÊA & HELD (1982), selecionaram-se gotículas na faixa de 100 a

200 micros (118, 134 e 141) e na faixa acima de 200 micros (216 e 223). O pulverizador foi colocado em recinto fechado, à altura de 4,2m.

As gotículas foram lançadas bem próximo do ponto de encontro de duas paredes, tendo-se o cuidado de evitar corrente de ar que as desviasse da trajetória vertical.

Amostras das gotículas selecionadas foram coletadas simultanea- mente em lâminas de papel kromekote de 7,5 x 2,6cm, logo depois de te- rem sido lançadas pelo aparelho e ao nível do solo. Para possibilitar a visuali- zação das gotículas no papel, foi adicionada nigrosina a 0,4% no líquido a ser pulverizado. O fator de espalhamento foi determinado segundo técnica já descrita (CORRÊA & HELD, 1982). A diferença de volumes entre os dois pontos de amostragem foi calculada pela redução do diâmetro das gotas e ex- pressa em porcentagem do volume inicial: essa porcentagem representa a redução do volume devida à evaporação.

Foram realizadas quatro amostragens de cada tratamento, sendo computadas 50 gotas de cada amostragem. Os tratamentos deste ensaio fo- ram os seguintes:

A: Água destilada + nigrosina a 0,4%; B: Água destilada + nigrosina a 0,4% + bentazone a 4,0% do pro- duto comercial; C: Água destilada + nigrosina a 0,4% + bentazone a 4,0% do pro- duto comercial + oxietileno docosanol a 0,5%. A concentração de 4,0% do herbicida foi escolhida com base na recomendação do fabricante para aplicar 2 litros do produto comercial por hectare. Utilizando 50 litros de água por hectare, ter-se-á o produto na con- centração usada neste ensaio.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As perdas percentuais de volume das gotículas do ensaio I são apresentadas nos quadros 1 e 2. As figuras 2'e 3 apresentam as perdas de vo- lume das gotículas de 100 e 200 micros de diâmetro, colhidas em fio de vidro.

Verifica-se nesses quadros que gotículas de água e bentazone com 200 micros perderam por evaporação 95% do seu volume no final de 120s com gotículas de lOOmicros; o mesmo sucedeu em 40s.

A adição do antievaporante, oxietileno docosanol (O.E.D.) à calda contendo defensivo mostrou-se eficiente para reduzir a evaporação das go- tas, no primeiro ensaio. Entretanto, a utilização do O.E.D. a 1,0% induziu

No presente ensaio, a mesma investigação foi realizada com go- tículas de 200 micros, verificando que elas perderam em 52s igual volume que aquelas que continham o oxietileno docosanol perderam em 28min, ou seja, 58% do volume inicial, obtendo-se, portanto, uma evaporação 32 vezes mais lenta com o antievaporante. Isso revela uma tendência de maior ação do oxietileno docosanol nas gotas menores.

Por ser o volume uma função cúbica do diâmetro, compreende- -se que, quando reduzem o diâmetro original à metade, as gotículas apre- sentam um volume remanescente de apenas 12,5%. A análise da perda de vo- lume por unidade de tempo indica que as gotículas menores apresentam taxa de evaporação maior, de modo que a evaporação da água nas gotas está con- dicionada ao tamanho delas (CUNNINGHAM et alii, 1962; MAAS, 1971).

Se n2o houvesse gradativa evaporação e a velocidade terminal se mantivesse constante, de acordo com a figura 4, as gotas de 216-223 micros apresentariam a velocidade terminal média de 86cm/s, requerendo aproxi- madamente 5s para percorrer a distância de 4,2m utilizada. As gotas meno- res (134 a 141 micros) requereriam cerca de 9,3s, com uma velocidade ter- minal média de 45cm/s.

Depreende-se disso que dois fatores se adicionaram para que as go- tas pequenas apresentassem maior perda por evaporação: a maior superfície exposta do líquido e o maior tempo despendido no percurso até o solo.

Em situações análogas, deve-se considerar o aumento da concentra- ção do defensivo quando a gotícula perde água por evaporação, admitindo que a evaporação do defensivo seja insignificante. No experimento em pauta, nas gotas de 141 micros do tratamento B, a concentração do herbicida aumentou consideravelmente de 4 para 11%. Tratando-se de herbicida seleti- vo, faz-se necessário verificar a possível fitotoxicidade à cultura, consideran- do que pode ocorrer a evaporação total da água, a ponto de o defensivo de- positar-se à concentração máxima, ou seja, sem diluição, sobre a vegetação (cultuTas e ervas a serem controladas).

4. CONCLUSÕES

A aplicação de herbicida bentazone quando se utilizou apenas água para a elaboração da calda, apresentou acentuada redução do tamanho das gotículas pela evaporação. Em ensaio estático utilizando gotículas de 100 mi- cros captadas em fio de vidro, sua evaporação total se deu em 2min, e aque- las de 200 micros em 3min.

A utilização de oxietileno docosanol a 0,5% retardou a evaporação, de modo que as gotículas de 100 micros perderam, em média, 90% do volu- me em 30min, enquanto aquelas com diâmetro de 200 micros perderam 61% do volume no mesmo tempo. Aumentando a concentração do antieva- porante para 1%, as gotas de 100 e 200 micros perderam, respectivamente, 87 e 59% do seu volume em 30min, mostrando que, dobrando a concentra- ção do antievaporante, a redução da evaporação não apresentou a mesma proporção.

Quando as gotas foram aplicadas em condições que simulam aquelas da aplicação aérea pela queda no ar, gotas de 141 micros de diâmetro inicial perderam 63% do volume original até caírem ao solo, enquanto gotas com 216 micros perderam 30% do seu volume, uma perda ainda considerada alta. Quando se adicionou antievaporante à calda contendo o herbicida,

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AKENSSON, N.B. & YATES, W.E. Problems relating to application of agricultural chemicals and resulting drift residues. Annual Review of Entomology, 9 :285-318, 1964. AMSDEN, R.C. Reducing the evaporation of sprays. Agricultural Aviation, 4 :88-93, 1962.

BEHLEN, W. "Synergid 3 " an invention of particular value to agricultural aviation. Agricultural Aviation, 10 (3):84-86, 1968.

BROOKS, F.A. The drifting of poisonous dusts applied by airplanes and land rigs. Agricultural Engineering, 28 (6):233-239, 244, 1947. BUEHRING, N.W.; ROTH, L.D. & SANTELMANN, P.W. Plant response to herbicide spray drop size and carrier volume. Transactions of the ASAE, 16 (4): 636-638, 1973.

CORRÊA H.G. & HELD, J. de. Produção e utilização de gotas com diâ- metro uniforme. Bragantia, Campinas, 41 (1): 1-9, 1982. & MAZIERO, J.V.G. Análise em laboratório da redução da evapo- ração de gotículas para pulverizações agrícolas, Bragantia, Campinas, 39 (10): 79-87, 1980.

CORRECT aerial application of pesticides. Basle, Switzerland, Ciba-Geigy Ltd., 1976, 30p. (Boletim Técnico)

CUNNINGHAM, R.T., BRANN JR., J.L. & FLEMING, G.A. Factors affe¬ cting the evaporation of water from droplets in airblast spraying. Journal of Economic Entomology, 55 (2): 192-198, 1962.

DIDIO, J.R. Técnica de aplication Y biologia. Curso de instrucción — Técni- cas de Aplicación AC6.21. Basle, Switzerland, Ciba-Geigy, 1977. 12p.

GOERING, CE.; BODE, L.E. & GEBHARDT, M.R. Mathematical modeling of spray droplet deceleration and evaporation. Transactions of the ASAE, 15 (2): 220-225, 1972.

MAAS, W. ULV application and formulation techniques. Amsterdam, N.V. Philips-Duphar-Crop protection Division, 1971. 165p.

MAKSYMIUK; B., & NEISESS, J. Physical properties of Bacillus thurin- giensis spray formulations. JournalofEconomic Entomology, 68 (3): 407- 410, 1975.