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Guias e Dicas
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Origens do Realismo: A Transformação da Literatura e Arte em França, Portugal e Brasil, Esquemas de Literatura

Saiba mais sobre o início do realismo na frança com a publicação de 'madame bovary' por gustave flaubert. Explore como os escritores e artistas realistas representaram a vida social de forma objetiva e criticaram a sociedade burguesa. Descubra as características do realismo, como o engajamento social, o retrato da sociedade e a linguagem simples, e compare-as com as do romantismo.

O que você vai aprender

  • Como os escritores realistas diferiram do Romantismo?
  • Quando começou o Realismo na França?
  • Quais escritores e artistas são considerados pioneiros do Realismo?
  • Qual foi a importância do Realismo no Brasil?
  • Quais temas e características são comuns a obras do Realismo?

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Romar_88
Romar_88 🇧🇷

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Origem do Realismo

O

Realismo

começou

na

França

em

com

a

publicação

do

romance

Madame

Bovary

de

Gustave

Flaubert.

Abandonando

o

idealismo

romântico,

os

escritores

realistas

propõem

uma

representação

mais

objetiva

e

fiel

da

vida

social.

Negam

se

a

encarar

a

literatura

apenas

como

uma

forma

de

entretenimento

e

fazem

dela

um

instrumento

de

denúncia

dos

vícios

e

da

corrupção

da

sociedade

burguesa.

Denunciam

as

péssimas

condições

de

vida

do

povo,

a

exploração

dos

operários,

a

influência

da

religião

e

das

práticas

supersticiosas

que

ela

apóia,

e

a

hipocrisia

do

relacionamento

humano

no

casamento

burguês.

Características do Realismo

  • Engajamento

social

  • compromisso

com

a

sociedade.

Retrato

da

sociedade

e

das

suas

relações

sem

idealização.

Exclui

se

da

obra

tudo

o

que

vier

da

sorte,

do

acaso,

do

milagre.

Tudo

é regido

por

leis

naturais.

  • Cientificismo
  • uso

de

teorias

científicas

e

filosóficas,

como

o

determinismo,

o

evolucionismo,

a

psicologia,

o

positivismo. • Linguagem

simples

e

direta.

  • Tempo

da

narrativa

  • preferencialmente

o

presente,

o

que

faz

com

que

a

literatura

sirva

de

denúncia

dos

aspectos

sociais

e

políticos.

  • Espaço

urbano.

  • Personagens

caricaturados

das

pessoas

do

dia

a

dia,

retratando

se

ou

o

aspecto

psicológico

ou

o

biológico

desses. • Preferência

pela

individualidade

dos

personagens.

  • Romance

documental.

Observação

direta

e

interpretação

crítica

da

realidade. • Objetividade. • Análise

psicológicas

dos

personagens.

  • Materialismo. • Crítica

às

instituições

burguesas,

à monarquia,

a

religiosidade,

às

crendices

populares.

O Realismo em Portugal

Na

segunda

metade

do

século

XIX

Portugal

passava

a

conhecer

um

período

de

estabilidade

política,

de

progresso

material

e

de

intercâmbio

com

o

resto

da

Europa.

Coimbra,

importante

centro

cultural

e

universitário

da

época,

ligara

se

em

à comunidade

européia

por

meio

da

estrada

de

Ferro.

Apesar

dessas

novidades

no

cenário

político

cultural,

a

literatura

portuguêsa ainda

se

encontrava

impregnada

das

velhas

idéias

românticas,

situação

que

só veio

a

se

alterar

em

com

a

Questão

Coimbrã

que

deu

início

ao

Realismo

em

Portugal

Esse

episódio

foi

uma

polêmica

ocorrida

em

Coimbra

e

que

opôs,

de

um

lado,

Antônio

Feliciano

Castilho

conhecido

poeta

romântico

e

professor

universitário

que

criticava

as

novas

idéias

literárias,

e

do

outro,

Teófilo

Braga

e

Antero

de

Quental

jovens

estudantes

e

escritores

que

defendiam

a

liberdade

de

pensamento

e

a

independência

dos

novos

escritores.

Os

principais

representantes

do

Realismo

português

na

Literatura

são

Antero

de

Quental

na

poesia

e

Eça

de

Queirós

na

prosa.

Na

pintura

realista,

as

obras

retratavam

cenas

do

cotidiano

das

camadas

mais

pobres

da

sociedade.

O

sentimento

de

tristeza

expressa

se

claramente

através

das

cores

fortes.

Um

dos

principais

pintores

foi

o

francês

Gustave

Coubert

que

destacou

se

com

as

seguintes

telas

Os

Quebradores

de

Pedras

e

Enterro

em

Ornans

Na

arquitetura,

arquitetos

e

engenheiros

procuram

responder

adequadamente

às

novas

necessidades

urbanas,

criadas

pela

industrialização.

As

cidades

não

exigem

mais

ricos

palácios

e

templos.

Elas

precisam

de

fábricas,

estações,

ferroviárias,

armazéns,

lojas,

bibliotecas,

escolas,

hospitais

e

moradias,

tanto

para

os

operários

quanto

para

a

nova

burguesia.

Em

1889

Gustavo

Eiffel

levanta,

em

Paris

a

Torre

Eiffel

,

hoje

logotipo

da

“Cidade

Luz”.

Realismo no Brasil

Seguindo

de

perto

as

tendências

do

Realismo

na

França

e

em

Portugal,

os

escritores

brasileiros

fizeram

da

literatura

uma

forma

de

análise

da

realidade

brasileira.

Na

década

de

diferentemente

do

que

acontecia

na

Europa,

o

Brasil

não

vivia

o

processo

do

desenvolvimento

industrial.

Éramos

ainda

um

país

essencialmente

agrário,

além

de

monarquista

e

escravocrata.

Apesar

dos

crescentes

movimentos

liberais,só nos

últimos

anos

dessa

década

ocorreriam

o

fim

da

escravidão

e

a

proclamação

da

república.

No

Brasil,

o

marco

inicial

do

Realismo

é

a

publicação,

em

de

dois

romances:

O

mulato

de

Aluísio

Azevedo

e

Memórias

póstumas

de

Brás

Cubas,

de

Machado

de

Assis

Análise de uma obra Realista

CAPÍTULO

31

A

Borboleta

Preta

No

dia

seguinte,

como

eu

estivesse

a

preparar

me

para

descer,

entrou

no

meu

quarto

uma

borboleta,

tão

negra

como

a

outra,

e

muito

maior

do

que

ela.

Lembrou

me

o

caso

da

véspera,

e

ri

me;

entrei

logo

a

pensar

na

filha

de

Dona

Eusébia,

no

susto

que

tivera

e

na

dignidade

que,

apesar

dele,

soube

conservar.

A

borboleta,

depois

de

esvoaçar

muito

em

torno

de

mim,

pousou

me

na

testa.

Sacudi

a,

ela

foi

pousar

na

vidraça;

e,

porque

eu

sacudisse

de

novo,

saiu

dali

e

veio

parar

em

cima

de

um

velho

retrato

de

meu

pai.

Era

negra

como

a

noite;

e

o

gesto

brando

com que,

uma

vez

posta,

começou

a

mover

as

asas,

tinha

um

certo

ar

escarninho,

uma

espécie

de

ironia

mefistofélica,

que

me

aborreceu

muito.

Dei

de

ombros,

saí

do

quarto;

mas

tornando

lá,

minutos

depois,

e

achando

a

ainda

no

mesmo

lugar,

senti

um

repelão

dos

nervos,

lancei

mão

de

uma

toalha,

bati

lhe

e

ela

caiu.

Não

caiu

morta;

ainda

torcia

o

corpo

e

movia

as

farpinhas

da

cabeça.

Apiedei

me;

tomei

a

na

palma

da

mão

e

fui

depô

la

no

peitoril

da

janela.

Era

tarde;

a

infeliz

expirou

dentro

de

alguns

segundos.

Fiquei

um

pouco

aborrecido,

incomodado.

Também

por

que

diabo

não

era

ela

azul?

disse

eu

comigo.

Quando

enxotada

por

mim,

foi

pousar

na

vidraça,

viu

dali

o

retrato

de

meu

pai,

e

não

é impossível

que

descobrisse

meia

verdade,

a

saber,

que

estava

ali

o

pai

do

inventor

das

borboletas,

e

voou

a

pedir

lhe

misericórdia.

Pois

um

golpe

de

toalha

rematou

a

aventura.

Não

lhe

valeu

a

imensidade

azul,

nem

a

alegria

das

flores,

nem

a

pompa

das

folhas

verdes,

contra

uma

toalha

de

rosto,

dois

palmos

de

linho

cru.

Vejam

como

é bom

ser

superior

às

borboletas!

Porque,

é justo

dizê

lo,

se

ela

fosse

azul,

ou

cor

de

laranja,

não

teria

mais

segura

a

vida;

não

era

impossível

que

eu

a

atravessasse

com

um

alfinete,

para

recreio

dos

olhos. Não

era.

Esta

última

idéia

restituiu

me

a

consolação;

uni

o

dedo

grande

ao

polegar,

despedi

um

piparote

e

o

cadáver

caiu

no

jardim.

Era

tempo;

vinham

as

providas

formigas... Não,

volto

à primeira

idéia;

creio

que

para

ela

era

melhor

ter

nascido

azul.

Análise

No

capitulo

“A

Borboleta

Preta”,

Machado

de

Assis

desloca

o

foco

de

interesse

do

romance.

Não

trata

diretamente

da

vida

social

ou da

descrição

das

paisagens,

mas

da

forma

como

seus

personagens

vêem

as

circunstancias

em

que

vivem

.

O

escritor

concentra

sua

narrativa

na

visão

de

mundo

de

seus

personagens,

expondo

suas

contradições

.

Fica

claro

o

medo

à superstição

.

Depois

de

ser

espantada

duas

vezes,

a

borboleta

“foi

parar

em

cima

de

um

velho

retrato

de

meu

pai.

Era

negra

como

a

noite.”

Percebe

se

que

a

cor

preta

influência

a

vida

da

personagem

(pelo

fato

de

simbolizar

luto,

morte,

escuridão)

o

que

leva

o

narrador a

matar

o

inseto.

Mais

tarde,

arrepende

se,

pois

reconhece

que

ela

existe,

ainda

que

expresse

sua

preferência

pela

cor

azul.

Chega

a

afirmar

que

esta reflexão

é

uma

das

mais

profundas

que

se

tem

feito

desde

a

invenção

das

borboletas.

Eis

então

a

chave

para

compreender

a

obra:

as

reflexões

da

personagem

e

os

momentos

que

ela

vive.

Com

o

transcorrer

da

história,

o

narrador

preocupa

se

em

detalhar

as

características

físicas

e

psicológicas

,

porém

sem

fugir

do

seu

mundo

real.

Há valorização

da

forma

com

uma

linguagem

clara

,

de

fácil

compreensão

,

sem

vulgarizar

se,

facilitando

o

entendimento

do

leitor.