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Saiba mais sobre o início do realismo na frança com a publicação de 'madame bovary' por gustave flaubert. Explore como os escritores e artistas realistas representaram a vida social de forma objetiva e criticaram a sociedade burguesa. Descubra as características do realismo, como o engajamento social, o retrato da sociedade e a linguagem simples, e compare-as com as do romantismo.
O que você vai aprender
Tipologia: Esquemas
1 / 21
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Não perca as partes importantes!
Realismo
começou
na
França
em
com
a
publicação
do
romance
Madame
Bovary
de
Gustave
Flaubert.
Abandonando
o
idealismo
romântico,
os
escritores
realistas
propõem
uma
representação
mais
objetiva
e
fiel
da
vida
social.
Negam
se
a
encarar
a
literatura
apenas
como
uma
forma
de
entretenimento
e
fazem
dela
um
instrumento
de
denúncia
dos
vícios
e
da
corrupção
da
sociedade
burguesa.
Denunciam
as
péssimas
condições
de
vida
do
povo,
a
exploração
dos
operários,
a
influência
da
religião
e
das
práticas
supersticiosas
que
ela
apóia,
e
a
hipocrisia
do
relacionamento
humano
no
casamento
burguês.
social
com
a
sociedade.
Retrato
da
sociedade
e
das
suas
relações
sem
idealização.
Exclui
‐
se
da
obra
tudo
o
que
vier
da
sorte,
do
acaso,
do
milagre.
Tudo
é regido
por
leis
naturais.
de
teorias
científicas
e
filosóficas,
como
o
determinismo,
o
evolucionismo,
a
psicologia,
o
positivismo. • Linguagem
simples
e
direta.
da
narrativa
o
presente,
o
que
faz
com
que
a
literatura
sirva
de
denúncia
dos
aspectos
sociais
e
políticos.
urbano.
caricaturados
das
pessoas
do
dia
a
dia,
retratando
se
ou
o
aspecto
psicológico
ou
o
biológico
desses. • Preferência
pela
individualidade
dos
personagens.
documental.
Observação
direta
e
interpretação
crítica
da
realidade. • Objetividade. • Análise
psicológicas
dos
personagens.
às
instituições
burguesas,
à monarquia,
a
religiosidade,
às
crendices
populares.
Na
segunda
metade
do
século
Portugal
passava
a
conhecer
um
período
de
estabilidade
política,
de
progresso
material
e
de
intercâmbio
com
o
resto
da
Europa.
Coimbra,
importante
centro
cultural
e
universitário
da
época,
ligara
se
em
à comunidade
européia
por
meio
da
estrada
de
Ferro.
Apesar
dessas
novidades
no
cenário
político
cultural,
a
literatura
portuguêsa ainda
se
encontrava
impregnada
das
velhas
idéias
românticas,
situação
que
só veio
a
se
alterar
em
com
a
Questão
Coimbrã
que
deu
início
ao
Realismo
em
Portugal
Esse
episódio
foi
uma
polêmica
ocorrida
em
Coimbra
e
que
opôs,
de
um
lado,
Antônio
Feliciano
Castilho
conhecido
poeta
romântico
e
professor
universitário
que
criticava
as
novas
idéias
literárias,
e
do
outro,
Teófilo
Braga
e
Antero
de
Quental
jovens
estudantes
e
escritores
que
defendiam
a
liberdade
de
pensamento
e
a
independência
dos
novos
escritores.
Os
principais
representantes
do
Realismo
português
na
Literatura
são
Antero
de
Quental
na
poesia
e
Eça
de
Queirós
na
prosa.
Na
pintura
realista,
as
obras
retratavam
cenas
do
cotidiano
das
camadas
mais
pobres
da
sociedade.
sentimento
de
tristeza
expressa
se
claramente
através
das
cores
fortes.
Um
dos
principais
pintores
foi
o
francês
Gustave
Coubert
que
destacou
se
com
as
seguintes
telas
Os
Quebradores
de
Pedras
e
Enterro
em
Ornans
Na
arquitetura,
arquitetos
e
engenheiros
procuram
responder
adequadamente
às
novas
necessidades
urbanas,
criadas
pela
industrialização.
As
cidades
não
exigem
mais
ricos
palácios
e
templos.
Elas
precisam
de
fábricas,
estações,
ferroviárias,
armazéns,
lojas,
bibliotecas,
escolas,
hospitais
e
moradias,
tanto
para
os
operários
quanto
para
a
nova
burguesia.
Em
1889
Gustavo
Eiffel
levanta,
em
Paris
a
Torre
Eiffel
,
hoje
logotipo
da
“Cidade
Luz”.
Seguindo
de
perto
as
tendências
do
Realismo
na
França
e
em
Portugal,
os
escritores
brasileiros
fizeram
da
literatura
uma
forma
de
análise
da
realidade
brasileira.
Na
década
de
diferentemente
do
que
acontecia
na
Europa,
o
Brasil
não
vivia
o
processo
do
desenvolvimento
industrial.
Éramos
ainda
um
país
essencialmente
agrário,
além
de
monarquista
e
escravocrata.
Apesar
dos
crescentes
movimentos
liberais,só nos
últimos
anos
dessa
década
ocorreriam
o
fim
da
escravidão
e
a
proclamação
da
república.
No
Brasil,
o
marco
inicial
do
Realismo
é
a
publicação,
em
de
dois
romances:
mulato
de
Aluísio
Azevedo
e
Memórias
póstumas
de
Brás
Cubas,
de
Machado
de
Assis
CAPÍTULO
31
‐
A
Borboleta
Preta
No
dia
seguinte,
como
eu
estivesse
a
preparar
‐
me
para
descer,
entrou
no
meu
quarto
uma
borboleta,
tão
negra
como
a
outra,
e
muito
maior
do
que
ela.
Lembrou
‐
me
o
caso
da
véspera,
e
ri
‐
me;
entrei
logo
a
pensar
na
filha
de
Dona
Eusébia,
no
susto
que
tivera
e
na
dignidade
que,
apesar
dele,
soube
conservar.
A
borboleta,
depois
de
esvoaçar
muito
em
torno
de
mim,
pousou
‐
me
na
testa.
Sacudi
‐
a,
ela
foi
pousar
na
vidraça;
e,
porque
eu
sacudisse
de
novo,
saiu
dali
e
veio
parar
em
cima
de
um
velho
retrato
de
meu
pai.
Era
negra
como
a
noite;
e
o
gesto
brando
com que,
uma
vez
posta,
começou
a
mover
as
asas,
tinha
um
certo
ar
escarninho,
uma
espécie
de
ironia
mefistofélica,
que
me
aborreceu
muito.
Dei
de
ombros,
saí
do
quarto;
mas
tornando
lá,
minutos
depois,
e
achando
‐
a
ainda
no
mesmo
lugar,
senti
um
repelão
dos
nervos,
lancei
mão
de
uma
toalha,
bati
‐
lhe
e
ela
caiu.
Não
caiu
morta;
ainda
torcia
o
corpo
e
movia
as
farpinhas
da
cabeça.
Apiedei
‐
me;
tomei
‐
a
na
palma
da
mão
e
fui
depô
‐
la
no
peitoril
da
janela.
Era
tarde;
a
infeliz
expirou
dentro
de
alguns
segundos.
Fiquei
um
pouco
aborrecido,
incomodado.
‐
Também
por
que
diabo
não
era
ela
azul?
disse
eu
comigo.
Quando
enxotada
por
mim,
foi
pousar
na
vidraça,
viu
dali
o
retrato
de
meu
pai,
e
não
é impossível
que
descobrisse
meia
verdade,
a
saber,
que
estava
ali
o
pai
do
inventor
das
borboletas,
e
voou
a
pedir
‐
lhe
misericórdia.
Pois
um
golpe
de
toalha
rematou
a
aventura.
Não
lhe
valeu
a
imensidade
azul,
nem
a
alegria
das
flores,
nem
a
pompa
das
folhas
verdes,
contra
uma
toalha
de
rosto,
dois
palmos
de
linho
cru.
Vejam
como
é bom
ser
superior
às
borboletas!
Porque,
é justo
dizê
‐
lo,
se
ela
fosse
azul,
ou
cor
de
laranja,
não
teria
mais
segura
a
vida;
não
era
impossível
que
eu
a
atravessasse
com
um
alfinete,
para
recreio
dos
olhos. Não
era.
Esta
última
idéia
restituiu
‐
me
a
consolação;
uni
o
dedo
grande
ao
polegar,
despedi
um
piparote
e
o
cadáver
caiu
no
jardim.
Era
tempo;
aí
vinham
já
as
providas
formigas... Não,
volto
à primeira
idéia;
creio
que
para
ela
era
melhor
ter
nascido
azul.
Análise
No
capitulo
“A
Borboleta
Preta”,
Machado
de
Assis
desloca
o
foco
de
interesse
do
romance.
Não
trata
diretamente
da
vida
social
ou da
descrição
das
paisagens,
mas
da
forma
como
seus
personagens
vêem
as
circunstancias
em
que
vivem
.
O
escritor
concentra
sua
narrativa
na
visão
de
mundo
de
seus
personagens,
expondo
suas
contradições
.
Fica
claro
o
medo
à superstição
.
Depois
de
ser
espantada
duas
vezes,
a
borboleta
“foi
parar
em
cima
de
um
velho
retrato
de
meu
pai.
Era
negra
como
a
noite.”
Percebe
‐
se
que
a
cor
preta
influência
a
vida
da
personagem
(pelo
fato
de
simbolizar
luto,
morte,
escuridão)
o
que
leva
o
narrador a
matar
o
inseto.
Mais
tarde,
arrepende
‐
se,
pois
reconhece
que
ela
existe,
ainda
que
expresse
sua
preferência
pela
cor
azul.
Chega
a
afirmar
que
esta reflexão
é
uma
das
mais
profundas
que
se
tem
feito
desde
a
invenção
das
borboletas.
Eis
então
a
chave
para
compreender
a
obra:
as
reflexões
da
personagem
e
os
momentos
que
ela
vive.
Com
o
transcorrer
da
história,
o
narrador
preocupa
‐
se
em
detalhar
as
características
físicas
e
psicológicas
,
porém
sem
fugir
do
seu
mundo
real.
Há valorização
da
forma
com
uma
linguagem
clara
,
de
fácil
compreensão
,
sem
vulgarizar
‐
se,
facilitando
o
entendimento
do
leitor.