








Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Reabilitação pos covid baseado na recomendação assobrafir
Tipologia: Resumos
1 / 14
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
aguda (LQBAL, et al., 2021; ZHU, et al.,2020). Tem-se notado que muitos pacientes apresentam sequelas duradouras da COVID-19. Mais da metade (63%) dos pacientes que manifestam a doença na forma moderada a grave relataram pelo menos uma sequela funcional (GARRIGUES, et al., 2020; LQBAL, et al., 2021). Um subgrupo de pacientes em recuperação de COVID-19 apresenta sintomas persistentes, diminuição da qualidade de vida, aumento da dependência de outras pessoas para cuidados pessoais e desempenho prejudicado das atividades da vida diária (DELBRESSINE, et al, 2021). Sendo assim, é fundamental estabelecer uma compreensão adequada da fisiopatologia, do estado de saúde e das manifestações que estes indivíduos podem apresentar. Acometimento nos diversos sistemas Os danos sistêmicos se apresentam em um amplo espectro clínico com sobreposição de sintomas heterogêneos. Dentre essas, os mais prevalentes são fadiga, dor torácica, dispneia, distúrbios cognitivos, distúrbios do sono e redução da capacidade funcional, e qualidade de vida (LEON et al, 2021) (Figura 1). A gravidade da sintomatologia é aumentada em pacientes Pós-COVID-19 que necessitaram de longa permanência em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e está associada ao uso de ventilação mecânica invasiva (VMI), corticoides, sedativos bloqueadores neuromusculares, e está diretamente relacionada a redução da distância percorrida pelo teste de caminhada de 6 minutos (< 200m), bem como a uma expressiva fraqueza muscular respiratória e periférica. (TOZATO et al., 2021; MENDELSON, et al., 2021; CASTRO, et al., 2020; HUANG, et al.,2021) Sobreviventes da COVID-19 têm um risco 59% maior de morrer até seis meses após a infecção.
Figura 2 : Fases da Síndrome Pós-COVID- Fonte: Adaptado de NALBANDIÁN, A et al. Post-acute COVID-19 syndrome. Nature Medicine. 2021. https://doi.org/10.1038/s41591-021-01283-z Legenda: QV qualidade de vida. A Síndrome Pós-COVID-19 pode ser subdividida em duas categorias: a “Subaguda” na qual os sintomas e as disfunções estão presentes de 4 a 12 semanas e a “Crônica” em que sintomas persistem além das 12 semanas e não são atribuíveis a outros diagnósticos (GREENHALGH et al, 2020; SHAH et al, 2021). Entre os sintomas e disfunções mais prevalentes destacam-se a fadiga, fraqueza muscular, dispneia, artralgia, dor torácica, tosse, disosmia, disgeusia, o sofrimento psicológico (como transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade e depressão), o déficit de concentração, os distúrbios do sono e um declínio na qualidade de vida (NALBANDIÁN, et al, 2021). Os cuidados de acompanhamento precisam ser considerados para pacientes com alto risco para o desenvolvimento da Síndrome Pós-COVID-19, embora aqueles que tenham apresentado a forma leve da doença também podem apresentar tais sequelas. Enquadram-se neste perfil aqueles que tiveram doença grave e necessitaram de cuidados intensivos, bem como os que apresentam comorbidades ou são suscetíveis a complicações como, idosos, condições pós-transplante, pacientes oncológicos, presença de disfunção em múltiplos órgãos
e em pacientes com sintomas persistentes. A identificação das principais características clínicas, sorológicas, de imagem epidemiológicas e funcionais da COVID-19 nas fases aguda, subaguda e crônica da doença, nos ajudará a compreender melhor a história natural e a fisiopatologia da Síndrome Pós-COVID-19. Avaliação das limitações na Síndrome Pós-COVID- Existem inúmeros testes para avaliar cada uma das limitações funcionais Pós-COVID-19. Na Figura 3 estão descritas sugestões de métodos de avaliação para identificar a redução da tolerância ao exercício e a variação depende da disponibilidade de material e local disponível para o teste. As disfunções respiratórias podem ser avaliadas desde testes da força musculatura respiratória, níveis de oxigênio arterial (oximetria de pulso) e função ventilatória. A redução da força muscular pode ser avaliada por testes e equipamentos, porém existem questionários que podem auxiliar nesta avaliação. Existem também variações para análise da perda do equilíbrio e a diferença entre eles dependerá da amplitude de variações observadas por profissional e tempo disponível para realizá-las. Figura 3 : Métodos de avaliação sugeridos para limitação dos pacientes Fonte: Próprio Autor
também no acompanhamento ambulatorial para avaliar e acompanhar o estado funcional (MACHADO, et al. 2021). Tabela 1: Questionário auto aplicado da escala do Estado Funcional Póss-COVID-19 (PCFS) para o paciente. Informação ao paciente: Quanto você está afetado atualmente em sua vida diária pela COVID-19? Por favor, indique qual das afirmações seguintes mais se aplica a você. Assinale apenas uma opção. Fonte: https://osf.io/tgwe3/
Figura 5: Fluxograma da Escala de Estado Funcional Pós-COVID-19 para auto aplicação do paciente. Fonte: https://osf.io/tgwe3/ Demais testes podem completar a avaliação do paciente Pós-COVID-19, embora sejam mais complexas e onerosos, e muitas vezes com acesso restrito na rede de saúde. O teste ergométrico ou ergoespirométrico fornecerá informações específicas sobre a limitação ao exercício. A espirometria, descreve informações sobre possíveis distúrbios ventilatórios restritivo ou obstrutivo, a medida da capacidade de difusão pulmonar para o monóxido de
Tabela 2. Recomendações adaptadas para prescrição de exercício conforme o método FITT (frequência, intensidade, tipo e tempo). Exercício Aeróbico Exercício de Força Treinamento Muscular Respiratório Exercício de Equilíbrio/ Flexibilidade Frequência semanal 3 a 7 dias 2 a 3 dias (não consecutivo) 3 a 7 dias 2 a 3 dias (não consecutivo) Intensidade Inicial 3 METs Moderada / Escala de Borg modificada 3 - 6 40% a 60% RM Aumento 5% a 10% / semana 30% - 50% PImax Progressiva conforme tolerância Tipo Caminhada (esteira, simuladores, ar livre) Bicicleta ergométrica (Membros Inferiores/ superiores) Peso corporal, peso livre (halteres), faixas elásticas, exercícios em máquina Estimulação Elétrica Neuromuscular (MRC < 3) Dispositivos lineares preferencialmente Estáticos e dinâmicos* Treino de AVD Tempo
20 minutos/dia, Contínuo ou Intermitente 2-3 séries com 8-12 repetições 30 minutos/dia 4 x 30 respirações/ dia Alongamento estático por 10 a 30s, 2 a 4 repetições por exercício
A COVID-19 pode ocasionar limitações das atividades de vida diária (AVD) e restrição à participação do indivíduo no seu contexto social. Isto afeta todo o contexto biopsicossocial e ocasiona grande prejuízo na funcionalidade e, consequentemente, na qualidade de vida. Através deste documento, a ASSOBRAFIR visa trazer os instrumentos para uma avaliação abrangente bem como as estratégias para restaurar a função física e reintegrar o indivíduo na sociedade por meio de treinamento físico pautados na individualidade biológica. Estratégias de educação em saúde devem ser estimuladas pelos profissionais envolvidos, na qual o fisioterapeuta tem papel fundamental para que o usuário mantenha ou adquira hábitos de vida saudáveis, incluindo a prática regular de atividades físicas bem como de adequada higiene do sono em suas vidas. Maiores informações podem ser obtidas no conteúdo de COVID-19 da ASSOBRAFIR https:// assobrafir.com.br/covid-19/ bem como em artigo científico disponível em https:// www.assobrafirciencia.org/article/doi/10.47066/2177-9333.AC20.covid19. Este é o posicionamento da ASSOBRAFIR em relação à avaliação e reabilitação no paciente Pós-COVID-19. Esperamos, com isso, contribuir para a orientação e esclarecimento dos fisioterapeutas neste momento de incertezas. A ASSOBRAFIR está atenta à evolução dos acontecimentos e sempre que identificar necessidade emitirá nova comunicação. Atualizado em 18 de julho de 2021. Referências
Greenhalgh, T., Knight, M., A’Court, C., Buxton, M. & Husain, L. Management of post-acute COVID-19 in primary care. Brit. Med. J. 370 , m3026 (2020). HUANG, Chaolin; HUANG, Lixue; WANG, Yeming; LI, Xia; REN, Lili; GU, Xiaoying; KANG, Liang; GUO, Li; LIU,Min; et.al. “6-month consequences of COVID-19 in patients discharged from hospital: a cohort study.” Lancet (London, England) vol. 397,10270,
JIMENO-ALMAZÁN, et al. “Post-Covid-19 Syndrome and the Potential Benefits of Exercise.” International Journal of Environmental Research and Public Health. 2021. LEON, Sandra Lopez et al. More than 50 Long-term effects of COVID-19: a systematic review and meta-analysis. Available at SSRN 3769978 , 2021. LQBAL, Ayman et al. The COVID-19 Sequelae: A Cross-Sectional Evaluation of Post- recovery Symptoms and the Need for Rehabilitation of COVID-19 Survivors. Cureus , v. 13, n. 2, 2021. LUTCHMANSINGH, Denyse D, et al. “A Clinic Blueprint for Post-Coronavirus Disease 2019 RECOVERY.” Chest 159 (3). 2021. MACHADO, F.V.C., Meys, R., Delbressine, J.M. et al. Construct validity of the Post- COVID-19 Functional Status Scale in adult subjects with COVID-19. Health Qual Life Outcomes. 2021;19, 40.
MENDELSON, M. et al. Long-COVID: An evolving problem with an extensive impact. SAMJ: South African Medical Journal , v. 111, n. 1, p. 10-12, 2021. NALBANDIAN, Ani et al. Síndrome pós-aguda de COVID-19. Nature Medicine , p. 1-15, 2021 NEGRINI, Francesco, et al. “Rehabilitation and CoVid-19: A Rapid Living Systematic Review 2020 by Cochrane Rehabilitation Field. Update as of October 31st, 2020 .” European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine. 2021. SANTANA, André Vinícius, Andrea Daiane Fontana, and Fabio Pitta. 2021. “Pulmonary Rehabilitation after COVID-19.” Jornal Brasileiro de Pneumologia 47 (1). https:// doi.org/10.36416/1806-3756/e20210034. SHAH, W., Hillman, T., Playford, E. D. & Hishmeh, L. Managing the long-term effects of COVID-19: summary of NICE, SIGN, and RCGP rapid guideline. Brit. Med. J. 372, n (2021). SHEEHY, Lisa Mary. “Considerations for Postacute Rehabilitation for Survivors of COVID-19.” JMIR Public Health and Surveillance. 2020. SPRUIT, Martijn A., et al. “COVID-19: Interim Guidance on Rehabilitation in the Hospital and Post-Hospital Phase from a European Respiratory Society- And American Thoracic Society-Coordinated International Task Force.” European Respiratory Journal 56 (6).
TOZATO, Cláudia et al. Cardiopulmonary rehabilitation in post-COVID-19 patients: case series. Revista Brasileira de Terapia Intensiva , v. 33, n. 1, p. 167-171, 2021. ZHU, Wanbo; XIE, Kai; LU, Hui; XU; Lei; ZHOU, Shusheng; FANG; Shiyuan. “Initial clinical features of suspected coronavirus disease 2019 in two emergency departments outside of Hubei, China.” Journal of medical virology. vol. 92,9, 2020.