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Guias e Dicas
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R4livro para ler, Manuais, Projetos, Pesquisas de Informática

livro para ler

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2013

Compartilhado em 09/12/2013

carlos-eduardo-souza-pereira-6
carlos-eduardo-souza-pereira-6 🇧🇷

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Flanagan, John Rangers — Ordem dos Arqueiros: T/John Flanagan; [versão brasileira: Editora Fundamento] — São Paulo, SP: Editora Fundamento Educacional, 2009. Título original: Ranger’s apprentice: The Icebound Land

  1. Literatura infanto-juvenil I. Título. 07-7502 CDD-028.

Índices para catálogo sistemático:

  1. Literatura infanto-juvenil 028.5 2. Literatura juvenil

Foram batidas leves e constantes que despertaram

Will do sono profundo e tranquilo. Ele não tinha uma idéia clara de quando começou a ouvi-las. O ruído parecia ter deslizado discretamente em sua mente adormecida, ampliou-se e aumentou em seu subconsciente até chegar ao mundo consciente e fazê-lo perceber que estava acordado e se perguntando o que poderia ser. Tap-tap-tap-tap... O barulho continuava, mas não tão alto, agora que estava acordado e ciente dos outros sons na pequena cabana. Do canto, atrás de uma pequena cortina de estopa que lhe dava uma leve privacidade, ele podia ouvir a respiração regular de Evanlyn. Estava claro que as batidas não a tinham acordado. Escutou uns estalidos abafados vindos da pilha de carvão na lareira no fim do aposento e, quando ele ficou totalmente acordado, escutou quando os pedaços se assentaram com um leve farfalhar.

Tap-tap-tap... O barulho parecia vir de perto dele. Will se espreguiçou, bocejou e se sentou na cama rústica que tinha feito com madeira e lona. Balançou a cabeça para afastar o resto de sono e, por um momento, o som quase desapareceu. Então recomeçou, e Will percebeu que vinha do lado de fora da janela. Os painéis de tecido impermeável eram transparentes e deixavam que a luz cinzenta de antes do amanhecer entrasse, mas ele não viu nada além de névoa. Ele se ajoelhou na cama e abriu a moldura, levantando-a e esticando a cabeça pela abertura para observar a pequena varanda da cabana. Uma rajada de ar frio entrou no quarto e ele ouviu Evanlyn se mexer enquanto o vento percorria o aposento, fazendo com que a cortina de estopa balançasse para dentro e as brasas da lareira brilhassem com mais intensidade até que uma pequena língua de fogo amarela saltasse delas. Em algum lugar entre as árvores, um pássaro cumprimentava a primeira luz do dia, e as batidas foram abafadas mais uma vez. Então ele descobriu. Era água que pingava da ponta de um longo pingente de gelo pendurado no telhado da varanda e caía num balde virado que ficara ali no chão. Tap-tap-tap... tap-tap-tap. Will franziu a testa. Ele sabia que tinha uma coisa importante nesse acontecimento, mas sua mente, ainda confusa pelo sono, não conseguiu entender bem o que era.

Ele hesitou um segundo, olhando para a poça que crescia ao lado do balde. O gelo está derretendo ele disse finalmente.

Depois de um magro café da manhã, eles se sentaram ao sol que se estendia na varanda. Nenhum dos dois queria discutir a importância da descoberta de Will, embora tivessem encontrado mais sinais do degelo. Pequenas manchas de grama seca encharcada apareciam na cobertura de neve na terra em volta da cabana, e o som da neve molhada escorregando das árvores para cair no chão estava se tornando cada vez mais comum. É claro que a neve ainda estava espessa no chão e nas árvores, mas os sinais indicavam que o degelo tinha começado e que iria continuar incessantemente. Acho que temos que pensar em continuar viagem Will disse finalmente, externando o pensamento que tinha estado na mente de ambos. Você ainda não está forte o suficiente Evanlyn retrucou. Mal se tinham passado três semanas desde o dia em que ele se livrou dos efeitos entorpecedores provocados pela erva do calor, na qual se viciara quando escravo do pátio na Residência de Ragnak.

Antes de conseguirem fugir, Will tinha enfraquecido por causa de comida e roupas inadequadas e um regime de trabalho fisicamente punitivo. Desde então, a alimentação insuficiente serviu apenas para conservar a vida, mas não para restaurar suas forças ou sua resistência. Eles tinham vivido do fubá e da farinha encontrados na cabana, de um pequeno estoque de legumes e da carne fibrosa de qualquer animal que Evanlyn e ele tinham conseguido caçar. Havia pouca caça no inverno e os animais que tinham apanhado também não estavam em boas condições além de não serem muito nutritivos. Eu dou um jeito Will disse simplesmente e ergueu os ombros. Vou ter que dar. E esse era o principal problema. Os dois sabiam que, assim que a neve nos altos desfiladeiros tivesse derretido, os caçadores voltariam a visitar as montanhas onde estavam. Evanlyn já tinha visto um deles: o misterioso cavaleiro no dia em que Will tinha recuperado a consciência. Felizmente, desde aquele dia, não viram mais sinal dele. Mas tinha sido um aviso. Outros viriam e, antes que aparecessem, Will e Evanlyn tinham que estar bem longe, descendo as passagens do outro lado da montanha para atravessar a fronteira para a Teutônia. Evanlyn balançou a cabeça com ar de dúvida. Por um momento não disse nada, mas logo se deu conta de que Will tinha razão. Assim que o degelo tivesse realmente

da neve tinham caído nas armadilhas que Will tinha construído, os outros animais naquela área ficaram mais cuidadosos. Como resultado, eles eram obrigados a montar as armadilhas em novos locais, de tempos em tempos cada qual um pouco mais longe da cabana que no dia anterior. Evanlyn calculou que tinha que andar cerca de quarenta minutos na trilha estreita que subia a colina antes de chegar à primeira armadilha. É claro que, se pudesse caminhar em linha reta, o trajeto seria muito mais curto. Mas a trilha era sinuosa e dava voltas ao redor das árvores, mais do que dobrando a distância que tinha que percorrer. Agora que tinha consciência do fato, os sinais do degelo estavam em toda a sua volta. A neve não rangia secamente quando andava. Ela estava mais pesada, úmida, e seus pés afundavam dentro dela. O couro de suas botas já estava encharcado do contato com a neve que derretia. Da última vez em que passara por esse caminho, a neve simplesmente tinha coberto as botas com um pó fino e seco. Ela também começou a notar uma atividade maior entre a vida selvagem da região. Pássaros esvoaçavam entre as árvores em número maior do que antes, e ela assustou um coelho na trilha, fazendo com que corresse de volta à proteção de uma amoreira coberta de neve. " Pelo menos, essa atividade extra pode aumentar as chances de encontrar alguma caça que valha a pena nas armadilhas ", ela pensou.

Ela viu o sinal discreto que Will tinha feito na casca de um pinheiro e saiu da trilha para encontrar o lugar onde eles tinham armado a primeira armadilha. Ela se lembrou do alívio que sentiu quando ele se recuperou do vício da erva do calor. Suas habilidades de sobrevivência eram insignificantes e Will tinha oferecido seu bem-vindo conhecimento para criar e colocar armadilhas e complementar a alimentação dos dois. Aquilo fazia parte do treinamento que Halt tinha lhe dado. Evanlyn se lembrava de como os olhos dele tinham ficado úmidos por alguns momentos e a voz embargada, quando ele mencionou o nome do velho arqueiro. E, não pela primeira vez, os dois jovens se sentiram muito, muito longe de casa. Ao passar com dificuldade pelos arbustos cobertos de neve e ficar cada vez mais ensopada, ela sentiu uma onda de prazer. A primeira armadilha tinha pegado um pequeno pássaro. Eles já tinham caçado alguns e ela sabia que a carne era excelente. Do tamanho de uma galinha pequena, ele tinha colocado o pescoço descuidadamente no aro de metal da armadilha e ficou preso. Evanlyn sorriu tristemente quando pensou que antes teria protestado por causa da morte cruel do pássaro. Agora, tudo o que sentia era uma sensação de satisfação ao se dar conta de que teriam uma boa refeição naquele dia. " É surpreendente como uma barriga vazia pode mudar a opinião da gente ", ela pensou, enquanto retirava o aro do pescoço do pássaro e enfiava a pequena carcaça na sacola.

Os dois cavaleiros saíram do meio das árvores para uma

campina aberta. Ali, nos pés dos morros da Teutônia, a primavera que se aproximava estava mais visível do que nas altas montanhas que se elevavam à frente deles. A grama da campina já estava ficando verde e havia pontos isolados de neve em lugares normalmente cobertos de sombra na maior parte do dia. Um espectador casual talvez se interessasse em observar os cavalos que seguiam os dois homens montados. De longe, os homens até poderiam ser confundidos com comerciantes que esperavam a primeira oportunidade de atravessar as passagens da montanha para a Escandinávia e, assim, se beneficiar dos preços altos que as primeiras mercadorias da estação teriam. Mas uma inspeção mais atenta teria mostrado que aqueles homens não eram comerciantes. Eram guerreiros armados.

O menor dos dois, um homem barbado vestido com uma estranha capa verde e cinza que parecia mudar e ondular enquanto andava, levava um arco longo pendurado nos ombros e uma aljava com flechas no alto da sela. Seu companheiro era um homem maior e mais jovem. Ele usava uma simples capa marrom, mas o claro sol da primavera fazia a armadura de malha de ferro brilhar no pescoço e nos braços, e a bainha de uma longa espada aparecia debaixo da capa. Completando o quadro, tinha o escudo redondo pendurado nas costas e que exibia a efígie de uma folha de carvalho um tanto tosca.

Cavalos combinavam tão mal quanto os homens. O jovem montava um baio alto: de pernas compridas, ancas e quartos fortes, o exemplo de um verdadeiro cavalo de batalha. Um segundo cavalo de raça, negro, trotava atrás dele preso a uma corda. A montaria do companheiro era consideravelmente menor, um cavalo desgrenhado de peito largo que mais parecia um pônei. Mas ele era robusto e parecia resistente. Outro cavalo, parecido com o primeiro, trotava atrás deles levemente carregado com o mínimo necessário para acampar e viajar. Ele seguia os outros obediente e de boa vontade. Horace inclinou a cabeça para olhar a montanha mais alta que se elevava acima deles. Ele semicerrou os olhos por causa do brilho da neve que ainda formava uma camada grossa na metade superior da montanha e agora refletia a luz do sol.

evitar imaginar o que poderia ser. De repente, foi dominado pela sensação incômoda de que alguma coisa estava incompleta naquela manhã. Ele tentou ignorá-la, mas foi impossível. E Horace parecia mesmo ter dominado o desejo quase irresistível de fazer a pergunta que tinha lhe ocorrido. Halt esperou um ou dois minutos, mas não ouviu nenhum som além do tilintar dos arreios e o ranger do couro das selas. Finalmente, o ex-arqueiro não aguentou mais. O quê? A pergunta pareceu explodir de dentro dele com mais violência do que tinha pretendido. Tomado de surpresa, o baio de Horace estremeceu assustado e deu vários passos para o lado, como se estivesse dançando. Horace deu um olhar magoado para seu mentor enquanto acalmava o cavalo e o controlava. O quê? ele repetiu para Halt e o homem menor fez um gesto desesperado. É isso o que eu quero saber respondeu irritado. O quê? Horace espiou para ele. O olhar era, evidentemente, do tipo que se dá a alguém que parecia ter perdido a razão e não ajudou muito a melhorar o humor, cada vez pior, de Halt. O quê? Horace repetiu agora totalmente confuso.

Pare de me imitar como um papagaio Halt protestou. Pare de repetir o que eu falo! Eu perguntei " o quê ", portanto não me responda com outro " o quê ", entendeu? Horace pensou na pergunta por uns dois segundos e então, do seu jeito calculado, respondeu: "Não." Halt respirou fundo. Sua testa estava profundamente franzida e, debaixo das sobrancelhas, seus olhos brilhavam de raiva. Mas, antes que pudesse falar, Horace se adiantou a ele.

Que " o quê " você está me perguntando? indagou, enquanto pensava em como deixar a pergunta mais clara. Ou, melhor, por que está me perguntando "o quê"? Sem esconder que estava se controlando com muito esforço, Halt resolveu continuar. Você ia me fazer uma pergunta ele disse. Eu ia? Horace retrucou franzindo a testa. Sim, ia. Eu vi quando respirou fundo para falar - Halt concordou. Entendo Horace falou. E sobre o que era a pergunta? Por um breve momento, Halt ficou sem saber o que dizer. Ele abriu a boca, fechou-a outra vez e então, finalmente, encontrou forças para falar. Era isso o que eu estava perguntando para você ele explicou. Quando eu disse "o quê ", estava falando sobre o que você ia me perguntar.

s vezes, o arqueiro é um companheiro confuso ", Horace pensou. E, como acontecia tantas vezes, no momento em que parou de tentar lembrar o fato que tinha suscitado a pergunta, ela voltou à sua mente. Desta vez, antes que se esquecesse dela ou se distraísse, ele a deixou escapar. Existem muitas passagens? perguntou a Halt. O arqueiro se virou na sela e olhou para trás. O quê? ele perguntou. Sabiamente, Horace resolveu ignorar o fato de que estavam se dirigindo para um território perigoso com essa palavra. Ele fez um gesto na direção das montanhas, franzindo a testa ao olhar para elas. Pelas montanhas. Existem muitas passagens para a Escandinávia pelas montanhas? Halt verificou o passo de Abelard por um instante, deixando que o baio os alcançasse, e então retomou seu ritmo. Três ou quatro ele informou. Mas então os escandinavos não as vigiam? Horace quis saber. Parecia lógico que eles o fizessem. Claro que sim Halt respondeu. As montanhas formam a principal linha de defesa deles. Então como você planeja passar por elas? O arqueiro hesitou. Aquela era uma pergunta que estava perturbando seus pensamentos desde que tinham tomado a estrada que saía do Chateau Montsombre. Se estivesse sozinho, não teria dificuldades em passar por elas

sem ser visto. Com Horace em sua companhia montado num cavalo de batalha grande e irrequieto, a tarefa poderia ser mais difícil. Ele tinha algumas idéias, mas ainda não havia se decidido por nenhuma delas. Vou pensar em alguma coisa ele afirmou para ganhar tempo. Com sensatez e certo de que Halt iria mesmo encontrar uma solução, Horace concordou. No mundo dele, era isso o que os arqueiros faziam melhor, e a melhor coisa que um aprendiz de guerreiro podia fazer era deixar que o arqueiro continuasse a pensar, enquanto ele cuidava de derrotar qualquer um que precisasse ser vencido ao longo do caminho. Satisfeito com o que a vida tinha lhe reservado, ele se ajeitou na sela. Halt também se sentiu livre da dúvida incômoda. Agora sabia qual era a pergunta que tinha desaparecido dos lábios de Horace sem ser feita. Mas então a dúvida voltou, duas vezes mais forte. Talvez essa tivesse sido outra pergunta, e a original ainda não tinha sido feita. Ele não aguentava não saber. Era isso o que você ia perguntar? Um pouco surpreso Horace olhou para ele. O q...? - ele começou e então substituiu a frase por um comentário mais adequado. Quer dizer, o que você disse? A pergunta sobre as passagens Halt ergueu os ombros constrangido. Era isso o que ia me perguntar antes? - ele perguntou no tom de quem sabia a resposta, mas apenas queria ter certeza.