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Neste texto, gilan convida will para acompanhá-lo a céltica, oferecendo-lhe a oportunidade de completar o grupo. O texto descreve as interações entre gilan, will e horace, além de suas treinamentos e conversas. Gilan e will discutem a importância de saber lutar corpo a corpo, mesmo sendo arqueiros, e gilan ensina a will como desviar golpes com a faca de caça.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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As quatro criaturas grandes e selvagens, soldados do re- belde comandante Morgarath tinham sido vistas passando pelo Feudo Redmont em direção ao norte. Assim que a informação chegou aos ouvidos do arqueiro, ele saiu para interceptá-los, acompanhado de seu jovem aprendiz. — De onde será que eles vieram, Halt? — Will perguntou durante uma de suas curtas paradas para des- canso. — O Desfiladeiro dos Três Passos já não está bem vigiado? O Desfiladeiro dos Três Passos era o único acesso existente entre o reino de Araluen e as Montanhas da Chuva e da Noite, onde Morgarath mantinha seu quar- tel-general. Agora que o reino estava se preparando para a guerra com Morgarath, a companhia de infantaria e os ar- queiros tinham sido enviados para reforçar a pequena guarnição permanente na estreita passagem até que o e- xército principal pudesse se reunir. — Esse é o único lugar de onde eles podem vir em grande número — Halt concordou. — Mas um pequeno
sela. O ferimento que tinha sofrido na batalha com os dois Kalkaras ainda o incomodava um pouco. — Minha principal preocupação não é saber de onde eles vieram — ele continuou. — É saber para onde estão indo e o que pretendem. Halt mal tinha acabado de falar quando ele e Will ouviram um grito vindo de algum ponto adiante deles, seguido por uma confusão de grunhidos e, finalmente, pelo choque de armas. — E talvez a gente descubra isso bem depressa! — concluiu. Ele fez Abelard galopar, controlando-o com os jo- elhos enquanto as mãos, sem esforço, escolhiam uma fle- cha e a ajustavam à corda de seu enorme arco. Will subiu na sela de Puxão com a ajuda das mãos e galopou atrás do mestre. Ele não conseguia imitar a habilidade de Halt para montar sem usar as mãos, pois precisava da mão direita para segurar as rédeas enquanto segurava o arco com a esquerda. Eles estavam atravessando um bosque com poucas árvores, deixando que os espertos cavalos escolhessem o melhor caminho. De repente, saíram do meio das árvores para uma ampla campina. Abelard, obedecendo a um co- mando de seu cavaleiro, parou, seguido imediatamente por Puxão. Will deixou cair as rédeas no pescoço do ani- mal e sua mão instintivamente procurou uma flecha na aljava e a posicionou no arco.
Uma grande figueira crescia no meio do terreno com pouca vegetação. Um pequeno acampamento tinha sido montado junto do tronco. Um fio de fumaça ainda subia da fogueira, e uma mochila e um cobertor enrolado estavam no chão ao lado dela. Os quatro Wargals cerca- vam um homem que estava de costas para a árvore. Sua espada ainda os mantinha longe dele, mas os Wargals fa- ziam leves movimentos em sua direção, tentando encon- trar uma brecha para atacá-lo. Eles estavam armados com espadas curtas e machados, e um deles carregava uma pe- sada lança de ferro. Will respirou fundo ao ver as criaturas. Depois de seguir suas pegadas por tanto tempo, era um choque vê-los claramente tão de repente. Seus corpos eram pare- cidos com os de ursos; eles tinham focinhos longos e for- tes e presas amarelas de cachorro, agora expostas ao ros- narem para sua vítima. Eram cobertos por pelos desgre- nhados e usavam armaduras pretas de couro. O homem estava vestido de modo parecido, e sua voz tremia de medo ao repelir as tentativas de ataque. — Para trás! Estou cumprindo uma missão para lorde Morgarath. Para trás, eu ordeno! Eu ordeno em nome de lorde Morgarath! Halt fez que Abelard se virasse, de modo a ter es- paço para puxar a flecha que já estava preparada no arco. — Larguem as armas! Todos vocês! — ele gritou. Cinco pares de olhos se voltaram para ele quando os quatro Wargals e sua presa se viraram surpresos. O
cavalos, um medo nascido na Batalha de Hackman Heath, dezesseis anos antes, na qual o primeiro exército de War- gals de Morgarath foi dizimado pela cavalaria de Araluen. O monstro hesitou por um segundo fatal, recuando diante dos cascos impiedosos do cavalo. A quarta flecha de Halt atingiu a criatura na gar- ganta e, devido à curta distância, a atravessou. Com um último grito agudo, o Wargal caiu morto na grama. Pálido, Will escorregou para o chão, pois não con- seguia se manter em pé. Teve que se segurar em Puxão para se levantar. Halt saltou da sela depressa, foi até o ga- roto e o abraçou. — Está tudo bem, Will — a voz grave atravessou o medo que enchia a mente do rapaz. — Já passou. Mas Will sacudiu a cabeça negativamente horrori- zado com a rápida série de acontecimentos. — Halt, eu errei... duas vezes! Entrei em pânico e errei! Ele foi tomado por uma profunda sensação de vergonha por ter causado tamanha decepção ao seu mes- tre. O braço de Halt apertou ainda mais o ombro do ga- roto, que olhou para o rosto barbado e os olhos escuros e profundos do mestre. — Há uma grande diferença entre atirar num alvo e num Wargal que está pronto para atacar. Geralmente o alvo não quer matar você.
Halt acrescentou as últimas palavras num tom mais suave. Ele percebeu que Will estava em choque. “E não é para menos”, ele pensou sombriamente. — Mas... eu errei... — E aprendeu uma lição. Da próxima vez, não vai errar. Agora você sabe que é melhor atirar uma flecha com atenção do que duas com pressa — Halt disse com firmeza. Então, pegou o braço de Will e fez o garoto se virar para o local do acampamento debaixo da figueira. — Vamos ver o que achamos ali — ele sugeriu pondo um fim na conversa. O homem vestido de preto e o Wargal estavam mortos, caídos lado a lado. Halt se ajoelhou ao lado do homem e o virou, assobiando surpreso. — É Dirk Reacher — ele informou meio para si mesmo. — Ele é a última pessoa que eu esperaria ver a- qui. — Você conhece ele? — Will perguntou. Sua insaciável curiosidade já o estava ajudando a esquecer os terríveis minutos anteriores, como Halt sabia que iria acontecer. — Eu persegui ele até que saísse do reino, há uns cinco ou seis anos — o arqueiro contou. — Era um co- varde e assassino. Desertou do exército e encontrou seu lugar, junto de Morgarath — ele fez uma pausa. — Parece que Morgarath está se especializando em recrutar pessoas como ele. Mas o que esse homem estava fazendo aqui...?
um grito de espanto. Ele também sabia que, se interrom- pesse Halt antes que terminasse de ler, seu mentor sim- plesmente o ignoraria. Will esperou até que Halt dobrasse o papel, levantasse devagar e olhasse para o aprendiz, en- xergando a pergunta no olhar do garoto. — É importante? — Ah, acho que posso dizer que sim — Halt res- pondeu. — Parece que tropeçamos nos planos de batalha de Morgarath para a próxima guerra. Acho melhor vol- tarmos para Redmont. Ele assobiou baixinho, e Abelard e Puxão trotaram para junto de seus donos. Das árvores, a várias centenas de metros de distân- cia, cuidadosamente a favor do vento para que os cavalos dos arqueiros não sentissem o cheiro do intruso, olhos inamistosos os observavam. Seu dono observou os dois arqueiros se afastarem da cena da pequena batalha e então se virou para o sul, na direção dos penhascos. Era hora de informar Morgarath que seu plano tinha dado certo.
freou o cavalo em frente à pequena cabana construída en- tre as árvores abaixo do Castelo Redmont. O pônei carre- gado que caminhava atrás do cavalo selado parou tam- bém. O cavaleiro, um homem alto que se movia com a graça fácil da juventude, escorregou da sela e entrou na varanda estreita, agachando-se para não bater no beiral baixo. Do estábulo coberto ao lado da casa, vinha o som do suave relinchar de cavalos, e o animal que acabara de chegar levantou a cabeça como se respondesse a um cumprimento. O cavaleiro tinha levantado o punho para bater na porta quando viu uma luz se acender atrás da cortina da janela. Ele hesitou. A luz atravessou a sala e, cerca de um segundo depois, a porta se abriu. — Gilan — Halt disse sem qualquer sinal de sur- presa na voz. — O que está fazendo aqui? O jovem arqueiro riu ao encarar o antigo professor.
Will entrou na pequena sala com as roupas vestidas às pressas sobre o pijama e os cabelos ainda desgrenhados. — Boa-noite, Gilan — ele cumprimentou calma- mente. — O que trouxe você aqui? Gilan olhou de um para outro um tanto desespe- rado. — Ninguém fica surpreso quando apareço no meio da noite? — ele perguntou. Halt, ocupado no fogão, se virou para esconder um sorriso. Alguns minutos antes, ele tinha ouvido Will se mover apressado e ir até a janela quando o cavalo se apro- ximou da cabana. Era evidente que o aprendiz tinha ou- vido a sua conversa com Gilan e estava fazendo o melhor que podia para tentar criar o seu jeito informal de tratar a chegada inesperada. Entretanto, conhecendo Will como conhecia, Halt tinha certeza de que o garoto estava ar- dendo de curiosidade quanto ao motivo da visita inespe- rada, por isso resolveu fazer uma brincadeira. — É tarde, Will. Acho bom você voltar para a ca- ma. Temos um dia cheio amanhã. No mesmo instante, a expressão indiferente de Will foi substituída por um olhar infeliz. A sugestão do mestre equivalia a uma ordem. Todas as intenções de parecer ca- sual desapareceram de repente. — Ah, por favor, Halt! — o garoto exclamou. — Quero saber o que está acontecendo! Halt e Gilan trocaram um sorriso rápido. Will es- perava ansiosamente que Halt mudasse de ideia quanto a
mandá-lo para a cama. O arqueiro grisalho continuou sé- rio ao colocar três canecas fumegantes de café na mesa da cozinha. — Por que você acha que preparei três xícaras? — ele disse, e Will percebeu que tinha sido feito de bobo. Ele deu de ombros sorrindo e se sentou com seus superiores. — Muito bem, Gilan, antes que meu aprendiz aca- be explodindo de curiosidade, qual é a razão para essa vi- sita inesperada? — Bom, tem a ver com os planos de batalha que você descobriu na semana passada. Agora que conhece- mos as intenções de Morgarath, o rei quer o exército pronto nas Planícies de Uthal antes da próxima Lua cres- cente. É nesse dia que Morgarath planeja atravessar o Desfiladeiro dos Três Passos. O documento encontrado tinha muitas informa- ções. O plano de Morgarath falava de 500 mercenários escandinavos que iriam atravessar os pântanos e atacar a guarnição no Desfiladeiro dos Três Passos. Com o desfi- ladeiro desprotegido, o exército principal de Wargals po- deria invadir e espalhar suas tropas na planície. — Então Duncan planeja atacar primeiro — Halt disse assentindo devagar. — Boa ideia. Desse jeito, vamos controlar o campo de batalha. — E vamos manter o exército de Morgarath preso numa armadilha no desfiladeiro — Will disse em tom i- gualmente sério, também concordando com a cabeça.
— Essa é exatamente a questão, Will — Halt foi o primeiro a responder. — “Depois de todos esses anos.” Nós passamos dezesseis anos olhando para Morgarath e nos perguntando quais as intenções dele. Anos atrás, nos- sas forças estavam ocupadas patrulhando a base dos pe- nhascos e vigiando Três Passos. E ele teve a liberdade de nos atacar no momento em que quis. Os Kalkaras foram o exemplo mais recente, como você sabe muito bem. Gilan olhou para o antigo mestre com admiração. Halt tinha entendido imediatamente o raciocínio que es- tava por trás do plano do rei. Não era a primeira vez que percebia por que Halt era um dos conselheiros mais res- peitados do monarca. — Halt está certo, Will. E há outro motivo. Depois de dezesseis anos de relativa paz, as pessoas estão ficando complacentes. Não os arqueiros, é claro, mas o povo das vilas que fornecem homens ao nosso exército. E até al- guns dos barões e mestres de guerra em feudos longín- quos ao norte. — Você mesmo viu como algumas pessoas hesitam em deixar as fazendas e ir para a guerra — Halt argumen- tou. Will assentiu. Ele e Halt tinham passado a última semana viajando para os vilarejos vizinhos do Feudo Redmont para alistar homens e formar o exército. Em mais de uma ocasião, foram recebidos com total hostili- dade. Uma hostilidade que desapareceu quando Halt usou toda a força de sua personalidade e reputação.
— No que se refere ao rei Duncan, agora é o mo- mento de acertar isso — Gilan continuou. — Nós esta- mos tão fortes quanto sempre fomos, e qualquer atraso só vai nos enfraquecer. Esta é a melhor oportunidade que temos para nos livrar de Morgarath de uma vez por todas. — E tudo isso nos leva de volta à minha primeira pergunta — Halt replicou. — O que traz você aqui no meio da noite? — Ordens de Crowley — Gilan disse animado. Ele colocou sobre a mesa uma mensagem escrita, e Halt, depois de um olhar interrogador para Gilan, a de- senrolou e leu. Will sabia que Crowley era o comandante dos arqueiros, a maior autoridade entre os 50 arqueiros da Corporação. Halt leu e tornou a enrolar as ordens. — Então você está levando mensagens para o rei Swyddned, dos celtas. Suponho que está invocando o tra- tado mútuo de defesa que Duncan assinou com ele há al- guns anos. Gilan assentiu, tomando um gole do café cheiroso com satisfação. — O rei acha que vamos precisar de todas as tro- pas que pudermos reunir. — Não posso criticar ele por pensar assim — Halt disse em voz baixa concordando pensativo. — Mas...? Ele estendeu as mãos num gesto de interrogação. O gesto parecia dizer que, se Gilan estava levando mensa- gens para Céltica, quanto mais rápido ele começasse, me- lhor.