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quinhentismo-e-barroco.pdf, Exercícios de Literatura

jesuítica. ➢ Literatura de viagens. Também chamada de literatura informativa, tem linguagem essencialmente descritiva. Um exemplo de ...

Tipologia: Exercícios

2022

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EREM JOAQUIM TÁVORA
DISCIPLINA: PORTUGUÊS (LITERATURA _ Quinhentismo e Barroco)
PROFESSORA: SANDRA Data: 27/ 07/2020 1º E
Época que abrange as manifestações
literárias ocorridas no primeiro século de
colonização do Brasil.
São dois os estilos de literatura desse
período: a literatura de viagens e a literatura
jesuítica.
Literatura de viagens
Também chamada de literatura
informativa, tem linguagem essencialmente
descritiva. Um exemplo de literatura informativa é
A carta, de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1500,
considerada o primeiro documento da história do
Brasil. Nessa carta foi retratado o dia a dia dos
portugueses na terra nova, com descrições das
características da fauna e da flora, informações dos
habitantes e de seus costumes.
O deslumbramento de Caminha diante
das belezas naturais contribuiu para a
personificação de um paraíso tropical. Um tempo
depois, essa ideia ajudou a definir os primeiros
símbolos nacionais: a natureza exuberante, o bom
selvagem e a base do nativismo, fonte de
inspiração para os escritores brasileiros até os dias
de hoje.
Trecho da Carta de Caminha
“A feição deles é serem pardos, maneira de
avermelhados, de bons rostos, narizes, bem-feitos.
Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem
estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e
nisso têm tanta inocência como em mostrar o
rosto.” [….] “Muitos deles ou quase a maior parte
dos que andavam ali traziam aqueles bicos de
osso nos beiços. E alguns, que andavam sem eles,
tinham os beiços furados e nos buracos uns
espelhos de pau, que pareciam espelhos de
borracha; outros traziam três daqueles bicos, a
saber, um no meio e os dois nos cabos”.
Literatura jesuítica
A partir de 1549, a Companhia de Jesus
passou a enviar missionários ao território recém-
descoberto, com a intenção de catequizar os índios
e manter viva a católica dos portugueses que
estavam no Brasil.
As obras desse período refletem a imagem
que os portugueses construíram em seu primeiro
contato com o Brasil, durante o século XVI.
A literatura jesuítica era composta de poemas, peças
de teatro, cantos e narrativas; muitos foram escritos
inclusive em tupi-guarani, com o intuito de converter o
índio à fé católica.
O padre José de Anchieta, o principal
representante da literatura jesuítica, chegou ao Brasil
em 1553, mas ficou conhecido dez anos depois,
quando foi preso e colocado em cativeiro por índios
tamoios durante uma rebelião.
Escreveu poemas líricos, autos teatrais e a
primeira gramática do Brasil em língua tupi. Suas obras
de maior destaque são: De Beata Virgine Dei Matre
Maria, composta de 5.786 versos, escrita no período de
cativeiro, e o Auto da festa de São Lourenço, que
agrega a moral católica aos costumes indígenas e traz
implícita a ideia da superioridade cultural e espiritual
dos colonizadores em relação aos nativos, associando
as falas em tupi ao “demônio” e as falas em português
ao “anjo”, que personifica o Bem.
Trecho do Auto da festa de São Lourenço, de José
de Anchieta.
PRIMEIRO ATO
(Cena do martírio de São
Lourenço)
Cantam:
Por Jesus, meu salvador,
Que morre por meus pecados,
Nestas brasas morro assado
Com fogo do meu amor
Bom Jesus, quando te vejo
Na cruz, por mim flagelado,
Eu por ti vivo e queimado
Mil vezes morrer desejo
Pois teu sangue redentor
Lavou minha culpa humana,
Arda eu pois nesta chama
Com fogo do teu amor.
O fogo do forte amor,
Ah, meu Deus!, com que me amas
Mais me consome que as chamas
E brasas, com seu calor.
Pois teu amor, pelo meu
Tais prodígios consumou,
Que eu, nas brasas onde estou,
Morro de amor pelo teu.
O QUINHENTISMO
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EREM JOAQUIM TÁVORA

DISCIPLINA: PORTUGUÊS (LITERATURA _ Quinhentismo e Barroco)

PROFESSORA: SANDRA Data: 27/ 07/2020 1º E

Época que abrange as manifestações

literárias ocorridas no primeiro século de

colonização do Brasil.

São dois os estilos de literatura desse

período: a literatura de viagens e a literatura

jesuítica.

➢ Literatura de viagens

Também chamada de literatura

informativa, tem linguagem essencialmente

descritiva. Um exemplo de literatura informativa é

A carta , de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1500,

considerada o primeiro documento da história do

Brasil. Nessa carta foi retratado o dia a dia dos

portugueses na terra nova, com descrições das

características da fauna e da flora, informações dos

habitantes e de seus costumes.

O deslumbramento de Caminha diante

das belezas naturais contribuiu para a

personificação de um paraíso tropical. Um tempo

depois, essa ideia ajudou a definir os primeiros

símbolos nacionais: a natureza exuberante, o bom

selvagem e a base do nativismo, fonte de

inspiração para os escritores brasileiros até os dias

de hoje.

Trecho da Carta de Caminha

“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos, narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto.” [….] “Muitos deles ou quase a maior parte dos que andavam ali traziam aqueles bicos de osso nos beiços. E alguns, que andavam sem eles, tinham os beiços furados e nos buracos uns espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha; outros traziam três daqueles bicos, a saber, um no meio e os dois nos cabos”.

➢ Literatura jesuítica

A partir de 1549, a Companhia de Jesus

passou a enviar missionários ao território recém-

descoberto, com a intenção de catequizar os índios

e manter viva a fé católica dos portugueses que

estavam no Brasil.

As obras desse período refletem a imagem

que os portugueses construíram em seu primeiro

contato com o Brasil, durante o século XVI.

A literatura jesuítica era composta de poemas, peças de teatro, cantos e narrativas; muitos foram escritos inclusive em tupi-guarani, com o intuito de converter o índio à fé católica. O padre José de Anchieta, o principal representante da literatura jesuítica, chegou ao Brasil em 1553, mas só ficou conhecido dez anos depois, quando foi preso e colocado em cativeiro por índios tamoios durante uma rebelião. Escreveu poemas líricos, autos teatrais e a primeira gramática do Brasil em língua tupi. Suas obras de maior destaque são: De Beata Virgine Dei Matre Maria, composta de 5.786 versos, escrita no período de cativeiro, e o Auto da festa de São Lourenço , que agrega a moral católica aos costumes indígenas e traz implícita a ideia da superioridade cultural e espiritual dos colonizadores em relação aos nativos, associando as falas em tupi ao “demônio” e as falas em português ao “anjo”, que personifica o Bem.

Trecho do Auto da festa de São Lourenço , de José

de Anchieta.

PRIMEIRO ATO

(Cena do martírio de São Lourenço) Cantam: Por Jesus, meu salvador, Que morre por meus pecados, Nestas brasas morro assado Com fogo do meu amor Bom Jesus, quando te vejo Na cruz, por mim flagelado, Eu por ti vivo e queimado Mil vezes morrer desejo Pois teu sangue redentor Lavou minha culpa humana, Arda eu pois nesta chama Com fogo do teu amor. O fogo do forte amor, Ah, meu Deus!, com que me amas Mais me consome que as chamas E brasas, com seu calor. Pois teu amor, pelo meu Tais prodígios consumou, Que eu, nas brasas onde estou, Morro de amor pelo teu.

O QUINHENTISMO

O BARROCO

O Barroco desenvolveu-se em um

contexto de tensão permanente no fim do século

XVI e início do século XVIII. Foi um movimento

cultural e artístico marcado por conflitos

existenciais, instabilidades e dúvidas.

As principais características do período

histórico em que o Barroco se desenvolveu são:

• Mudanças políticas e socioeconômicas que

ocorreram com o fim do ciclo das grandes

navegações, entre o final do século XVI e o

início do século XVII, período no qual a

Europa enfrentou grande agitação.

• Período de crise para a Igreja Católica e

valorização das conquistas humanas.

• A Reforma Protestante, iniciada em 1517 e

defendida por Martinho Lutero, monge e

teólogo alemão arrebanhou muitos fiéis.

• A reação da Igreja Católica à Reforma

Protestante (Contrarreforma) e a retomada

do Tribunal da Sagrada Inquisição.

• A relação de livros proibidos feita pela

Igreja ( Index Librorum Prohibitorum)

• O aumento do conflito do homem do século

XVII, que buscava conciliar racionalismo e

humanismo, razão e fé, espiritualismo e

materialismo.

➢ Literatura Barroca na Europa

Utilizando o que ficou conhecido como

Fusionismo, buscava conciliar as contradições

entre a visão de mundo medieval e a renascentista,

o racional e o irracional, a razão e a fé, o terreno e

o sagrado.

Assim como nas artes visuais, a literatura

barroca tinha como objetivo despertar os sentidos

e as emoções. Frases interrogativas, linguagem

rebuscada, metáforas, antíteses, paradoxos,

hipérboles e hipérbatos eram utilizados com o

intuito de traduzir um mundo instável, dúbio, e

frágil, e retratavam a miséria e os sofrimentos

humanos sob uma ótica pessimista.

As duas tendências do Barroco

Cultismo Conceptismo

Valorização da forma.

Rebuscamento

linguístico.

Jogo de palavras.

Jogo de ideias.

Desenvolvimento de

raciocínios religiosos e

filosóficos por meio de

comparações,

metáforas e analogias.

➢ Literatura Barroca no Brasil

O Barroco brasileiro iniciou-se em 1601,

com a publicação do poema épico Prosopopeia, de

Bento Teixeira. São dois os principais nomes do

Barroco: Padre Antônio Vieira e Gregório de

Matos.

Padre Antônio Vieira

* Famoso por seus sermões e por sua brilhante

retórica.

* Defensor de ideias sebastianistas.

* Aborda temas sociais e políticos; contrapõe-se à

escravidão indígena.

* Aborda temas mundanos, como o amor e a

paixão.

* Usa a metalinguagem, em obras que abordam a

arte de pregar.

* Usa os recursos de disseminação e de recolha ,

pelo qual os elementos argumentativos eram

retomados um a um e explicados ao longo do

texto.

Gregório de Matos

Considerado o primeiro representante do

nativismo da literatura brasileira, fez uma

documentação histórica de costumes, com

linguagem coloquial e foco nas críticas do

comportamento humano.

Poesia lírica Poesia lírica circunstancial.

Oposição entre o espírito e a

matéria.

Visão paradoxal do amor e da

mulher.

Metáforas, hipérboles e

paradoxos retratando o amor

contraditório.

Poesia sacra Consciência do pecado.

Insignificância do ser

humano.

Busca do perdão divino.

Conflito entre o material e o

espiritual.

Poesia satírica Valeu ao poeta a alcunha

“ Boca do inferno ”, uma vez

que ironizou todos os setores

da sociedade de sua época

(nobreza, igreja e povo).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Ir além ENEM: resumos, 1ª edição, São Paulo , FTD,

➢ Análise de poemas de Gregório de

Matos

  • Poesia satírica À cidade da Bahia Triste Bahia! ó quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vi eu já, tu a mi abundante. A ti trocou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando, e tem trocado, Tanto negócio e tanto negociante. Oeste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote. Oh se quisera Deus, que de repente Um dia amanheceras tão sisuda Que fora de algodão o teu capote! No poema em questão podemos observar uma lamentação sobre a situação da Bahia. A palavra "dessemelhante" aqui tem o sentido de "desigual", expondo a contradição econômica do lugar. Segundo o poeta, o local já foi próspero um dia e, por conta de maus negócios, acabou empobrecendo. A palavra "brichote" significa aqui "gringo" ou "estrangeiro".

• Poesia religiosa

A Jesus Cristo Nosso Senhor Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque, quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. Esse poema exemplifica o pensamento cristão que rondava a sociedade da época barroca, na qual o catolicismo e a instituição religiosa exercia grande poder.

• Poesia lírico-amorosa

A poesia lírico-amorosa do poeta exibe a figura de musas de maneira romanceada, comparada a elementos da natureza. Traz ainda sentimentos dúbios, onde o pecado e a culpa se mostram presentes. Aos afetos, e lágrimas derramadas na ausência da dama a quem queria bem Ardor em firme Coração nascido; pranto por belos olhos derramado; incêndio em mares de água disfarçado; rio de neve em fogo convertido: tu, que em um peito abrasas escondido; tu, que em um rosto corres desatado; quando fogo, em cristais aprisionado; quando cristal, em chamas derretido. Se és fogo, como passas brandamente, se és neve, como queimas com porfia? Mas ai, que andou Amor em ti prudente! Pois, para temperar a tirania, como quis que aqui fosse a neve ardente, permitiu parecesse a chama fria. Fonte: https://www.culturagenial.com/poemas-escolhidos-de- gregorio-de-matos/ “Goza, goza da flor da mocidade, Que o tempo trota a toda ligeireza, E imprime em toda flor sua pisada. Oh, não aguardes, que a madura idade Te converta essa flor, essa beleza, Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.” (Gregório de Matos)