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Guias e Dicas
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Química e fertilidade do solo, Notas de estudo de Mecânica dos Solos

Fertilidade do solo, com exercicios

Tipologia: Notas de estudo

2019

Compartilhado em 27/08/2019

mariane-oliveira-33
mariane-oliveira-33 🇧🇷

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO
Av. Pádua Dias, 11 – Piracicaba, SP Brasil – CEP 13418-900 – Fone: (19) 3417-2100
Docentes:
Prof. Luís Reynaldo F. Alleoni (coordenador)
Prof. Carlos Eduardo P. Cerri
Profa. Jussara Borges Regitano
2017
Disciplina LSO 300 Química e Fertilidade do Solo
APOSTILA AULAS TEÓRICAS
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Baixe Química e fertilidade do solo e outras Notas de estudo em PDF para Mecânica dos Solos, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO

Av. Pádua Dias, 11 – Piracicaba, SP – Brasil – CEP 13418-900 – Fone: (19) 3417-

Docentes:

Prof. Luís Reynaldo F. Alleoni (coordenador)

Prof. Carlos Eduardo P. Cerri

Profa. Jussara Borges Regitano

Disciplina LSO 300 – Química e Fertilidade do Solo

APOSTILA – AULAS TEÓRICAS

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO

Docentes

Prof. Luís Reynaldo Ferracciú Alleoni

Engenheiro Agrônomo pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da

Universidade de São Paulo (USP) em 1985, Mestre (1992) e Doutor (1996) em Solos e Nutrição de Plantas e

Livre-Docente em Química do Solo (2000) pela ESALQ/USP, com Pós-Doutorado pela Universidade da

Florida - EUA (2005/2006). É Professor Titular no Departamento de Ciência do Solo da ESALQ e tem

experiência em alterações químicas do solo em função do manejo e comportamento de elementos

potencialmente tóxicos no ambiente. Atua também na área de Redação Científica.

Prof. Carlos Eduardo Pellegrino Cerri

Engenheiro Agrônomo pela ESALQ/USP (1997), Mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela

ESALQ (1999), Doutor em Ciência Ambiental pelo CENA/USP (2003) e Livre-Docente em Manejo da

Matéria Orgânica do (2010) pela ESALQ/USP. É Professor Associado no Departamento de Ciência do Solo

da ESALQ e tem experiência em temas relacionados à Matéria Orgânica do Solo, Aquecimento global e

mudanças climáticas, agricultura e mercado de créditos de carbono, modelagem matemática, geoestatística e

geoprocessamento.

Profa. Jussara Borges Regitano

Engenheira Agrônoma pela ESALQ (1984), Mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela

Universidade Federal de Lavras (1987); Doutora em Agronomia/Ciência do Solo pela Universidade de Purdue

  • EUA (1994), com Pós-Doutorado em Comportamento de Pesticidas no Ambiente pela Universidade de

Minessota - EUA (2003). É Professora Doutora no Departamento de Ciência do Solo da ESALQ e tem

experiência na área de comportamento ambiental de pesticidas, fármacos e poluentes orgânicos no solo.

Origem das Cargas nos Solos

Literatura recomendada:

Origem das cargas; Ponto de carga zero

  • ERNANI, P.R. Química do Solo e Disponibilidade de Nutrientes, 2008. cap. 3 – p. 46-55.
  • LEPSCH, I.F. 19 Lições de Pedologia, 2011. cap. 5 – p. 107-117.
  • LOPES, A.S. Manual da Fertilidade do Solo, 1989. cap. 1 – p. 22-23.
  • MELLO, F.A.F.; BRASIL SOBRINHO, M.O.C.; ARZOLLA, S. et al. Fertilidade do Solo, 1987. cap. 3 – p. 45-50 e cap. 5 – p. 78-82.
  • MEURER, E.J. Fundamentos de Química do Solo, 2006. cap. 5 – p. 125-146.
  • NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V., V.H.; BARROS, N.F.; FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. Fertilidade do solo, 2007. cap. 4 - p.151-157 e cap. 5 – p. 215-
  • RAIJ, B. van. Avaliação da Fertilidade do solo, 1981. cap. 3 – p. 17-30 e cap. 6 – p. 83-85.

 Tipos de carga no solo:

1. Cargas permanentes ou constantes

2. Cargas variáveis

1. Cargas permanentes ou constantes

Principal processo: substituição isomórfica,

também chamada iônica (termo mais

adequado)

 Características:

 substituição de íons de tamanhos

semelhantes, mas com cargas diferentes

Formam-se cargas permanentes

Grande quantidade de cargas (-) formadas

em argilas do tipo 2:

TETRAEDROS DE SÍLICA E

OCTAEDROS DE ALUMINA

Tetraedros de sílica e octaedros de alumina

_

_

O _

Dissociação

O

O

O

O

H+

COLOIDE

H

H

H

H

H

Carga negativa

Carga negativa

Carga negativa

H +

Protonação

O

O

O

O

O

Carga positiva

Carga positiva

Carga positiva

COLOIDE

H +

H +

H + H +

H +

H

H

H

H

H

 varia c/ pH

 Importantes para:

  • minerais silicatados 1:1 (nas bordas);
  • colóides orgânicos;
  • hidróxidos de Fe e de Al.

Características das cargas variáveis:

Geração de cargas negativas

na matéria orgânica

  • Principais grupos: carboxílico e fenólico
    • Carboxílico : – COOH  – COO-^ + H +
    • Fenólico : O OH  (^) O O-^ + H +

Geração de cargas nos hidróxidos de Fe e de Al

  • Importantes em solos tropicais altamente

intemperizados: alto teor de hidróxidos de Fe e de Al

  • Apresentam caráter anfótero (anfi = duplo):

podem ter balanço positivo ou negativo de

cargas

Fe

Fe

O OH

OH

OH

Fe

Fe

O O

O

O

Fe

Fe

O OH 2

OH 2

OH 2

Protonação - carga (+) Carga nula Dissociação - carga (-)

  • Se o colóide estiver num meio em que o pH >

pcz do colóide: carga negativa.

  • Se o colóide estiver num meio em que o pH <

pcz do colóide: carga positiva.

  • Se o colóide estiver num meio em que o pH =

pcz do colóide: carga nula.

Fe

Fe

O OH

OH

OH

Fe

Fe

O O

O

O

Fe

Fe

O OH 2

OH 2

OH 2

Abaixo do PCZ^ P C Z^ Acima do PCZ

Valores comuns de PCZ de solos

Camada superficial (0-20 cm): PCZ na faixa de 3 a 4.

Camada subsuperficial: geralmente os valores

de PCZ se mantém na faixa de 3 a 4, mas

podem ser mais altos, dependendo

principalmente dos teores de hidróxidos de

Fe e de Al.

Teores de matéria orgânica e de óxidos, PCZ, pH e

carga líquida de um solo tropical altamente

intemperizado

A

B

  • teor de matéria orgânica;

  • < valor de PCZ;
  • pH do solo > PCZ;
  • carga líquida (-);
  • pred. retenção de cátions == CTC > CTA.
  • < teor de matéria orgânica;
  • predominam os óxidos;
  • valor de PCZ;

  • pH do solo pode ser < PCZ;
  • carga líquida pode ser (+) == CTA > CTC.

Questões: Origem das cargas elétricas do solo e Ponto de Carga Zero – Prof. Alleoni

-As cargas elétricas do solo são divididas em duas classes principais. Quais são elas?

-Qual o principal mecanismo de geração de cargas permanentes ou constantes? Esse tipo de carga é mais comum em solos tropicais úmidos bem drenados ou em solos temperados? Por quê?

-Quais as principais substituições iônicas (ou isomórficas) que ocorrem nos tetraedros de sílica e nos octaedros de alumina?

  • Explique o mecanismo de geração de cargas por dissociação do grupo OH e por protonação. Como a variação do pH da solução do solo afeta os mecanismos?
  • Quais os principais radicais orgânicos que participam da geração de cargas elétricas? São formadas predominantemente cargas positivas ou negativas?
  • Qual o mecanismo de geração de cargas nos seguintes colóides do solo: matéria orgânica minerais de argila óxidos e hidróxidos de Fe e de Al
  • Por que é mais comum que o solo tenha carga líquida negativa do que positiva?
  • Defina Ponto de Carga Zero (PCZ).
  • Quais os valores médios de PCZ dos óxidos de ferro e de alumínio, minerais de argila e matéria orgânica?

CTC, Adsorção, troca iônica

  • ERNANI, P.R. Química do Solo e Disponibilidade de Nutrientes, 2008. cap. 3 – p. 46-
  • LEPSCH, I.F. 19 Lições de Pedologia, 2011. cap. 5 – p. 107-
  • LOPES, A.S. Manual da Fertilidade do Solo, 1989. cap. 1 – p. 22-
  • MELLO, F.A.F.; BRASIL SOBRINHO, M.O.C.; ARZOLLA, S. et al. Fertilidade do

Solo, 1987. cap. 3 – p. 45-50 e cap. 5 – p. 78-

  • MEURER, E.J. Fundamentos de Química do Solo, 2006. cap. 5 - p. 125-
  • NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V., V.H.; BARROS, N.F.; FONTES, R.L.F.;

CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. Fertilidade do Solo, 2007. cap. 4, p.151-157; cap. 5, p. 215-230.

  • RAIJ, B. van. Avaliação da Fertilidade do Solo, 1981. cap. 3, p. 17-30; cap. 6, p. 83-85.

24 g

Mol = 6,02 .10 23

1 milimol = mmol

Ex.: 1 mmol de Mg = 24 mg

1 milimol de carga = mmol (^) c

mmol (^) c = mmol valência

mmolc de Ca = 40 = 20 mg 2

Até 1996: usava-se a unidade miliequivalente (meq)

mmol (^) c = meq = equivalente miligrama

Capacidade de troca de cátions

  • CTC - número de milimols de cargas negativas por unidade de massa ou de volume.

Unidades: mmolc dm -3^ (à base de volume) ou mmolc kg-1^ (à base de massa)

Unidades antigas (até 1996): meq 100 cm-3^ - 1 meq 100 cm-3^ = 10 mmolc dm-3^ ou meq 100 g-1^ - 1 meq 100 g -1^ = 10 mmolc kg-

  • Importante: reações de troca de cátions são baseadas em carga por carga (e não íon por íon).

Estimativa da CTC

Exemplos: a) Um Chernossolo cultivado, localizado em Iowa-USA (pH 7; 20% de argila e 4 % de matéria orgânica);

  • Argila do tipo 2:1 com CTC média de 800 mmolc kg-
  • Matéria orgânica com CTC de 2.000 mmolc kg-

CTC oriunda do teor de argila: 20% de 800 mmolc kg-1^ = 160 mmol (^) c kg- CTC oriunda da Matéria Orgânica: 4 % de 2.000 mmolc kg-1^ = 80 mmol (^) c kg- Assim, a CTC total do Chernossolo é: 160 + 80 = 240 mmolc kg-

b) Um Latossolo localizado em uma área de floresta virgem na região amazônica, no Brasil (pH = 4; 60 % de argila e 4 % de mat. orgânica).

  • CTC dos minerais de argila (Caulinita) + Óxidos de Fe e Al é 30 mmolc kg-^.
  • CTC da matéria orgânica em solos muito ácidos = 1.000 mmol (^) c kg-

CTC oriunda do teor de argila:

60 % de 30 mmol (^) c kg-1^ = 18 mmol (^) c kg-

CTC oriunda da Matéria Orgânica:

4 % de 1.000 mmol (^) c kg-1^ = 40 mmolc kg-

Assim, a CTC total do Latossolo é:

18 + 40 = 58 mmol (^) c kg-

Capacidade de troca catiônica dos solos

  • CTC – relacionada às quantidades dos colóides no

solo e a CTC desses colóides.

  • CTC originada do húmus: papel dominante nas reações de troca de cátions no solo, principalmente dos tropicais altamente

intemperizados.

Relação entre pH do solo, PCZ e cargas

de um solo altamente intemperizado

Superfície de carga (cmol

/kg)c

Adsorção

e

troca iônica

  • Adsorção =
    1. Eletrovalente ou iônica =

acúmulo de íons ou moléculas na superfície de uma partícula

atração por cargas elétricas

  1. Covalente = Reação íntima entre o íon e a

superfície do colóide

Adsorção e troca de cátions

  1. Eletrovalente ou Iônica

Ca Mg

Série liotrópica =

  • Mg 2+^ + Ca2+^ = REVERSÍVEL

Al 3+^ > Ca2+^ > Mg2+^ > K +> Na+

Superfícieexterna Troca de cátions

Superfície interna

Superfície externa

Colóide

Cargas negativas do colóide

Ânions e cátions em solução

Cátions em solução

Cátions adsorvidos

Superfície dos colóides e troca de cátions

Fe

O

Fe

OH 2 +
OH
OH 2 +
OH
+ H 2 PO 4 - P

Fe

O

Fe

OH 2 +
O
OH 2 +
O
O
O
  1. Covalente
    • Principal = Fosfato (H 2 PO 4 - )

ex.: P em óxido de Fe

  • SO 4 2-^ = intermediário entre fosfato e nitrato

Adsorção específica e não-específica

Ligação iônica

  • relativamente fraca;
  • elétrons não são compartilhados ;
  • água de hidratação ou solvatação permanece;
  • exemplos: - cátions trocáveis: cálcio, magnésio, potássio; alumínio.
  • alguns ânions: nitrato, carbonato, fluoreto.

Ligação covalente

  • reação mais íntima;
  • elétrons são compartilhados;
  • sem água de hidratação;
  • adsorção é chamada específica;
  • exemplos: - alguns metais pesados: Cu, Pb, Cd
    • ânions derivados de ácidos polipróticos (com muitos hidrogênios)

ex.: fosfato

Questões: Adsorção e Troca Iônica - Prof. Alleoni

  • Qual a definição de CTC? Quais as unidades utilizadas até 1996? Quais as unidades recomendadas atualmente?
  • Calcule a estimativa de CTC de um solo A com 20% de argila e 4 % de matéria orgânica, sendo a argila do tipo 2:1 com CTC média de 700 mmolc kg-1^ e matéria orgânica com CTC de 900 mmolc kg-1^. Faça o mesmo para um solo B com 50% de argila e 2 % de matéria orgânica, sendo a argila do tipo 1:1 e alto teor de óxidos de Fe e de Al com CTC média de 60 mmol (^) c kg-1^ e matéria orgânica com CTC de 800 mmolc kg-1^. Qual deles tem maior CTC? Qual deles deve ser da região tropical úmida? Explique sua resposta.
  • Cite a faixa de valores de CTC dos argilominerais 2:1, 1:1 e óxidos de Fe e de Al.

-Um solo A tem 80% da CTC representada por cargas permanentes e 20 % de cargas variáveis. Por outro lado, um solo B tem 25% da CTC representada por cargas permanentes e 75 % de cargas variáveis. Qual dos solos deve ser da região tropical úmida? Explique sua resposta.

-A matéria orgânica é responsável, aproximadamente, por que % da CTC total de solos do trópico úmido? Que relação isso tem com o sistema de plantio direto?

-Explique por que, a CTC de um solo é próxima à sua CTA num solo em que o pH está próximo ao ponto de carga zero (PCZ).

  • Defina o fenômeno de adsorção.