Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Períodização do Treinamento de Força: História, Importância e Aplicação, Resumos de Educação Física

Este documento discute a história da períodização do treinamento de força, com referências aos primeiros programas de treinamento antigos e os autores clássicos. Além disso, apresenta as etapas históricas do planejamento desportivo e os benefícios de um programa de treino períodizado. A meta-análise de rhea e alderman mostra que homens e mulheres obtiveram maiores ganhos de força com um programa de treino períodizado. O texto também aborda a diferença entre programação e períodização do treinamento, e os métodos utilizados em academias.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

verde_amarelo
verde_amarelo 🇧🇷

4.7

(93)

227 documentos

1 / 24

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
WILSON AURÉLIO RIZZA CUNHA
Questionário sobre a utilização da periodização pelos personal trainers
Uberlândia
2022
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Períodização do Treinamento de Força: História, Importância e Aplicação e outras Resumos em PDF para Educação Física, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

WILSON AURÉLIO RIZZA CUNHA

Questionário sobre a utilização da periodização pelos personal trainers

Uberlândia 2022

Wilson Aurélio Rizza Cunha

Questionário sobre a utilização da periodização pelos personal trainers

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Educação Física da Universidade de Uberlândia como requisito parcial à obtenção do título graduação. Orientador: Prof. Dr. João Elias Nunes

Uberlândia 2022

apontando que o modelo não se adequa à nova realidade esportiva atual, em que o atleta tem que competir várias vezes ao ano (OLIVEIRA, ET AL, 2005).

Autores como Matveev, Verkhoshansky e Bompa, fizeram avanços significativos no conceito que temos hoje como periodização, mostrando a imprescindível necessidade no planejamento de um programa com atletas de alto rendimento, mas também com a população que frequenta academias no geral.

Apesar da periodização ter sido criada com intuitos esportivos, atualmente ela é utilizada também para fins de condicionamento físico, saúde ou estético. O público geral de academias vai alcançar o seu objetivo mais rápido e melhor através de um programa de treino periodizado. A meta-análise de Rhea e Alderman (2004) evidenciou que homens e mulheres de todas as idades demonstraram maiores ganhos de força seguindo um programa de treino periodizado em comparação com um programa de treino não periodizado, mostrando assim a necessidade de um programa de treino periodizado para alcançar maiores ganhos dentro do treinamento de força.

É papel dos personal trainers entender os diferentes conceitos e modelos de periodização e adequar os mesmos para o público frequentador de academias de musculação, onde uma periodização é feita para pessoas comuns e não atletas de alto rendimento. A periodização para o público geral da academia tem como referência os grandes autores já citados, mas nem sempre com o mesmo objetivo de atingir um peak na temporada; pois os objetivos mais comuns em praticantes de musculação não estão vinculados ao desempenho esportivo, e sim a fins estéticos e de saúde.

Seja qual for o objetivo da pessoa, o treinamento busca melhorar as valências físicas tais como força, potência, velocidade, resistência, etc; e com o aumento dessas valências físicas – juntamente com uma adequada educação alimentar – acontece a diminuição da massa gorda do sujeito ou o aumento da massa magra. Em um estudo guiado de 25 semana Hunter, et al, 2004, acompanharam 26 idosos em um programa de treino resistido buscando observar as mudanças no tecido adiposo intra abdominal. Houve uma perda de peso corporal em (1,7) kg em mulheres e (1,8) kg nos homens. Com aumento de (1) kg massa magra em mulheres e homens (2,8) kg. De qualquer maneira, o ponto mais relevante é que através de uma periodização adequada o cliente ou aluno vai alcançar seu objetivo de maneira mais rápida.

Entretanto, é um senso comum para quem trabalha dentro de academias, perceber que profissionais da educação física negligenciam a necessidade de periodizar os treinos, e que os motivos para essa conduta não são bem compreendidos.

Portanto, o objetivo deste trabalho é compreender como os personal trainers entendem e utilizam a periodização do treinamento com seus atletas/clientes dentro do treinamento. Além de pontuar quais são os referenciais teóricos que os personal trainers utilizam para a elaboração da sua periodização e também quais são os métodos de periodizações mais utilizados entre a eles. Analisar se na perspectiva dos personal trainers periodizar o treino otimiza a evolução/ganhos dos seus clientes. Entender qual é a avalição mais utilizada para notar se a periodização gerou efeitos positivos com o cliente.

MÉTODOS

A presente pesquisa tem um caráter quantitativo, utilizando-se de uma pesquisa descritiva aplicada via formulário online do google (Google Forms). O critério de inclusão utilizado foi profissionais auto titulados personal trainers graduados no curso de Educação Física, sem tempo mínimo de atuação no mercado que se dispuseram a responder o formulário. O critério de exclusão foi de qualquer pessoa que, mesmo graduando em Educação Física, não seja um profissional atuante na área.

O estudo contou com uma amostra de 52 pessoas, o questionário tem 20 perguntas e foi dividida nos tópicos “dados pessoais” e “conhecimentos sobre periodização”. Através de um teste piloto aplicamos o questionário para alguns profissionais e obtivemos um feedback positivo sobre a coleta de dados; julgamos necessário acrescentar algumas perguntas específicas sobre periodização e assim aplicamos ele com o público-alvo.

O questionário teve o objetivo de entender as características pessoais do personal trainer e o seu entendimento sobre periodização. (Anexo 1).

A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva, traçando assim um perfil das respostas.

de Santo André; UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais; UNITRI – Centro Universitário do Triângulo; Pitágoras – Faculdade Pitágoras; UFU – Universidade Federal de Uberlândia.

A figura 3 demostra a idade dos participantes. Figura 3 - Idade dos participantes

A figura 4 nos mostra o tempo de atuação dos profissionais como personal. Figura 4 - Tempo de atuação no mercado de trabalho

A próxima figura nos apresenta o principal motivo da escolha como personal trainer. Figura 5 - Motivo da escolha da profissão

Sobre o nível de formação dos profissionais observou-se que 45% tem graduação, 39% obtêm graduação e alguma especialização ou pós-graduação, 11% fizeram mestrado e 6% concluíram o doutorado.

A pergunta 7 questiona quais são os lugares que os personais mais utilizam para dar suas aulas, sendo o mais utilizados somente academias de musculação, 45 respostas (86,5%), seguido de estúdios, 22 respostas (42.3%), seguido de praças, 18 respostas (34,6%), seguido por parques, 9 pessoas (17.3%) e finalmente clubes, 6 respostas (11,5%).

Já questão 8 apresenta diferentes conceitos de periodização abordados por profissionais renomados na área acadêmica. A primeira definição vem de Steven J. Fleck que propõe o seguinte: “Periodização do treinamento de força é a alteração das variáveis do programa em intervalos de tempo regulares, cuja a intenção é induzir ganhos de força, potência, desempenho motor e/ou hipertrofia muscular (Fleck 1999)” Com 22 respostas (42,3%). Em seguida temos o conceito de Bompa: “Periodização é a divisão do ano de treinamento em vários períodos, com o objetivo específico de se alcançar um alto rendimento através de uma preparação sistemática. Esta divisão organiza o treinamento para as competições mais importantes (Bompa 2002)”. Com 14 respostas (26,9%). Em terceiro temos o conceito de Buford: “Periodização é um processo sistemático do planejamento das variáveis de um programa dentro do treinamento de força dentro de um ciclo de

Figura 7 - Personal trainers que utilizam referencial teórico

A questão 11 apresenta os referenciais teóricos citados por autores mais utilizados. Temos Tudor Bompa, Steven J. Fleck e Michael Boyle com 4 referências. Logo após temos Jonato Prestes com 3 referências; Matveyev com duas referências. E Então temos Antônio Carlos Gomes, Yuri Verkhoshansky, Paulo Gentil, Gregory D Myer, William J. Kraemer,

Belmiro Freitas De Salles, Eduardo Haddad, Luis Felipe Polito, João Elias, Charles Lopes, Guilherme DeAgostini, Thomas Baechle e Roger Earle com 1 citação como referencial teórico.

Na figura 8 temos quais foram os referenciais teóricos mais utilizados a respeito de livros.

Figura 8 - Referenciais teóricos utilizados (Livros)

A figura 11 demonstra se os personal trainers observam se a periodização otimiza os resultados dentro do treinamento de força. Figura 11 - Demonstração se os personal trainers observam o impacto da periodização.

Na figura 12 temos quais são os métodos mais utilizados para verificar se a periodização promoveu efeitos esperados. Figura 12 - Quais métodos são utilizados para avaliar.

A próxima figura nos apresenta por quais meios os conhecimentos sobre periodização os personal trainers foram obtidos.

Figura 13 - Onde os sujeitos obtiveram seu conhecimento sobre periodização.

Na próxima figura temos a demonstração do tempo que cada profissional leva para elaborar a periodização por aluno. Figura 14 - Quanto tempo leva para criar uma periodização.

A figura 17 apresenta como os profissionais entendem a diferença de periodização e programação do treinamento. Figura 17 - Diferença entre programação e periodização do treinamento.

DISCUSSÃO

Através dos resultados do questionário, percebemos que há um entendimento a respeito da periodização do treinamento pelos personal trainers, além disso, notamos que é uma ferramenta comumente utilizada nas academias. Apesar do conceito de periodização ser bem diversificado entre os participantes, apenas dois sujeitos entre 52 disseram que não periodizam os treinos de seus clientes (figura 6).

O nosso estudo vai de contramão ao estudo de Rafael Rodrigues Cardoso de 2010, onde aplicaram também um questionário para 6 professores da cidade de Goiânia – GO e mostraram que cerca de uma década atrás o personal tinha pouco conhecimento e também utilizava pouco a periodização do treinamento em academias.

- “Tratando agora dos conceitos e da importância de periodizar um treino para os alunos de musculação nas academias, observa-se pouco entendimento e fragilidade nas respostas dos professores. Todos eles trazem pouquíssimos elementos que constituem a periodização do treinamento físico, e, com isso, conceitos deficientes, não conseguindo explicitar a importância da periodização dentro do treinamento físico. Isso

talvez se deva à falta de contato com a literatura, tanto no seu conteúdo histórico quanto nos vários modelos atuais de periodização do treinamento.” (CARDOSO, 2010). Uma década depois podemos perceber que o entendimento sobre a necessidade da periodização do treinamento resistido é maior. Mesmo o artigo de CARDOSO, 2010 sendo uma amostra quase insignificante para rotular uma comunidade de personal trainers , é fácil afirmar que a informação não era de tão fácil acesso como é hoje. Podemos atrelar esse aumento no conhecimento dos personal trainers à facilidade que a informação chega aos profissionais de Educação Física; através de E-Books, PDF, sites científicos que disponibilizam artigos de todos os temas e classes e até mesmo através de perfis de redes sociais de professores doutores que trazem temas extremamente relevantes de maneira didática.

Sobre o conceito de periodização, podemos afirmar que as respostas foram diversificadas, com uma grande maioria dos voluntários escolhendo o conceito de FLECK (1999). “Periodização do treinamento de força é a alteração das variáveis do programa em intervalos de tempo regulares, cuja a intenção é induzir ganhos de força, potência, desempenho motor e/ou hipertrofia muscular”, com 42.3% dos sujeitos. Nas condições de uma academia popular e trabalhando com pessoas comuns (não atletas de alto rendimento), é seguro afirmar que o conceito de FLECK transmite uma ideia segura sobre o que é uma periodização para este público, sem almejar um peak de temporada, sendo uma explicação do porquê foi a mais escolhida dentre os personal trainers.

Os outros conceitos, de Bompa, Buford e Matveyev trazem um conceito mais voltado para o esporte, para o alto rendimento em si; colocando claro a necessidade de atingir um peak em algum momento do calendário esportivo. Isso demonstra que os personal trainers da amostra (55.8% com os 3 conceitos juntos) não conseguem utilizar da melhor maneira possível a ideia de uma periodização voltada para o público não atleta frequentador de academias. Não há a necessidade de um peak dentro de um macrociclo para pessoas que não são atletas.

O conceito de periodização foi bem diversificado entre os personal trainers. Autores que estudam a vertente do esporte de alto rendimento foram utilizados como referencial teórico e utilizar estes fundamentos para trabalhar com o público que busca qualidade de vida ou fins estéticos é contraditório; temos autores que estudam a linha de pesquisa de fitness e é mais coerente utilizar este tipo de referencial teórico do que um esportivo.

cutâneas de vários músculos diferentes para que aconteça o cálculo da porcentagem de gordura, porcentagem de massa magra, massa gorda total, IMC, etc.

PRESTES et al, 2009 realizaram uma pesquisa para analisar os efeitos do treinamento de força periodizado de 12 semanas sobre a composição corporal e aptidão física em mulheres idosas ativas. Foram selecionadas 28 voluntárias, com mínimo de um ano de experiência prévia em treinamento de força. As participantes foram divididas em 2 grupos: G1P (n=16, grupo periodizado) e G2NP (n=12, grupo não periodizado). O programa foi composto por duas sessões semanais. Foram mensurados o índice de massa corpórea (IMC), percentual de gordura, flexão de braços, salto vertical, flexibilidade e VO2max. O percentual de gordura diminuiu no G1P. Houve aumento na flexão de braço, salto vertical e VO2max no G1P. O G2NP não apresentou modificações. Conclui-se que a periodização do treinamento de força influenciou positivamente a composição corporal e as variáveis de aptidão física, mostrando que pode ser uma importante ferramenta na prescrição do treinamento de força.

É importante ressaltar que através do trabalho de PRESTES et al, podemos perceber que a avaliação antropométrica, cardiorrespiratória e a avaliação de força são geralmente as avaliações padrões de estudos que analisam os resultados que uma periodização gera, justificando assim a escolha destes métodos pela nossa amostra.

Outro ponto importante tratado pelo trabalho é a diferença entre periodização e programação do treinamento. Sobre o conceito de programação 82,7% dos participantes afirmaram saber o que é programação do treinamento, enquanto 17,3% não sabiam o que é – mesmo o enunciado ou qualquer outra parte do trabalho não informar sobre o conceito.na pergunta subsequente “Pelo conceito que você tem, você considera que:” obtivemos 93,3% dos participantes afirmando que periodização e programação são coisas diferentes. 7,7% dos participantes afirmaram que são a mesma coisa.

A meta análise de KATAOKA, 2021 pontua o equívoco que comumente acontece na definição entre periodização e programação. “Em resumo, periodização é um processo global que gerencia o treinamento em relação ao tempo, enquanto programação envolve o micro gerenciamento de diferentes fases do treinamento modificando o número de séries, repetições, seleção de exercícios, volume, carga, frequência do treinamento e tempo de descanso, dentre outros.” Avaliando 87 trabalhos diferentes sobre periodização ele percebeu que 25 deles representavam a ideia de programação (<= 8 semanas de periodização) ao invés de

periodização, enquanto apenas 62 deles lidavam com o conceito de periodização numa perspectiva de longo termo.

CONCLUSÃO

O presente estudou conclui que os personal trainers entendem e utilizam (96.2% da amostra) a periodização no seu cotidiano; e também utilizam de diversos referenciais teóricos para a elaboração do programa de treino. Utilizam também diferentes métodos de avaliação para observar mudanças positivas nos ganhos dos seus clientes. Uma limitação do estudo é que por ser um questionário, podemos não estar trazendo a realidade das academias, mas sim o que os profissionais querem que pensamos que seja. De qualquer maneira, podemos ver um domínio dos mesmo sobre o tema periodização.