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Queda de Tensão em Linhas Elétricas: Condutividade de Cobre e Reactância, Notas de estudo de Cálculo

Este documento explica o cálculo da queda de tensão em linhas elétricas, enfatizando a importância de considerar a condutividade do cobre e a reactância na temperatura real do condutor. O texto inclui um exemplo de cálculo com um cabo afumex 1000v, mostrando a importância de iterar o valor da seção do condutor para obter a solução correta.

O que você vai aprender

  • Qual é a importância de considerar a condutividade do cobre e a reactância na queda de tensão em linhas elétricas?
  • Como se afecta a temperatura do condutor na condutividade elétrica?
  • Qual é o papel da reactância na queda de tensão em linhas elétricas?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

VictorCosta
VictorCosta 🇧🇷

4.7

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bg1
Quedas de tensão: Qual é a condutividade do cobre? Quando
se considera a reactância? Porquê?
Aplicar a fórmula para a queda de tensão de uma linha concreta é algo
normalmente muito simples mas é extraordinariamente usual
encontrar cálculos da queda de tensão considerando valores da
condutividade (γ) a 20 ºC. Suposição que nos pode levar facilmente a
erros até 28 %. Igualmente a reactância é esse “estranho convidado”
que pode aparecer nos cálculos em determinadas situações.
A influência da condutividade do condutor
É muito fácil ver que tomar γ = 56 mm/ (·mm²) para o cobre e 35 para o alumínio
(valores a 20 ºC) é um erro dado que na maioria dos casos já se parte de uma
temperatura ambiente standard de 20 ºC para instalações enterradas e de 30 ºC para
instalações ao ar, facto ao qual temos que adicionar o correspondente efeito Joule
(aquecimento do condutor pela sua resistência eléctrica) para encontrarmos que o nosso
cabo apresenta uma condutividade significativamente distinta. Assim nos cabos termo
estáveis (como Afumex 1000 V, Retenax Flex…) podemos alcançar 90 ºC em regime
permanente e em cabos termoplásticos (como Afumex Plus, Wirepol Flex…) podemos
chegar a 70 ºC.
Esclarecemos com um exemplo:
Suponhamos uma instalação que responde aos seguintes dados:
Sistema de instalação: cabo Afumex 1000 V (máximo 90
ºC em condutor) multipolar fixado directamente á parede
Monofásica com U = 230 V
Intensidade de corrente: I = 70 A
cosφ = 0,9
Comprimento da linha: 48 m
Máxima queda de tensão admitida: 5 %
Condições standard de instalação: 30 ºC de temperatura
sem influência térmica de outros circuitos em redor.
Afumex 1000 V (AS)
A condutividade (γ) do cobre é 56 m/(·mm²) a 20 ºC mas se a temperatura do condutor
aumenta a condutividade reduz-se. Para um cabo termo estável pode chegar a ser de 44
m/(·mm²).
Quer dizer se calculamos a secção pelo critério da queda de tensão na linha do
enunciado com a hipótese de γ = 56 m/(·mm²) obteremos o seguinte resultado.
2
39,9
5,1156
9,070482cos2 mm
x
xxx
U
IL
S
10 mm²
pf3
pf4
pf5

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Baixe Queda de Tensão em Linhas Elétricas: Condutividade de Cobre e Reactância e outras Notas de estudo em PDF para Cálculo, somente na Docsity!

Quedas de tensão: Qual é a condutividade do cobre? Quando

se considera a reactância? Porquê?

Aplicar a fórmula para a queda de tensão de uma linha concreta é algo

normalmente muito simples mas é extraordinariamente usual

encontrar cálculos da queda de tensão considerando valores da

condutividade (γ) a 20 ºC. Suposição que nos pode levar facilmente a

erros até 28 %. Igualmente a reactância é esse “estranho convidado”

que pode aparecer nos cálculos em determinadas situações.

A influência da condutividade do condutor

É muito fácil ver que tomar γ = 56 mm/ (Ω·mm²) para o cobre e 35 para o alumínio (valores a 20 ºC) é um erro dado que na maioria dos casos já se parte de uma temperatura ambiente standard de 20 ºC para instalações enterradas e de 30 ºC para instalações ao ar, facto ao qual temos que adicionar o correspondente efeito Joule (aquecimento do condutor pela sua resistência eléctrica) para encontrarmos que o nosso cabo apresenta uma condutividade significativamente distinta. Assim nos cabos termo estáveis (como Afumex 1000 V, Retenax Flex…) podemos alcançar 90 ºC em regime permanente e em cabos termoplásticos (como Afumex Plus, Wirepol Flex…) podemos chegar a 70 ºC.

Esclarecemos com um exemplo:

Suponhamos uma instalação que responde aos seguintes dados:

Sistema de instalação: cabo Afumex 1000 V (máximo 90 ºC em condutor) multipolar fixado directamente á parede Monofásica com U = 230 V Intensidade de corrente: I = 70 A cosφ = 0, Comprimento da linha: 48 m Máxima queda de tensão admitida: 5 % Condições standard de instalação: 30 ºC de temperatura sem influência térmica de outros circuitos em redor. Afumex 1000 V (AS)

A condutividade (γ) do cobre é 56 m/(Ω·mm²) a 20 ºC mas se a temperatura do condutor aumenta a condutividade reduz-se. Para um cabo termo estável pode chegar a ser de 44 m/(Ω·mm²).

Quer dizer se calculamos a secção pelo critério da queda de tensão na linha do enunciado com a hipótese de γ = 56 m/(Ω·mm²) obteremos o seguinte resultado.

2 cos 2 48 70 0 , 9 mm x

x x x U

L I

S  

 10 mm²

Se não calculamos a temperatura do condutor, deveríamos aplicar a hipótese mais desfavorável, que é considerar o condutor à sua máxima temperatura (90 ºC) e a condutividade passa a ser 44 m/(Ω·mm²) e a secção por queda de tensão é:

mm x

x x x S    16 mm²

Quer dizer, o resultado é uma secção superior.

Comprovemos agora o valor real à temperatura a que está o condutor. Para isso previamente devemos obter a secção pelo critério da intensidade admissível. Como se trata de cabo fixado directamente à parede em instalação monofásica (QUADRO 52-C2, dos condutores de 90 ºC carregados, páginas 98 e 99 das Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão) em condições standard. Na tabela de intensidades admissíveis podemos obter a secção pelo critério da intensidade admissível obteremos que a secção é de 10 mm² (primeira secção que supera os 70 A do enunciado) e a intensidade máxima que pode suportar o condutor é de 80 A.

Recordando a fórmula da temperatura do condutor:

θ = θ 0 + (θmáx - θ 0 ) · (I / Imáx ) 2

  • θ: temperatura real estimada no condutor
  • θ 0 : temperatura ambiente (do condutor sem carga)  30 ºC
  • θmáx : temperatura máxima admissível para o condutor segundo o seu isolamento  como o cabo Afumex 1000 V Iris Tech (AS) é termo estável  90 ºC

Com isto se demonstra que considerar a condutividade de 56 m/Ω mm² teria sido um erro uma vez que nos levava a uma solução de 10 mm² e a queda de tensão neste caso seria:

V

x

x x x S

L I

U 13 , 18

2 cos 2 48 70 0 , 9   

Percentualmente:

ΔU (%) = 13,18/230 x 100 = 5,73 % (supera o limite estabelecido inicialmente de 5%).

A queda de tensão real com o condutor de 16 mm² é:

V

x

x x x S

L I

U 7 , 69

2 cos 2 48 70 0 , 9   

ΔU (%) = 7,69/230 x 100 = 3,34 %

Resumindo:

T do condutor (ºC)

Condutividade m/(Ω·mm²)

Secção (mm²) queda de tensão 20 56 (teórica) 10 13,18 V (real) 5,73 % (real) 90 44 (teórica) 16 8,59 V (teórico) 3,73 % (teórico) 55,68 49,14 (real) 16 7,69 V (real) 3,34 % (real)

A influência da reactância da linha

Algo similar ao que sucede com o valor da condutividade acontece com a reactância das linhas. Quando a secção solução pelo critério da queda de tensão é igual ou maior que 120 mm² é necessário considerar a reactância da linha, que pode simplificar-se em geral independentemente da secção do condutor e da natureza do mesmo no valor de 0, Ω/km.

Isto é fácil de ver se tivermos em conta o delineamento geral para os cálculos de queda de tensão nas linhas:

Diagrama vectorial que representa a diferença de potencial U 2 na carga frente a U 1 na geração

Da figura, tendo em conta que os valores de φ em geral não são muito elevados e que θ é muito pequeno se depreende:

ΔU = U 1 – U 2 ≈ AB – BC = R I cosφ + X I senφ

No caso de linhas trifásicas a queda de tensão entre fases vem afectada da raiz quadrada de 3:

ΔU (^) ||| = √3 (R I cosφ + X I senφ)

Destas expressões se depreende que se a secção do condutor não é muito elevada, a parcela influída pela resistência (R I cosφ) é notavelmente superior ao da reactância (X I senφ) e este último pode-se desprezar. No entanto se a secção aumenta, tendo em conta que a reactância és praticamente constante (≈ 0,08 Ω/km), a queda de tensão fica muito enfluênciada por X e já não devemos subestimar o seu valor. Para S = 120 mm² de cobre R ≈ 0,207 Ω/km y X ≈ 0,08 Ω/km.

Com base na fórmula geral de queda de tensão e extraindo a secção do condutor S, dado que R = L/(γ·S) obtemos:

Monofásica