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Este artigo apresenta uma investgacao feita para a avaliacao da qualidade de agua consumida no distrito de montepuez, provincia de Cabo Delgado, Mocambique
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Chafim Adolfo Rai^1 Leonildo dos Anjos Viagem^2
Resumo:Resumo:Resumo:Resumo: O abastecimento da água na cidade de Montepuez é assegurado por poços familiares e furos. Essa água na maior parte é consumida sem o devido tratamento, o que tem causado doenças de vinculação hídrica. O presente artigo visou avaliar a qualidade da água destinada ao consumo humano, proveniente dos poços e furos dos bairros da cidade de Montepuez através da análise dos parâmetros microbiológicos, estes foram complementados com os físico-organoléticos. Para concretização das actividades analisaram-se 48 amostras de água dos poços e furos de 10 bairros dos 17 existentes na cidade de Montepuez, no Laboratório Provincial de Higiene de Alimentos e Água, em Pemba. As análises microbiológicas foram feitas através do método de fermentação em tubos múltiplos para coliformes totais baseando-se no caldo Mac-Conkey que foi incubado a 37ºC em 48 horas, e, para os coliformes fecais usou-se o caldo Bile Verde Brilhante e incubou-se no banho-maria a 44ºC em 24 horas. Para a confirmação de E. coli foi usado o método de membranas filtrantes, baseando-se no caldo selectivo (E.C. Coliscan MF). Os parâmetros físico- organoléticas analisados foram: pH, cor, depósitos, turvação, sabor e condutividade eléctrica/salinidade. Das análises efectuadas nas 48 amostras de água, correspondentes a 16 pontos de colecta, na maioria das amostras registou valores fora do padrão de potabilidade, portanto a água é imprópria ao consumo humano.
PalavrasPalavrasPalavrasPalavras----chave:chave:chave: Microbiologia; Água Potável, Poços e Furos; Saúde Pública.chave:
(^1) Licenciado em Ensino de Biologia na Universidade Pedagógica, Delegação de Montepuez. Docente na Escola Secundária 15 de Outubro de Montepuez. Moçambique. 2 Licenciado em Biologia Marinha pela Universidade Eduardo Mondlane. Docente no Departamento de Ciências Naturais na Universidade Pedagógica, Delegação de Montepuez. Moçambique. lviagem@hotmail.com
IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução
A pesquisa que se aborda neste artigo tem como tema Qualidade Microbiológica da Água, Consumida nos Bairros da Cidade de Montepuez tinha por objectivo avaliar a qualidade da água destinada ao consumo humano proveniente dos poços e furos dos bairros da cidade de Montepuez através da análise dos parâmetros microbiológicos complementando com os físico-organoléticos. O estudo foi realizado no 2º semestre de 2012 em 10 bairros seguintes: Nacate, Napai, Mirige, Melapane, Namueto, Ncoripo, Napela, Niuhula, Mocímboa e Matuto 2.
Vale aqui lembrar que nenhuma comunidade pode viver ou evoluir sem um abastecimento adequado de água, que permita aos seus habitantes viver de modo saudável e confortável, e que contribua para o desenvolvimento da sua economia. Assim, a água potável deve preencher, portanto, certos requisitos físicos, químicos e bacteriológicos - (“requisitos de potabilidade”). Nesta perspectiva, torna-se importante fazer uma avaliação da qualidade da água consumida na cidade de Montepuez, com maior enfoque nos aspectos microbiológicos, visto que nas águas, do ponto de vista sanitário, o que realmente põe em grande risco a saúde pública é a ocorrência de poluição fecal, pela possibilidade de estarem presentes também microrganismos patogénicos intestinais, como bactérias, vírus, protozoários e ovos de helmintos, agentes frequentemente responsáveis por doenças de veiculação hídrica. Também, a avaliação da qualidade da água é de extrema importância para sua utilização uma vez que concentrações acima dos valores máximos admissíveis de determinado parâmetro podem causar prejuízos não só à saúde pública, como também ao meio ambiente. É com base nestes fundamentos, que se preocupa com a qualidade da agua que é o maior componente dos seres vivos e o bem mais precioso na face da terra. Existindo assim, uma necessidade de efectuar esta pesquisa no ano de 2012 para o culminar do curso, preferencialmente na cidade de Montepuez por ser a comunidade na qual temos o acompanhamento directo com relação aos problemas que população clama no dia-a-dia, no que considerou-se conveniente levar-se a cabo esta pesquisa que na verdade representa um estudo fundamental nesta cidade, uma vez que os resultados propiciam o entendimento não só na matéria da qualidade microbiológica como também das qualidades físico-organolépticas da água em referência, e fornecem instruções básicas para a melhoria de qualidade da água, bem como na resolução de certos problemas ligados à saúde pública.
A razão da escolha desse grupo de bactérias como indicador de contaminação da água deve-se aos seguintes factores:
Estão presentes nas fezes de animais de sangue quente, inclusive os seres humanos; Sua presença na água possui uma relação directa com o grau de contaminação fecal; São facilmente detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e economicamente viáveis, em qualquer tipo de água; Possuem maior tempo de vida na água que as bactérias patogénicas intestinais, por serem menos exigentes em termos nutricionais, além de serem incapazes de se multiplicarem no ambiente aquático; São mais resistentes à acção dos agentes desinfectantes do que os germes patogénicos.
Das várias visões supracitadas a respeito dos coliformes, percebe-se claramente que trata-se de bactérias em forma de bastonete que podem sobreviver na presença ou na ausência de oxigénio, que fermentam carboidratos em particular a lactose a 35 – 45ºC num intervalo de 24 – 48horas, produzindo gás, ácido e aldeído. Entretanto, embora a maioria dessas bactérias não seja patogénica, pode representar riscos à saúde, como também pode deteriorar a qualidade da água, provocando odores e sabores desagradáveis. Daí que, torna-se importante, também, conhecer a densidade de bactérias, tendo em vista que um aumento considerável da população bacteriana pode submeter a detecção de organismos coliformes. Nos termos do actual estudo, os coliformes são divididos em dois tipos: coliformes totais e coliformes fecais.
Coliformes totaisColiformes totaisColiformes totaisColiformes totais –––– são todas as bactérias que abundam no ambiente, que em menos de 48 horas fermentam a lactose a 35-37ºC com a produção de gás, ácido e aldeído. Inclui E. coli, espécies de Enterobacter, Citrobacter, e Klebsiella. Bactérias coliformes não podem ser detectadas em fontes de abastecimento de água com tratamento, em caso de ser encontrado, sugere a possibilidade de um tratamento inadequado naquele ponto. E neste caso, o teste de coliformes é usado como indicador de eficiência de tratamento (WHO, 1984; LNHAA, 1997, 2006).
A determinação de coliformes totais na água pelo método dos tubos múltiplos é constituída por duas provas sucessivas:
Prova presuntiva,Prova presuntiva,Prova presuntiva,Prova presuntiva, com caldo de Mac Conkey que permite o crescimento não só de coliformes, mas também de outras enterobactérias.
Prova confirmativa,Prova confirmativa,Prova confirmativa,Prova confirmativa, com a inoculação no caldo de lactose com Bílis Verde Brilhante (BVB) 2% mais rico em sais biliares e com inibição das bactérias não-coliformes. Pelo método dos tubos múltiplos a determinação de coliformes tem a duração de 96 horas. Através do método de membranas filtrantes obtêm-se a contagem directa de coliformes ao fim de 24 horas (LNHAA, 1997).
Coliformes fecaisColiformes fecaisColiformes fecaisColiformes fecais ––– são as bactérias que abundam em fezes de animais de sangue quente. Trata-se– de um subgrupo de coliformes totais, capazes de crescer a temperatura de 44-44,5ºC em menos de 24 horas, fermentando a lactose com produção de ácido e gás. Compreendem os géneros Escherichia, muito menos extenso tensões de Enterobacter, Citrobacter, e Klebsiella. De todos esses organismos, somente E. coli é especificamente de origem fecal, estando sempre presente em fezes de humanos, animais de sangue quente e grande número de aves, e raramente encontrado em água ou em solo que não foi sujeito à poluição fecal (WHO, 1984; LNHAA, 1997; 2006). Se houver qualquer dúvida, especialmente quando não são encontrados os coliformes fecais e E. coli, pode ser usado outro indicador para confirmar a contaminação de natureza excrementícia. Esses organismos secundários indicadores, incluem Streptococcus fecais e Clostridia redutoras sulfídricas, especialmente C. perfrigens (WHO, 1984; BATTALHA, 1977; MENDES, 2004; GARCEZ, 2004).
Segundo APHA, AWWA (1985); WHO (1984 e 1985); LNHAA (1997); COLOMBO (1987), a água potável num sistema de distribuição deve ter as seguintes características:
nunca deve conter coliformes fecais em 100 ml; nenhuma amostra de 100 ml deve conter mais de 3 coliformes; ao longo de um ano, 95% das amostras de rotina não devem conter coliformes; em 2 amostras consecutivas, relativamente ao mesmo local, não devem detectar coliformes
Silva (2009) considera que “nos sistemas de abastecimento rurais, ou sem rede pública de abastecimento, como por exemplo, poços privados, minas e furos, não devem existir mais que 10 (dez) coliformes por amostra de 100 ml de água. No caso contrário, e sobretudo se for encontrada Escherichia coli, o consumo de água deve ser interditado”. Aliado a isto, o D.M. n° 180/2004 do MISAU, estabelece alguns parâmetros microbiológicos da água destinada ao consumo humano fornecida por fontes de abastecimento público sem tratamento
(média, desvio padrão, coeficiente de variação linear, etc.) (veja no Apêndice III) e seguidamente, recorreu-se a ferramenta estatística ANOVA (veja a tabela 3) para a determinação das diferenças existentes entre as médias de cada parâmetro. Pois, o uso da análise da variância (ANOVAANOVAANOVAANOVA: Analysis of Variance) indicou a probabilidade de que uma determinada hipótese nula seja verdadeira, ou seja, probabilidade de que nenhuma diferença exista entre quaisquer dos pontos em determinado parâmetro. Se determinada hipótese nula (H 0 ) foi rejeitada, foi o indício de que há diferença de potência em algum dos pontos testados. Entretanto, a ANOVA permitiu somente obter informação se há ou não diferença estatisticamente significativa entre os pontos, mas não determinou quais os pontos envolvidos (veja no Apêndice IV). Como se não bastasse, para identificar tais pontos, os parâmetros que apresentaram diferenças significativas na análise de variância, foram aplicados o teste de Duncan para estabelecer a diferença mínima significante (d.m.s) ou seja, a menor diferença de médias de amostras que deve ser tomada como estatisticamente significante, assim como para determinar quais os pontos envolvidos nas tais diferenças existentes entre as médias numa probabilidade de 5% de erro (vide no Apêndice IV). Para a comparação isolada das variáveis microbiológicas e físico-organolépticas com o padrão de potabilidade estabelecido pela norma moçambicana, realizou-se o teste do qui- quadrado (veja no Apêndice V) que possibilitou também a validação ou a refutação de certas hipóteses. Para efeito de representação de gráficos e alguns cálculos importantes foi recorrido o pacote informático Microsoft Office Excel. Tabela 3Tabela 3Tabela 3Tabela 3 –––– Esqueleto da ANOVA
Legenda:Legenda:Legenda:Legenda: g.l=g.l=g.l=g.l=grau de liberdade; SQ=SQ=SQ=SQ=soma de quadrados; QM=QM=QM=QM=quadrados médios; F=F=F=valor de F calculado.F= É importante realçar que os métodos estatísticos aplicados no presente estudo basearam-se nos trabalhos de Lima (1996), Nieto (1988), Doria (1999), Vieira (1991; 1989), Fonseca (1993; 1982), Milone (1995), Snedecor (1989), Bussab & Morettin (1987), Neter et al. (1990), Johnson &
Fonte de variação g.l SQ QM F Repetição (r) r-1 SQr QMr=SQr/(r-1) QMr/QME Tratamento (t) a-1 SQt QMt=SQT/(t-1) QMt/QME Resíduo (erro) (r-1)(t-1) SQE QME=SQE/(r-1)(t-1)
Total rt-1 SQT
Wichern (1992), Agresti (1996), Elliott (1983), Pimentel Gomes (2000), Sampaio (2002), e Zar (1999).
2.3.2.3.2.3.2.3. UniversoUniversoUniversoUniverso A actual pesquisa abrange um universo de 26 pontos dentre os quais, 21 poços públicos e 5 furos operacionais (em uso) identificados nos dezassete (17) bairros da cidade de Montepuez.
2.4.2.4.2.4.2.4. AmostraAmostraAmostraAmostra Neste trabalho usou-se a amostragem aleatória simples, em conformidade com o artigo 11 do D.M. n° 180/2004 do MISAU, recomenda-se o uso desse tipo de amostragem para avaliação da qualidade da água, através da análise dos parâmetros estabelecidos. Foi feita a amostragem de 13 poços e 3 furos, perfazendo 16 pontos de amostragem com três (3) repetições, que resultou na análise de um total de 48 amostras dos dez (10) bairros previamente delimitados.
2.5.2.5.2.5.2.5. Material e Métodos técnicosMaterial e Métodos técnicosMaterial e Métodos técnicosMaterial e Métodos técnicos 2.5.1.2.5.1.2.5.1.2.5.1. MaterialMaterialMaterialMaterial Empregaram-se nesta pesquisa os materiais indicados pelo LNHAA (1997), pela FUNASA (2006), APHA (1992) e CETESB (1993) que dentre os quais, destacam-se os seguintes:
quantidade considerável de produtos de origem vegetal em decomposição, assim como evitou- se o contacto com areia eventualmente existente no local da colecta. Quando a água a analisar fosse clorada, o frasco de colecta introduzia-se um cristal de tiossulfato de sódio ou 0,1 ml (2 gotas) a 10% para neutralizar os vestígios do Cl 2 , o qual poderia causar a morte das bactérias que porventura existissem na água.
2.5.2.2.2.5.2.2.2.5.2.2.2.5.2.2. Transporte, preservação e prazo para análise das amostrasTransporte, preservação e prazo para análise das amostrasTransporte, preservação e prazo para análise das amostrasTransporte, preservação e prazo para análise das amostras As amostras foram transportadas em caixa isotérmica de Isopor (Coolman) contendo gelo de tal modo que foram conservadas até o momento das análises em temperatura de 5ºC. O tempo a decorrer entre a colecta das amostras e o início do exame microbiológico foi, em média, de 15 horas, não se ultrapassando o limite de armazenamento das mesmas, que é de 24 horas.
2.5.2.3.2.5.2.3.2.5.2.3.2.5.2.3. Meios de culturaMeios de culturaMeios de culturaMeios de cultura Para exames microbiológicos da água bebível, no laboratório, são usados diversos meios de cultura. Nesta pesquisa foram usados os seguintes meios de cultura: Caldo Mac ConkeyCaldo Mac ConkeyCaldo Mac ConkeyCaldo Mac Conkey - (g/l) Concentração dupla (BIOLAB) No preparo deste meio, seguiu-se a técnica recomendada pelo fabricante, que consistiu na dissolução de 70g do meio desidratado em 1000 ml de água destilada fria sob agitação no Erlenmeyer, que seguidamente, colocou-se no fogão eléctrico para facilitar a dissolução até ferver (+5 min.), e posterior repouso até arrefecer. Distribuiu-se 10 ml do meio em tubos de ensaio, contendo tubos invertidos de Durham, os quais foram tapados com tampas de algodão hidrófilo e esterilizados em autoclave a 121ºC por 15 minutos. O caldo foi resfriado imediatamente após a esterilização, com vista a apresentar pH final 6,8 + 0,2; sendo estocado em temperatura ambiente até o momento do uso (LNHAA, 1997; CETESB, 1993).
Caldo Mac ConkeyCaldo Mac ConkeyCaldo Mac ConkeyCaldo Mac Conkey - (g/l) Concentração simples (BIOLAB) No preparo deste meio, também seguiu-se a técnica recomendada pelo fabricante, que consistiu na dissolução de 35g do meio desidratado em 1000 ml de água destilada fria sob agitação no Erlenmeyer, que seguidamente, foi colocado no fogão eléctrico para facilitar a dissolução até ferver (+5 min.), e posterior repouso até arrefecer. Distribuiu-se 10 ml do meio
em tubos de ensaio, contendo tubos invertidos de Durham, os quais foram tapados com tampas de algodão hidrófilo e esterilizados em autoclave a 121ºC por 15 minutos. O caldo foi resfriado imediatamente após a esterilização, com vista a apresentar pH final 6,8 + 0,2; sendo estocado em temperatura ambiente até o momento do uso (LNHAA, 1997; CETESB, 1993).
Caldo lactosado Bile e Verde BrilhanteCaldo lactosado Bile e Verde BrilhanteCaldo lactosado Bile e Verde BrilhanteCaldo lactosado Bile e Verde Brilhante - BVB (g/l) Concentração simples (Biobrás S.A.) Conforme as instruções do fabricante, adicionou-se 40 g do produto desidratado em 1000 ml de água destilada. Após sua dissolução completa (com os mesmos procedimentos acima descritos), o meio foi distribuído em volumes de 10 ml, em tubos de ensaio contendo em seu interior tubo invertido de Durham. Os tubos foram tapados com tampas de algodão hidrófilo, e, em seguida, esterilizados em autoclave a 121ºC por 15 minutos. O caldo foi resfriado imediatamente após a esterilização, com vista a apresentar pH final 7,2 + 0,2; que foi estocado em temperatura ambiente e ao abrigo da luz, até o momento do uso (LNHAA, 1997; REINHARDT, 1984; CETESB, 1993). Os tubos contendo meio de cultura esterilizado e que não tenham sido imediatamente utilizados, foram conservados no frigorífico.
Caldo E.C. (Caldo E.C. (Caldo E.C. (Caldo E.C. (Coliscan MF)Coliscan MF)Coliscan MF) – é um caldo lactosado comercial previamente preparado peloColiscan MF) fabricante, portanto, é um meio selectivo para E. coli em membrana filtrante a 37ºC/24h.
2.5.2.4.2.5.2.4.2.5.2.4.2.5.2.4. Pesquisa de coliforPesquisa de coliformesPesquisa de coliforPesquisa de coliformesmesmes No exame microbiológico da água seguiu-se duas técnicas, a de membranas filtrantes e a metodologia descrita pela APHA (1992), baseada no Método de Fermentação em Tubos Múltiplos, que determina o Número Mais Provável (NMP) de coliformes/100ml de amostra de água. O NMP corresponde a uma estimativa da densidade destas bactérias pesquisadas a partir da combinação de resultados positivos e negativos (CETESB, 1993; 1991; 1973). Porém, em todos os procedimentos técnicos e metodológicos na pesquisa destes microrganismos para o actual estudo, sucedeu-se de acordo com o LNHAA (1997) baseado em APHA, AWWA, WPCF (1985 e 1992) a que foi executada nas condições do LPHAA – Pemba.
ProcedimentoProcedimentoProcedimentoProcedimento Preparação dos tubos:Preparação dos tubos:Preparação dos tubos:Preparação dos tubos: colocou-se num suporte todos os tubos positivos na prova presuntiva dos coliformes totais e num outro suporte preparou-se um número igual de tubos com caldo BVB. Inoculação:Inoculação:Inoculação:Inoculação: a partir de cada tubo positivo na prova presuntiva, retirou-se com ansa, uma porção de caldo Mac Conkey e repicou-se num tubo contendo caldo BVB. Procedeu-se assepticamente flamejando a ansa e os tubos em cada passagem. Incubação:Incubação:Incubação:Incubação: os tubos já inoculados, com uso de suporte apropriado, colocaram-se no banho-maria a 44ºC/24horas. Leitura:Leitura:Leitura:Leitura: os tubos contendo caldo BVB consideraram-se positivos quando houvesse a formação de gás como resultado do crescimento bacteriano. Expressão dos resultados:Expressão dos resultados:Expressão dos resultados:Expressão dos resultados: anotou-se o número de tubos positivos correspondentes às 3 séries e fez-se a leitura nas tabelas de Mac Crady (vide no Anexo II). Escherichia coliEscherichia coliEscherichia coliEscherichia coli (método de membranas filtrantes)(método de membranas filtrantes)(método de membranas filtrantes)(método de membranas filtrantes) Resumo do processo.Resumo do processo.Resumo do processo.Resumo do processo. Foram filtrados 100ml de amostra através do sistema filtrador do Potakit (Kit Wagtech WE – é um kit móvel de material de análises de água) por ser mais simples no processo de filtração. O fundo do copo filtrador é constituído por rede de cobre por onde a membrana filtrante com porosidade de 0.45 μm de diâmetro colocou-se assepticamente para filtrar a amostra. Assepticamente, após a filtração, usando-se a pinça colocou-se o disco absorvente (almofada) numa placa de Petri previamente esterilizada. Com o uso da pipeta, humedeceu-se a almofada com 2ml do caldo selectivo que posteriormente, empregando-se a pinça foi assepticamente colocada a membrana filtrante sobre tal substrato nutritivo selectivo. As placas foram invertidas e incubadas a 44ºC/24horas no incubador de Potakit (Kit Wagtech WE). Com o uso da lupa, o número de colónias^3 contadas sobre a membrana filtrante correspondeu directamente ao número de bactérias ( E. coli) em 100 ml de amostra. Note bem que tomou-se sempre em consideração os dois primeiros Níveis de Biossegurança (NB-1 e NB-2) em laboratório de microbiologia, visto que o material depois de ter sido usado nas análises microbiológicas passou-se por uma destruição/descontaminação
(^3) ) Tais colónias de E. coli vistas, eram de forma redonda com coloração tipicamente azul-clara de brilho metálico.
através de esterilização por calor húmido (autoclave) a 121ºC por 15 minutos, nisto para o caso do material usado na técnica de tubos múltiplos. Já no caso da técnica de membranas filtrantes, após a leitura (contagem de colónias) humedeceu-se com 5 ml de etanol tais membranas nas respectivas placas de Petri, que depois foram flamejadas para esterilizar. Esta forma de destruição durava entre 1 a 2 minutos ardendo. 2.5.2.5.2.5.2.5.2.5.2.5.2.5.2.5. (^) Análise das qualidades físicoAnálise das qualidades físico-Análise das qualidades físicoAnálise das qualidades físico---organolépticasorganolépticasorganolépticasorganolépticas ProcedimentosProcedimentosProcedimentosProcedimentos CheiroCheiroCheiroCheiro Colocou-se a amostra num Erlenmeyer, agitando-se vigorosamente 3-4 vezes, cheirou- se. Os vários tipos de cheiro, segundo a sua natureza foram classificados na tabela 1. Foi necessário executar a determinação a uma temperatura não superior a 25ºC. Sucedeu-se na ausência de cheiros, fumantes e não se fez o ensaio prolongadamente, pois, haveria possibilidade de adaptação ao cheiro o que não seria possível a sua detecção (IRSA, 1976; LNHAA, 1997). CondutividadeCondutividadeCondutividadeCondutividade A medição foi feita directamente utilizando condutímetro, a uma temperatura próxima de 25ºC. Os resultados foram expressos em hmo/cm ou Siemens/cm (APHA, AWWA, WPCF, 1985, 1992; LNHAA, 1997). CorCorCorCor A cor aparente foi determinada por comparação visual da amostra com a água destilada pelo método colorimétrico em que não há necessidade de uso de reagentes. pH.pH.pH.pH. Lavou-se 3 vezes com água a se analisar ou com água destilada os eléctrodos do potenciómetro, introduziu-se 15-25 ml de amostra na tampa do aparelho e procedeu-se à determinação do pH. Uma vez calibrado o aparelho, o pH foi dado directamente pelo valor que se leu no pH-metro sem necessidade de cálculos (ASTM, 1983; IRSA, 1981; APHA, AWWA, WPCF, 1985, 1992; LNHAA, 1997). SaborSaborSaborSabor Não existem métodos instrumentais capazes de fornecer uma avaliação absoluta. O método foi baseado na apreciação do sabor da água em pesquisa e na definição da sensação
Das 48 amostras analisadas nos parâmetros microbiológicos e conjugando-se aos parâmetros físico-organolépticos, observou-se que apenas 11 amostras equivalentes a 23% do efectivo, correspondem aos critérios de potabilidade da água segundo o D.M. no^ 180/2004 do MISAU. E as restantes 37 amostras equivalentes a 77%, não dizem respeito aos critérios de potabilidade, tornando-se impróprias ao consumo humano devido à presença de CF ( E. coli), como também por alguma irregularidade no aspecto estético – qualidades físico- organolépticas.
Tabela 5Tabela 5Tabela 5Tabela 5 – frequência simples dos valores de pH, Condutividade, Turvação, Depósito, Cor e Sabor encontrados nas amostras de água distribuídas de acordo com o padrão de potabilidade.
Parâmetro padrãoParâmetro padrão^ Parâmetro padrãoParâmetro padrão^ pHpHpHpH^ CondutividadeCondutividadeCondutividadeCondutividade^ TurvaçãoTurvaçãoTurvaçãoTurvação^ DepósitoDepósitoDepósitoDepósito^ CorCorCorCor^ SaborSaborSaborSabor Dentro do padrãoDentro do padrãoDentro do padrãoDentro do padrão 37 45 22 19 22 3 Fora do padrãoFora do padrãoFora do padrãoFora do padrão 11 3 26 29 26 45 TotalTotalTotalTotal 48 48 48 48 48 48
11
37
23
77
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Próprias Impróprias Gráfico 1 - Classificação das amostras mediante o juízo
Nr. %
Dos resultados, verificou-se que somente para as variáveis físicas de pH e condutividade, a maioria das amostras encontrava-se nos limites propostos pela norma moçambicana, entretanto, estiveram fora do padrão apenas 11 amostras (22,9%) para pH e 3 (6,25%) para a condutividade, mas que as amostras desta última variável eram do mesmo ponto (3A) nos três ensaios. Para o resto das variáveis, nota-se grande número de amostras fora do padrão, das quais 26 (54%) para turvação, 29 (60,5%) para depósitos, 26 (54%) para cor e finalmente, 45 (93,75%) para sabor, evidenciando-se a ineficácia nos aspectos estéticos da água em referência para o consumo humano. Houve diferenças significativas na análise de variância (P <0.05) destes parâmetros físico-organolépticos considerando-se como fonte de variação os devidos pontos de amostragem. Portanto, no teste de Duncan para cada parâmetro, evidenciou-se a diferença mínima significativa (d.m.s.) bem como os correspondentes pontos de diferenciação^4 numa probabilidade de 5% de erro, o que remete-nos a uma percepção que de facto, as condições da água variaram bastantemente dum ponto ao outro. Na perspectiva de Silva (2009) “as impurezas físicas da água estão relacionadas com a sua cor, turvação, sabor, odor e temperatura. Contudo, as águas brutas subterrâneas apresentam por vezes turvação e coloração, as quais só podem ser modificadas por processos específicos de tratamento”. A água potável também não deve apresentar odores ou sabor desagradáveis, pois indicam a presença de microrganismos e substâncias químicas, e a sua alteração pertence ao domínio do tratamento da água (grifo do autorgrifo do autorgrifo do autor).grifo do autor As impurezas físicas observadas na água dos poços dos bairros da cidade de Montepuez são, entre outras, elevados teores de cor, turvação, sabor e depósitos. Aliado ao que Silva (2009) se refere na passagem anterior, o LNHAA (1997) acrescenta a visão de a turvaçãoturvaçãoturvaçãoturvação ser devida à presença de sólidos em suspensão e em níveis excessivos pode provocar irritações gastrointestinais. É notável na cidade de Montepuez, os efeitos directos de alguns aspectos estéticos que tem se clamado pelos consumidores, o caso da turvação, odor ou sabor desagradável e depósitos na água, acreditando-se que essas características tiveram contribuído nalguns casos de
(^4) ) As médias seguidas com a letra de números diferentes e em distintas colunas, têm diferenças significativas no teste de Duncan a 0.05 de probabilidade de erro (veja no Apêndice IV).
Verificando-se a presença de bactérias coliformes em uma água pode-se considerar que ela recebeu matéria fecal e passa a ser potencialmente perigosa à saúde humana, pelo facto de ser capaz de veicular microrganismos patogénicos intestinais, que são também eliminados habitualmente com as fezes (AWWA, 1970; BRANCO, 1974; CRISTOVÃO et al., 1974; CETESB, 1993). De acordo com Silva (2009) “nos sistemas de abastecimento rurais, ou sem rede pública de abastecimento, como por exemplo, poços privados, minas e fontanários, não devem existir mais que 10 (dez) coliformes por amostra de 100 ml de água. No caso contrário, e sobretudo se for encontrada Escherichia coli, o consumo de água deve ser interditado”. A água contaminada por dejectos pode transmitir doenças gastrointestinais (grifo do autorgrifo do autorgrifo do autor).grifo do autor Nota-se bem que os distintos autores citados nos parágrafos anteriores expuseram seus juízos de valor centrando-se nos riscos que os coliformes representam quando detectado em amostras de água abastecida ao público, agora, exprimimos imensa lástima à população da cidade de Montepuez pelo facto de que não mantém em condições higiénicas as fontes e suas proximidades, proporcionando com que as fontes sejam muito propensas à poluições fecais e favorecendo deste modo, a maior vitalidade de CF. É de deplorar igualmente, o facto que se evidencia nesta população pelo hábito de consumir a água no seu “estado bruto” – sem ter que passar por um prévio tratamento caseiro após de se captar no tipo de fontes que em grande parte das amostras foi detectado altos níveis de CF ( E. coli). Desde então, passamos a saber que de certeza, nos inúmeros casos que a população sempre lastimava por doenças gastrointestinais acusando abruptamente na qualidade da água, portanto, está comprovado experimentalmente que a água consumida nos bairros da cidade de Montepuez é impotável sob ponto de vista microbiológico.
O teste estatístico de Duncan indicou diferença significativa entre os pontos analisados, sugerindo que a distância entre os diversos pontos de colecta interferiu nos parâmetros microbiológicos e físico-organolépticos das amostras, ou seja, com base nos dados obtidos nesses experimentos pode se inferir que as condições hidrobiológicas diferiram muito dum ponto ao outro. De acordo com o gráfico 2, dos 16 pontos de colecta, no que diz respeito ao nível de contaminação microbiológica destaca-se concretamente os pontos 3C, 3D, 1A, 2A, 2B, 7A, 4A, 4B e 5A como os mais propensos. Os pontos ligeiramente contaminados: 3B e 9A. Já os pontos livres de CF, temos: 3A, 6A, 8A, 10A e 5B. O ponto 3A está livre de indicadores de poluição fecal mas aprecia-se elevados teores de condutividade eléctrica fora do padrão estabelecido pela norma (veja Apêndice II), o que retira na possibilidade de ser potável. O ponto 6A, também está isento de CF mas observa-se elevados teores de turvação (veja Apêndice II) o que não é estético para o consumo humano. Entretanto,
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3A 3B 3C 3D 1A 2A 2B 6A 8A 10A 7A 9A 4A 4B 5A 5B
Coliformes fecais
Pontos de colecta
1º ensaio 2º ensaio 3º ensaio
Gráfico 2 – comparação do nível de contaminação microbiológica (CF) dos pontos, nos 3 ensaios.