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O ensino de graduação em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda no Brasil surgiu na segunda metade do século XX, a partir de demandas estabelecidas principalmente pelo mercado midiático. Nesse contexto, realizamos reflexões sobre a história, os conceitos e os caminhos da Publicidade e da Propaganda no Brasil, assim como sua trajetória no Ensino Superior, para entender a formação na área. A partir dessa contextualização, esse trabalho tem como objetivos estudar e entender as dinâmicas que envolvem a constituição da Publicidade e Propaganda no país e como esse processo gerou/gera reflexos no ensino e na formação dos estudantes dessa área. O estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e documental, a partir de uma abordagem qualitativa. Dentre as principais discussões empreendidas está a reflexão sobre a separação ainda presente entre as dimensões teórica e prática na Comunicação e como essa divisão tem relação direta na formação em Publicidade
Tipologia: Teses (TCC)
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Lúcio Siqueira Amaral^1 Resumo O trabalho, de cunho teórico, pretende investigar os primórdios da trajetória da pu- blicidade na web e a sua reconfiguração com a inserção constante de novas tecnolo- gias, propondo uma reflexão sobre essa evolução histórica. Objetiva-se, dessa forma, elaborar um panorama, ainda que marcadamente histórico, dos princípios da publi- cidade na web, em um movimento que busca ressaltar aspectos característicos desse momento. Com base em uma variedade de autores, a seguir é apresentada uma pro- posta que busca representar as primeiras fases da evolução da publicidade na web. Palavras-chave: evolução; publicidade; web. Abstract The paper, of a theoretical nature, aims to investigate the trajectory of web advertis- ing and its reconfiguration with the constant introduction of new technologies, pro- posing a reflection on the historical evolution. Our intention; therefore, draws a per- spective, though of markedly historical, web advertising, in a movement which highlights features of every moment. Based on a variety of authors, the following is a proposal that seeks to represent the main stages of the evolution of web advertising. Keywords: evolution; advertising; web. Artigo recebido em: 15/04/ Aceito em: 17/05/ 1 Publicitário (UFSM), Mestre em Comunicação e Linguagens (UTP), Doutorando em Ciências da Comunicação (Unisinos) e integrante do Grupo de Pesquisa Audiovisualidades e Tecnocultura: comunicação, memória e design (Unisinos). Atualmente é professor dos Cursos de Comunicação Social da UNIVATES e da Universidade de Santa Cruz do Sul. E-mail: lucio@lucioamaral. com.br.
Antes da chamada exploração comercial da internet^2 , em 1993, ela era caracte- rizada por ser uma produção quase que artesanal de conteúdos pelos poucos usuá- rios existentes na rede até então. A partir dessa exploração comercial e do seu alto índice de difusão, a internet passou a chamar a atenção para suas particularidades econômicas e comerciais, começando a atrair investimentos das empresas para o seu sustento (PEDOTT, 2001). Desde então, com a rápida penetração da internet, a publi- cidade na web já passou por uma quantidade considerável de mudanças. No início, em função da internet ser um novo meio que estava surgindo, desconhecido e que ainda não tinha suas próprias gramáticas, os anunciantes tinham o costume de olhar para a publicidade na web da mesma maneira que para as formas mais antigas de publicidade, como anúncios impressos, outdoors, comerciais de televisão e marke- ting direto, buscando nessas formas, elementos para criar familiaridades com o que o novo usuário já conhecia, trazendo componentes que serviriam para traduzir o seu conhecimento para o novo meio. Conforme o tempo foi passando, novas tecnologias foram surgindo, e a publicidade na web foi se adaptando e absorvendo as novidades para chamar a atenção dos usuários para seus anunciantes, seja repetindo algumas formas já existentes ou remodelando outras.
Como pode ser observado em relação ao aparecimento de meios anteriores, também nesse primeiro momento da web, ela é considerada uma novidade devido ao surgimento de um meio diferente daquele que as pessoas estavam acostumadas. Conforme Schwartz (1998), no começo, a web era um meio de distração, entreteni- mento e diversão nos escritórios de trabalho dos Estados Unidos. Foi a partir de 1995 que o fluxo de navegação dos usuários transferiu-se para suas casas, graças, sobretu- do, aos três maiores provedores de serviços online comerciais da época: CompuSer- ve, Prodigy e America Online. Segundo a America Online (JÚLIO; SALIBI NETO, 2001), em 2001, a maioria dos usuários conectava-se à internet por um entre dois motivos: obter informações práticas (previsão do tempo e notícias) ou comprar. Diante disso, conforme Schwartz (1998), os primeiros sites comerciais^3 tiveram uma boa audiência pelo simples fato de terem sido criados, e não por terem sido bem criados, uma vez que, no começo, tudo era uma novidade. Em abril de 1993, foi lançado o software que é frequentemente apontado como o primeiro browser da internet, chamado Mosaic, permitindo que os usuários da 2 Em março de 1993 a política de utilização da internet que proibia o seu uso comercial foi reinterpretada, permitindo esse aproveitamento, o que levou o CERN a declarar que a tecnologia WWW seria gratuita e acessível a todos, sem a necessidade de nenhum pagamento a ele. Disponível em: http://www.w3.org/History.html. 3 Sites comerciais são aqueles sites criados com o intuito de divulgação comercial, ou seja, desenvolvidos para darem publici- dade a marcas, produtos, empresas ou serviços.
Duncan, ícones e sons relacionados com eles e a bebida eram disponibilizados para download. Nesse primeiro momento da internet, a instantaneidade e a interatividade eram as suas características essenciais, sendo os principais atrativos para os investimentos publicitários (PINHO, 2000). Conforme Zeff e Aronson (2000) apontavam, o grande di- ferencial da publicidade na web, em relação à publicidade offline, é a interatividade com o público-alvo, fazendo-o brincar com um jogo, inserir informações em formu- lários, clicar em menus, responder perguntas ou fazer compras, sempre no sentido dele fazer uma ação a que a peça publicitária lhe propõe. Até aquele momento, a única forma de interatividade era através do telefone (PINHO, 1999). Por ser um meio novo e ainda pouco conhecido, a publicidade na web vivia na comparação entre os anúncios classificados da mídia impressa e os classificados on- line, sendo estes mais segmentados, mais rápidos e abrangentes, além de terem um menor custo que aqueles. Existia também a possibilidade de especificar até mesmo a cidade de origem do anúncio, a fim de segmentar ainda mais a comunicação, atin- gindo o público correto. A AOL, por exemplo, permitia pesquisas de texto para obter o que se procurava, facilitando o encontro dos anúncios (JANAL, 1996). Na tentativa de buscar relações com os meios já conhecidos e estabelecidos para reconhecer as peculiaridades e os melhoramentos da publicidade na web, Turban et al (1999) traçam um comparativo com vantagens e limitações entre tipos de publi- cidade. A partir disso, eles estabelecem que os principais motivos para as empresas anunciarem na internet giravam em torno da migração da audiência da televisão para a web, dos baixos valores de investimento e da facilidade de alterações e atua- lizações dos anúncios, do direcionamento da publicidade para públicos específicos e, sobretudo, da utilização de textos, sons, gráficos e animação na mesma peça. Essa característica, utilizada desde 1995, é o principal fator de destaque da publicidade na web em relação aos outros meios, pois “os ciberanúncios introduzem um novo con- junto de paradigmas na propaganda. Eles são completamente diferentes dos anún- cios de rádio, TV, jornais e revistas - tanto do ponto de vista artístico como funcional e econômico” (JANAL, 1996, p. 259). Durante esse período inicial, anunciar na internet era muito mais um primeiro movimento do que um plano deliberado e planejado. Isso se devia, em parte, à fal- ta de conhecimento sobre os usuários da web, uma vez que os dados a respeito da audiência eram levantados da mesma maneira que na televisão, quando aparelhos eletrônicos são instalados em televisores nas casas dos consumidores para pesquisar os seus hábitos. Para a medição da audiência da web, por sua vez, eram instalados softwares que monitoravam a navegação das pessoas. Em 1997, Sterne (1997) afirmava que os sites eram a principal forma de presen- ça das empresas na internet. Contudo, ele não os considerava peças publicitárias,
pois não eram esforços promocionais, pois ficavam esperando a visitação dos usu- ários. Ao contrário disso, um pouco mais à frente, no ano de 2000, Zeff e Aronson (2000) entendiam que o website^5 seria o formato mais tradicional da publicidade na internet, oferecendo a presença da marca na web com uma variedade de informa- ções sobre ela. Nesse mesmo sentido, Castro (2000) os entendia como sendo anúncios com grande potencial para transações comerciais e fidelização do cliente, através da velocidade na troca de informações entre marca e usuário, sendo o mais forte meio de vendas já criado. Para o autor, os sites eram os verdadeiros anúncios, enquanto que os banners possuíam um papel secundário, apenas para encaminhar os usuários para os sites dos anunciantes. Schwartz (1998) informa que em 1995 o site SportsZone já tinha a política de oferecer gratuitamente conteúdos para todos os visitantes, disponibilizando mais in- formações mediante a assinatura e pagamentos mensais dos usuários para acessa- rem uma maior quantidade de conteúdos. Dessa forma, o SportsZone tinha dois tipos de receitas: aquela que vinha dos anunciantes que pagavam por espaços comerciais no site, e aquela vinda das mensalidades dos usuários. O autor ainda questiona a ra- zão da existência de um site que ninguém visita. Para que isso não ocorra, em 1998 ele apontou quatro maneiras para sua promoção: mencioná-lo em campanhas de mídias offline (revistas, jornais, TV, folhetos, materiais promocionais, etc.), estratégia persuasiva e obrigatória para a maioria dos anunciantes; conseguir a atenção da im- prensa, o que dá uma mídia gratuita e de grande alcance; comercializar hyperlinks com outros sites (softwares spiders - aranhas - vasculham a web atrás de hyperlinks que apontem para os sites escolhidos); comprar espaços (banners e hyperlinks) em sites populares, que, para o autor, era a maneira mais complicada, pois os anuncian- tes eram mais exigentes quando precisavam pagar por anúncios na web. Em 1995, a Microsoft lançou o Internet Explorer com o intuito de acabar com o reinado da Netscape e de seu navegador, dando iníco a uma guerra dos browsers, tendo a mesma ideia do seu concorente: quando conectado pelo browser, o usuá- rio era remetido diretamente para o site da Microsoft. Nesse novo panorama, ou- tras perspectivas surgiram para a publicidade na web, como os hotsites e as janelas pop-up. Os hotsites, também chamados de microsites, promo-pages, (PINHO, 2001) e mini-sites (CASTRO, 2000), são menores que os websites, geralmente com menos de 10 páginas, elaborados para produtos, temas, eventos ou ocasiões específicos, com menos conteúdo que os websites, navegação intuitiva e utilização intensa de tecno- logia (plug-ins, animação e janelas pop-up). Terminada a ação publicitária, o hotsite é tirado do ar. Por sua vez, as janelas pop-up, que ganharam notoriedade no final dos anos 90, são pequenas janelas de tamanhos delimitados, abertas automaticamente no carre- gamento de uma página. Tem como principal característica a invasão da navegação, 5 “Um website é composto de vários documentos de hipertexto intercalados e dos recursos relacionados a eles: imagens, sons, vídeo, multimídia etc, que ficam gravados no disco rígido do servidor” (RADFAHRER, 2003, p. 37).
Ainda para Levy (2012), o Google, contrário a esse tipo de anúncios, criou o seu próprio sistema, um pequeno bloco de texto na página dos resultados das pes - quisas, com conteúdos direcionados pelas palavras-chave das pesquisas. O primei- ro teste do sistema foi com livros vendidos pela Amazon. Quando algum assunto tivesse relação com algum livro vendido pela Amazon, um anúncio com o livro e o link para o site seria disponibilizado pelo Google. O nome dado para esse siste - ma foi “Links Patrocinados”. No começo, a solução não gerou muito dinheiro. Eles ofereciam duas vantagens à publicidade tradicional: eficiência, pois estavam rela - cionados com o que os usuários estavam buscando; e os cliques dados neles pelos usuários poderiam ser registrados e mensurados. Os primeiros anúncios eram co - brados pela quantidade de exposições aos usuários, mas, com o tempo, a forma de cobrança passou a ser de acordo com o número de cliques dados por eles. (LEVY, 2012). Em 2003 foi criado outro sistema de anúncios do Google, o AdSense, comprado junto a uma empresa que patenteou uma tecnologia que “compreende, organiza e extrai conhecimento de sites e de repositórios de informação de uma forma parecida com o pensamento humano” (LEVY, 2012, p. 138). Ele analisa os conteúdos das pági- nas para extrair os seus principais temas, com a finalidade de colocar anúncios re- levantes nessas páginas. Da mesma maneira que o AdWords, o AdSense também era um autosserviço para os proprietários de sites e blogs. Dessa forma, o valor investido pelo anunciante era dividido entre o proprietário da página e o Google. A partir de 2010 ficou estabelecido que 68% ficava com o proprietário e 32% com o Google. Enquanto os banners e os resultados de buscas começaram a se tornar os prin- cipais investimentos da publicidade na web, anúncios Rich Media transformaram-se em um novo tópico de interesse na primeira metade dos anos 2000. Se em 1999 ape- nas 10% da publicidade na web era em formato de Rich Media, esse número cresceu muito nos anos seguintes. A publicidade Rich Media parecia olhar para TV como mo- delo, e quando os vídeos da internet alcançaram a qualidade dos comerciais da TV, tornou-se um modelo interessante (BARNES; HAIR, 2009). Para Boone, Secci e Gallant (2007), os anúncios Rich Media transformaram a publicidade na web de um modelo de resposta direta para um modelo de marketing de marca, utilizando vídeo, áudio, animação e fotos para combiná-los em uma expe- riência de marca multimídia. Sua tecnologia inclui Flash^6 , Unicast^7 , Eyeblaster, Eye- -Wonder e PointRoll^8. Segundo as autoras, no início, os usuários precisavam instalar plug-ins para rodar as mensagens. Com o rápido transcorrer do tempo, a maioria 6 Tecnologia que permite a criação de animações gráficas e com tamanho menor, o que permite um rápido carregamento. Dis- ponível em: http://www.webopedia.com/TERM/F/Flash.html. Acesso em: 25 maio 2014. 7 Ligação direta entre um cliente e um servidor para o envio de pacotes de informações. Disponível em: <http://support.micro- soft.com/kb/291786/pt>. Acesso em: 25 maio 2014. 8 Eyeblaster, Eye-Wonder e PointRoll são plataformas criadas para a divulgação de campanhas publicitárias em Rich Media. Elas utilizam cookies , que é um código instalado no computador no momento de visitação a um site que possui um anúncio des- sas plataformas. O cookie permite ter acesso aos dados de navegação do usuário. Atualmente Eyeblaster e Eye-Wonder fazem parte da mesma companhia, a MediaMind. Disponível em: <http://www.adweek.com/news/technology/eyeblaster-rebrands- -mediamind-102588>, http://www.eyewonder.com e http://www.pointroll.com. Acesso em: 25 maio 2014.
das peças passou a rodar em sistemas operacionais que possuíam Flash Player e Sho- ckwave Player previamente instalados.
MySpace, LinkedIn, Hi5, Skype e Wordpress. Todos eles têm em comum o seu ano de criação: 2003. Enquanto MySpace, LinkedIn e Hi5 eram redes sociais para conectar-se virtualmente com amigos ou profissionais, o Skype surgiu como uma so- lução para fazer ligações telefônicas sem custo pela internet e o Wordpress era uma plataforma pessoal de publicação de conteúdos na web. Para Barnes e Hair (2009), esse ano é considerado como um ponto de virada na publicidade na web, pois, além do lançamento desses serviços, Gap, Absolut e Nike utilizariam muita criatividade em seus sites com o Flash e o Shockwave. A partir de 2002, o chamado CRM (Custo- mer Relationship Manager, gestão de relacionamento com o cliente) tornou-se uma forma convencional de comunicação que possibilitou entender de uma maneira mais precisa os consumidores. Para os autores, os profissionais de marketing passaram a ser mais direcionados por pesquisas e os diretores de criação mais ousados na uti- lização da publicidade na internet. Assim, a construção de relacionamentos tornou- -se importante, tendo nas comunidades virtuais a grande credibilidade, relevância e habilidade para gerar empatia, proporcionando maior efetividade para o marketing. Conforme os autores, o crescimento nos compartilhamentos de campanhas pu- blicitárias audiovisuais ganha destaque com o vídeo Wassup^9 , da campanha True, da Budweiser. Os vídeos originais para a TV ganharam muita velocidade de distribuição na web. Os usuários faziam o download dos comerciais da internet e os enviavam para outras pessoas online, através de várias ferramentas do boca-a-boca na web, como weblogs, salas de bate-papo, fóruns de discussão e mensagens instantâneas. In- clusive a campanha de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos contou com um vídeo que fazia clara referência à True, tanto com a participação dos mesmos atores, quanto com a mesma história, alterando o seu fechamento, que tem True Vote como assinatura^10. O sucesso dessa campanha fez outros anunciantes terem o dese- jo de tornarem suas imagens dissemináveis, o que levou à terminologia “anúncio viral” ganhar notoriedade entre publicitários, veículos e anunciantes. “O sistema é dinâmico [a internet] e, quanto mais pessoas tiver, mais valioso será e mais atraente para um número maior de pessoas. Trata-se de um processo que se auto-alimenta e cresce - que se pode chamar de virótico, porque é infeccioso, cresce e se multiplica” (KELLY, 2001, p. 26). Em 2004, a mídia sob demanda^11 tornou-se popular, o que fez com que comer- ciais pudessem ser visualizados em tela cheia, imagens foram incorporadas a ban- 9 Disponível em: http://www.adweek.com/video/budweiser-wassup-132695. 10 Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ajFLVUB6Ohg. 11 Esse tipo de mídia é caracterizada por executar conteúdos multimídia em um fluxo constante, através do envio e recebimen- to de pacotes de dados sem a necessidade de baixá-los para o computador.
de comunicação publicitária. Elas podem possuir temáticas que servem como ele- mento agregador e aglutinador dos seus integrantes, criando subtemas de interesses específicos, que surgem conforme o número de usuários vai aumentando e o tempo vai transcorrendo. Isso faz com que as marcas criem conteúdos relacionados com seus produtos, buscando a criação de redes de usuários em torno desses assuntos. Em 2005, o Google lançou o Google Analytics, ferramenta capaz de oferecer rela- tórios e estatísticas instantâneas com vários tipos de informações sobre os sites, como o número de visitantes, os links que remetem a eles, se os visitantes vêm de redes e de quais redes de publicidade. Esse sistema permitiu que as campanhas possam ser mensuradas de uma maneira mais eficaz por parte dos anunciantes. Em comparação à publicidade offline, a partir desse momento a publicidade na web passa a contar com um aliado a seu favor: as estatísticas. Os responsáveis por campanhas publicitá- rias na web, então, podem apresentar a seus clientes dados mais confiáveis e certei- ros a respeito das ações desenvolvidas para promover uma determinada marca ou produto. No ano seguinte, o Google adquiriu o YouTube, um site de compartilhamento de vídeos online lançado no ano anterior. Com a popularização do YouTube, em 2006, os vídeos nessa plataforma passaram a interessar a agências como potência para a comunicação publicitária. Assim, novas práticas publicitárias surgiram, como a criação de campanhas com o intuito de se tornarem virais, sendo disseminadas pelos próprios usuários. Comerciais veiculados na televisão passaram a ser disponibiliza- dos no site, o que fez com que a audiência aumentasse, atingindo mais pessoas, em qualquer parte do mundo, por um custo muito mais baixo. O ano de 2007 foi marcado pela compra da DoubleClick pelo Google. A empresa auxilia na escolha de sites mais eficazes para a veiculação de banners. Sua ferramen- ta mais poderosa é o seu cookie, um código que identifica os visitantes dos sites, per- mitindo a ela ter acesso ao histórico do navegador e a outras informações do usuário, o que leva anúncios relevantes para os usuários certos. A partir dessa união, o Google vende os anúncios e a DoubleClick determina onde eles devem ser veiculados. Em uma comparação, é como a Amazon, que vende livros, e a FedEx, que os entrega (LEVY, 2012). Dessa forma, a partir das premissas colocadas por Levy (2012), o Google oferece aos seus clientes uma publicidade baseada nos interesses dos usuários. Esse perío- do da publicidade na web é marcado pelo usuário, onde cresce a sua capacidade de disseminar campanhas e conteúdos relacionados às marcas nas redes sociais. Neste período, a publicidade na web passa a fazer parte da navegação dos usuários, apa- recendo seguidamente na tela, diante do seu olhar. Desas forma, ela vai adquirin- do suas próprias características, suas formas e suas gramáticas, agora reconhecidas pelos usuários. Com mais de 132 milhões de visitantes únicos mensais, em junho de 2008, o Facebook ultrapassou o MySpace, tornando-se o principal site de rede
social do mundo^14. Atualmente, esse número gira em torno de 890 milhões de usuá- rios ativos por dia^15. Esses dados dão o tamanho da importância que as redes sociais na internet passaram a ter para a publicidade atualmente. Dessa forma, sites como Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, Pinterest, Tumblr e Vine, entre outros, cau- saram transformações na publicidade na web, solidificando-se como locais para a veiculação de mensagens publicitárias.
A partir dos apontamentos realizados até aqui, podemos considerar que no pri- meiro movimento da publicidade na web, que durou até o final da década de 90, observou-se um período marcado pela rápida disseminação e adoção do novo meio, até então desconhecido pela maior parte das pessoas, que cresceu 625% entre os anos de 1995 e 2000. Levando-se em conta suas principais características, tais como a interatividade e a multimídia, é possível entender todas essas relações e compara- ções feitas com os demais meios. A publicidade impressa foi utilizada como forma de tradução das linguagens e gramáticas da publicidade na web, estabelecendo uma espécie de aprendizado para o usuário. São criadas apropriações e aproximações entre as linguagens dos dois meios para que, aos poucos, novas gramáticas e lingua- gens sejam criadas, com características específicas, para este novo meio em desen- volvimento. Assim, criam-se algumas transformações e originam-se novas formas, caracterizando o novo meio. Os anúncios Rich Media, por sua vez, fazem com que a publicidade na web au- mente a exploração de outros meios para estabelecer um melhor relacionamento com os seus usuários. Após a exploração da publicidade visual e gráfica, na busca de uma identidade e de formas, a publicidade na web utiliza-se também da televisão, do cinema e dos games. Dessa forma, não pode ser deixado de pensar no conteúdo desta publicidade apenas em relação aos anúncios e no que eles dizem, nos anunciantes ou mesmo nas promoções veiculadas, mas também como ela é feita. A pecepção do seu conteúdo é dada a partir das inter-relações da publicidade na web com as outras formas publicitárias, gráficas, televisivas, sonoras, etc. Essa incorporação de um meio por outro pode ser abordada através do conceito de remediação^16 proposto por Bolter e Grusin (1999), como sendo uma particulari- dade de toda a mídia e que teria suas propriedades peculiares nas chamadas mídias digitais. Tanto no caso dos anúncios Rich Media quanto nos do Google Adwords e AdSense, a lógica primordial da remediação é a hipermediação, tornando visível a mídia, trazendo para o primeiro plano a web, dando destaque no ato da mediação. 14 Disponível em: http://www.comscore.com/Insights/Press�Releases/2008/08/Social�Networking�World�Wide. Acesso em: 16 dez. 2013. 15 Disponível em: https://newsroom.fb.com/company-info. Acesso em: 15 abr. 2015. 16 Remediação é a apropriação de um meio de técnicas, formas e significados sociais de outros meios na tentativa de competir ou de remodelá-las em nome do real, nunca operando de forma isolada, em função dessas relações (BOLTER; GRUSIN, 1999).
Atualmente, vivemos um momento de convivência de uma variedade muito grande de formatos publicitários, seja na internet ou nos outros meios, o que faz com que haja uma maior dependência de relações entre os meios. Campanhas publicitá- rias são lançadas em meios diferentes, adaptadas para a realidade de cada um, com o intuito de atingir o maior número possível do público-alvo. Como é muito comum as pessoas assistirem televisão, escutarem rádio, lerem revistas e jornais, navegarem na internet, é necessário que a publicidade também esteja presente em todos esses meios, pois de nada adiantaria veicular mensagens publicitárias em locais onde o público-alvo não se encontra.
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