
















































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
psicopedagogia_aspectos_psiconeurologico_e_fonoaudiologico
Tipologia: Notas de aula
1 / 56
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Um recurso envolvente na psicopedagogia para a aprendizagem
"O Psicopedagogo, como um terapeuta comprometido com o ato de aprender, ocupa um papel importante, nessa rede de complexidade que envolve e que é também constitutiva do sujeito, por poder interferir na relação do sujeito com a aprendizagem, indispensável, para a existência humana”. (Ana M. Zenicola)
A educação psicomotora é, sobretudo, a educação da criança através de seu corpo e de seu movimento. A criança é vista na sua totalidade e nas possibilidades que apresenta em relação ao meio ambiente.
Comprovar a importância do desenvolvimento da psicomotricidade no contexto escolar é valorizar o ser uno e total, indivisíveis em suas ações e pensamentos.
Considerando a relevância da psicomotricidade no desenvolvimento integral da criança, justifica-se este estudo, sobretudo pela construção de um novo pensamento voltado a educação infantil e o papel da psicopedagogia no processo ensino/aprendizagem educacional.
Com base nos pressupostos teóricos que norteiam este trabalho faz-se o seguinte questionamento: o professor de educação infantil é capaz de entender a psicomotricidade, como meio de envolver os indivíduos em suas capacidades, físicas, cognitivas, afetivas e intelectuais e sociais?
Salienta-se que o objetivo desta pesquisa é adquirir e aprofundar conhecimentos sobre os diversos significados que se pode ter da psicomotricidade e a psicopedagogia para as crianças, na educação infantil. Para que o professor através do aprimoramento do conhecimento e técnicas possa
incorporar, o jogo, o lúdico, o prazer e a alegria no conjunto da vida escolar, como dimensões indissociáveis do ser humano.
A metodologia aplicada caracterizou-se de forma bibliográfica descritiva, pois procurou explicar o tema abordado com base nas referências teóricas publicadas em documentos, exigindo dados comprovados extraídos de estudos bibliográficos.
O estudo de interesse do profissional da área de educação, pedagogos, professores de educação infantil e séries iniciais, comprometidos com o processo de desenvolvimento psicomotor e o trabalho psicopedagógico na educação infantil.
A aprendizagem humana é um processo contínuo de transformação e o educador colabora para o desenvolvimento dos seres humanos que vivem num mundo de mudanças intensas e rápidas, apontando caminhos voltados ao diálogo constante entre os sujeitos e conhecimento, na busca de transformações, levando-nos a refletir sobre a grande contribuição das reflexões psicopedagógicas para a compreensão do processo de aprendizagem, levando em consideração a importância de ensinar, ao educando o controle de seus próprios impulsos, bem como o respeito mútuo e a autodisciplina.
Na tentativa de compreensão integradora do processo de aprendizagem surge a psicopedagogia que recorre ao conhecimento de várias áreas (psicologia, pedagogia, sociologia, antropologia, linguística, neurologia e outras), tendo como foco de estudo e análise o fato educativo e suas articulações.
De acordo com Scoz (1994), esta nova visão oferecida pela psicopedagogia vem ganhando espaço nos meios educacionais brasileiros e despertando cada vez mais, o interesse dos profissionais que atuam nas escolas. Embora a psicopedagogia tenha nascido com o objetivo de promover uma reeducação das crianças com problemas de aprendizagem, hoje ela se preocupa principalmente com a prevenção do fracasso escolar.
sociais para modificar práticas diárias ligadas à saúde, higiene e alimentação. As áreas de conhecimentos, nesta proposta, ficam assim divididas:
Linguagem, ciências naturais e pensamento lógico matemático. Neste artigo, enfoca-se especificamente o aspecto da linguagem, pois quando a criança desenvolve a linguagem ela adquire o desenvolvimento motor. As crianças aprendem e se expressam no mundo através das vivências corporais, das experiências rítmicas, gestuais e sonoras. Essas ideias e impressões não são inatas, mas sim construídas nas interações com o seu meio sociocultural (MISHNE, 1999).
Para Alves (2007) a linguagem é todo o sistema de signos que serve como meio de comunicação entre indivíduos, e que pode ser percebido pelos órgãos dos sentidos. Cada povo, em cada época, teve uma linguagem característica, própria sua. A comunicação pode ser dada por meio de gestos, de movimentos, de olhares, de sons, da expressão de emoção, do silêncio, da fala, do meio de expressão da linguagem interior e, por meio dela, da aquisição da leitura e da escrita.
A linguagem, como aspecto do processo evolutivo do indivíduo, está diretamente ligada aos desenvolvimentos: neurológico, da inteligência, da afetividade, da motricidade e da socialização. Na aprendizagem da linguagem, devem ser considerados os níveis de maturação, as experiências anteriores, a motivação, as diferenças individuais e a socialização das crianças.
A aquisição da linguagem desempenha um papel decisivo na compreensão do mundo e na transmissão de valores pessoais e culturais. A criança utiliza o código da linguagem para formular seus sentimentos e pensamentos a fim de transmitir e receber informações. A qualidade deste aprendizado vai depender do meio em que está inserida, de seus contatos sociais, de sua exercitação e treino.
Ainda segundo Alves (2007), a linguagem permite a afirmação do eu em relação ao outro. Possibilita a formação da consciência social, assegurando aos membros da comunidade sua adaptação à realidade exterior, particularmente pelo uso da língua.
De acordo com Mishne (1999) a linguagem escrita aparece como predominante em relação às outras em nosso meio. A criança tenta reproduzir um comportamento sociocultural, imitando o ato de escrever, a autora afirma ainda que é através do jogo simbólico, do jogo dramático e do teatro que todas as linguagens se entrelaçam.
CIÊNCIAS As ciências naturais e sociais servem para que a criança passe a confrontar o que já sabe – o conhecimento espontâneo – com a forma de conhecimento sistemático, estabelecendo relações entre os fenômenos que se mostram no seu meio, reconstruindo e dando um novo significado a eles.
O trabalho com as ciências se dá basicamente a partir da observação, manipulação e experimentação de diferentes materiais e situações. Temáticas sociais podem ser trabalhadas desde a infância, colocando a criança frente às situações de degradação ambiental, por exemplo, o que permite superar uma visão antropocêntrica.
O trabalho com as ciências sociais permite que a criança questione e desvende as contradições sociais presentes no seu meio. Porém, para isto o educador deve possuir uma postura indagativa, colocando-se a disposição para ouvir de forma atenta as teorias explicativas das crianças.
PENSAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO O pensamento lógico-matemático é formado a partir da relação que a pessoa estabelece com o outro. É necessário que as crianças interajam, social e intelectualmente, com outras crianças e com os adultos para descentrarem e coordenar diferentes pontos de vista.
A ação da criança, que inicialmente se apóia na percepção, vai aos poucos se organizando e formando a sua vida mental.
O papel do educador é incentivar as crianças a mostrar suas hipóteses, percebendo em suas ações a lógica usada, problematizando os eventos e desafiando-a a continuar. É fundamental que ele planeje previamente atividades dentro do contesto e que sejam significativas no mundo infantil.
aprendizagem, isto é, acredita-se que ao fornecer condições de ensino já está ocorrendo a aprendizagem. De outro lado, fica implícita a noção de que o aprender decorre linearmente do ensinar. Dissocia-se assim o plano de aula do contexto humano das relações de classe, sem considerar, portanto, que há dois lados envolvidos: o do ser que ensina e o do que é ensinado, o daquele que propicia condições de aprendizagem e o daquele que aprende (MASINI, 1993).
Para a referida autora, o preparo para lidar com o processo de aprendizagem e as possíveis dificuldades que venham a ocorrer constitui, pois em lacunas na formação do professor. Essas lacunas são as que requerem a presença da psicopedagogia e delineiam uma função que tem estado descoberta na escola.
A concepção de prática pedagógica é outro pressuposto da formação de professores, uma vez que a dinâmica da escola, em grande parte, é fruto de sua atuação. Podemos defini-la como uma prática social específica de caráter histórico e cultural. Ela vai além da prática docente, de atividades didáticas dentro da sala de aula, abrangendo os diferentes aspectos do projeto pedagógico da escola e as relações desta com a comunidade e a sociedade.
A instituição educativa, em suas diferentes modalidades - creche, pré- escola, escola de 1º, 2º e 3º graus -, cumpre um papel central na sociedade: o de mediadora no processo de inserção da criança e do adolescente na cultura. Para isso é necessário que ela se estruture e se instrumentalize de forma a responder às exigências propostas por este objetivo, tão amplo e complexo. Um dos aspectos principais dessa estruturação diz respeito à formação e qualificação de equipes de trabalho, capazes de desenvolver projetos pedagógicos compatíveis com a natureza e os objetivos dessa instituição. Nesse processo o psicopedagogo depara-se como uma das mais difíceis e instigantes de suas funções na instituição educativa: a de orientar e coordenar a formação e o funcionamento da equipe de trabalho, considerando o contexto institucional.
Cabe ressaltar que
A psicopedagogia implica também, uma metodologia específica de trabalho. Essa metodologia precisa levar em conta, necessariamente o contexto em que se encontra a ação pedagógica: família, escola, comunidade. No caso da instituição de educação infantil, é preciso levar em conta não apenas as características dos educadores e da própria instituição (SISTO, 1996, p.209).
Esta particularidade do trabalho psicopedagógico em instituições obriga o psicopedagogo a situar-se numa perspectiva interdisciplinar, para poder compreender os problemas que se apresentam. Obriga-o, também, a integrar-se num trabalho de equipe, no qual seu papel define-se em íntima sintonia com os demais membros da equipe, exigindo, na maior parte das vezes, um trabalho de articulação e coordenação de papeis.
Outra dimensão significativa do trabalho psicopedagógico na instituição de educação infantil é o seu caráter preventivo. Na perspectiva preventiva, pensar a escola à luz da psicopedagogia “implica nos debruçarmos, especialmente, sobre a formação do professor” (BOSSA, 1994).
Desta forma, a busca de alternativas para a formação dos educadores de creches/pré-escolas é uma das tarefas mais importantes do psicopedagogo preocupado com o caráter preventivo de sua prática nessas instituições. Investigar, analisar e por em prática novas propostas para uma formação de educadores que os habilite a estabelecer relações mais maduras e conscientes com as crianças e com a equipe escolar apresenta-se, então, como um dos mais fortes desafios ao psicopedagogo comprometido com a educação infantil em instituições.
prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento dos problemas de linguagem escrita, conforme descreve o artigo 4 da referida Lei.
O que aconteceu? Por quê há necessidade do reconhecimento de uma outra profissão para atuar onde já existem profissionais habilitados e com competência para tal?
Tentando responder a este questionamento e visando subsidiar as ações do Conselho Federal de Fonoaudiologia no que se refere ao PL 3512/08, o CRFa 3a encaminhou a todos os fonoaudiólogos dos estados do Paraná e Santa Catarina, uma correspondência solicitando dados acerca de sua atuação profissional. Foram postados 2.802 ofícios, sendo que até abril de 2009, data limite para o envio dos dados ao Federal, retornaram ao Conselho 781 respostas, ou seja, 27% da amostra. Destes respondentes, 26 (3,3%) fonoaudiólogos informaram possuir especialização em psicopedagogia; 8 (1%) informaram atuar no ensino superior e 16 (2%) informaram atuar na área de leitura/escrita.
Concluiu-se que estes dados são importantes, na medida em que demonstram o pouco envolvimento do profissional fonoaudiólogo na área escolar ou da linguagem escrita, o que acarreta uma grande procura da comunidade por profissionais especializados em psicopedagogia.
É possível reverter este quadro, basta o fonoaudiólogo compreender que a área escolar necessita da sua atuação profissional, e se apresentar como aquele que é competente para atuar nas questões que dizem respeito à saúde dos agentes escolares.
Na literatura sobre aprendizagem, muito se tem discutido sobre distúrbio versus dificuldade de aprendizagem, ficando claro que não são sinônimos. Falar de dificuldade de aprendizagem tornou-se fato comum tanto nas escolas como nas clínicas de acompanhamento fonoaudiológico e psicopedagógico. O número de nomenclaturas para explicar porque uma criança não aprende é crescente e, termos como distúrbios, desordens, déficits, entre tantos outros, são facilmente utilizados.
As dificuldades de aprendizagem constituem, talvez, área das mais difíceis de conceituar. Há muitas teorias, modelos e definições para esclarecer esse problema. De acordo com ide (2002) o termo “dificuldades de aprendizagem” começou a ser usado mais freqüentemente no século passado, década de 60, para descrever uma série de incapacidades relacionadas com o insucesso escolar, as quais não tinham uma causa definida. A mesma autora ainda ressalta que o aparecimento deste termo surgiu para justificar aos educadores e pais a convicção de que algumas crianças possuíam problemas em relação à aprendizagem e tais problemas não poderiam ser enquadrados nas classificações já existentes. Porém, não havia consenso quanto à sua conceituação, etiologia, prevalência e aos tipos de intervenção apropriados.
No Brasil, foi Lefèvre (1975) que introduziu o termo distúrbio de aprendizagem como sendo: “Síndrome que se refere à criança de inteligência próxima à média, média ou superior à média, com problemas de aprendizagem e/ou certos distúrbios do comportamento de grau leve a severo, associados a discretos desvios de funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC), que podem ser caracterizados por várias combinações de déficit na percepção, conceituação, linguagem, memória, atenção e na função motora”. Atualmente, nos defrontamos com dois termos para o diagnóstico fonoaudiológico com relação às questões que envolvem a leitura e a escrita: o primeiro, Dificuldade Aprendizagem e o segundo, Distúrbio de Aprendizagem. Entretanto, do que falamos especificamente. Cabe aqui, esclarecer a diferença básica entre dificuldade e distúrbio, que segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa quer dizer:
“Dificuldades - s.f. Qualidade do que é difícil. / Impedimento, obstáculo. / Apuro, aperto.”
“Distúrbios - s.m. Agitação tumultuosa. / Desinteligência, desunião. / Inquietude, agitação produzida por emoção. / Anomalia funcional de um órgão ou de um sistema. / &151; S.m. pl. Sublevação popular; rebelião.”
psicopedagógica e/ou sócio-culturais, ou seja, o problema não está somente no aprendiz. A autora destaca que problemas como baixo desempenho escolar por falta de interesse, inadequação metodológica não pode ser considerados como patológicos. Já, o termo “Distúrbio” ou Transtorno de Aprendizagem” está relacionado aos problemas intrínsicos do aprendiz, como na presença de comprometimentos neurológicos.
Ciasca e Rossini (2000) defendem que a dificuldade de aprendizagem é um déficit específico da atividade acadêmica, enquanto o distúrbio de aprendizagem é uma disfunção intrínseca da criança relacionada aos fatores neurológicos.
Com base no exposto acima, delimitamos a área do diagnóstico fonoaudiológico entre Dificuldade de Aprendizagem e Distúrbio de Aprendizagem. Doravante, este capítulo tem como objetivo tratar especificamente dos Distúrbios de Aprendizagem ligados à Leitura e Escrita, com especial destaque para a Dislexia.
Jardini (2003) define que o Distúrbio de Aprendizagem é um termo genérico para caracterizar as alterações de leitura e escrita, podendo apresentar- se de muitas formas, como: Distúrbio do Déficit de Atenção e Hiperatividade, Distúrbios da Escrita como a Disgrafia, Distúrbios do Comportamento, limítrofes ou deficiência mental leve e Dislexia.
Entretanto, Zorzi (2004) postula que o Distúrbio de Aprendizagem afeta o modo pelo qual crianças com inteligência média, ou acima da média, recebem, processam ou expressam informações e que se mantém por toda a vida. Isto prejudica a habilidade para aprender habilidades básicas em leitura, escrita ou matemática. Já, Capellini et al. (2008) asseveram que a função cognitiva pode ou não estar alterada, ou seja, o déficit cognitivo pode fazer parte do quadro dos Distúrbios de Aprendizagem.
Zorzi (2004) destaca ainda, o que o Distúrbio de Aprendizagem não é:
Definição Modo pelo qual crianças com inteligência média, ou acima da média, recebem, processam ou expressam informações e que se mantém por toda a vida. Isto prejudica a habilidade para aprender habilidades básicas em leitura, escrita ou matemática.
Características Fase pré-escolar Atrasode aquisição da linguagem; Dificuldades na utilização de palavras adequadas ao contexto; Dificuldades para nomeação rápida dentro da mesma categoria; Dificuldades com rimas; Dificuldades na aprendizagem do alfabeto; Comportamento agitado e distraído; Dificuldades para seguir ordens e rotinas. Fase escolar inicial Dificuldades em aprender a relação fonema/grafema; Dificuldades na sintetização dos sons e formação de palavras; Presença de erros consistentes de leitura e de ortografia; Dificuldades para relembrar sequências e para dizer as horas Lentidão para aprender novas habilidades Dificuldades em termos de planejamento
As dificuldades antecedentes á alfabetização, irão afetar diretamente o aprendizado da leitura, da escrita e da aritmética, podendo comprometer o desempenho acadêmico como um todo; Dificuldades nas relações espaço temporais; Problemas na aquisição de estratégias para aprender; Falta de organização e utilização de funções metacognitivas. Dislexia O processo de desenvolvimento inicial da criança não revela alterações. Dificuldades significativas começarão a surgir no aprendizado da leitura e escrita, no início do processo de alfabetização. Apresenta integridade cognitiva. Dificuldades na correspondência fonema/grafema; Nível de leitura abaixo da média para a escolaridade; Ausência de problemas neurológicos, cognitivos, sensoriais, emocionais e educacionais primários que possam justificar as dificuldades; Preservação das habilidades orais para narração de fatos, vocabulário e organização da sintaxe; Entretanto, há prejuízo das habilidades fonológicas, elaboração de narrativas; A função expressiva e o processamento de informações podem apresentar comprometimentos como os observados nos distúrbios de aprendizagem. Divergências na nomenclatura Acerca dessa questão, podemos observar uma divergência de opiniões entre os autores. No início deste capítulo, teorizamos sobre a conceituação dos termos dificuldade e distúrbio. Chegamos a um consenso de que o distúrbio está relacionado a problemas intrínsecos à criança. Agora temos um novo impasse. O que podemos considerar um distúrbio de aprendizagem? Se os problemas secundários ao TDAH em relação à escolarização não podem ser considerados como tal, então de que maneira vamos classificar os problemas escolares
encontrados nessas crianças? E no caso de limitações cognitivas leves ou limítrofes?
É evidente que essas crianças não podem ser enquadradas no rol das Dificuldades de Aprendizagem. Agindo assim, estaríamos na contra-mão do que foi discutido anteriormente, pois as dificuldades acadêmicas apresentadas por essas crianças (TDAH, limítrofes, distúrbios de comportamento) são decorrentes de fatores intrínsecos e não extrínsecos, como: conteúdo pedagógico inadequado, professor despreparado, métodos de ensino, ambiente físico e social da escola, entre outros importantes aspectos externos, mas alheios à natureza da criança. Entretanto, e apesar de algumas ressalvas, concordamos com a distinção feita por Zorzi (2004) no que o autor refere como de Distúrbio de Aprendizagem e Dislexia. É preciso ter cuidado no diagnóstico. Porém, além da lacuna na nomenclatura dessa distinção, também não há uma concordância em relação à questão cognitiva nos Distúrbios de Aprendizagem, já que Zorzi (2004) defende que essas crianças apresentam inteligência na média ou até acima dela, e Capellini et al. (2008), asseveram que tal função pode ou não estar alterada.
Seguindo no mesmo tema, Cavadas (2003) faz a distinção entre Dislexia (Distúrbio específico de leitura) e Distúrbio de Leitura e Escrita (DLE), sugerindo as mesmas características apresentadas por Zorzi (2004) só que com outro nome. Para a autora, Dislexia é um transtorno específico e DLE um transtorno global.
O que Zorzi (2004) considera como Distúrbio de aprendizagem, Cavadas (2003) denominou um Distúrbio de Leitura e Escrita (DLE). Neste sentido, ressaltamos o conceito de DLE dado por Santos e Navas (2002):
“Embora a manifestação seja mais evidente durante o aprendizado da leitura e da escrita, alguns sinais de dificuldades mais amplas de linguagem podem aparecer já nos anos pré-escolares, como vocabulário pobre, uso inadequado da gramática e problemas no processamento fonológico. Nas séries iniciais da escolaridade, além dificuldades em reconhecer palavras e compreender a leitura, podem demonstrar problemas de compreensão auditiva e de discurso, assim como na produção de narrativa” (Santos & Navas, 2002). Portanto, parece mais esclarecedor para nortear tanto a avaliação, quanto o diagnóstico fonoaudiológico, a divisão citada por Jardini (2003), que separa os