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O conceito de 'sofrimento ético-político', desenvolvido por bader burihan sawaia, para analisar a exclusão social e a desigualdade. O documento destaca a complexidade da exclusão, que vai além das dimensões econômicas, englobando aspectos políticos, relacionais e subjetivos. Aborda a relação dialética entre exclusão e inclusão, mostrando como a inclusão pode ser uma forma de administrar a desigualdade sem resolvê-la. O documento também enfatiza a importância da afetividade na compreensão do sofrimento da exclusão, reconhecendo que as emoções são constitutivas do pensamento e da ação.
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
No capítulo 6 do livro "As Artimanhas da Exclusão: Análise Psicossocial e Ética da Desigualdade Social", intitulado "O Sofrimento Ético-Político como Categoria de Análise da Dialética Exclusão/Inclusão", Bader Burihan Sawaia aborda a exclusão social como um fenômeno complexo que vai além das dimensões econômicas, englobando aspectos políticos, relacionais e subjetivos. Ela propõe o conceito de "sofrimento ético-político" para descrever as aflições decorrentes de práticas sociais que negam a liberdade e a felicidade individuais e coletivas, afetando a dignidade humana.
Sawaia enfatiza que a exclusão não é uma falha do sistema, mas um produto de seu funcionamento, manifestando-se em múltiplas esferas da vida humana e gerando sofrimentos que refletem as injustiças sociais. Ela argumenta que a afetividade deve
ser central na análise da exclusão, pois as emoções são constitutivas do pensamento e da ação, influenciando a maneira como os indivíduos se relacionam com seu entorno.
Ao considerar a afetividade, Sawaia propõe superar a visão de que as preocupações dos pobres se limitam à sobrevivência, reconhecendo que o sofrimento ético-político está enraizado nas relações sociais e nas práticas econômicas e políticas que perpetuam a desigualdade. Ela sugere que a inclusão, muitas vezes, funciona como uma estratégia de adaptação à ordem social excludente, administrando a desigualdade sem abordar suas causas profundas, o que resulta em novas formas de sofrimento ético-político.
O conceito de sofrimento ético-político, portanto, oferece uma lente para compreender as experiências subjetivas de indivíduos em contextos de exclusão, destacando a importância de considerar as dimensões afetivas e éticas nas análises das desigualdades sociais.
Vamos começar pelo termo principal: sofrimento ético-político. Esse conceito foi criado por Bader Burihan Sawaia para descrever um tipo de sofrimento que não é apenas individual ou psicológico, mas que está ligado à sociedade e à política.
Pense assim: 📌 Se uma pessoa está triste porque terminou um relacionamento, isso é um sofrimento emocional. 📌 Se alguém perde o emprego e não consegue mais pagar o aluguel, isso também gera sofrimento – mas um sofrimento ético-político , porque não é só um problema pessoal, e sim um reflexo da desigualdade e da injustiça na sociedade.
O sofrimento ético-político acontece quando uma pessoa sofre por causa de desigualdades, injustiças ou exclusões sociais. Ele é político porque tem a ver com o funcionamento da sociedade e ético porque envolve valores como dignidade e justiça.
Sawaia não apenas descreve esse sofrimento, mas também sugere formas de enfrentá-lo.
📌 Reconhecer o sofrimento ético-político → Se entendemos que nosso sofrimento vem de uma estrutura social injusta, podemos buscar mudanças coletivas.
📌 Não aceitar uma inclusão que não muda a desigualdade → Nem toda inclusão é verdadeira. Precisamos lutar por inclusão com dignidade, que garanta direitos reais.
📌 Usar as emoções como força de transformação → A indignação e a revolta podem ser usadas para lutar por mudanças e justiça social.
✅ O sofrimento ético-político é causado pela desigualdade e injustiça social, e não apenas por problemas individuais. ✅ Exclusão e inclusão fazem parte do mesmo processo: às vezes, a inclusão acontece de forma que mantém a desigualdade. ✅ A afetividade é essencial para entender o impacto da exclusão na vida das pessoas. ✅ Para transformar essa realidade, é preciso reconhecer o sofrimento e buscar mudanças coletivas e políticas.
Ótima pergunta! Vou detalhar mais para que você entenda bem o que Bader Sawaia quer dizer com exclusão e inclusão como um processo dialético (ou seja, que um influencia o outro).
📌 Exclusão e inclusão: o que realmente significam?
Geralmente, pensamos que exclusão e inclusão são coisas opostas. A lógica comum é:
● Se alguém está excluído, basta incluí-lo e o problema acabou.
Mas Sawaia mostra que não é tão simples assim. Ela explica que exclusão e inclusão fazem parte de um mesmo sistema e, muitas vezes, a inclusão acontece de forma que mantém a desigualdade em vez de resolvê-la.
💡 Exemplo para refletir: Pense em uma escola particular muito cara. Ela só aceita alunos que podem pagar uma mensalidade alta. Isso gera exclusão: só os ricos podem estudar lá.
Agora, imagine que essa escola cria um programa de bolsas para estudantes pobres. A princípio, parece ótimo, pois esses alunos agora têm acesso à educação de qualidade. Mas será que isso realmente os inclui de maneira justa?
Os alunos bolsistas podem enfrentar: ✔ Dificuldade de integração com os colegas ricos. ✔ Vergonha por não poderem pagar passeios e eventos escolares. ✔ Sentimento de inferioridade por serem sempre lembrados de que estão lá por "caridade".
Ou seja, eles foram incluídos, mas continuam sentindo os efeitos da exclusão.
Isso é o que Sawaia chama de "a inclusão que não resolve a exclusão".
📌 Como a exclusão e a inclusão funcionam juntas?
Agora que entendemos que inclusão nem sempre resolve a exclusão, vamos aprofundar um pouco mais.
Sawaia explica que, na sociedade, excluir completamente um grupo pode gerar revoltas e crises. Então, o sistema cria formas de "incluir" essas pessoas, mas de maneira limitada.
➡ Isso mantém a desigualdade funcionando sem grandes conflitos.
💡 Exemplo: o mercado de trabalho
● No passado, mulheres eram proibidas de trabalhar em vários setores. Isso era uma exclusão total.
📌 Como podemos mudar isso?
Sawaia sugere que precisamos: ✅ Olhar para a inclusão com mais criticidade: Quem está sendo incluído? Como? Essa inclusão muda a desigualdade ou apenas a mantém sob controle? ✅ Lutar por mudanças mais profundas: Em vez de apenas dar acesso, é preciso garantir direitos reais e igualdade de oportunidades. ✅ Ouvir quem sofre a exclusão: Muitas vezes, as soluções são criadas sem ouvir as pessoas que realmente vivem essa realidade.
📌 Conclusão
✔ Exclusão e inclusão não são opostos: elas fazem parte do mesmo sistema. ✔ Nem toda inclusão resolve a exclusão – algumas formas apenas "administram" a desigualdade. ✔Precisamos buscar uma inclusão que traga mudanças reais , e não apenas paliativas.