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Psicologia Hospitalar no Brasil: Desafios e Perspectivas, Trabalhos de Psicologia

A psicologia hospitalar no brasil, com foco no papel do psicólogo no ambiente hospitalar, as diferenças entre a atuação médica e psicológica, e a importância da psicologia da saúde. Aborda a história da especialidade, os diferentes níveis de atenção à saúde, a atuação do psicólogo em diversos contextos hospitalares, a importância do modelo biopsicossocial e os desafios da formação profissional.

Tipologia: Trabalhos

2024

Compartilhado em 09/10/2024

sergio-fonseca-pacheco
sergio-fonseca-pacheco 🇧🇷

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ELISA EMERICK, FABIOLA
GUARAGNA, GIOVANA CALIL,
LETICIA APARECIDA, NATALIA
BONATTI E SÉRGIO FONSECA
PSICOLOGIA HOSPITALAR E DA
SAÚDE
TAUBA
2024
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ELISA EMERICK, FABIOLA

GUARAGNA, GIOVANA CALIL,

LETICIA APARECIDA, NATALIA

BONATTI E SÉRGIO FONSECA

PSICOLOGIA HOSPITALAR E DA

SAÚDE

TAUBATÉ

APRESENTAÇÃO

Este trabalho baseia-se nos estudos da Psicóloga Clínica Bellkiss Wilma Romano, desenvolvidos ao longo de anos no ambiente hospitalar, onde discute o papel do profissional no âmbito dos hospitais, especificamente no Brasil, um país subdesenvolvido. A autora trabalha com as seguintes premissas principais: corpo e psique formam um todo no qual as partes influenciam-se mutuamente, e a ajuda psicológica não está relacionada apenas com loucura ou doença; todos os indivíduos necessitam dela de alguma forma. Ao longo do tempo, o psicólogo assumiu a função que antes era desempenhada por sacerdotes, filósofos e religiosos, ajudando o ser humano, enfermo ou não, a equipe médica e a família do enfermo. Segundo a autora, cada paciente é um indivíduo único e tem sua forma de apropriar-se da doença, tornando-se capaz de participar do processo de cura. O papel do psicólogo é guiá-lo a esse autoconhecimento. Destacam-se também as diferenças dos papéis da equipe médica e do psicólogo, onde a primeira trata dos aspectos concretos da doença, enquanto o psicólogo trata dos aspectos simbólicos, interessando-se pelo indivíduo enquanto tal.

A TAREFA DO PSICÓLOGO NA

INSTITUIÇÃO HOSPITALAR

A Psicologia Hospitalar e da Saúde é uma especialidade relativamente recente da Psicologia, que teve maior desenvolvimento a partir da década de 1970. Dedica-se ao cuidado da saúde mental de pacientes hospitalizados, suas famílias e as equipes de saúde. Esses profissionais têm como foco compreender como fatores biológicos, psicológicos e sociais influenciam a saúde e a doença. Trabalham para ajudar os pacientes a lidarem com estresse, ansiedade e outras questões emocionais relacionadas à hospitalização e tratamento médico. Eles também colaboram com a equipe médica para garantir um cuidado integrado e abrangente aos pacientes.

PSICOLOGIA DA SAÚDE

A Psicologia da Saúde tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença (APA, 2003). Na pesquisa contemporânea e no ambiente médico, os psicólogos da saúde trabalham com diferentes profissionais sanitários, realizando pesquisas e promovendo a intervenção clínica. Matarazzo (1980) conceitua a Psicologia da Saúde como um conjunto de contribuições educacionais, científicas e profissionais da disciplina da Psicologia para a promoção e manutenção da saúde, a prevenção e tratamento de doenças, a identificação da etiologia e diagnóstico dos correlatos de saúde, doença e funções relacionadas, e a análise e aprimoramento do sistema e regulamentação da saúde (p. 815).Esta definição contempla os três pontos de atenção à saúde preconizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) criado pela Constituição Federal Brasileira em 1988. São eles:

visão, então, que em vez de doença, existem doentes, pessoas que sofrem e buscam ajuda para sanar essa questão.

POTENCIALIDADE DOS LOCAIS

FÍSICOS DO HOSPITAL EM

DESENCADEAR REAÇÕES PSÍQUICAS

O psicólogo clínico que atua em hospitais precisa ter um olhar criativo, não convencional. Não deve se prender apenas à teoria, mas a partir dela buscar seu espaço e tarefa. É preciso entender onde está o paciente, o que o faz sofrer hoje e (até) amanhã, e quais as ações possíveis – curativas e preventivas. Se o psicólogo reconhece a potencialidade de um local em desencadear reações psíquicas, é possível antever a demanda e a ela se antecipar. Locais físicos da instituição hospitalar e as reações psíquicas que podem desencadear nos pacientes e nos profissionais:

AMBULATÓRIO

É o local de atendimento de pacientes para diagnóstico e tratamento, através da execução de ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dirigidas ao indivíduo, à família e ao meio, quando constatado que não há a necessidade de internação. A principal vantagem de contar com um ambulatório agregado ao hospital é permitir que os profissionais acompanhem o ciclo da doença – diagnóstico, tratamento com registro das intervenções realizadas, recuperação e reabilitação, aliados à possibilidade de ações preventivas. Desta forma, acompanham o começo, o meio e o fim dos eventos. Do ponto de vista dos aspectos emocionais, a vinda do sujeito ao ambulatório se dá de maneiras diferentes. A atenção psicológica dispensada também será diferente, dependendo do momento no curso da doença e do motivo pelo qual o paciente está vinculado ao ambulatório. As reações podem ser diversas, como ansiedade e até mesmo agressividade. A assistência do psicólogo no ambiente ambulatorial não é reservada apenas ao paciente que não terá continuidade no atendimento. Nesses casos, após uma anamnese, o paciente será encaminhado para os recursos assistenciais pertinentes na comunidade. Uma forma de viabilizar a tarefa dos psicólogos no ambulatório do hospital é trabalhar por programas, estabelecendo metas e propostas a serem atingidas a partir de determinadas características, por exemplo, um programa de autoajuda para mulheres mastectomizadas.

UNIDADE DE EMERGÊNCIA OU

PRONTO-SOCORRO

Destina-se ao atendimento, diagnóstico e tratamento de pacientes acidentados ou acometidos de mal súbito, com ou sem risco iminente de vida. A maioria da população recorre à Unidade de Emergência para driblar uma longa fila de espera por uma consulta e pela

possibilidade de fazer exames complementares. Torna-se obrigação dos profissionais a resolução do problema. Transformado em atendimento ambulatorial, ao invés de ocupar seu lugar de urgência, o trabalho nessa unidade gera frustração, raiva e agressividade na equipe. Insatisfeitos com as condições precárias de trabalho e tensos com as necessidades constantes de decisões imediatas, eficazes e eficientes, confrontam-se com sua tarefa de salvar vidas em uma unidade cuja taxa de mortalidade é muito maior do que nas enfermarias. Para o paciente, estar dentro de um hospital gera a sensação de impotência, conduz à revisão de valores da vida, isola da família e de seu habitat, dói e amedronta. Na Unidade de Emergência, todos esses sentimentos e reflexões são multiplicados por uma constante necessidade, fruto da introdução abrupta em um ambiente adverso, com exposição do seu sofrimento e do de outros. Para esses pacientes, o psicólogo precisa de habilidades que envolvam rapidez de raciocínio, criatividade, brevidade, bom senso e muito tino. A terapia da palavra se faz impossível na maioria das vezes. O psicólogo precisa construir seu espaço e função a partir das peculiaridades do ambiente. É importante sua presença constante, construindo confiança junto aos pacientes e à equipe, intervindo quando necessário.

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

(UTI)

Dedicada ao atendimento de pacientes em estado crítico ou grave, com risco de vida, com possibilidade de recuperação e reversibilidade do quadro. Ambiente estressante para pacientes, equipe de saúde e familiares, a UTI apresenta diversos desafios emocionais. A entrada em UTI está associada ao medo da morte, à invasão de privacidade e à perda de controle sobre o próprio corpo. Pacientes podem vivenciar desorientação, alucinações e delírios. A presença do psicólogo na UTI visa minimizar esses impactos através de intervenções rápidas e eficazes, utilizando técnicas de apoio psicológico e escuta ativa, promovendo a adaptação do paciente ao ambiente e ao tratamento. O psicólogo também pode auxiliar a equipe de saúde, proporcionando suporte emocional, prevenindo o burnout e promovendo uma comunicação eficaz entre os membros da equipe e entre esta e os familiares dos pacientes.

ENFERMARIAS

Destinadas à internação de pacientes para diagnóstico, tratamento e recuperação, com a finalidade de melhorar ou estabilizar a condição de saúde. As enfermarias podem ser divididas por especialidades médicas, sendo que cada uma tem suas especificidades. O psicólogo atua de acordo com as necessidades dos pacientes,

RELAÇÃO HOSPITAL-FAMÍLIA OU

PSICÓLOGO-FAMÍLIA

Atenção à Família Profissionais de saúde precisam lembrar que a família do paciente pode sofrer de problemas físicos, falta de atenção, irritabilidade e dificuldade em tomar decisões. Isso pode dificultar a compreensão das regras e procedimentos do hospital, mesmo que façam sentido para a equipe médica. Embora a família seja importante no processo de doença, nenhuma profissão específica da saúde assume essa responsabilidade completamente. Isso pode resultar em interações estressantes e insatisfatórias com a família, devido à falta de tempo e treinamento da equipe para lidar com ela. As famílias frequentemente precisam de informações, honestidade e carinho. Elas querem respostas honestas, esperança, explicações claras e atualizações sobre o progresso do paciente. Essas necessidades podem e devem ser atendidas por psicólogos, além de médicos e enfermeiros. Estratégias de Suporte Estudos sugerem três estratégias para ajudar as famílias: horários flexíveis de visita, intervenção em crises e grupos de apoio. Grupos de apoio são especialmente úteis porque fazem a família perceber que não está sozinha, permitem compartilhar sentimentos com pessoas na mesma situação, ensinam novos métodos de adaptação, melhoram a compreensão da doença e dos cuidados ao paciente. Condução dos Grupos de Apoio Geralmente liderados por um psicólogo, os grupos de apoio seguem uma estrutura específica: orientação, apresentação dos objetivos, confidencialidade, participação de todos, discussão de temas, conclusão e resumo das discussões. Outras vezes, outros profissionais podem participar, o que é desejável. Benefícios para a Equipe de Saúde Ajuda a identificar famílias que precisam de mais atenção, facilita a transmissão de informações e avalia a satisfação da família e do paciente, identificando problemas e ajustando rotinas conforme necessário. Em resumo, a família do paciente precisa de apoio, informação e compreensão. Atender a essas necessidades pode melhorar a experiência de todos durante a hospitalização. Formação do Psicólogo para Atuação em Hospitais

No começo, a prática psicológica dentro dos hospitais foi aplicada de uma forma em que o consultório foi deslocado para esse ambiente, utilizando a mesma postura, teoria e local. Porém, com o decorrer do tempo e com as mudanças no hospital, as demandas da clientela mudaram, os médicos e a equipe tiveram novos interesses e o quadro de psicólogos aumentou. Existe também o papel da Universidade na formação desses profissionais, porém a faculdade de psicologia nem sempre possui a sensibilidade para perceber as mudanças no mercado, principalmente quando se trata da prática hospitalar e ampliando mais para a questão da prática de assistência à saúde em geral, mantendo-se presa a determinados saberes e conhecimentos, tendo dificuldade de avançar do ponto de vista técnico, teórico e operacional. No II Congresso Nacional de Psicólogos (CONPSI), alguns colaboradores afirmaram que o atendimento em postos de saúde prevalecia individualmente, na forma de psicoterapia em adultos e adolescentes, um manejo bem parecido com o de consultório. Além de a abordagem de alguns ser a psicanálise e de outros não estar bem definida, evidenciando a necessidade do estudo e da teorização dessa área. Ademais, essa abordagem clínica de desempenho não é eficaz nesse cenário por ser um ambiente que possui uma clientela diferente, mais numerosa, com menos tempo e sem condições financeiras para um tratamento mais extenso. Além disso, o aluno em muitos casos cria uma perspectiva de que a abordagem clínica é o único caminho a se seguir na psicologia. Essa visão é incentivada pelo foco das Universidades nessa área, que falham na sensibilidade de mostrar todo o leque de oportunidades no curso ao aluno. Porém, isso também ocorre devido a alguns aspectos: a própria busca do aluno em resolver as suas próprias questões … Além de a abordagem de alguns ser a psicanálise e de outros não estar bem definida, evidencia-se a necessidade do estudo e da teorização dessa área. Ademais, essa abordagem clínica de desempenho não é eficaz nesse cenário por ser um ambiente que possui uma clientela diferente, mais numerosa, com menos tempo e sem condições financeiras para um tratamento mais extenso. Além disso, o aluno, em muitos casos, cria uma perspectiva de que a abordagem clínica é o único caminho a seguir na psicologia. Essa visão é incentivada pelo foco das universidades nessa área, que falham na sensibilidade de mostrar todo o leque de oportunidades no curso ao aluno. Porém, isso também ocorre devido a alguns aspectos: a própria busca do aluno em resolver as suas próprias questões ao decorrer do curso; o desejo de ser um profissional liberal, autônomo, que não se torna escravo do modelo patronal de serviço; e a expectativa de faturar milhões da noite para o dia, muito ligada ao imediatismo exacerbado. Dentro da formação desse profissional, é boa a observação da quebra de alguns paradigmas, gerando certo confronto com a realidade. O linguajar técnico desenvolvido pela comunidade científica está longe de ser o mais usual e acessível à real necessidade do mercado, este acometido pela falta de conhecimento e informação e pela discrepância do funcionamento entre os cursos superiores e a real dinâmica prática do dia a dia. Além da crise na área da saúde que se reparte em três dimensões: financeira, organizacional e gestão de serviços e ética.

estágios: com carga horária de 2 horas semanais; num ambiente onde não há psicólogos contratados; e até sem programa. E o último ponto, dentro desses conhecimentos e vivências em psicopatologias, um estudante não deve se graduar sem antes entrar em contato com um paciente psiquiátrico, com distúrbios de pensamento, desorientações temporo-espaciais, delírios, entre outros sintomas. Se o paciente já é doente como seria possível reconhecer alterações devido a efeito colaterais de medicamentos ou um quadro reativo sem a prática com esse tipo de indivíduo? Neste ponto, fica visível a importância desse desenvolvimento para essa área. Por fim, a graduação não é autossuficiente, existem matérias específicas importantes que nem fazem parte da grade curricular como as Noções em Sistemas de Saúde em vigência no país e as noções de epidemiologia. Algumas questões práticas do que precisaria ser ensinado no curso são: qual o papel do Posto de saúde, o que é uma atenção quaternária, quem é e o que faz um agente comunitário, a importância de uma conferência nacional de saúde, entre outras coisas. Porém, a graduação realmente não tem a finalidade de ser autossuficiente, mas tem que fornecer o básico para a compreensão do aluno, o melhor em treinamento e diretrizes de aprendizado. Mas, isso significa que o psicólogo ou terapeuta em formação deve procurar outros cenários para atuar, além do vínculo terapêutico entre duas pessoas, onde haja pessoas com dificuldade ou influenciadas por alguma instituição; e assim se aprofundar melhor em outro modelo de atuação e obter uma gama maior de conhecimento.

REFERÊNCIAS

1 BELLKISS WILMA ROMANO. Princí pios para a prá tica da psicologia clí nica em hospitais. Sã o Paulo: Casa Do Psicólogo, 1999. 2 APA American Psychological Association. Página oficial da Associação, 2003. http://www.health-psych.org/ (28/08/2003). 3 MATARAZZO, J. Behavioural health's challenge to academic, scientific and professional Psychology. American Psychologist, New York, v. 37, 1980. 4 BOLTON, D.; GILLETT, G. The Biopsychosocial Model of Health and Disease : New Philosophical and Scientific Developments. [s.l.] Cham Springer International Publishing Imprint, Palgrave Pivot, 2019. 5 CASTRO, E. K. DE .; BORNHOLDT, E.. Psicologia da saúde x psicologia hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 24, n. 3, p. 48–57, set. 2004 6 FEDERAL, C. et al. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA CONSELHOS REGIONAIS DE PSICOLOGIA CENTRO DE REFERÊNCIA TÉCNICA EM PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS - CREPOP REFERÊNCIAS TÉCNICAS PARA ATUAÇÃO DE PSICÓLOGAS(OS) NOS SERVIÇOS HOSPITALARES DO SUS COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp- content/uploads/2019/11/ServHosp_web1.pdf>. 7 Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) nos serviços hospitalares do SUS. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/publicacao/referencias-tecnicas-para-atuacao-de- psicologasos-nos-servicos-hospitalares-do-sus/>.