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Uma introdução à Psicologia do Desenvolvimento Humano, que estuda o desenvolvimento do ser humano nos aspectos intelectual, social, físico e emocional desde o nascimento até a idade adulta. O texto aborda os objetivos do campo, as metodologias utilizadas, os períodos do ciclo da vida, as influências normativas e não normativas, os períodos críticos sensíveis, a plasticidade e os períodos sensíveis. O trabalho dos cientistas do desenvolvimento tem aplicações na criação, educação e saúde das crianças, e também nas diretrizes sociais em relação a elas.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
★ A Psicologia do Desenvolvimento Humano, estuda o desenvolvimento do ser humano nos aspectos: intelectual, social, físico, emocional, desce o nascimento até a idade adulta. Ela estuda como a cognição se desenvolve e como o comportamento muda durante a fase de crescimento, trazendo uma multiplicidade de conhecimentos para o campo da psicologia aplicada.
✚ “O estudo, através de metodologia específica e levando em consideração o contexto sócio- histórico, das múltiplas variáveis, sejam elas cognitivas, afetivas, biológicas ou sociais, internas ou externas ao indivíduo que afetam o desenvolvimento humano ao longo da vida ‖.
➜ Objetivos do campo: descrição, explicação (como
acontece?), previsão de comportamentos futuros, intervenção.
Crescimento do corpo e do cérebro, incluindo os padrões de mudança nas capacidades sensoriais , habilidades motoras e saúde.
➜ Padrão de mudança nas habilidades mentais , como aprendizagem, atenção, memória , linguagem, pensamento, raciocínio e criatividade.
➜ Padrão de mudança nas emoções , personalidade e relações sociais.
Papalia e Martorell ( 2022, p. 3) conceituam desenvolvimento como
“Estudo científico dos processos de transformação e estabilidade ao longo de todo o ciclo de vida humano”.
duas gerações que consiste em pai e mãe. Ou apenas um dos dois , e seus filhos biológicos, adotado ou entedeados.
➜ Familia Extensa:Rede de parentesco envolvendo muita gerações formada por pais, filhos e outros parentes, ás vezes vivendo juntos no mesmo lar.
Combinação de fatores econômicos e sociais que descreve um indivíduo ou uma família , e que inclui renda, educação e ocupação.
➜ O nível socioeconômico pode acarretar diversos fatores de risco para o desenvolvimento.
✚ Fatores de risco: Condições que aumentam a probabilidade de uma consequência negativa no desenvolvimento.
✚ Cultura: O modo de vida global de uma sociedade ou de um grupo, que inclui costumes, tradições, crenças, valores, linguagem e produtos materiais – todo comportamento adquirido que é transmitido dos pais para os filhos.
✚ Grupo Étnico: Grupo unido por ancestralidade, raça, religião, língua ou origens nacionais , que contribuem para formar um senso de identidade comum.
★ Influenciam acomposição de família , nos recursos econômicos e sociais, no modo como os membros do grupo se relacionam,
no modo como se alimentam, brincam, aprendem e trabalham. (...).
comportamentos de um grande grupo de pessoas os vivenciaram ( ex. Pandemia de Covid-19, Revolução tecnológica )
➜ Impriting:Forma instintiva de a prendizagemem que um filhote de animal, durante um período crítico, no início do seu desenvolvimento, estabelece um
➜ Desde o momento da concepção , tem início nos seres humanos um processo de transformação que continuará até o final da vida. Uma única célula se desenvolve até se tornar um ser vivo , uma pessoa, que respira, anda e fala. E embora essa célula única vá se tornar um indivíduo único, as transformações que as pessoas experimentam durante a vida apresentam certos padrões em comum. Os bebês crescem e se tornam crianças, que crescem e se tornam adultos. Igualmente, as características humanas têm padrões em comum. Por exemplo, entre 10 e 15% das crianças são coerentemente tímidas, e outras 10 a 15% são muito ousadas. Outras influências podem modificar esses traços, mas eles tendem a persistir, pelo menos em grau moderado , especialmente em crianças que estão em um extremo ou em outro.
➜ O campo do desenvolvimento humano concentra-se no estudo científico dos processos
sistemáticos de mudança e estabilidade que ocorrem nas pessoas. Os cientistas do desenvolvimento (ou desenvolvimentistas) – indivíduos empenhados no estudo profissional do desenvolvimento humano – observam os aspectos em que as pessoas se transformam desde a concepção até a maturidade, bem como as características que permanecem razoavelmente estáveis. Quais são as características com mais chances de perdurar? Quais têm mais chances de mudar, e por quê? Essas são algumas das perguntas que os cientistas do desenvolvimento procuram responder.
O trabalho dos cientistas do desenvolvimento pode causar um grande impacto na vida das pessoas. Os resultados das pesquisas muitas vezes têm aplicações na criação, educação e saúde das crianças , e também nas diretrizes sociais em relação a elas. Por exemplo, pesquisadores em Boston descobriram que alunos que iam para a escola com fome ou sem os nutrientes essenciais em sua dieta tinham notas mais baixas e mais problemas emocionais e comportamentais do que
seus colegas. Depois que as escolas começaram um programa que incluía café da manhã, os alunos participantes melhoraram suas notas de matemática, faltaram e se atrasaram com menor frequência e tiveram menos problemas emocionais e comportamentais (Kleinman et al., 2002; Murphy et al., 1998). Pesquisas mostrando que o cérebro dos adolescentes ainda é imaturo motivaram propostas de que adolescentes acusados de crimes sejam isentos da pena de morte. A compreensão do desenvolvimento adulto pode ajudar as pessoas a entender e lidar com as transições da vida: a mulher que volta ao trabalho depois de sair da maternidade, a pessoa que muda de carreira, a viúva ou o viúvo lidando com sua perda, alguém que enfrenta uma doença terminal.
➜ À medida que o campo do desenvolvimento humano tornava-se uma disciplina científica , seus objetivos passaram a incluir descrição, explicação, previsão e
intervenção. Por exemplo, para descrever quando a maioria das crianças pronuncia sua primeira palavra ou qual o tamanho de seu vocabulário numa certa idade, os cientistas do desenvolvimento observam grandes grupos de crianças e estabelecem normas , ou médias, para o comportamento em várias idades. Eles procuram assim explicar como as crianças adquirem a linguagem , e por que algumas crianças aprendem a falar mais tarde do que o usual.
➜ Com esse conhecimento podem-se prever comportamentos futuros , tais como a probabilidade de uma criança ter sérios problemas com a fala. Finalmente, o conhecimento de como a linguagem se desenvolve pode ser utilizado para intervir no desenvolvimento , por exemplo, disponibilizando terapia fonoaudiológica para a criança. O estudo científico do desenvolvimento humano está em constante evolução. As questões que os cientistas tentam responder, os métodos que utilizam e as explicações que propõem são mais sofisticados e mais diversificados do que eram há dez anos. Essas mudanças refletem progresso no
★ O cérebro trabalha melhor, o pensamento é mais lúcido, o humor mais alegre e a vulnerabilidade à doença diminui se estivermos fisicamente em forma‖ (Diamond, 2007, p. 153). Por exemplo, uma criança com frequentes infecções no ouvido poderá desenvolver mais lentamente a linguagem do que outra que não tem esse problema físico. Durante a puberdade, mudanças físicas e hormonais dramáticas afetam o desenvolvimento do senso de identidade. Ao contrário, mudanças físicas no cérebro de alguns adultos idosos podem levar a uma deterioração intelectual e da personalidade. Avanços e declínios cognitivos estão intimamente relacionados a fatores físicos, emocionais e sociais. Uma criança precoce no desenvolvimento da linguagem poderá provocar reações positivas nos outros e assim ter ganhos em termos de autovalor. O desenvolvimento da memória reflete ganhos ou perdas nas conexões físicas do cérebro. Um adulto que tem dificuldade para lembrar os nomes das pessoas pode sentir-se tímido em situações sociais. O desenvolvimento psicossocia l pode afetar o funcionamento cognitivo e físico. De fato, sem conexões sociais significativas, a saúde física e mental terá problemas.
A motivação e a autoconfiança são fatores importantes para o sucesso na escola, enquanto emoções negativas como a ansiedade podem prejudicar o desempenho.
Pesquisadores chegaram a identificar possíveis ligações entre uma personalidade conscienciosa e a duração da vida. Inversamente, as capacidades física e cognitiva podem afetar o desenvolvimento psicossocial , além de contribuir significativamente para a autoestima e poder afetar a aceitação social e a escolha profissional. Embora, por uma questão de simplicidade, consideremos separadamente os desenvolvimentos físico, cognitivo e psicossocial, trata-se de um processo unificado. Ao longo do texto, serão destacadas as conexões entre os três principais domínios do desenvolvimento.
A divisão do ciclo de vida em períodos é uma construção social: um conceito ou prática que pode parecer natural e óbvio àqueles que o aceitam, mas na realidade é uma
invenção de uma determinada cultura ou sociedade. Não há nenhum momento objetivamente definível em que uma criança se torna adulta ou um jovem torna-se velho. De fato, o próprio conceito de infância pode ser visto como uma construção social. Ao contrário da relativa liberdade que têm as crianças hoje nos Estados Unidos, as crianças pequenas no período colonial eram tratadas até certo ponto como pequenos adultos, e esperava-se delas que fizessem tarefas de adultos, como tricotar meias e fiar a lã (Ehrenreich e English, 2005). Pais da etnia inuit no Ártico canadense acreditam que crianças pequenas não são capazes de pensar e raciocinar e, portanto, são lenientes quando os filhos choram ou ficam bravos. Mas os pais da ilha de Tonga, no Pacífico, costumam bater nas crianças de 3 a 5 anos, cujo choro é atribuído à teimosia. O conceito de adolescência como um período único de desenvolvimento nas sociedades industriais é bem recente. Nos Estados Unidos, até o começo do século XX, os jovens eram considerados crianças até deixarem a escola, casarem ou arranjarem um emprego e entrarem no mundo adulto. Por volta da década de 1920, com a criação de escolas de ensino médio para satisfazer
às necessidades de uma economia em crescimento, e com mais famílias capacitadas para sustentar uma educação formal ampliada para seus filhos, a fase da adolescência tornou-se um período distinto do desenvolvimento (Keller, 1999). Em algumas sociedades pré-industriais, como a dos índios chippewa, o conceito de adolescência não existe. Os chippewa têm apenas dois períodos na infância: do nascimento até quando a criança começa a andar, e daí até a puberdade. Aquilo que chamamos de adolescência faz parte da vida adulta (Broude, 1995). Conforme veremos no Capítulo 16, os gusii do Quênia não têm nenhum conceito de meia-idade. Neste livro, seguimos uma sequência de oito períodos geralmente aceitos nas sociedades industriais ocidentais. Depois de descrever as mudanças cruciais que ocorrem no primeiro período, antes do nascimento, traçamos todos os três domínios do desenvolvimento na primeira infância, segunda infância, terceira infância, adolescência, início da vida adulta, vida adulta intermediária e vida adulta tardia (Tabela 1.1). Para cada período após a primeira infância, combinamos o desenvolvimento físico e o cognitivo num único capítulo. As faixas etárias mostradas na
relacionamentos ligados ao trabalho, mas poderão sentir-se satisfeitas com as amizades, a família, com o trabalho voluntário e a oportunidade de explorar interesses antes negligenciados. Muitas pessoas idosas tornam-se mais introspectivas, buscando significado para suas vidas.
✚ Período Pré-natal (da concepção ao nascimento).
➜ Desenvolvimento Físico: Ocorre a concepção por fertilização normal ou por outros meios. Desde o começo, a dotação genética interage com as influências ambientais. Formam-se as estruturas e os órgãos corporais básicos: inicia- -se o surto de crescimento do cérebro. O crescimento físico é o mais acelerado do ciclo de vida. É grande a vulnerabilidade às influências ambientais.
➜ Desenvolvimento Cognitivo: Desenvolvem-se as capacidades de aprender e lembrar, bem como as de responder aos estímulos sensoriais.
➜ Desenvolvimento Psicosocial: O feto responde à voz da mãe e desenvolve preferência por ela.
✚ Primeira Infância (do nascimento aos 3 anos)
➜ Desenvolvimento Físico: No nascimento, todos os sentidos e sistemas corporais funcionam em graus variados. O cérebro aumenta em complexidade e é altamente sensível à influência ambiental. O crescimento físico e o desenvolvimento das habilidades motoras são rápidos
➜ Desenvolvimento Cognitivo: As capacidades de aprender e lembrar estão presentes, mesmo nas primeiras semanas. O uso de símbolos e a capacidade de resolver problemas se desenvolvem por volta do final do segundo ano de vida. A compreensão e o uso da linguagem se desenvolvem rapidamente.
➜ Desenvolvimento Psicosocial : Formam-se os vínculos afetivos com os pais e
com outras pessoas. A autoconsciência se desenvolve. Ocorre a passagem da dependência para a autonomia. Aumenta o interesse por outras crianças.
✚ Segunda Infância (3 a 6 anos)
➜ Desenvolvimento Físico: O crescimento é constante; a aparência torna-se mais esguia e as proporções mais parecidas com as de um adulto. O apetite diminui e são comuns os distúrbios do sono. Surge a preferência pelo uso de uma das mãos; aprimoram-se as habilidades motoras finas e gerais e aumenta a força física
➜ Desenvolvimento Cognitivo: O pensamento é um tanto egocêntrico, mas aumenta a compreensão do ponto de vista dos outros. A imaturidade cognitiva resulta em algumas ideias ilógicas sobre o mundo. Aprimoram- se a memória e a linguagem. A inteligência torna-se mais previsível. É comum a experiência da pré-escola; mais ainda a do jardim de infância.
➜ Desenvolvimento Psicosocial : O autoconceito e a compreensão das emoções tornam-se mais complexos; a autoestima é global. Aumentam a independência, a iniciativa e o autocontrole. Desenvolve-se a identidade de gênero. O brincar torna- se mais imaginativo, mais elaborado e, geralmente, mais social. Altruísmo, agressão e temor são comuns. A família ainda é o foco da vida social, mas outras crianças tornam-se mais importantes.
✚ Terceira Infância (6 a 11 anos)
➜ Desenvolvimento Físico: O crescimento torna-se mais lento. A força física e as habilidades atléticas aumentam. São comuns as doenças respiratórias, mas de um modo geral a saúde é melhor do que em qualquer outra fase do ciclo de vida.
➜ Desenvolvimento Cognitivo: Diminui o egocentrismo. As crianças começam a pensar com lógica, porém concretamente. As habilidades de memória e linguagem aumentam. Ganhos cognitivos permitem à criança beneficiar-se da instrução formal na escola. Algumas crianças demonstram necessidades educacionais e talentos especiais.
➜ Desenvolvimento Psicosocial : O autoconceito torna-se mais complexo, afetando a autoestima. A corregulação reflete um deslocamento gradual no controle dos pais para a criança. Os colegas assumem importância fundamental.
✚ Adolescência (11 a aprox. 20 anos)
➜ Desenvolvimento Físico: O crescimento físico e outras mudanças são rápidas e profundas. Ocorre a maturidade reprodutiva. Os principais riscos para a saúde emergem de
dupla responsabilidade pelo cuidado dos filhos e dos pais idosos pode causar estresse. A saída dos filhos deixa o ninho vazio.
✚ Vida Adulta Tardia (65 anos em diante)
➜ Desenvolvimento Fisico: A maioria das pessoas é saudável e ativa, embora geralmente haja um declínio da saúde e das capacidades físicas. O tempo de reação mais lento afeta alguns aspectos funcionais.
➜ Desenvolvimento Cognitivo: A maioria das pessoas está mentalmente alerta. Embora inteligência e memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria das pessoas encontra meios de compensação.
➜ Desenvolvimento Psicosocial : A aposentadoria pode oferecer novas opções para o aproveitamento do tempo. As pessoas desenvolvem estratégias mais flexíveis para enfrentar perdas pessoais e a morte iminente. O relacionamento com a família e com amigos íntimos pode proporcionar um importante apoio. A busca de significado para a vida assume uma importância fundamental.
Seres humanos são seres sociais. Desde o começo, desenvolvem-se dentro de um contexto social e histórico. Para um bebê, o contexto imediato normalmente é a família, que, por sua vez, está sujeita às influênciasmais amplas e em constante transformação da vizinhança, da comunidade e da sociedade.
A família nuclear é uma unidade que compreende pai e mãe, ou apenas um deles, e seus filhos, sejam eles biológicos, adotados ou enteados. Historicamente, a família nuclear com pai e mãe tem sido a unidade familiar dominante nas sociedades ocidentais. Hoje, no entanto, a família nuclear é diferente do que costumava ser. Em vez de uma grande família rural em que pais e filhos trabalhavam lado a lado na propriedade da família, agora vemos famílias urbanas menores em que tanto o pai quanto a mãe trabalham fora de casa e os filhos passam boa parte do tempo na escola ou na creche. O número cada vez maior de divórcios também afetou a família nuclear.
Filhos de pais divorciados talvez morem na casa da mãe ou do pai, ou poderão deslocar-se entre uma e outra. O lar dessa família pode incluir um padrasto ou madrasta e meios-irmãos, ou o companheiro ou a companheira do pai ou da mãe. Há um número cada vez maior de adultos solteiros e sem filhos, pais não casados e lares de gays e lésbicas (Hernandez, 1997, 2004; Teachman, Tedrow e Crowder,
Em muitas sociedades da Ásia, África e América Latina, e entre algumas famílias norte- americanas que remontam sua linhagem a países desses continentes, a família extensa – uma rede multigeracional que inclui avós, pai e mãe, tios, primos e outros parentes mais distantes – é a forma tradicional de família. Muitas pessoas vivem em lares extensos, onde têm contato diário com os familiares. Os adultos geralmente compartilham o sustento da família e as responsabilidades na criação dos filhos, e os filhos mais velhos são responsáveis pelos irmãos e irmãs mais novos. Geralmente, esses lares são chefiados por
mulheres (Aaron et al., 1999; Johnson et. al., 2003). Hoje, lares extensos estão se tornando cada vez menos comuns em muitos países em desenvolvimento devido à industrialização e à migração para os centros urbanos (Brown e Gilligan, 1990; Gorman, 1993; Kinsella e Phillips, 2005). Enquanto isso, nos Estados Unidos, pressões econômicas, escassez de moradias e crianças geradas fora do casamento ajudaram a alimentar uma tendência de lares de famílias com três e até quatro gerações.
Em 2008, aproximadamente 16% dos lares podiam ser caracterizados como multigeracionais (Pew Research Center, 2010b). Lares multigeracionais tornaram-se mais comuns nos últimos anos por diversas razões. Primeiro, porque tanto homens quanto mulheres estão casando com mais idade, e assim continuam morando em casa por mais tempo do que de costume. Isso passou a ser comum com as recentes crises na economia norte- americana. Segundo, por causa do influxo de populações imigrantes desde 1970. Esses imigrantes estão mais propensos do que as famílias nativas a procurar lares multigeracionais por razões de praticidade e também de preferência. De fato, mesmo
variam. A ocorrência de certos eventos: a primeira palavra, o primeiro passo, a primeira menstruação, a emissão noturna, o desenvolvimento do pensamento lógico e a menopausa. Mas essas idades são apenas médias, e há uma grande variação entre as pessoas com respeito a essas normas. Somente quando o desvio da média for extremo é que devemos considerar o desenvolvimento como excepcionalmente adiantado ou atrasado. Para entender o desenvolvimento humano, portanto, precisamos considerar as características herdadas que dão a cada pessoa um ponto de partida especial na vida. Também precisamos levar em conta os muitos fatores ambientais ou experienciais que afetam o desenvolvimento, especialmente contextos importantes como família, vizinhança, nível socioeconômico, raça/etnia e cultura. Precisamos considerar como a hereditariedade e o ambiente interagem. Precisamos entender quais dos processos de desenvolvimento são principalmente maturacionais e quais não são. Necessitamos observar as influências que afetam muitas ou a maioria das pessoas em determinada idade ou em determinado momento histórico, e também aquelas que afetam apenas certos indivíduos. Finalmente, precisamos observar como o momento da ocorrência
pode afetar o impacto de certas influênci as.
Cultura e raça/etnia : A cultura refere-se ao modo de vida global de uma sociedade ou grupo, que inclui costumes, tradições, leis, conhecimento, crenças, valores, linguagem e produtos materiais, de ferramentas a trabalhos artísticos – todo comportamento e todas as atitudes aprendidas, compartilhadas e transmitidas entre os membros de um grupo social. A cultura está em constante mudança, geralmente mediante contato com outras culturas. Hoje, o contato cultural é incrementado por computadores e pelas telecomunicações. O e- mail, ou endereço eletrônico, e as mensagens instantâneas oferecem uma comunicação quase imediata em todo o planeta, e serviços digitais como o iTunes dão a pessoas do mundo inteiro um fácil acesso a músicas e filmes.
Um grupo étnico consiste em pessoas unidas por determinada cultura, ancestralidade, religião,
língua ou origem nacional, tudo isso contribuindo para formar um senso de identidade, atitudes, crenças e valores comuns.
Até 2040, a projeção é que a população de grupos minoritários étnicos cresça até 50% (Hernandez, Denton e Macartney, 2007). A proporção de crianças pertencentes aos grupos minoritários aumenta ainda mais rápido; elas formarão mais da metade da população infantil até 2023, de um total de 44% em
2008. Até 2050, a projeção é que 62% das crianças pertençam àqueles grupos que agora são minoritários, e a proporção de crianças hispânicas ou latinas – 39% – irá superar os 38% de brancos não hispânicos (U.S. Census Bureau, 2008a; Figura 1.2a e 1.2b). Quase um quarto dos alunos do jardim de infância nos Estados Unidos e um quinto de todos os alunos até o 3º ano do ensino médio são hispânicos (U.S. Census Bureau, 2009b, 2009c).
Os padrões étnicos e culturais afetam o desenvolvimento por sua influência na composição de uma família, nos recursos econômicos e sociais, no modo como seus membros agem em relação uns aos outros, nos alimentos que comem, nos jogos e nas brincadeiras das crianças, no modo como aprendem, no
aproveitamento escolar, nas profissões escolhidas pelos adultos e na maneira como os enxergam.
Para entender semelhanças e diferenças no desenvolvimento, precisamos olhar para dois tipos de influências normativas: eventos biológicos ou ambientais que afetam muitas pessoas , ou a maioria delas, em uma sociedade, e eventos que atingem apenas certos indivíduos (Baltes e Smith, 2004).
➜ Influências normativas reguladas pela idade (ou etárias) são muito semelhantes para pessoas de uma determinada faixa etária. O tempo de ocorrência de eventos biológicos é razoavelmente previsível dentro de uma faixa normal. Por exemplo, as pessoas não passam pela experiência da puberdade aos 35 anos ou da menopausa aos
12. Influências normativas reguladas pela história são eventos significativos (tais como a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial) que moldam o comportamento e as atitudes de uma geração histórica: