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O artigo Psicanálise e Sujeitos em Situação de Drogadição (2013) reflete sobre a questão do uso abusivo de substâncias químicas e sua relação com a estruturação psíquica inconsciente. Num estudo qualitativo realizado por meio de entrevistas semi-estruturadas, a análise efetuou-se pelo viés da literatura freudiana.
Tipologia: Resumos
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Instituto Superiores de Ensino do Censa ATIV 5 º Período de Psicologia Disciplina: Psicologia e Drogadição / Professor: Érica Henrique Ribeiro Andrade Aluna: Karina Keli rodrigues Correlação entre o artigo: Psicanálise e Sujeitos em Situação de Drogadição ( 2013 ) da professora Érica Henrique Ribeiro Andrade e o vídeo: Drogas e psicanálise - Parte 1 da palestra da psicanalista Maria Rita Kehl: "Drogas e Psicanálise". No Café Filosófico da TV Cultura (2011). O artigo Psicanálise e Sujeitos em Situação de Drogadição (2013) reflete sobre a questão do uso abusivo de substâncias químicas e sua relação com a estruturação psíquica inconsciente. Num estudo qualitativo realizado por meio de entrevistas semi-estruturadas, a análise efetuou-se pelo viés da literatura freudiana. A partir da análise do material colhido nas entrevistas descritas no artigo, o estudo identificou a atuação específica de mecanismos e princípios enunciados por Freud, tais como o princípio do prazer/desprazer, o conceito de desamparo, o conceito de compulsão à repetição e a teoria das formações substitutivas, demonstrando a real influência do inconsciente sob este sujeito. O vídeo Drogas e Psicanálise também se baseia em questões semelhantes as do artigo e se inicia com a pergunta: Porque alguns se viciam e outros não? E apresenta drogadição como um dos mecanismos de escape da realidade utilizados pelos sujeitos. Neste sentido, os dois trabalhos conversam e se afinam ao correlacionar teorias psicanalíticas à realidade vivida no psiquismo dos sujeitos. No artigo podemos observar nos relatos das mulheres entrevistadas, profundas questões relacionadas ao sofrimento do sujeito e a tentativa de abrandar ou anular, mesmo que momentaneamente, tais sofrimentos. Uma busca pelo suprimento da falta. Falta esta que por vezes é inconsciente e por isto não compreendida pelo sujeito. Este sofrimento pode ter suas raízes no desamparo vivido na primeira infância. Este desamparo pode ser real ou imaginado, pois em psicanálise, o que importa é a experiência do sujeito. Mesmo que tal desamparo seja de certa forma fantasioso, foi assim que a pessoa viveu sua experiência. O desamparo vivido ou sentido de forma objetiva na infância, ao longo da vida se torna simbólico e deixa marcas intensas ao longo da vida. No texto Futuro de uma Ilusão (FREUD, 1927) Freud retoma o conceito de desamparo referindo-se à simbolização, de um desamparo não apenas pontual ao recém-nascido, mas de uma marca inerente à vida humana. Dessa forma o desamparo da infância jamais seria superado, e a angústia dele decorrente se presentifica ao longo da vida.
O artigo também aborda questões como o princípio do prazer e o desprazer implicados no uso abusivo de drogas. A princípio o sujeito busca pela satisfação de uma necessidade de equilíbrio para alívio das energias pulsionais que pressionam o psiquismo a todo tempo, ele busca se livrar do desconforto que este desequilíbrio provoca. Mas num dado momento é como se a busca do prazer não fosse suficiente para aplacar a dor e assim, além da busca pelo prazer as ações autodestrutivas, também estariam buscando livrar-se do sofrimento psíquico, não por uma via do prazer, mas pela via do desprazer. O conceito de compulsão à repetição e a teoria das formações substitutivas também apresentam estreita relação com o uso abusivo de drogas. O conteúdo recalcado, e por isso não elaborado, pressiona o psiquismo na intenção de manifestar o conteúdo recalcado. Nessa dinâmica, experiências traumáticas vividas no passado podem retornar e criar um padrão de repetição, o que pode ser uma pista para explicar o porquê de pessoas que sofreram tanto com problemas familiares, neste caso especialmente, relacionados ao abuso de drogas acabar por repetir esse comportamento em sua vida adulta. As formações substitutivas colocariam o sujeito sempre em busca de um objeto que seja capaz de suprir os desejos pulsionais. Porém sem elaborar as causas deste desejo, a busca se torna interminável e sem capacidade de uma satisfação mais duradoura, podendo o sujeito ficar alternando os objetos que elege como capazes de o satisfazer em suas necessidades pulsionais. O vídeo Drogas e Psicanálise aborda exatamente quais são as paixões, e aqui entendo desejos pulsionais, que levam o sujeito a fazer uso de substâncias capazes de alterar seu estado de consciência. Ela fala da nossa dificuldade de enfrentar a vida e nossas questões de “cara limpa”. Segundo ela, Freud disse ser impossível para nós enfrentarmos a realidade, o tempo todo, sem nenhum mecanismo de fuga. Segundo ela cada um se vicia por razões e caminhos singulares. Mas é numa parte específica da palestra em que ela pega o gancho da questão do desamparo, assim como foi abordada no artigo da professora Érica. Maria Rita fala da nossa necessidade biológica dos cuidados fundamentais dos quais dependemos para sobreviver ao nascer e primeira infância, e de como levamos para a vida adulta essa imagem na necessidade de um cuidador, a imagem do grande outro. Porém, em algum momento da vida nos damos conta de que somos todos sós e desamparados na vida. E talvez essa seja a grande dor de viver. Por isso, na busca de preencher a falta, algumas pessoas encontrem nas drogas o objeto perfeito para o gozo, pois no momento em que o sujeito usa a droga está tudo bem, seu estado psicológico entra em suspenso, numa espécie de nirvana e a dor passa. É um estado ilusório de completude. Após ler o artigo e assistir ao vídeo, pude verificar que a psicanálise oferece grandes recursos para se analisar a situação e o sofrimento do sujeito adicto. As teorias se complementam e caminham para o mesmo sentido, a droga como objeto para os mecanismos de defesa do ego frente a uma tentativa de desvio do sofrimento psíquico. A droga como ferramenta de fuga da realidade e o abrandamento, mesmo que temporário, da dor de viver, de se saber só no mundo, sem a grande proteção do grande outro. A droga como objeto ideal para o gozo.