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Prova de Teorias do Jornalismo, Provas de Jornalismo

Texto corrido entregue como resposta da prova de Teorias do Jornalismo.

Tipologia: Provas

2020

Compartilhado em 19/04/2020

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usuário desconhecido 🇧🇷

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Desde a refutação da teoria do espelho, que pregava que as notícias são do jeito que conhecemos
porque a realidade assim as determina, como um espelho do real, as teorias do jornalismo se
dedicaram a entender as diferentes ações que interferem na produção jornalística. Algumas delas
são: a teoria da ação política, a teoria dos definidores primários e da espiral do silêncio e a teoria do
newsmaking.
A teoria da ação política possui duas vertentes, a de direita e a de esquerda. Ambas defendem a
posição de que as notícias são distorções sistemáticas que servem os interesses políticos de certos
agentes sociais que utilizam as notícias na projeção da sua visão do mundo, da sociedade etc. Na
primeira, os media noticiosos servem como instrumentos que põe em causa o capitalismo, uma vez
que os media norte-americanos fariam parte de uma nova classe de burocratas e intelectuais com o
interesse de expandir a atividade reguladora do Estado à custa das empresas privadas. Utilizando os
media na propagação de opiniões anticapitalistas. Esta vertente também aponta que os jornalistas
possuem valores mais à esquerda que a população norte-americana e constituem, assim, a “nova
classe” anticapitalista.
Para a teoria da ação política de esquerda, os media noticiosos são vistos como instrumentos que
ajudam a manter o sistema capitalista. Nesta visão, os jornalistas são reduzidos à função de
executantes a serviço do capitalismo. Como uma versão macroeconômica, para ela, o conteúdo
noticioso possui relação direta com a estrutura econômica da empresa jornalística. Leva também em
consideração que as empresas dependem da publicidade e apontam que acontecimentos similares
tem coberturas diferentes na imprensa devido à natureza propagandística das notícias no seu papel
ideológico em defesa dos interesses do capitalismo.
Nenhuma das duas vertentes foi imune às críticas. Em uma análise da teoria de direita, Robert
Hackett criticou o papel ativo do jornalista, como bode expiatório dos males do produto jornalístico
apontado pela versão. Outro ponto seria o de que os valores coletivos dos jornalistas, segundo a
teoria, são considerados substancialmente diferentes dos da população em geral. Como se não
fizessem parte dela.
Para os críticos da teoria de esquerda, ela apresenta uma visão altamente determinista do
funcionamento do campo jornalístico, onde os jornalistas ou colaboram na utilização
instrumentalista dos media noticiosos ou são totalmente submissos aos desígnios dos interesses dos
proprietários. Ignorando o fato de que que os donos se encontram raramente com os diretores em
muitas empresas jornalísticas e a maioria dos jornalistas não faz ideia de quem se senta no conselho
de administração das instituições para que trabalha. Para Daniel Hallin, o modelo de propaganda é
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Desde a refutação da teoria do espelho, que pregava que as notícias são do jeito que conhecemos porque a realidade assim as determina, como um espelho do real, as teorias do jornalismo se dedicaram a entender as diferentes ações que interferem na produção jornalística. Algumas delas são: a teoria da ação política, a teoria dos definidores primários e da espiral do silêncio e a teoria do newsmaking. A teoria da ação política possui duas vertentes, a de direita e a de esquerda. Ambas defendem a posição de que as notícias são distorções sistemáticas que servem os interesses políticos de certos agentes sociais que utilizam as notícias na projeção da sua visão do mundo, da sociedade etc. Na primeira, os media noticiosos servem como instrumentos que põe em causa o capitalismo, uma vez que os media norte-americanos fariam parte de uma nova classe de burocratas e intelectuais com o interesse de expandir a atividade reguladora do Estado à custa das empresas privadas. Utilizando os media na propagação de opiniões anticapitalistas. Esta vertente também aponta que os jornalistas possuem valores mais à esquerda que a população norte-americana e constituem, assim, a “nova classe” anticapitalista. Para a teoria da ação política de esquerda, os media noticiosos são vistos como instrumentos que ajudam a manter o sistema capitalista. Nesta visão, os jornalistas são reduzidos à função de executantes a serviço do capitalismo. Como uma versão macroeconômica, para ela, o conteúdo noticioso possui relação direta com a estrutura econômica da empresa jornalística. Leva também em consideração que as empresas dependem da publicidade e apontam que acontecimentos similares tem coberturas diferentes na imprensa devido à natureza propagandística das notícias no seu papel ideológico em defesa dos interesses do capitalismo. Nenhuma das duas vertentes foi imune às críticas. Em uma análise da teoria de direita, Robert Hackett criticou o papel ativo do jornalista, como bode expiatório dos males do produto jornalístico apontado pela versão. Outro ponto seria o de que os valores coletivos dos jornalistas, segundo a teoria, são considerados substancialmente diferentes dos da população em geral. Como se não fizessem parte dela. Para os críticos da teoria de esquerda, ela apresenta uma visão altamente determinista do funcionamento do campo jornalístico, onde os jornalistas ou colaboram na utilização instrumentalista dos media noticiosos ou são totalmente submissos aos desígnios dos interesses dos proprietários. Ignorando o fato de que que os donos se encontram raramente com os diretores em muitas empresas jornalísticas e a maioria dos jornalistas não faz ideia de quem se senta no conselho de administração das instituições para que trabalha. Para Daniel Hallin, o modelo de propaganda é

estático e unidimensional, reduzindo por completo o papel da ideologia profissional dos membros da comunidade jornalística a uma merda questão de false consciouness. Já a teoria dos definidores primários e da espiral do silêncio defendem que os meios de comunicação tendem a priorizar as opiniões dominantes pela facilidade de acesso de uma minoria privilegiada aos veículos de informação. A primeira teoria é centrada no poder que fontes privilegiadas têm na construção das notícias. E aponta que possíveis distorções do noticiário não seriam fruto de uma conspiração dos profissionais da imprensa com os dirigentes da classe hegemônica, mas uma subordinação às opiniões das fontes que têm posições institucionalizadas, chamados de definidores primários. Assim, a mídia reproduziria a ideologia dominante e perpetuaria o status quo. De acordo com a espiral do silêncio, os indivíduos buscam integração social através da observação da opinião dos outros e procuram se expressar dentro dos parâmetros da maioria para evitar isolamento. Assim, pessoas tendem a esconder opiniões contrárias à ideologia majoritária, o que dificulta a mudança de hábitos e ajuda a manter o status quo. Por isso, meios de comunicação tendem a priorizar as opiniões que parecem dominantes, consolidando-as e ajudando a calar as minorias (na verdade, maiorias) isoladas. No contexto atual, a mídia independente tem mais liberdade em relação às rotinas produtivas e não fica necessariamente tão refém dos definidores primários, como a mídia tradicional. As reportagens investigativas, por exemplo, podem desafiar fontes poderosas. Já as redes sociais atuam por dois lados. De um, possibilitam uma maior liberdade de expressão, um espaço mais amplo, plural e acessível para vozes de diferentes classes sociais e ideologias. Do outro, trazem o medo de perder amigos, sofrer perseguição, ameaças ou cyberbullying ao emitir uma opinião que não é compartilhada pela maioria. Aumentando a aversão ao confronto, o que alimenta falsos consensos por meio da intimidação e do constrangimento público. A última teoria, do newsmaking, discorda radicalmente da perspectiva das teorias que defendem que as atitudes políticas dos jornalistas são um fator determinante no processo de produção das notícias. Ela trata o jornalismo como construção social de uma suposta realidade. Seria no trabalho de enunciação que os jornalistas produziriam os discursos, que, submetidos a uma série de operações e pressões sociais, constituiriam o que o senso comum das redações chama de notícia. Desse modo, a imprensa não reflete a realidade, mas ajuda a construí-la. Segundo Gaye Tuchman, as empresas jornalísticas utilizam estratégias para o planejamento das coberturas a partir da premissa que os acontecimentos podem surgir em qualquer lugar e a qualquer hora. Uma delas é a noticiabilidade, conjunto de critérios, operações e instrumentos para escolher entre inúmeros fatos uma quantidade limitada de notícias. É negociada por repórteres, editores,