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O diagnóstico dos Transtornos do Espectro Autista é , iminentemente, clínico e deve ser feito de acordo com os critérios do CID 10 (OMS,. 1993), pela anamnese ...
Tipologia: Exercícios
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Não perca as partes importantes!
Ana Carina Tamanaha - Fonoaudióloga Ana Carolina Pegoraro Martins - Psiquiatra da Infância e Adolescência Anne K. Maia - Psiquiatra da Infância e Adolescência Cristiane Silvestre de Paula - Psicóloga Daniela Bordini - Psiquiatra da Infância e Adolescência Felipe Cavalcanti Giorgi - Psicólogo Gabriela Viegas Stump - Psiquiatra da Infância e Adolescência Helena Paula Brentani - Psiquiatra Joana Portolese - Psicóloga Maria Carolina Martone - Terapeuta Ocupacional Quirino Cordeiro Junior - Psiquiatra Rafael Bernardon Ribeiro - Psiquiatra Regiane Fátima Nascimento - Sociedade Civil Rosane Lowenthal - Cirurgiã Dentista Rosangela Elias - Fonoaudióloga Roseli Lage de Oliveira - Psicóloga Shirley Lizak Zolfan - Psicopedagoga Sonia Maria Motta Palma - Psiquiatra da Infância e Adolescência Tatiane Cristina Ribeiro - Psicóloga
Este protocolo foi elaborado por um grupo de trabalho que se constituiu a partir de uma demanda da população e necessidade do Estado de São Paulo em criar políticas públicas que pudessem atender as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ao se iniciarem as propostas de estruturação de serviços, percebemos a necessidade de passar informações consistentes e atualizadas aos profissionais de saúde. No intuito de dar atendimento mais uniforme e com qualidade técnica, profissionais de diversas áreas com experiência no assunto foram convidados à compor o grupo de trabalho. A partir da contribuição de todos criou-se este documento que pretende ser o primeiro passo de uma política mais ampla de estruturação de um atendimento às necessidades desta população.
Especial agradecimento ao Dr. Chao Lung Wen responsável pela Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP pela cessão das imagens que ilustram sintomas do TEA. Gabriela Viegas Stump Membro da Equipe organizadora deste Protocolo
Protocolo do Estado de São Paulo de Diagnóstico Tratamento e Encaminhamento de Pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Transtorno do Espectro Autista é um termo que engloba um grupo de afecções do neurodesenvolvimento, cujas características envolvem alterações qualitativas e quantitativas da comunicação, seja linguagem verbal e/ou não verbal, da interação social e do comportamento caracteristicamente estereotipados, repetitivos e com gama restrita de interesses. No espectro, o grau de gravidade varia de pessoas que apresentam um quadro leve, e com total independência e discretas dificuldades de adaptação, até aquelas pessoas que serão dependentes para as atividades de vida diárias (AVDs), ao longo de toda a vida. Nos últimos dez anos, os dados sobre prevalência têm mudado bastante, com aumento importante nos números, que variam de acordo com a metodologia e local do estudo. Estatisticas americanas, apresentadas pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), passaram de 1:150, em 2000, para 1:88, em 2008, afetando mais pessoas do sexo masculino, na proporção de 3 a 5 homens para 1 mulher (2013). Há uma grande discussão acerca de que se esse aumento é real ou se há uma maior capacidade dos profissionais em identificar os casos, conjuntamente com a ampliação dos critérios diagnósticos utilizados e maior consciência da população. No Brasil, dados apontam para uma prevalência de 1:360, embora se considere que esse número esteja subestimado pela metodologia utilizada no estudo (Paula, Ribeiro, Fombonne & Mercadante, 2011). Mas não há dúvida de que existe uma demanda maior por serviços de qualidade capazes de formular diagnóstico e prover o suporte necessário para pacientes e familiares, ao longo da vida. Prevalência estimada de 1:88 pessoas com 3- homens :1 mulher
Consideram-se como TEA os seguintes diagnósticos:
O diagnóstico dos Transtornos do Espectro Autista é , iminentemente, clínico e deve ser feito de acordo com os critérios do CID 10 (OMS, 1993), pela anamnese com pais e cuidadores e mediante observação clínica dos comportamentos.
1. Interação social; 2. Linguagem para fins de comunicação social; 3. Jogos imaginativos ou simbólicos.
1. Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por, pelo me- nos, dois dos seguintes aspectos: A. prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não- verbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social; São características centrais: alterações quantitativas e qualitativas de comunicação verbal e não verbal, da interação social e comportamentos restritos e repetitivos O diagnóstico é clínico, feito por meio de anamnese completa e observação da criança por profissionais qualificados.
B. fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de desenvolvimento; C. falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (p.e., não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse); D. falta de reciprocidade social ou emocional.
B. adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não- funcionais; C. maneirismos motores estereotipados e repetitivos (p.e., agitar ou torcer mãos ou dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo); D. preocupação persistente com partes de objetos. Dificuldade em modificar trajetos
4. A perturbação não é melhor explicada por Transtorno de Rett ou Transtorno Desintegrativo da Infância. Associadas aos critérios acima, outras características podem ser idenficadas, tais como: dificuldade em sentir empatia em relação aos demais e apresentar crises de agitação, podendo haver auto ou heteroagressividade, quando contrariados ou decepcionados (Fuentes et al., 2012). São características da linguagem: o uso de palavras de forma peculiar, de pronome reverso ( falar de si na terceira pessoa); apresentar ecolalia, isto é, repetição de palavras ou frases que escuta (fato comumente associado à capacidade de imitação, mas que não tem a mesma função no desenvolvimento social). A fala costuma ser monótona e, por vezes, com tom pedante e rebuscado, como visto nos pacientes com Síndrome de Asperger (Fuentes et al., 2012). Crises de agitação podem ocorrer principalmente momentos de frustração que muitas vezes são desencadeados por dificuldade na comunicação. A fala, quando presente, apresenta alterações qualitavas caracterísicas como ecolalia, uso de pronome reverso, tom monótono e por vezes pedante.
Estudos demonstram que a identificação precoce dos sinais e dos sintomas de risco para o desenvolvimento do TEA é fundamental, pois, quanto antes o tratamento for iniciado, melhores são os resultados em termos de desenvolvimento cognitivo, linguagem e habilidades sociais (Dawson et al, 2010; Howlin et al., 2009; Reichow, 2012). Embora seja comum aos pais perceber alterações no desenvolvimento de seus filhos, antes dos 24 meses, muitas vezes demoram em procurar por ajuda especializada, por isso, os profissionais da atenção básica tem um papel fundamental na identificação inicial dos sinais e sintomas de risco para o TEA (Matson, Rieske & Tureck, 2011). Na tabela abaixo estão descritos os marcos mais importantes para a avaliação dos sinais e sintomas de risco para o TEA. IDADE DESENVOLVIMENTO NORMAL SINAIS DE ALERTA 2 MESES
9 MESES
O nível de funcionalidade do indivíduo deve ser determinado para que possam ser escolhidas as intervenções necessárias e o nível hierárquico de serviço em que o paciente deve ser atendido, de acordo com os fluxos e redes estabelecidas pelo SUS. Para isso, se faz necessária a avaliação da gravidade dos sintomas autísticos, com foco em detectar dificuldades e áreas de habilidades (ex: presença ou não de linguagem verbal, capacidade de iniciar contato social, ausência de interesse social), avaliação do nível cognitivo (diagnosticar deficiência intelectual associada) e avaliação funcional global (capacidade de autocuidado e independência). Como os déficits no TEA ocorrem em diversas áreas de funcionamento que estão no âmbito de diferentes áreas de atuação, nos cuidados com a saúde são necessárias avaliações psicológica e fonoaudiológica e terapia ocupacional. A avaliação deve ser ampla, mas mantendo o foco nas esferas afetadas pelo TEA para que haja um direcionamento adequado do tratamento e da formulação do Projeto Terapêutico Singular (PTS). No intuito de uma padronização, sugere-se que os seguintes instrumentos sejam ulizados para a avaliação do nível funcional, ficando sob a responsabilidade do profissional a eleição dos instrumentos que melhor se adequam a cada caso. Entretanto, cada instrumento tem a sua especificidade. Alguns são de uso restrito a algumas profissões, como o psicólogo e o fonoaudiólogo. Outros profissionais, embora não necessitem de uma formação específica, requerem um treinamento prévio. Antes de seu uso, portanto, sugere-se uma consulta aos manuais de aplicação e correção dos instrumentos. Por se tratar de um transtorno com amplo espectro de gravidade é de suma importância a avaliação do nível de funcionalidade com levantamento das habilidades e dificuldades para a orientação de um tratamento personalizado e otimizado. A Avaliação multiprofissional possibilita que todas as esferas de sintomas sejam avaliadas e trabalhadas quanto as necessidades de cada paciente. Intrumentos de avaliação são úteis para a padronização da avaliação bem como, ajudam a guiar a formulação do projeto terapêutico singular.