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Guias e Dicas
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Dinâmica do enxofre, cálcio, magnésio, potássio e fósforo em solos tropicais, Slides de Cultura

Este documento aborda a dinâmica dos nutrientes como enxofre, cálcio, magnésio, potássio e fósforo em solos tropicais, sua importância, como são afetados pelas condições do solo e sua relação com o crescimento das plantas. Além disso, discute a fixação do fósforo e a intoxicação por sódio no solo.

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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universidade
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programa de

textos didâticos

universidade

federal da

bahia 1971

jean boyer

departamento 1

instituto de geociências

PROPRIEDADES

DOSSOLOSE

FERTILIDADE

programa de

textos didâticos

universidade

federal da

bahia 1971

jean boyer

departamento 1

instituto de geociências

PROPRIEDADES

DOSSOLOSE

FERTILIDADE

PROPRIEDADES DOS SOLOS E FERTILIDADE

JEAN BOYER

prof. de pedologia Cdiretor de pesqui

sas da ORSTOM - convênio ORSTOM/UFB~)

departamento l Cinstituto de geociên-

cias) 5

traduçao de Célia Peixoto Motti e Pas

cal Motti

PROGRAMA DE TEXTOS DIDATICOS XL

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Salvador Bahia 1971

'.

    1. OS ELF;MENTOS CONSTITUINTES DO SOLO.................... fNDICE
      • 1.1. Os elementos grosseiros •••••••.•.•.•. •.••••..•••
      • 1.2. Os elementos finos .••••••• ••..•.••••• ••••••••••••
      • 1.3. Os elementos orginicos .•.•••..••....•••••....••••
    1. OS COLOIDES DO SOLO E SUAS PROPRIEDADES .•••.•.••••••••
      • 2.1. Definiçao dos co16ides •••.•.••...•••.••••..•••••• l
      • 2.2. Dispersao e floculaçao dos co16ides eletronegativos
      • 2.3. Co16ides complexos
      • 2.4. Capacidade de troca de bases .•..••••••••.•.•.••••
      • 2.5. Reaçao do solo: pH do solo e acidez de troca
      • 2.6. Potencial de 6xido-reduçao ou potencial RED-OX,rH - ou Eh ..•.......•......•.•••••...••••..••••...•.••
    1. 0 pH DO SOLO E OS RENDIMENTOS DAS CULTURAS .••...•••.••
      • 3.1. Influência do pH sôbre os rendimentos das culturas - turas ••.••••••....••..••••..•••.••..•.•••....•••• 3.2. Causas da açao do pH sôbre os rendimentos das cul-
      • 3.3. Baixa do pH sob a influência das culturas
      • 3.4. Correçao do pH dos solos pelas corretores
      1. 0 NITROGtNIO NOS SOLOS TROPICAIS ••.......•...•.....•••
        • 4.1. Origem do nitrogênio do solo .•.•..•.••••...••.•••
        • 4.2. Evoluçao do nitrogênio da matéria orgânica do solo
        • 4.3. Nitrogênio do solo, pH e fertilidade ...••....•••. - los trop~ca~s 4.4. 0 proble~a ~os fertilizantes nitrogenados nos so-
        • 4.5. A lixiviaçao do nitrogênio no solo
    1. 0 POTlsSIO NOS SOLOS TROPICAIS •.......•..•.••••.•.•..•
      • 5.1. Origem do potassio dos solos ..•.•....••••....•.••
        • 5'.2. Formas do potâssio nos solos.....................
      • 5.3.0 potass.io e a nutrizao potâssica das plantas .••• - trabalhos da escola inglêsa ••.•••.••••••••••••..• 5.4. Insuficiência da noçao de potâssio trocâvel e os
      • 5.5. A dinâmica do potâssio nos solos tropicais .•••.••
      • 5.6. 0 potâssio nos principais tipos de solos tropicais

5.7. Os ferti1izantes potsssicos utilizados nos so- los tropicais ••.....•..•..••••....••.•••••.••..

  1. 0 FOSFORO NOS SOLOS TROPICAIS ...••.•.•...•.••••.••.•• 6.1. Origem do fosforo dos solos .•..•••••.••.•.•.•.• 6.2. Formas do fosforo nos solos .•.......••.•••.•••. 6.3. Os teores de fosforo nos solos tropicais e as plantas cu1tivadas ......••••••.••...•.•.••..••• 6.4. Interaçao do fosforo com outros e1ementos mine- rais a1ém do nitrogênio, na a1imentaçao mineraI das plantas •.••••.••..•...•...•••..•••••••••.•. 6.5. A dinâmica do fosforo nos solos tropicais ...••. 6.6. Os ferti1izantes fosfatados •.•...•••.••••.•••..
  2. 0 ENXÔFRE NOS SOLOS TROPICAIS ••.••..•...•.••••.•...•. 7.1. 0 enxôfre e as carências de enxôfre ••.••....•.• 7.2. Necessidades de enx~fre das plantas cu1tivadas ., 7.3. A dinâmica do enxôfre nos solos tropicais ••.•.. e. 0 CALCIO, 0 MAGN~SIO E A SOMA DAS BASES TROCAVEIS NOS SOLOS TROPICAIS. A CORREçlo DO pH E OS ADUBOS CALCO- MAGNESIANOS ..••..•••...••.•••••.••.••..•.••••.••••.•• 8.1. Origem do câ1cio e do magnésio dos solos ••.••.• 8.2. Formas do câ1cio e do magnésio nos solos .••.••. 8.3. Os teores de câ1cio e magnésio trocâveis favorâ- veis as cu1turas. Importância da soma das bases trocâveis e da saturaçao do comp1exo sortivo •.• 8.4. A dinâmica do câ1cio e do magnésio nos solos tro pic ai s •.••••.••.•••.••.••••••.•.••••.•••••.•.• :- 8.5. 0 prob1ema dos corretores ca1co-magnesianos •.••
  3. 0 SODIO E 0 PROBLEMA DOS SOLOS E DAS AGUAS CARREGADAS DE SODIO ••.•.•..•••••.•...••...••.•...••••••.••••.••• 9.1. Origem do sodio dos solos ••.....••••••••••.•••. 9.2. A dinâmica do sadio nos solos tropicais. 9.3. Principais tipos de solos sa1gados. 9.4. 0 sadio nos solos e as plantas cu1tivadas .•••.•
  4. OS OLIGO-ELEMENTOS DO SOLO E AS CAR~NCIAS DE OLIGO-ELE MENT OS NAS PLANTAS •••.••••••••••••••.••.••••.••.•.••• 10.1. Boro ••••••••••.••.•.•.•••••••.••..•••••••••.•.• 10.2. Mo1ibdeno .••••••.•..••.••••••...•.•••••••.•••.• 10.3. Cobre e zinco. 1'().4. Manganês ..•.••••.•..••.•••.•.••...•.•••••.••..• Il. 0 ALUMfNIO, 0 FERRO E 0 SILfcIO DOS SOLOS E SUAS RELA ÇOES COM AS PLANTAS CULTIVADAS •.•••••..•.••••••..•••~ Il.1. A1umfnio ••••••.•••••.•••••••••••.•.••••••••••••

il.. 2. Ferro •..••••••.••••.••••••••.•.••.•••••••••..••

Il.3. 0 si1fcio nos solos tropicais •••.•••••••.••••.•

BIBLIOGRAFIA

80 , 81 (^84) \

90 92 93 97 97 99 100

1.1.1. Classificaçao usual

Distinguem-se, tradicionalmente, em pedolo-

gia:

a) os cascalhos -- diâmetro médio incluido

entre 2 e 5 cm;

tre 5 e 20 cm;

b) os seixos diâmetro médio incluido en-

20 cm.

0) os matacoes -- diâmetro médio superior a

Observaçao: Podem-se encontrar outras classi

ficaçoes: cascalhos -- 2 mm a 2 cm; seixos -- 2 a 20 cm.

Os cascalhos, seixos e matacoes estâo soltos

e moveis no solo, uns em relaçao aos outros, mesmo quando se

encontram em grande quantidade. Podem mudar de lugar,ou de p~

siçao, sob a influência de agentes externos (chuvas, movimen-

tos do solo, homem, etc.). As rochas, ao contrârio, estao pr~

fundamente enraizadas no solo.

1.1.2. Natureza dos elementos grosseiros

A natureza des tes elementos depende da ro-

cha-mae,ou dos acréscimos externos ocasionais (seixos e casc~

Ihos abandonados pelas âguas depois de uma enchente, por exe~

plo, ou ainda vestigios de uma couraça ferruginosa).O quartzo

e 0 mais comum, mas podem, também, Ber encontrados fragmen-

tos de granitos ou de outras rochas: xistos, gabros, diori-

to, calcârios, dolomitas, ôxidos concrecionados (ôxido de fe~

ro, principalmente), etc.

Nas ~eg~oes t~opioais ümidas, onde os fenôm~

nos de alteraçao e de dissoluçao sao intensos e râpidos,pràti

camente nao se encontram elementos grosseiros formados por

calcârios ou por rochas bâsicas (basalto, gabro, anfibolita).

Em alguns solos jovens e pouco profundos, subsistem,às vêzes,

elementos grosseiros originârios de rochas âcidas (granito,

grano-diorita, etc.), mas êles desaparecem, à medida que 0 s~

10 envelhece e se torna mais espêsso: a partir dêste momento,

subsistem apenas 0 quartzo e os oxidos de ferro.

Nas regioes temperadas e medite~râneas,os so

los sao, freqüentemente, muito ricos em elementos grosseiros,

,

provenientes da rocha-mae, incluindo-se elementos calcârios

(Ca C0 3 ),

1.1.3. Influência dos elementos grosseiros sôbre a

fertilidade dos solos

Esta influência é muito variâvel.

Uma grande quantidade de sei~os e pedras im-

pede a lavoura: em primeiro lugar, porque a terra fina é pou- co abundante e, em segundo lugar, 'porque a utilizaçao de mâ.-

quinas (arado) se torna dificil.

Uma grande quantidade de oasoaZhos é desfav

râvel as culturas, mas uma pequena quantidade de oas.oaZhos, em

solos bem compostos de argilas e de limos,pode, âs vêzes, to~

nar a terra menos pesada.

Mas, se os fragmentos grosseiros sao forma-

dos de detritos de uma rooha fàoiZmente aZterâveZ, rioa em Ca,

Mg, P e K, podem fornecer às plantas êstes elementos; isto e

sobretudo vâlido para os climas quentes e ûmidos, onde a alt~

raçao é râpida (solos sôbre ZappiZis vul\ânicos do sul do Ca- marao,alguns solos cacaueiros de Itabuna~~etc.).

Em regra geral, pode-se dizer que os elemen-

tos grosseiros do solo têm um papel nulo ou negativo na ferti

lidade, exceto em alguns casos particulares.

1.2. Os e1ementos finos

Costumam-se agrupar os elementos finos do solo em

varlas fraçoes, expressas em microns (um micron é igual a um

milésimo de milimetro: 1 mm = 1 000 ~).

1. 2.1. Sistemas de classificaçao

1.2.1.1. Sistema de Atterberg (sistema inter

nacional)

Argila < 2 mIcrons = < 0.002 mm Lima (sil te) .2-20 mIcrons ••••• = 0.002 - 0,02 mm Areia fina 20-200 microns ••••• = 0.02 - 0,2 mm Areia grossa 200-2 000 microns = 0.2 - 2 mm

,t."

mas argilas fibrosas, sobretudo) e se encontram na fraçao ai Z-

te; assim, oxisols (solos ferralfticos) de Trindade contêm

quantidade relativamente importante de vermiculita na fraçao

aiZte (2 - 20 mfcrons).

Geralmente, na maioria dos solos tropicais, a pro- porçao de argila cristalizada, nos siltes, é muito pequena. A argiZa criataZizada é formada de folhetos super- POl?tos:

Tipo de argila

Caolinita llita Montmori loni ta Clorita e vermiculita

Espessura do folheto

7 Angs tram (7~b loî 10 até l6î

l4i

A caoZinita é 0 principal constituinte argiloso da maioria dos solos tropicais das regioes ûmidas; representa a quase totalidade da argila cristalizada dos solos ferralfti- cos. A iZita é abundante nos solos temperados, onde se en contra misturada corn a caolinita e a montmorilonita. A ilita existe somente, em quantidade muito peque- na, nos solos das regioes tropicais ûmidas (solos ferralfti- cos), mas seus teores crescem, à medida que 0 clima se toma mais sêco (zona tropical semi-ârida). Os folhetos da ilita sao suficientemente afastados

(0,5 - O,7X), para que penetrem, entre êles, certos catfons

como 0 K+. Esta propriedade é muito importante, porque possi- bilita 0 armazenamento do K dos fertilizantes entre os folhe- tos de ilitas; em seguida, êste K é devolvido, progressivame~ te, as plantas. Quando nao existe (ou existe muito pouca)ilita, co- mo, por exemplo, nos solos ferralfticos, 0 K dos fertilizan- tes, quando nao utilizado imediatamente pelas culturas, é le vado em profundidade pelas chuvas.

A montmo~iZonita possui a propriedade de inchar em estado ûmido: uma pelfcula de âgua penetra entre os folhetos

e afasta-os, até que atinjam uma espessura de lSX; a montmo-

~Zonita volta à sua espessura de lOX, quando seca.

As variaçoes de espessura devidas à umidade provo- cam, no solo: fendas de retraçao, em estado sêco;pequenas mo~ tas de compressao, em estado ûmido (relêvo GiZgai);movimentos de mistura, dentro do solo. A maior abertura dos espaços entre rece a entrada dos fons minerais, assim como las de matéria orgânica; daf a côr escura da dos solos ricos em montmorilonita.

os folhetos favo de finas partrc~ parte superior

A montmorilonita se encontra, sobretudo, nos solos das regioes relativamente sêcas (zona temperada quente e zona tropical semi-ârida), quando êstes solos sao formados a par- tir de rochas ricas em Ca e Mg (calcârios dolomfticos, dOLO- mia, basaltos, dioriua, gabros, certos granitos alcalinos, etc.) • Desde que a pluviosidade ultrapasse l 500 mm anuais, os solos com montmorilonita sao raros; entretanto, existem ex

ceçoes, tais como os solos massapê no Recôncavo da Bahia.

1.3. Os e1ementos or

gâni cos

1.3.1. Os elementos orgânicos vivos Sao, em primeiro lugar, as bactérias e os di versos animais do solo (vermes, artrôpodes, etc.). 0 seu pa- pel no solo é tao importante, que constitui 0 objeto de duas

disciplinas especiais da pedologia: a micpobiologia dos solos

e a fauntstica dos solos.

Além dêstes, encontram-se, nos solos, as raI zes vivas das plantas: ervas ou ârvores. Ao contrârio do que se poderia pensar, as rafzes das ervas, que crescem e morrem cada ~)O, têm rnuito mais importância em pedologia que as rai- zes das ârvores, que permanecem pràticamente imôveis durante

,

a) os âcidos crênicos ou compostos

hidrossolûveis: sao solûveis na âgua e migram facilmente no

perfil; dao nascimento aos âcidos fûlvicos;

b) os âcidos fûlvicos: têm fôrmulas

qUl~cas muito semelhantes âs dos âcidos crênicos, com ions

de Fe e de Al+++ a mais; sao pouco solûveis na agua, por cau-

sa da presença de Fe e Al; sao enc6ntrados, em grande quanti-

dade, nos solos âcidos;

a) os âcidos hûmicos brunos: têm

uma cor clara em soluçao, mas formam faixas avermelhadas no

papel de eletroforese; floculam lentamente com 0 ion ca++;sao

pouco polimerizados; isto quer dizer que sua fôrmula quimica

naD e muito complicada;

d) os âcidos hûmicos cinza: têm uma

cor escura em soluçao, mas aparecem em cinza no papel de ele-

troforese, dai ,seu nome; sac nitidamente mais polimerizados

que os âcidos hûmicos brunos, quer dizer, têm fôrmulas quimi-

cas maiores e mais complicadas; floculam fâcil e rapidamente

com 0 ion Ca++; encontram-se, sobretudo, nos solos neutros ou

pouco alcalinos, ricos em Ca e Mg;

e) a humina: chama-se humina 0 con-

junto de compostos hûmicos que resistem as reaçoes quÏmicas

que permitiram separar e identificar os corpos precedentes;é,

de certa maneira, 0 residuo da extraçao, depois de se terem

isolado os âcidos crênicos, fûlvicos e hûmicos, brun os e cin-

zao

Alguns autores consideram a humina

coma um produto mais evoluido, mais velho, portanto, que os ~

cidos fûlvicos e hûmicos; outros, coma um produto mais novo.

Na prâtica, naD se consegue separar

a humina das matérias orgânicas frescas em inicio de decompo-

siçao, 0 que pode explicar estas interpretaçoes divergentes.

De qualquer maneira, a humina cons-

titui, freqüentemente, 40 a 60% da matéria organlca evoluida

dos solos. Este percentual é considerâvel. Nao se conhecem,

mesmo aproximadamente, as fôrmulas quimicas dos compostos que

constituem a humina. Assim,quase a metade do hûmus é complet~

mente desconhecida.

,

  1. os COLOIDES DO SOLO E SUAS PROPRIEDADES

2.1. Definiçao dos c~ loides Os colôides sac particulas de pequeno tamanho, sem- pre inferior a 5 microns, incluidas, na sua maioria, entre 0 e 2 microns.

Pertencem a três grandes grupos: 2.1.1. Os ôxidos e hidrôxidos metâlicos Sao colôides eletropositivos, porque sac carregados positivamente. ~les sac representados envolvidos por uma nuvem de el~ trons positivos. Segundo a teoria da dupla carga de Gouy, os colôides sac envolvidos por elétrons negativos situados muito perte da s~ perficie, que geram uma segunda coroa de elé- trons positivos, responsâveis pelas propried~ des eletropositivas destes colôides. EZes atuam aomo bas'e8 fraaas e 8ao" a8sim, aapazes de fizar anton8 (OH-, P0 4 SO~-, etc.). Dispersam-se em meio âci- do e floculam em meio alcalino'.

assim chamados

+^ +0++++ + ++ (^) ++

+o+"-:!:...++ +, ~+

  • \ + .." +;';+ ... +

Fig. 1

No caso dos solos tropicais ricos em hidrôxi dos metâlicos, esta propriedade é importante para a retençao do P dos fertilizantes.

2.1.2. As argilas ou colôides hidrôfobos

Sao assim chamados, por serem envo1vidos por

uma camada de âgua muito fina. Sao eletronegativos,porque pos

suem uma coroa de elétrons negativos.

Fig. 2

camada de Gouy, u-

seguida de uma ca-

dâ aOB co1ôides

montmori1oni ta)

neu-

_-:'O~l \

-+ +,

/ l '

na

Mn ++^ ,^ etc. , que

~'o' Il,:.

    • ." 1 " ......

Como, na rea1id~

de. as argi1as sac consti tuidas

de fo1hetos superpostos,estas ca~

gas negativas envo1vem empi1hame~

tos de folhetos. A segunda repre-

BentaÇao, Bob 0 aspecto de fo1he-

tos, é mais prôxima da rea1idade

que a primeira.

Os co1ôides e1e

tronegativoB agem oomo aoid08 fr~

oos, fi%ando oat{ons;poBsuem, t~

bém, uma pequena capacidade de tr~

ca para os cations (0,14 de P pa-

ra 1 000 g na cao1inita; 4 para 1 000 g

K^ + , Na +^ , NH +^ ++^ ++^ ++^ ++

4 ,^ Ca^ ,^ Ba^ ,^ Mg^ ,^ Cu^ ,

tra1izam aB cargas negativas da argi1a.

Segundo a teoria da dupla

ma primeira camada de elétrons positivos é

mada mais larga de e1étrons negativos, que

suas propriedades e1etronegativas.

Os co1ôides f10culam em meio âcido e se dis-

persam em meio bâsico.

2.1.3. Os colôides hûmicos ou suspensôides ou hidrô

fi10s

Sao assim chamados,porque aparecem como sus-

pensos no meio de uma espessa camada de âgua.

Na maioria, os ooloides hûmioos sao eletrone

gativos, como as argilas; .isto quer dizer que ê1es fi~am oa-

t-z.ons^ ~^ (Ca ++^ , Mg++ , K.,+^ Na +, etc.).

Mas certos co1ôides hÛrnicos fi%am, também,

an{ons, tais como P0 4 --, S04-; sao, portanto,e1etropositivos,

pe10 menos parcia1mente.

Para alguns autores, a fixaçao do P0 4 -- naD

seria devida às cargas coloidais, mas à formaçao de um corpo

quimico complexo: um humo-fosfato. Em todo caso, esta propri~

dade que tem 0 hÛIDUS de fixar P e S é muito importante para 0

abastecimento das plantas corn êstes dois elementos. 2.1.4. Os colôides anfôteros Alguns colôides sac anfôteros, isto é, mudam

o sinal, quando muda 0 pH do meio exterior. As argilas podem

ser anfôteras em certas condiçoes: assim, a caolinita se tor- na eletropositiva, quando 0 pH da soluçao que a envolve é in- ferior a 4. Para certos autores, tratar-se-ia de um inicio de destruiçao da rede argilosa, 0 que muda 0 sinal elétrico da argila. Trata-se, ai, sobretudo, de experiências de laboratôrio. Na realidade, as argiLas saD sempre eLetronegati vas nas aondiçoes normais do soLo.

2.2. Dispersâo e flocul~

çâo dos colôides el~

tronegativos

As propriedades das argilas foram mais estudadas e

sac melhor conhecidas do que as dos colôides hûmicos. Ainda que estes ûltimos sejam geralmente eletronegativos e tenham, coma as argilas, a propriedade de flocular e de se dispersar, tratar-se-â, neste parâgrafo, sobretudo das argilas. 2.2.1. Dispersao e floculaçao pelos ions OH- e H+ Em meio aLaaLino (pH sup~ rior a 7), onde os lons OH- dominam (trata- se, purtanto, de um meio carregado negati- vamente) ,as argi Las têm tendênaia a se dis persar, quer dizer, a formar uma suspensau estâvel de elementos inferiores ou iguais a 2 microns. Elas precisam de um tempo considerâvel,para se depositar no fundo da Fig. 3

°

hûmu8,

°

Na tem sempFe um poder dis-

seja a concentraçao em Na; isto e u

das soluçoes sôdicas, e nao à açao do

nao desempenhar papel floculador •

estrutur~ muito estâvel.

Na natureza, dois catfons intervêm, sobretu-

do : Ca ++ e Na+•

Em pFesença de Ca C0 3 , 0 pH é fracamente al-

calino (entre 7 e 8): deveria haver, portanto, uma tendência

à dispersao. Porém, a açao floculadora do fon Ca++ é tao for-

te, que os solos calcârios têm argilas sempre muito bem fla

culadas, formando estruturas muito estâveis (estruturas agre-

gadas) •

Mesmo quando 0 solo nao e calcârio, a açao

floculadora do 10n,^ Ca^ ++^ se produz a1nda,.^ quando 0 Ca satura

as argilas na proporçao de 40 a 80%. A estrutura do solo e es

tâvel, porém um pouco menos fina que no .caso precedente (es-

trutura poliédrica).

Em pFesença de Na,se a quantidade de Na exi~

tente no solo e suficientemente fraca para que 0 pH permaneça

entre 7 e 8, a açao floculadora do Na+ é maior do que a açao

dispersante do fon OH- (pH fracamente alcalino). Portanto, nao

hâ floculaçao.

Se a quantidade de Na aumenta em presença de

muita âgua, 0 pH aumenta muito, até 9 e 10; neste caso, a a-

çao do pH alcalino serâ dominante e provocarâ a dispersao da

argila. Se 0 solo seca, tem-se uma forte concentraçao de Na,

e a açao floculadora do catfon Na é a maior: a argila flocula fortemente, 0 solo é bem estruturado, muitas vezes dura coma

concreto; em superffcie, a argila forma, freqüentemente, pe-

quenos agregados muito finos e sedosos ao tato, como veludo.

toque acontece nos solos fortemente salgados: sac duros e

resistentes quando secos, e se transformam em pasta escorreg~

dia corn as primeiras chuvas.

SôbX'e

peX'8ivo, qualquer que

nicamente devido ao pH

catfon Na, que parece

sôbre 0 hûmus.

2.2.3. Insuficiências da teoria da floculaçao e da dispersao A teoria descrita parece clara, coerente e fâcil de entender. Na realidade, ela é simpZes demais para dar conta da grande complexidade dos fenômenos naturais. Por exemplo, se se acrescenta a uma argila grande quantidade de cal, e nao de calcârio (Ca C0 3 ), como no caso anterior, 0 pH aumenta até mais de 8; mas nunca se cons~ gue obter a dispersao prevista corn os pH superiores a 8: a ar gila permanece floculada. Da mesma maneira, 0 papel do anfon Po;;-- é mal conhecido: cùmo todos os anfons, deveria ter uma açao di~ persiva em todos os casos; com efeito, esta açao é muito for- te, quando se utiliza hexametafosfato de sôdio ou pirofosfato de sôdio, mas parece nula ou fraca quando 0 PO;;-- estâ ligado ao K, ao NH 4 e, sobretudo, ao Ca. Corn os co- lôides hûmicos, 0 Na tem ~ ma açao dispersante em pH alcalinos.Por outro lado, 0 Ca e 0 Mg fazem sempre flo- cular 0 hÜmus, mesmo quando o pH é vizinho de 8 ou sup~ rior a 8.

..

a Fe exer-

ce uma açao floculadora sôbre a argila; porém,a fl~ culaçao parece devida menos as propriedades catiônicas do Fe, que sac fracas, do que ao fato de 0 çao entre os colôides argilosos e hûmicos, maçao de colôides complexos argilo-hümicos estrutura dos solos tropicais âcidos, 0 Fe importante que 0 Ca.

Fig. 6

Fe servir de liga- favorecendo a for muito estâveis. Na tem um papel mais