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PROPOSTA DE REDAÇÃO Com base na leitura dos textos ..., Slides de Redação

Mas eu era um advogado e hoje eu sou um juiz e eu vejo quantos casos chegam às ... penitenciário ele sai violentado, embrutecido e pronto para crimes mais.

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Agua_de_coco
Agua_de_coco 🇧🇷

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REDAÇÃO - Prof. Flávio
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo da formação
dos alunos, eles devem redigir um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre
o tema: DROGAS, CONSUMO E CRIMINALIDADE: DESCRIMINALIZAR É A SOLUÇÃO?, apresentando pro-
posta de intervenção que respeite os direitos humanos. Você deve selecionar, organizar e relacionar argumentos
de forma coerente e coesa.
TEXTO 01
ONU sugere descriminalização do consumo de drogas pela primeira vez
DA EFE 08/03/2014 11h00
A ONU admite em um documento elaborado para uma reunião na próxima semana em Viena que os objetivos na
luta mundial contra as drogas não foram cumpridos até agora e sugere pela primeira vez a descriminalização do
consumo de entorpecentes.
"A descriminalização do consumo de drogas pode ser uma forma eficaz de 'descongestionar' as prisões,
redistribuir recursos para atribuí-los ao tratamento e facilitar a reabilitação", afirma um relatório de 22 páginas do
Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), ao qual a Agência Efe teve acesso. A UNODC
não quis fazer comentários à Efe sobre o conteúdo do documento, mas várias fontes diplomáticas especializadas
em política de drogas concordaram que é a primeira vez que o organismo menciona a descriminalização de forma
aberta.
A descriminalização do consumo pessoal, já aplicado em alguns caso no Brasil e vários países europeus, supõe
que o uso de drogas seja passível de sanções alternativas ao encarceramento, como multas ou tratamentos.
No caso específico do Uruguai, foi legalizada a compra e venda e o cultivo de maconha, e estabelecida a criação
de um ente estatal regulador da droga.
Em qualquer caso, a descriminalização não representa uma legalização nem o acesso liberado à droga, que
segundo os tratados só pode ser usada para fins médicos e científicos, mas não recreativos. Portanto, o consumo
seguiria sendo sancionável (com multas ou tratamentos obrigatórios), mas deixaria de ser um delito penal.
A UNODC assegura no relatório que "os tratados encorajam o recurso a alternativas à prisão" e ressalta que se
deve considerar os consumidores de entorpecentes como "pacientes em tratamento" e não como "delinquentes".
TEXTO 02
Eu no Supremo Tribunal Federal. As pessoas falam normalmente dos seus pontos de observação. Eu não sou um
estudioso da questão das drogas nem quero ser uma pessoa pretensiosa de ter uma solução para um problema
do qual eu não sou estudioso. Mas eu era um advogado e hoje eu sou um juiz e eu vejo quantos casos chegam às
minhas mãos de pessoas, e a Defensoria Pública está certa, que são condenadas por tráfico, mas pequenas
quantidades de maconha. Sei lá, 100 gramas, 200 gramas, 500 gramas de maconha, o sujeito está condenado. E
isto provoca um impacto extremamente negativo sobre esta juventude porque quando ele vai preso por 250
gramas de maconha e entra no sistema penitenciário ele sai violentado, embrutecido e pronto para crimes mais
graves, de modo que, do ponto de vista de uma política criminal eu não teria nenhuma dúvida que de
descriminalizar a maconha é positivo. E a cocaína, que é uma droga potencialmente mais danosa e que produz
mais dinheiro, também no caso da cocaína a minha maior preocupação não é com o usuário, embora não me seja
indiferente, é de novo com o poder que o tráfico passa a ter pela quantidade de dinheiro que arrecada. A tragédia
brasileira é que para um jovem que cresce em uma comunidade dominada pelo tráfico, além dele ser cooptado, o
tráfico paga a ele muito mais do que qualquer outra oportunidade de emprego formal que ele tenha.
(transcrição da entrevista de Luís Roberto Barroso, 22/12/2013)
TEXTO 03
A educação, indispensável para conseguir uma colocação no mercado de trabalho formal, não tem valor para as
carreiras no tráfico de drogas.
A descoberta foi feita pelos acadêmicos Leandro Carvalho (University of Southern California) e Rodrigo Soares
(FGV-SP), que divulgaram recentemente um estudo sobre o caminho dos jovens no tráfico nas favelas cariocas.
"Era de se esperar que jovens com melhor nível educacional tivessem maior facilidade de ascender no tráfico por
conseguir fazer contas e até pela capacidade de liderar", diz Soares.
Mas os fatores que contam para crescer no mercado de drogas ilegais são: experiência, participação em conflitos
armados e lealdade. Segundo o estudo, cada ano a mais de trabalho leva a uma remuneração 10% maior para os
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REDAÇÃO - Prof. Flávio PROPOSTA DE REDAÇÃO Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo da formação dos alunos, eles devem redigir um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema: DROGAS, CONSUMO E CRIMINALIDADE: DESCRIMINALIZAR É A SOLUÇÃO? , apresentando pro- posta de intervenção que respeite os direitos humanos. Você deve selecionar, organizar e relacionar argumentos de forma coerente e coesa. TEXTO 01 ONU sugere descriminalização do consumo de drogas pela primeira vez DA EFE 08/03/2014 11h A ONU admite em um documento elaborado para uma reunião na próxima semana em Viena que os objetivos na luta mundial contra as drogas não foram cumpridos até agora e sugere pela primeira vez a descriminalização do consumo de entorpecentes. "A descriminalização do consumo de drogas pode ser uma forma eficaz de 'descongestionar' as prisões, redistribuir recursos para atribuí-los ao tratamento e facilitar a reabilitação", afirma um relatório de 22 páginas do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), ao qual a Agência Efe teve acesso. A UNODC não quis fazer comentários à Efe sobre o conteúdo do documento, mas várias fontes diplomáticas especializadas em política de drogas concordaram que é a primeira vez que o organismo menciona a descriminalização de forma aberta. A descriminalização do consumo pessoal, já aplicado em alguns caso no Brasil e vários países europeus, supõe que o uso de drogas seja passível de sanções alternativas ao encarceramento, como multas ou tratamentos. No caso específico do Uruguai, foi legalizada a compra e venda e o cultivo de maconha, e estabelecida a criação de um ente estatal regulador da droga. Em qualquer caso, a descriminalização não representa uma legalização nem o acesso liberado à droga, que segundo os tratados só pode ser usada para fins médicos e científicos, mas não recreativos. Portanto, o consumo seguiria sendo sancionável (com multas ou tratamentos obrigatórios), mas deixaria de ser um delito penal. A UNODC assegura no relatório que "os tratados encorajam o recurso a alternativas à prisão" e ressalta que se deve considerar os consumidores de entorpecentes como "pacientes em tratamento" e não como "delinquentes". TEXTO 02 Eu no Supremo Tribunal Federal. As pessoas falam normalmente dos seus pontos de observação. Eu não sou um estudioso da questão das drogas nem quero ser uma pessoa pretensiosa de ter uma solução para um problema do qual eu não sou estudioso. Mas eu era um advogado e hoje eu sou um juiz e eu vejo quantos casos chegam às minhas mãos de pessoas, e a Defensoria Pública está certa, que são condenadas por tráfico, mas pequenas quantidades de maconha. Sei lá, 100 gramas, 200 gramas, 500 gramas de maconha, o sujeito está condenado. E isto provoca um impacto extremamente negativo sobre esta juventude porque quando ele vai preso por 250 gramas de maconha e entra no sistema penitenciário ele sai violentado, embrutecido e pronto para crimes mais graves, de modo que, do ponto de vista de uma política criminal eu não teria nenhuma dúvida que de descriminalizar a maconha é positivo. E a cocaína, que é uma droga potencialmente mais danosa e que produz mais dinheiro, também no caso da cocaína a minha maior preocupação não é com o usuário, embora não me seja indiferente, é de novo com o poder que o tráfico passa a ter pela quantidade de dinheiro que arrecada. A tragédia brasileira é que para um jovem que cresce em uma comunidade dominada pelo tráfico, além dele ser cooptado, o tráfico paga a ele muito mais do que qualquer outra oportunidade de emprego formal que ele tenha. (transcrição da entrevista de Luís Roberto Barroso, 22/12/2013) TEXTO 03 A educação, indispensável para conseguir uma colocação no mercado de trabalho formal, não tem valor para as carreiras no tráfico de drogas. A descoberta foi feita pelos acadêmicos Leandro Carvalho (University of Southern California) e Rodrigo Soares (FGV-SP), que divulgaram recentemente um estudo sobre o caminho dos jovens no tráfico nas favelas cariocas. "Era de se esperar que jovens com melhor nível educacional tivessem maior facilidade de ascender no tráfico por conseguir fazer contas e até pela capacidade de liderar", diz Soares. Mas os fatores que contam para crescer no mercado de drogas ilegais são: experiência, participação em conflitos armados e lealdade. Segundo o estudo, cada ano a mais de trabalho leva a uma remuneração 10% maior para os

jovens traficantes. Os dados analisados por Carvalho e Soares foram levantados pela ONG Observatório de Favelas em meados da década passada. Segundo os economistas, naquele momento, o ganho dos jovens traficantes era em média 23% maior do que o salário de outros adolescentes moradores de favelas e empregados em atividades lícitas. CONSUMO Quatro jovens internados na Fundação Casa (SP) citam o desejo de comprar bens, como roupas e aparelhos eletrônicos, como principal motivação para entrar no tráfico. "Quero ver chegar lá num baile de chinelo e de bermuda e catar alguém. Se tiver mais elegante, com umas roupas da hora, é mais fácil", diz F., 15. G., 15, afirma que os ganhos do tráfico (R$ 600 por mês) também ajudavam a sustentar seu vício em maconha. Eutácio Borges, presidente da fundação de atendimento socioeducativo de Pernambuco, diz que jovens infratores não percebem que a vantagem do tráfico não compensa. "Um bom carpinteiro em Pernambuco tira até R$ 2.800 por mês, sem correr o risco de enfrentar o adversário traficante ou ir para uma unidade de internação." Enfrentamentos violentos fazem parte da rotina dos adolescentes no tráfico. T., 18, chegou a ser apreendido por agressão. "Uma vez discuti com um cara que não pagou. Rachei o pote dele [a cabeça] com pedra e pau." O jovem conta que foi apreendido oito vezes, quatro ou cinco delas por tráfico. Apenas na última foi internado. A história contrasta com a de G., que conta ter sido internado na segunda apreensão por vender drogas. O Superior Tribunal de Justiça determinou que menores sejam internados por tráfico apenas na terceira apreensão. Mas, segundo representantes das unidades socioeducativas, há juízes que têm sido mais rigorosos, contribuindo para o aumento das internações por tráfico. (Folha de S.Paulo, 11/08/2013) TEXTO 04 Sociedade Entrevista - Diego Souza Ferreira "A guerra às drogas é uma decisão política", diz policial afastado do Denarc Diego Souza Ferreira foi removido de seu posto depois de se notabilizar como um crítico da proibição Quando ingressou na Policia Civil, Diego Souza Ferreira compactuava com um dos principais chavões que justificam a guerra às drogas no Brasil. Assim como vários de seus colegas, pensava que o tráfico era culpa dos usuários de maconha e cocaína. A sua visão começou a mudar quando estava trabalhando no Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico do Rio Grande do Sul (Denarc-RS), que investiga o tráfico de drogas no estado. Com cargo no setor de inteligência, o policial passou a estudar o assunto na pós-graduação e começou a comparar o resultado das pesquisas com seu trabalho. "Fazíamos uma operação e pegávamos meia tonelada de maconha. Era uma baita operação. Mas aí descobri que, só no Rio Grande do Sul, nós tínhamos por estimativa um consumo de 114 toneladas de maconha", conta. A repercussão da pesquisa acadêmica fez com que Ferreira fosse convidado para ser porta-voz da Law Enforcement Against Prohibition (Leap) no Brasil, uma organização internacional que reúne juízes, policiais e agentes da lei a favor da legalização de todas as drogas. Neste ano, pouco tempo depois de voltar de férias, Ferreira sofreu no Denarc o que diz serem represálias por conta de suas posições. Ele foi removido de seu posto, sem ser consultado. “Vieram algumas informações de superiores, veladamnte, de que o que eu estava fazendo era incompatível com a função”, afirma. Em entrevista a CartaCapital , o policial lamenta a punição e a força da tese da guerra às drogas no País. "Eu não sou a favor das drogas, sou a favor de uma nova política de drogas", diz. Leia a entrevista: CartaCapital: Q uando ingressou no Denarc, o senhor já tinha uma visão crítica à guerra às drogas? Diego Souza Ferreira : Um pouco. Eu tinha uma visão mais específica em relação à maconha. Em 2012, participei do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em Porto Alegre, e conheci o delegado Orlando Zaccone e alguns integrantes da Leap Brasil. E eles vieram com essa discussão da guerra às drogas. E aquilo ali me surpreendeu em um primeiro momento. Como era possível a gente regulamentar as atuais substâncias que hoje são ilegais? A partir desse fórum, eu fiz uma pós-graduação aqui na UFRGS e desenvolvi uma pesquisa junto a policiais civis. CC: O que o senhor percebeu nessa pesquisa? DSF: Os policiais mostraram entender que o nosso trabalho é enxugar gelo, é ineficiente. Só que eles não viam uma perspectiva de como a legalização seria possível. E eu interpretei isso como uma falta de conhecimento